Cap. 25 - Que comece a dança

Pov Matt
Sinceramente, passei a temer sempre que minha mae diz que tem um plano. Ou é algo genial, ou vai dar uma grande merda no final. Wield ficou do meu lado, olhando para a enorme criatura que vinha em direção a torre, que sacudia cada vez mais.

Nunca senti tanto medo de altura como agora.

Talia: Drago, consegue voar?

Drago: minhas asas estao curadas. É claro que consigo.

Wield: o que estao planejando?

Drago: vamos precisar de água. Muita água.

Eu: onde vamos conseguir tanta água?! O rio esta muito perto da lava. Quase nao da pra passar pelo fogo.

Talia: eu preciso de pedras preciosas.

Eu: a porta de entrada. Ela é feita de aço e prata.

Talia: Drago, quero que leve a porta inteira pro rio.

- Nao podem destruir a torre! - diz o mago, parecia aterrorizado, e com razão. Trouxemos problemas pra ele. - É antiga, sagrada!

Talia: se nao fizermos isso toda a torre vai desabar! Escolha, a porta ou a torre inteira!

O mago suspirou, acenando positivamente e dando permissão para que eles continuem. Meus pais subiram na grande janela e saltaram dela. Eu, Wield e o mago nos curvamos para olhar, vendo Drago voltar a sua forma de Dragão e descer com Talia nas costas pra base da torre.

Chegando la embaixo, com as garras, e um estrondo, ele arrancou a pesada porta por inteiro, a agarrando nas patas com as garras e voando na direção do fogo para chegar até o rio.

Wield: o que a gente faz?

Eu: e eu sei la.

Wield: se transforma!

Eu: olha a minha cara de quem consegue se transformar!

Wield: mas voce é meio dragao!

Eu: e estou com a draconia quebrada, gênio!

Talia POV
A porta era bem pesada e as asas de drago ainda não estavam cem porcento. Ele voava muito mais baixo que o normal, evitando seus rodopios por causa do peso extra.

A floresta, que antes era densa e extremamente verde, agora queimava sem controle. Lava erradiava das fendas do solo, queimando chão e árvores, e alguns animais azarados.

O categoria 1 balançou a longa cauda, tentando nos acertar. Drago bateu as asas com força, conseguindo voar mais alto que o golpe e desviar por pouco. A criatura rugiu, tentando nos acertar novamente, mas Drago largou a porta, jogando-a no rio e espalhando agua para toda parte, apagando o fogo apenas da margem para que eu nao me queimasse.

Ele foi golpeado na lateral pela cauda do bicho e rugiu de dor. Eu saltei de suas costas, caindo no chão. Olhei pro alto e o vi ja de pé, voando para a cabeça do categoria 1 e mordendo seu pescoço, batendo as asas e o afastando de onde eu estava, dando início a um confronto direto.

Me levantei e corri ate o rio. A porta, pesada como era, havia afundado. Sorri em vitória e estendi as maos na direção da água, vendo os símbolos de invocação das minhas luvas brilharem.

- NESS! EU TE INVOCO! ACEITE MINHA OFERENDA E RESPONDA A MEU CHAMADO!

A agua do rio tornou-se mais movimentada do que era antes, fazendo movimentos circulares, criando um redemoinho tão forte que a agua arrastou a porta de aço e prata consigo.

Da agua, emergiu uma cabeça de Dragão muito similar a uma serpente marinha. Suas escamas molhadas pingavam o liquido melequento similar a o liberado por peixes. Suas guelras laterais se abriam e fechavam. Ele rosnou, mostrando seus dentes identicos aos de um tubarão.

Ness: o que deseja, Dragonjin?

Eu: eu preciso do seu poder. Preciso da sua água e, em troca, pode ficar com a porta de prata pra decorar sua caverna.

Ness: seu marido deve-me jóias.

Eu: considere a porta a primeira parcela, faça seu trabalho, e quando tudo acabar terá suas joias.

Ele franziu o cenho para mim, rosnando. Olhei no fundo de seus olhos amarelos.

