Cap.29 - Jogando papo fora

Drago POV
Rosnei. Ele me pressionava com força contra o chão, me deixando incapaz de lutar. Matt ameaçou avançar, mas rosnei pra ele e.por sorte ele entendeu, se mantendo afastado de nós dois.

Crong: uau. Você não envelheceu nada.

Surpreendentemente ele me soltou e se afastou, indo para sua forma humana, sem temer a possibilidade de ser devorado. Matt avançou contra ele, usando de suas garras e espada, mas Crong desviava habilidosamente de todo e qualquer golpe, ficando sem um arranhão sequer e perigosamente perto da garganta do meu filho

Crong: então é você quem Devourer busca. Apenas uma criança. Thiamatt devia ter escolhido alguém mais preparado.

Matt: eu estou pronto.

Crong: não, voce acha que esta por que os outros querem que voce esteja. - ele sorri. - mas nao deixa de ser o filhote que deseja voltar para o ninho, protegido pelas asas da mãe.

Matt: voce nao sabe de nada!

Crong: eu sei de muita coisa, sobrinho. Nao me subestime que nem seu pai fez. - ele me olha. - Voce se tornou general, meus parabéns. Cade a garota?

Eu: nao interessa.

Crong: voce nao sabe. Ótimo. Isso é animador - ele da de ombros ao me ouvir rosnar, me ignorando completamente. - Krusto não brincou quando disse que o problema era grande.

Eu: o Krusto? Ele quem te trouxe de volta?!

Crong: sim. Legal, não é? Ele sabia que voce nao ia dar conta sozinho do problema.

Apenas fiquei o olhando com cara de tédio. Sem forças pra discutir.

Eu: vai embora.

Crong: não. Esse foi meu pacto. Eu ajudaria, e teria minha vida de volta. Se eu nao cumprir, volto pra dimensao dos mortos

Então, se você se recusar a nos ajudar, voce morre pra sempre? Interessante.

Inconscientemente, eu abri um sorriso, e infelizmente Crong me conhecia muito bem

Crong: voce nao vai conseguir me fazer descumprir o pacto.

Eu: que saco

Wield: bom. Ja que é sua obrigação nos ajudar, quais dicas voce dá?

Crong; Drago tem de ficar quieto, sem lutar ou usar magia, so assim seu corpo vai se recuperar adequadamente. Você vai cuidar ds comida, sua... Tripulaçao, vai proteger a area, e eu vou treinar o pivete.

Matt: pivete?!

Crong: sim. E fica quieto garoto. Voce é um desastre. Trate de prestar atençao em mim e aprender, ou vai se arrepender.

Wield simplesmente olhou para o Matt.

Wield: boa sorte.

Deizei o ar quente sair com forças pelas narinas e me levantei devagar, voltando a forma humana e indo para o rio. Levantei a blusa e olhei meu reflexo, vendo os arranhões e hematomas que as garras de Crong deixaram em mim mesmo sem perfurar minhas escamas.

Krusto, Krusto, sei que voce é inteligente e tudo e talz, mas por que trazer logo ELE de volta?

Eu to tentando entender, mas juro que nao consigo.

Abaixei a blusa e suspirei, entrando no rio de roupa e tudo. A agua estava gelada, o que nao era muito agradavel, mas estava sendo boa para os hematomas velhos e novos. Toquei minha draconia, traçando seus simbolos com a ponta do dedo, me concentrando para tentar localizar minha parceira.

Fechei os olhos, me concentrando apenas naquilo, e quando abri os olhos pude ver brevemente algumas barracas e muita areia. Um tipo de acampamento no deserto, e tinham muitas pessoas diferentes ali, em torno de mim, tocando meu corpo e me ajudando a me erguer e entrar na barraca que mais se parecia com uma enfermaria improvisada.

Sob o comando dela e o pedido de um homem atencioso, respirei fundo, tremendo e sentindo as pontadas de dor nas costas, bem onde Crong havia colocado suas garras. Fiquei alguns instantes assim, ate a dor se tornar quase nula. Entao, desincronizei dela ao perceber que nao veria algo alem da enfermaria por algum tempo.

Eu: tudo bem, ela esta bem. Alguem está cuidando dela.

Sai da agua e torci minhas roupas, as deixando amassadas mesmo, e voltei para o abrigo, onde Crong treinava Matt com intensidade, fazendo-me lembrar de quando ele me treinava para saber usar meu corpo e magia.

Eu nunca fui fã dos ensinamentos do Crong, mas dadas nossas circunstâncias, infelizmente, esses ensinamentos loucos serão mais que úteis.

