Cap.11 - O passado atormenta
POV Jack.
Talia: que lindo...
Eu: que lindo nada. Que droga...
Wield: porque pai?
Eu: sou um criminoso e se retornasse seria condenado a morte.
Talia: novidade.
Drago: devemos sair daqui então.
Eu: essas bolhas são maleáveis. Não vão quebrar ou estourar.
Matt: magia de água?
Eu: sim.
Uma grande baleia nadava ao longe com seu bando. Seus sons pareciam um canto tranquilizador, uma orquestra, como dizem.
A cidade subaquática ficou mais próxima até passarmos pelo grande portal feito de Marcrita. Um tipo de pedra coral azulada de fácil manuseio que pode ser moldada do jeito que desejar. Apropriada para fazer estruturas de grande resistência.
Os cavalos marinhos puxaram a carroça em direção a uma grande mansão a beira de um fundo desfiladeiro, as sereias próximas nos olhavam curiosas enquanto passávamos.
Os animais pararam, o condutor desceu com uma corrente na mão puxando nossas bolhas e nos levando para dentro.
Matt: ele tem cauda de sereia!
Talia: isso é novidade ate pra mim.
Wield: eram apenas uma lenda morta... - antes de entrarmos na mansão ele olha em direção a superfície e seus olhos brilham em revelação. - aquela é a Terra Indefinida. A ilha que muda de lugar constantemente. Diz a lenda que em sua área submersa, existe uma grande cidade da cor das águas, onde moram seres capazes de conviver com os animais marinhos naturalmente.
Drago: garoto, não é hora de os admirar.
Talia: fique quieto ou sua asa vai demorar mais nessa faixa.
Ele suspira impaciente, pude ver a fumaça quente sair por suas narinas e suas pupilas se tornarem verticais. Mas com um olhar reprovador de Talia ele voltou ao normal, se sentou cruzando as pernas e cruzou os braços.
O Tritão Condutor nos puxou para dentro e as portas se fecharam atrás de nós com dois tritões empunhando lanças as guardando.
Por cada corredor que passávamos haviam dois tritões armados com lanças guardando as passagens, cada um de um lado para garantir a guarda. E passamos por uns três corredores, isso da seis guardas além dos dois na porta principal e os que ficam ocultos para ataques surpresa.
Finalmente chegamos no salão principal e havia um Tritão de cauda azul marinho, o chefe e aquele que devo matar para sair daqui e ter em sobre meu comando todos esses guardas da mansão.
Ele me olha e franze o cenho, expressão toda sua fúria em me ver e a pele levemente enrugada pela idade estar avançando. Seu cabelo azul celeste começava a se mesclar com o branco.
"Pirata imundo. Eu avisei o que aconteceria se voce retornasse a nossos domínios." - sua voz ecoa pelo salão, eu rio.
Eu: muito bom te ver de novo velho Netuno Depth . Vejo que conseguiu reconstruir sua vida após aquele trágico desastre, sabe, perder o único filho para os piratas e coisa e tal... Deve ter sido bem doloroso. Me diga, ainda dói?
Talia POV:
O clima estava tenso, dentre nos, apenas Jack se pronunciava. E seus olhos queimavam em um ódio que nunca vi, é perturbador, inclusive com o sorriso insano que jaz em seus lábios.
Netuno: calado, ser corrupto. Por culpa de vocês, piratas, perdi tudo o que era mais precioso.
Jack: e por culpa sua eu perdi algo precioso.
Netuno olha para Wield com Uma certa ternura.
Netuno: um híbrido sem cauda. Jovem, se você quiser sair disse, terei o prazer de o tirar. Ainda tem muita vida pela frente...
Wield: a oferta é boa. Mas ficarei ao lado de meu pai.
Netuno: aparentemente sua alma já está manchada com a pirataria, infelizmente não há mais salvação. - ele olha para os dois guardas que protegiam a entrada. - jogue-os nas profundezas.
Eu: É O QUE?! - comecei a socar a bolha tentando a partir, mas ela se ajustava a meus punhos quando a golpeava. - EU VOU TE MATAR! HOMEM PEIXE!
Ele ignorou minha revolta e sinalizou para os guardas, que saíram arrastando nossas bolhas para fora, justamente para o precipício que vimos ao chegar.
Antes de sair, vi Netuno olhar com pesar para Jack, que retribuiu com um olhar cheio de ódio aparentemente acumulado por anos.