Ness: Boa sorte no seu plano louco. Mas cuidado. Seus sentimentos são loucos, e, Toda magia, tem um preço.

Com isso, ele desapareceu na água, levando consigo a porta, e tudo se acalmou.

Ao fundo eu ouvia os rugidos de Drago ainda confrontando o Categoria 1. Olhei fixamente para a água, percebendo que ela começou a correr mais rápido, saltitando como se borbulhasse.  

O rio explodiu, por assim dizer, eu nao sei como definir isso. Foi água para todo o lugar. Enormes quantidades de água explodindo alto o suficiente para alcançar as árvores mais altas e densas, entao, se acumulando no solo e voltando para o rio para repetir o processo.

Sorri ladino e puxei minha faca, voltando para a batalha. Desviei da cauda do monstro, que tentou me acertar. Rosnei, mas avancei e subi em sua cauda, enfiando a faca entre suas escamas e vendo fumaça sair de dentro dele. Ele rugiu. Comecei a subir, enfiando e retorcendo a lâmina de diamante em suas escamas, fazendo mais e mais fumaça sair, deixando-o cada vez mais fraco.

A água apagava o fogo. Não havia mais nada para alimentar a regeneração da criatura. Por mais que tentasse se regenerar, a fumaça Nao era mais suficiente.

Ele rugiu novamente, se balançando para me derrubar, escorreguei, mas nao cai. Gritei me agarrando a suas escamas com a faca e as unhas, tentando voltar para suas costas tentar escalar com os pes, cujo solado das botas escorregava. No segundo movimento violento eu cai. Balançando a cauda com força ele me acertou, me mandando para perto da torre. Gritei quando minhas costas se chocaram contra o chão, na beirada de uma fenda. A minha faca caiu na fenda, derretendo por completo quando alcançou a lava.

Tentei me levantar, mas gemi em dor. Deve ter deslocado alguma coisa, eu nao consigo mexer meu corpo direito.

O categoria 1 estava fraco, drago continuava a o atacar com dentes e garras mesmo que também fosse golpeado pela cauda do bicho.

As beiradas da fenda racharam e voltaram a cair. Forcei meu corpo a levantar, a dor que senti subindo por minha espinha foi grande, me fazendo gritar de dor. Olhei para minha barriga, a draconia brilhava fraco. Ergui a blusa, encarando o enorme hematoma que se formava, e encontrando minha pedra completamente rachada.

Pov Matt.
Do alto da torre eu observava aqueles dois brigando. Drago e o monstro. A criatura ficava cada vez mais fraca, ja que o vento dissipava a fumaça que restou dos incêndios.

Quando minha mae foi golpeada, ouvi meu pai rugir, sentindo a dor dela. Ele foi golpeado, derrubado em meio as árvores mortas e o monstro foi atras dele. Pelo menos se afastou de Talia.

Rosnei, correndo pela torre em direçao as escadas. Desci tudo correndo, saltando degraus e, as vezes, ate um lance inteiro de escadas. Atravessei o salao final e passei pela porta arrombada, procurando onde minha mae estava. Um pouco distante, ouvi seus gritos de dor e odio e corri ate la, a encontrando ja pendurada a beirada da fenda. Suas pernas estavam penduradas em direção a lava. Ela lutava com as unhas para se segurar e subir.

Eu: mãe!

Talia: não venha! O chão está fragil!

A ignorei. Me aproximei com cuodado, sentindo o chao rachar sobre meus passos. Ela continuava me xingando, me mandando me afastar, mas nao obedeci. Perto dela me agachei, pondo com cuidado os joelhos no chão e me estiquei, segurando um dos seus pulsos.

Fiz força para puxa-la. O chao de baixo de mim rachou, ela caiu quase escapando de mim, mas a agarrei.

Eu: suba!

Talia: eu nao consigo mexer meu corpo direito.

Eu: vamos! - digo a puxando com mais força. Debaixo de mim o chao se tornou solto, quase me derrubando.

Talia: voce me prometeu que voce seria sua prioridade!