Talia POV.
Deitada na cama eu me sentia inutil e frágil. Tudo o que eu queria era levantar e correr, mas Joen nao permitia isso, sempre fazendo eu voltar a me deitar.

Com o tempo, a dor foi diminuindo e comecei a recuperar meus movimentos. Lisya, calma como aparenta ser ate agora, trouxe meu almoço (ou será que devo chamar de jantar?) e me ajudou comer, uma vez que ainda nao tinha tanta firmeza assim nos braços.

Se ser velha significa precisar ser ajudada.por alguem para fazer.o minimo, prefiro me entupir com a água da juventude.

Nisso, mais limpo e apresentavel, Roger entrou com duas taças e duas garrafas de um vinho caro la que nao consegui ver a marca.

Roger: como voce esta? - pergunta, puxando um banquinho e se sentando.

Eu: bem. Joen e Lisya me ajudaram bastante.

Roger: por que aconteceu isso? Voce sabe?

Ele serviu as duas taças e me deu uma. Peguei e beberiquei o vinho, não vou fazer desfeita.

Eu: eu imagino que tenha algo a ver com o Drago. Com a força da dor, acho que ele foi golpeado e imobilizado. Mas é difícil saber, exatamente.

Roger: uau. Uma ligação e tanto voces tem.

Eu: é... Engraçado, era destino... Então praticamente nenhum de nós teve escolha. Apenas... Seguimos pro lado que devia.

Roger; tem razão... O destino é engraçado. 18 anos atrás eu trabalhava em um escritório, no RH. E agora... Ensino artes marciais e magia pra crianças. E você?

Eu: tipo... Eu nao lembro muito bem. Conheci o Drago com... 14? 15? Uma dessas duas idades ai. E tipo... Minha vida era esquisita. Eu morava sozinha numa casa no campo, tinha um amigo lobo, andava armada, fazia tudo só, meus pais morreram num acidente de carro e a polícia nunca bateu la na porta com a assistência social. Naquela época eu nunca havia ligado pra isso, mas parando pra pensar agora, caramba, parece que minha vida foi escrita de uma forma muito mal planejada!

Nao me contive e ri, me lembrando do dia em que conheci o Drago. Eu o ajudando a se soltar das cordas e ele queimando os Trolls ate virarem churrasquinho. Ai ai, as vezes penso nisso e me pergunto: "Por que eu não matei eles com a minha faca? Ou por que nao peguei a arma deles e os matei?"

Roger: uau. Sua vida devia ser muito confusa.

Eu: devia? Era muito confusa. Se agora é confusa, naquela época era pior.

Roger: como voce descobriu o laço?

Eu: eu conheci o Drago. Ele me salvou, eu salvei ele, e o irmao dele cismou comigo w ficou tentando me matar. Ai fomos pedir ajuda a um velho maluco feiticeiro e ele nos contou sobre o laço. Aceitamos ne, nao tinhamos muito o que fazer. E você?

Roger: eu estava voltando pra casa andando, era tarde da noite, e eu fui abordado por um grupo de jovens. Pareciam ter entre 16 e 20 anos, eles queriam me assaltar e puseram uma arma de 6 balas na minha testa. Eu nunca vou esquecer aquele dia. Eu tentei dialogar, afinal, eu precisava de tudo o que tinha comigo, absolutamente tudo, e me recusei a entregar, então tentei chegar a um acordo com eles. Eles atiraram.

Ate prendi a respiraçao aqui. Cê é loko. Imagina o desespero de se passar por isso.

Eu: o que aconteceu???

Roger: a bala ricocheteou na minha pele. Eles nao entenderam o que aconteceu, e muito menos eu. Eu jurava que ia morrer. Ai eu percebi que minha pele havia ficado dura como pedra. Era, literalmente, pedra massiça. Eu me senti o Coisa do Quarteto Fantástico. Depois disso, o Rocky apareceu e os amedrontou. Ai eu desmaiei e acordei em casa achando ter sido um sonho, ate encontrar o Rocky de novo.

Eu: dragões e a tara de nos fazer pensar que somos loucos.

Roger: - ri - pelo visto o seu fez o mesmo

Eu: ele fez. E ainda fez o rabo de chicote em mim me jogando contra as rochas.

Roger: voce ficou toda roxa.

Eu: fiquei, aquele miserável. E ainda me sequestrou depois!

Ambos rimos e continuamos a beber enquanto conversavamos, esvaziando rapidamente as duas garrafas de vinho.

Continua...

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