Quando olho para trás, vejo Drago em processo de transformação. Ele estava em uma forma híbrida, onde ele é um homem com alguns aspectos de dragão. Os chifres, as asas(mesmo que enfaixadas), as pupilas verticais roxas, os dentes afiados, pequenas escamas negras na pele, a cauda e as garras. Ele rosna agressivo para o Tritão.
Drago: jogue-nos e eu arranco suas tripas, sardinha.
"Você não pode fazer nada comigo enquanto está preso, lagarto. Então pode tirar o cavalo marinho do mar em fúria." - o Tritão responde sorrindo zombeteiro.
Sem mais delongas, os guardas amarraram pedras à correntes e as puseram em nossos tornozelos. Então, nos empurraram.
A medida que afundava-mos pelo peso das pedras tudo ficava mais escuro.
Em um certo momento, a minha começou a rachar junto com as de Jack, Matt e Wield por causa da pressão da água. A água entrava rápida e fria, já estava em minha cintura.
Até que, subitamente, eu consigo ver uma luz laranja iluminar tudo. Era o drago, ele expirava fogo em sua bolha, que começou a perder sua maleabilidade e a rachar mais rápido do que deveria.
Eu: Drago! Vai mais rápido com isso!
Matt: tá fria!- ele tenta subir pela bolha para sair da água, mas as paredes eram escorregadias e ele sempre voltava para a água. Ele deve estar muito incomodado já que ele, naturalmente, tem fogo em seu interior. Seria engraçado se nao fosse desesperador. - Fria fria fria fria!
Nós ainda não chegamos ao chão. O quão fundo isso é?
A bolha dele rachou e ele agarrou a corrente a partindo. Drago veio até mim e quebrou minha corrente. Matt estava estressado com o frio e quando sua bolha rachou ele afundou com mais velocidade. Numa tentativa de impedir eu segurei seu braço, mas fui puxada junto.
Drago nos segurou e bateu as asas com uma cara de dor. Eu quis gritar para ele parar, mas isso custaria todo o oxigênio que me restava e consequentemente, eu me tornaria um peso morto apenas.
Jack e Wield, que haviam se soltado, agarraram Drago pelos ombros e começaram a nadar junto a ele para nos puxar. Eu e Matt começamos a bater as pernas para nadar e os ajudar. Todos prendiam a respiração, menos Wield, comp Jack disse, ele é meio sereia... Ou Tritão. Ah, sei lá.
Quando estávamos no meio do caminho, eu precisei liberar o ar porque não conseguia mais o segurar. Pude ver o pânico de quem não sabe o que fazer no olhar do meu Dragão quando isso aconteceu. Wield segurou minha mão e me puxou para ele.
Wield: me desculpe senhorita Talia. - ele respirou fundo e me beijou me transferindo o oxigênio que ele retirou da água quando inspirou.
Senti meus pulmões se encherem e segurei o ar neles, Wield se afastou.
Wield: Vamos Indo. Se outra pessoa ficar sem ar eu não posso dar.
Nadamos com pressa e saímos do abismo, dando de cara com o jardim de algas coloridas em várias tonalidades da mansão. Wield foi até uma azul e arrancou quatro pedaços, voltando para nós em seguida com a planta em mãos.
Wield: Comam uma. - nos o olhamos estranho.- Ela vai modificar seu sistema respiratório temporariamente para que possam respirar debaixo d'água.
Desesperada eu peguei uma das algas de suas mãos e enfiei de vez na boca, a mastigando e engolindo. Eu fechei os olhos pensando que iria engasgar por ter posto todo o ar para fora, mas eu não senti nada. Não havia mais pressão em meus pulmões.
Eu: nossa! Tem gosto de menta.
Drago e Matt comem uma também e logo me olham.
Matt: realmente. É deliciosa.
Wield: Jack...
Jack pegou a última planta mas hesitou em come-la, ele não parecia querer.
Eu: Jack, coma.
Ele olhou para nós e ameaçou comer a alga, mas um vulto passou rápido, distorcendo a água e se chocando com o ombro do Jack o fazendo derrubar a planta.
Drago: ei! - ele puxou o pirata pelo braço antes de o vulto se chocar com ele novamente. - você está nos trazendo problemas.
Matt: quale. Vamos logo pra superfície.