Eu: eu cruzei dos dedos...

Olhei em seus olhos, estavam cheios de lágrimas. Ela estava com medo, nao queria morrer. Faz muito tempo desde que eu vi o medo em seu olhar, e foi justamente quando invadiram e destruiram nossa casa.

Ela respirou fundo, quase chorando. Com esforço, usou seu braço livre, segurando-se em mim e usando a força dos braços para subir.

Eu: isso! Vamos!

Me soltei e a agarrei, puxando-a pra cima. Quando sua cintura estava quase em terra, o chao tremeu de novo, derrubando rochas e pedaços do solo. Gritei em susto ao perceber que estavamos caindo pra lava. Vi a draconia dela brilhar fraca, ressoando com a minha quando começamos a cair.

Suas unhas se tornaram garras, tao afiadas quando as de um dragao, e as enfiou no braço que Eu usava para a segurar. Gritei, um grito que mais se pareceu com um rugido. Senti as unhas dela sendo arrastadas em minha carne enquando ela escorregava, rasgando minha pele e musculos, deixando neu braço completamente vermelho de tanto sangue enquanto eu chorava.

Vi suas luvas brilhando quando ela caiu. Gritei tentando a alcançar, mas nao consegui.

Ao fundo, Drado rugiu alto com dor. Olhei para ele, simbolos roxos brilhavam em suas escamas juntamente com sua draconia. Senti sua magia oscilar. O monstro também sentiu, se afastando com estranheza e desconfiança.

Rugi alto, sentindo minha draconia brilhar cada vez mais forte. Ossos estalaram, Músculos cresceram e a pele endureceu, depois de tanto tempo eu assumia novamente a minha forma de dragão, entretanto, havia o mesmo padrão de símbolos brilhantes em minhas escamas.

Continua...
















De um enorme Castelo no meio do nada, sentado em um trono de ossos e com a esfera de luz apagada e destruida de Thiamatt nas mãos, Devourer olhava a destruição causada por suas criações e sorria.

- Finalmente a humana morreu, tenho de admitir, foi uma boa jogadora. - seu sorriso era o de um vencedor. -  O que fará agora, meu amor? - ele pergunta, olhando para a esfera apagada de luz. - Só mais um parente, e o que restou de voce dentro do garoto, desaparecerá.

Como se respondesse, a esfera, completamente rachada, brilhou fracamente, emitindo uma tristeza de partir o coração mais duro. Sentindo a energia, Devourer fraquejou, sentindo o poder do caos se esvair. Mas, quando o brilho desapareceu, seu poder retornou e, em um movimento de odio, esmagou a pequena esfera em sua mao, transformando sua forma em um pó branco que levitou e desapareceu.

- Próxima parada, mundo humano.

















Havia uma enorme porta vermelha. Dupla. Decorada com dois dragões-serpente feitos de ouro. A porta se abriu, revelando um enorme salao. Dali de dentro, surgiu uma grande figura. Um dragao dourado, de quatro patas e sem asas. Parecia-se com uma serpente que possuia pêlos ao invés de escamas.

Em seu rosto havia algo parecido com uma juba, que o deixava mais majestoso do que qualquer outro Dragão. Principalmente com sua esfera invisível de luz flutuando ao seu lado, acompanhando cada movimento.

O bigode, em seu focinho, dançou com sua respiração, brincando no ar e com o tom esmeralda dos grandes olhos do animal.

Ele voou, dando voltas no salao, cortando o ar e fazendo os pelos dourados da cauda dançarem no ar. A pérola mágica o acompanhando.

Uma faca voou, atingindo sua pérola. Ele rugiu, olhando para a arma em sua esfera de energia. Com uma de suas patas,  arrancou a lâmina, vendo sua perola intacta, entao, olhou para o atirador e falou, sua voz ecoando pelo salao como um trovao, entretanto, nao havia agressividade ou decepção, apenas tranquilidade.

- Eu não devia ter dividado de suas habilidades, Rén lóng. Aquele que um Dragão se torna.

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