Cap. 10 - Terra Indefinida
POV Drago.
Meu primeiro sentido a voltar a funcionar foi minha audição. Havia o som do oceano, gaivotas piando distantes e estalos da madeira da embarcação.
Quando minha visão retornou eu abri os olhos e pisquei três vezes seguidas para deixar de ver tudo embasado. Eu estava de ponta cabeça, pendurado nas cordas do mastro secundário já que não havia mais o primário. O navio estava inclinado com a lateral presa em uma enorme rocha que saia da água, havia pedaços dela espalhados pelo convés. A água parecia não movimentar a embarcação, ela estava uns dois metros suspensa, Presa por pedaços de diversos tamanhos da rocha.
Jack estava desmaiado debruçado sobre o leme; Wield, Talia e os marinheiros pelo chão; o observador pendurado pela gola da roupa na ponta do mesmo mastro em que estou preso.
Uma grande confusão.
Me segurei firme com uma mão, e com as garras eu comecei a cortar as cordas que me seguravam. Eu cai e me segurei na corda mais longa, ficando perto do chão. Me solto caindo de pé e vou até a Talia a sacudindo.
Eu: Talia, acorda
Talia: Fogo... - ela falava algumas coisas aleatórias enquanto estava apagada, mas não deixei de a sacudir a despertando lentamente. - Mas o que...
Eu: acorde. Temos de despertar os outros.
Ela assentiu e se ergueu cambaleante, indo até Jack e se jogando em cima dele por não conseguir se por de pe direito. Isso o fez acordar com o susto e ambos caírem, pareciam uma dupla de bêbados que passaram da conta.
Jack: a rocha!
Eu: estamos presos nela, metros acima das águas.
Talia: como ocorreu?
Jack: quando o mar está agitado, ele enche. Neste momento está calmo e vazio comparado a tempestade.
Demorou um bom tempo até todos estarem despertos e totalmente conscientes. Jack analisava o navio de cabo a rabo, procurando furos incapazes de serem consertados, milagrosamente não havia.
Jack: eu sabia que você iria resistir querida. - ele fala, alisando o timão do navio como se acariciasse o cabelo de uma mulher.
Eu: você tem muito apego a esse navio. É estranho.
Jack: para um pirata de verdade, sua vida é o mar, sua casa é seu navio, sua tripulação é sua família e saquear é passatempo.
Talia: Alguém viu o Matt? Eu não acho ele! ÒWÓ
Eu: droga...
Jack: ele deve ter ido para a ilha.
Ele aponta para trás de nós e ao olharmos, havia uma grande ilha com um grande vulcão cuspindo um pouco de fumaça. Como eu não vi uma ilha desse tamanho?
Eu: não há botes faltando.
Talia: Matt sempre nadou muito bem. Pode ter ido nadando.
Wield: Isso é burrice. Pode haver tubarões por essas águas. Além de ter muitas pedras d baixo d'água.
Talia: ele é louco, coisa de família.
Eu: vamos atrás dele.
Jack: Senhores. Enquanto eu estou fora, o imediato está no comando.
Sem demora começamos a puxar as cordas de um dos botes. Talia, eu e Wield entramos nele enquanto Jack o descia para a água. Quando a pequena embarcação se estabilizou o pirata pulou para dentro e pegou os dois remos.
Jack: chegaremos lá no máximo meia hora.
Eu: me acordem quando chegarmos.
Me ajeitei pondo as costas no fundo do bote e fechei os olhos, pegando realmente no sono.
{...}
Talia POV
Quando chegamos na ilha eu acordei l Drago e desembarcamos do bote,.que foi amarrado a uma pedra pelo Jack.
Toda a areia, mesmo longe da água, estava molhada e nao havia indícios de ter chovido recentemente. A mata estava encharcada também, e haviam algas espalhadas aqui e ali.
Eu: MATT! — grito por ele, mas não há nenhuma resposta além do vulcão cuspindo fumaça, suspiro. — essa ilha não deve ser muito grande.
Jack: não seja tão precipitada. Para ter um vulcão daquele tamanho, ela não pode ter menos de menos cinquenta mil quilômetros de praia.
Eu: eu tô velha! Não posso andar tanto!
Wield: se quiser achar o Matt, vai ter de andar mais que isso.