O vulto voltou e foi com tudo no Jack, desta vez não houve escapatória. O sangue passou a tingir a água e o pirata pôs todo o seu ar pra fora. Era um peixe espada, seu nariz afiado havia entrado fundo no estômago de Jack quase o atravessando. O loiro tentou respirar, porém, apenas a água invadia seus pulmões.
O peixe com nariz afiado se virou para nós e avançou. Drago segurou seu nariz espada com força, parando o animal que começou a se remexer com força, fazendo o dragão perder o aperto e o soltar.
O peixe espada nadou em direção a Wield e foi e veio várias vezes seguidas passando sua espada de raspão pelo corpo do garoto abrindo vários arranhões.
Wield tentava se defender e nós tentávamos agarrar o animal, mas não houve sucesso, ele nada muito rápido.
Em uma parada repentina, o peixe espada avançou diretamente para Wield.
Porém, Jack apareceu do nada em sua frente e segurou o bicho, o chutando pra dentro do abismo.
Matt: se vocês continuarem sangrando vão chamar a atenção de algum tubarão.
Drago: acredite, os tubarões daqui são piores que os do seu mundo.
Wield: Calma, estou bem. Foram apenas alguns arranhões.
Jack: também estou bem.
Eu: você respira debaixo da agora...
Jack: e lá se vai meu segredo... Sou um Tritão de sangue puro.
Wield: mas porque você não estava respirando?
Jack: é uma longa história... Mas resumindo, quando jovem eu fiz o pedido de ter pernas. A consequência foi ter o lado marinho... Trancado.
Eu: não vou me aprofundar no assunto por agora. Só vamos sair daqui.
Começamos a nadar em direção a superfície, mas Jack parou e olhou a mansão. Não imaginei que ele fosse voltar para lá, mas foi o que ele fez, e estava nadando com velocidade para lá.
Wield: Pai! - Jack Não ouviu e entrou lá por uma das janelas.
Jack POV
Eu entrei na mansão e me esgueirei pelas sombras para não ser visto pelos guardas que rondavam os corredores. Um dos guardas me viu, mas o peguei pelo pescoço e o sufoquei até o mesmo apagar.
Encontrei a sala que eu queria e adentrei, era o escritório pessoal de Netuno. Ali, preso em um pedestal, estava um tridente dourado. Todos os Tritões e Sereias de alta patente possui um para controlar os mares e seus animais.
Talvez seja o único jeito que eu tenha para ajudar os outros pelos sete mares.
Segurei o cabo e o retirei de seu pedestal.
Eu: que belo Tridente.
Ouvi a voz de Netuno e a porta se abriu. Ele arregalou os olhos ao me ver, então franziu o cenho rosnando e avançou para tomar o que era seu.
Wield POV
Todos nós havíamos cansado, então paramos de nadar e ficamos apoiados em grandes corais.
Talia: é muito fundo. Na carroça não parecia ser tão distante.
Drago: claro que não. Os cavalos marinhos nadavam rápido.
Eu tentava estancar o sangramento dos cortes, mas sempre voltava a escorrer o líquido vermelho, que se juntava a água lhe dando o típico gosto de ferro.
Eu: espero que nenhum tubarão sinta o cheiro.
Matt: improvável. Eles sente o cheiro a quilômetros.
A maré começou a ficar agitada e olhamos para cima, era o casco de um navio e a âncora estava abaixando. Ela se chocou com os corais gigantes, derrubando pedaços tao grandes e pesados quanto cimento.
Agarramos a grande âncora metálica e ela começou a subir. Alguns tritões vieram nadando rápido com suas lanças nas mãos.
Talia: EI! PUXEM MAIS RÁPIDO!
Drago: uma âncora pesa toneladas Talia! Não dá pra puxar rápido!
Quando os Tritões estavam chegando, do fundo do mar saiu um brilho azul chamando a atenção daqueles guardas, que olharam na direção sa mansão e nadaram rapidamente para lá.
Quando eles saem, vem um Tritão de cauda azul escura, cabelo azul claro e olhos em um verde intenso. Ele segura na âncora também e quando ela sai da água, sua cauda desaparece dando lugar a pernas vestidas em calça.
Talia: Jack...
Jack: desculpa. Eu...
Talia: seus cabelos estão azuis!
Jack para por um instante e ri: - Sim, estão sim. Eles são assim, na verdade. Mas a história é longa.
Quando a âncora foi presa ao navio e nós subimos no convés, pude ver uma tatuagem nas costas de Jack, era um tridente. Antes que mais alguém visse, ele pegou seu sobretudo e vestiu a cobrindo.
Jack: fizeram um bom trabalho ao tirar o navio das rochas e o reparar
"Sorte de tínhamos madeira provida dos saques anteriores. E tirar o navio foi fácil, apenas esperamos a maré encher. Mas ainda estamos sem o mastro primário, nos movere-mos mais devagar." - diz um dos marujos.
Jack: bom, voltemos a nossa rota. - ele pega a bússola e o ponteiro gira. - para Noroeste.
Enquanto os tripulantes tratam de resolver a rota e Talia, Matt e Drago estão fadigados, Jack vai para o leme já reparado e o segura o girando para dar a direção inicial de acordo com a bússola. Eu fiquei ao lado dele.
Eu: eu vi o tridente em suas costas... Você é o filho de Netuno, nao é?
Jack: sim eu sou.
Eu: então... Porque negou sua descendência? - digo olhando seus cabelos que de azuis voltavam a ser loiros. E seus olhos cujo verde perdia a intensidade.
Jack: eu era jovem, tinha uma amiga. Ela foi capturada por piratas por imprudência minha e meu pai não quis ajudar, disse que sua vida já estava perdida. Eu não aceitei e fiz um pedido a uma rara fada dos desejos que estava pelos arredores, ela me concedeu a capacidade de andar na terra. Mas como consequência, meu lado Tritão foi selado. Meus cabelos perderam a cor se tornando loiros e meus olhos perderam a intensidade. - eu o olhava com atenção. - Para enfrentar piratas, precisava ser um pirata. E foi o que me tornei, até chegar a patente de imediato. Então, o capitão morreu e como o próximo na linhagem de cargos, eu assumi. A final, eu consegui libertar minha amiga, mas fiquei preso em minha ganância. Eu ganhei tantas coisas saqueando, que não quis mais voltar para casa.
Eu: você deixou sua família por... Riquezas? E nao se arrepende?
Jack: não. Não me arrependo. Se eu não tivesse feito isso, eu viveria numa cidade que muda de lugar junto a sua ilha e não conheceria ninguém. Aqui, pelo menos conheci seu pai, Talia, você, e minha tripulação. Agora vá cuidar desses arranhões.
Eu: o que faremos em nosso destino?
Um sorriso surge em seu rosto.
Jack: saquear.
Continua...
Viserion estava na frente de uma caverna a muito tempo desabada, cercada de destroços de pedras, terra e árvores. Abrindo caminho com sua força (agora mais não tão forte) de dragão, as pedras rolavam de um lado para o outro, então revelando um cristal negro, o Cristal do Caos e tudo em torno dele estava intacto, como se a própria força mágica emitida por ele o protegesse. Havia também um cadaver decomposto, apenas a estrutura óssea, o ser desconhecido que havia enfrentado Talia e Selkie anos atrás, acarretando na destruição da armadura da Dragonjin.
Mas algo estava errado, uma energia muito forte, parecida com a do cristal, porém maior podia ser sentida, o que fez Viserion se virar, vendo o mesmo homem que petrificou todos na Taberna noite anterior.
Viserion: quem é você?
" Você não me conhece, mas eu conheço você. Viserion... Mestre de toda uma linhagem de dragões negros, tão antigo quanto os primeiros dragões elementais... Realmente, quando jovem, dono de um poder absurdo cujo qual admiro muito... Mas você está velho, meu amigo. Não possui mais esse poder todo. Então será extremamente fácil passar por você nas minhas condições atuais. Portanto, por favor, saia do meu caminho."
Viserion: ninguém terá esse cristal... - ele se pôs em posição de combate, pronto para proteger o objeto mais poderoso de seu mundo.
"Imaginei que diria isso." - sua risada presunçosa ecoou pela caverna.
Viserion mal pode reagir, o mesmo foi tirado do chão por uma força invisível, lançado em uma parede a rachando com impacto. Aos poucos o velho começou a se tornar pedra.
Viserion: você nunca.... Vai conseguir o que quer.
Essas foram as últimas palavras do velho mestre antes de se tornar pedra totalmente.
Após isso, o desconhecido fora até o cristal, podendo se aproximar sem problema algum, e então, o pegando em mãos.
"Aí está você, meu bebê"
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