Choramingo:
Eu: eu só queria estar em casa, sentada na minha poltrona e tomando chocolate quente QwQ
Drago: todos queríamos.
Jack: bom. Vamos andando e lembrem-se do caminho que seguimos, caso se percam.
Drago: todos sabemos disso '-'
Eu: por favor, brigar agora não.
Drago e Jack: não pretendemos brigar. — eles dizem, mas conheço esses dois até demais
Eu: só estou dando a ideia.
De canto de olho vi os dois se fuzilando com o olhar, nada anormal.
O caminho estava acidentado. Há muitas pedras com limo pelo chão, isso fez com que dobrassemos a atenção que damos a onde pisamos.
Jack: há muitas poças grandes de água, isso é intrigante.
Drago: não é hora de virar Sherlock Holmes e resolver o mistério.
Jack: essas poças podem ser alguma armadilha, cuidado.
Eu: armadilha? Desde quando uma poça de agua pode ser uma armadilha?!
Assim que eu terminei de falar, sinto algo se enrolar em meu pe e sou puxada bruscamente para o alto. Agora estou balançando de ponta cabeça numa árvore, bem em cima de uma poça.
Eu: haha. Que engraçado.
Wield: que isso?
Drago: armadilha -_-'
Eu: viu? Armadilha.
Jack: mas não são poças. São árvores.
Sim, eles também estão pendurados nas árvores com poças de agua abaixo.
Eu: você e sua boca maldita, capitão Jack.
Jack: você que subestimou.
Wield e Drago; Não é hora pra isso.
O vulcão roncou novamente, a agua as poças sacudiu e começou a se erguer em nossa direção.
Jack: viu que eu disse?! Armadilhas de agua!
Ele começou a se remexer para tentar partir a corda que segurava seu pé. Assim que a corda partiu, ele caiu e a água o engoliu.
Eu: essa coisa é mais funda do que parece!
A água subiu e nos engoliu, eu prendi a respiração e tentei nadar para a superfície, mas ela nunca chegava.
O oxigênio me faltou, comecei a tossir procurando por algum ar mas apenas engolia água. Meu corpo começou a pesar e a última coisa que vejo é um vulto nadando em minha direção.
POV Jack.
Quando abri os olhos, estava em um tipo de bolha gigante. O importante é que consigo respirar.
Drago, Talia e Wield também estavam dentro de suas bolhas "pessoais", seus pulmões subiam e desciam. Mas ao redor da Talia havia muita água, ela deve ter cuspido fora ou alguém lhe deu socorro.
Eu: onde estamos?
"Ei! Jack!" — olho para o lado e vejo o Matt, o mesmo também estava em uma bolha.
Eu: Matt! O que aconteceu?
Matt: Fomos capturados por...
"Calados, prisioneiros." — uma voz ecoa.
A voz veio da frente do veículo puxado a dois cavalos marinhos gigantes, estávamos sendo arrastados por ele.
Matt: estamos debaixo d'água. Isso é mais surreal do que a existência de uma dimensão que poucos tem conhecimento.
Eu: sim...
Talia: aí minha cabeça. Acho que subiu água pro meu cérebro. — ela fala com a mao na testa.
Aos poucos ela, drago e Wield foram acordando...
Talia: Matt! Por onde esteve? Você me preocupou!
Vai começar sermão de mae.
Matt: eu sai para buscar comida e água, já que o que tinha no navio caiu no mar durante a tempestade.
Wield: Fez bem, mas deveria ter esperado alguém para ir com você.
A partir dessa parte eu parei de prestar atenção na conversa. Meu foco agora era como sair daqui sem o condutor da carroça marinha veja. Mas, de acordo com meu conhecimento, isso não será possível.
Uns minutos depois, conseguimos enxergar a área do fundo do mar. E havia uma cidade feita corais e pedras, as casas sendo corais gigantescos o suficiente para humanos viverem dentro. Tirando claro, a parte dos humanos. O pior de tudo, é que eu conheço esse lugar muito bem. Então, ligo os pontos. Está ilha se chama Terra Indefinida. Recebe esse nome porque ela afunda no oceano e muda de lugar constantemente, levando essa cidade de corais e seus moradores junto com ela.
Se eu não sair daqui, com certeza vão me matar.
Talia: que lindo...
Eu: que lindo nada. Que droga...
Continua...
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