XI
-Nós vamos trabalhar para um gangster? Isso é tão incrível! - Foi a primeira coisa que Cabeça-Dura disse quando sua irmã deu a notícia.
Ela balançou a cabeça em indignação.
-Não, Cabeça-Dura, não é incrível! - Ela exclamou. - Você tem noção de onde nos meteu? Vamos nos tornar criminosos por sua culpa! - Cabeça-Dura apenas deu de ombros, realmente não se importando com o que a irmã dizia.
Astrid havia ligado para dizer que Soluço tinha decidido que os dois deveriam trabalhar para ele - ele decidiu pelos dois porque Cabeça-Dura era praticamente inútil sozinho - e se eles não aceitassem, Cabeça-Dura seria morto, então eles não tinham uma opção.
No dia seguinte os gêmeos deveriam se apresentarem na mansão dos Dragões de Berk, seria a primeira vez que Cabeça-Quente veria a melhor amiga como uma criminosa e ela não tinha certeza se estava realmente pronta para isso.
...
Soluço dormia tranquilamente, a cabeça apoiada um pouco abaixo dos seios de sua Rainha e os braços a abraçando pela cintura. Astrid acariciava seus cabelos castanhos de maneira inconsciente enquanto continuava perdida em seus pensamentos.
Ela gostava desses momentos entre os dois, era um dos poucos momentos onde ela podia fingir que tudo era normal entre eles e ela gostava da sensação.
Não entendam errado, ela ama toda a loucura e intensidade da relação dos dois, mas às vezes tudo o que uma garota precisa é de um pouco de normalidade, mesmo que ela seja completamente insana.
Naquele momento de calmaria, ela percebeu o quanto o cabelo dele era desproporcional, com lugares mais curtos e outros mais longos, sem ter realmente um padrão e ela percebeu o quanto isso combinava com ele. Era sem sentido, ao mesmo tempo em que fazia todo o sentido do mundo.
Ela pegou uma das mechas longas do cabelo de seu amado e começou a trança-la, sem realmente perceber o que estava fazendo. Ela deu um nó na ponta da trança para mante-la no lugar e fez a mesma coisa com a mecha ao lado.
-O que está fazendo? - A voz dele era baixa e rouca e ela deu o nó na ponta da segunda trança.
-Trançando o seu cabelo. - Ela respondeu e ele imediatamente levou uma das mãos à cabeça para impedi-la de continuar, mas era tarde demais.
-Astrid! - Ele a repreendeu e ela apenas sorriu.
-O que? Você fica muito melhor assim.
Ele revirou os olhos, levou o rosto para perto do dela e a beijou ternamente nos lábios. As mãos dela deslizaram para as costas dele, tocando as marcas de unhas recém feitas e Soluço estremeceu, aprofundando o beijo.
Os dois aproveitaram o toque um do outro por alguns momentos antes de se separarem. Ele voltou a deitar a cabeça onde estava e Astrid voltou a acariciar os cabelos do rapaz.
-Obrigada por não matar o Cabeça-Dura. - Ela agradeceu e Soluço sorriu.
-Você sabe que eu faria tudo por você, meu amor.
Ela sorriu, adorando suas palavras doces.
-O que vamos fazer essa noite? - Ela perguntou e ele olhou para ela com olhos luxuriosos. Astrid revirou os olhos. - Não estou falando disso!
Soluço riu.
-Eu tenho certeza de que você vai adorar, minha linda.
Astrid olhou para ele, não sabendo muito bem do que ele estava falando.
-Eu espero que você esteja falando da mesma coisa que eu.
Ele se posicionou acima dela, o sorriso em seu rosto era maldoso, pervertido e a mente de Astrid começou a imaginar tudo o que ele faria.
-Eu tenho certeza de que estou...
...
-É como se estivessemos vivendo a história de Boonie e Clyde toda outra vez. - Reclamava o detetive SangueBravo.
-Boonie e Clyde morreram fuzilados, duvido que o Fúria da Noite e essa garota também terminem assim. - Perna-de-Peixe respondeu, prestando mais atenção ao seu bolinho do que ao parceiro.
Drago suspirou pesadamente, se jogando em sua cadeira.
-Você viu como ele corria com ela naquela boate? - Drago continuou. - Todos os capangas foram deixados para trás, mas ela estava com ele o tempo todo.
Perna-de-Peixe revirou os olhos.
-Drago, você ouviu a psiquiatra: o Fúria da Noite é capaz de amar. Não como uma pessoa normal, mas ainda é amor.
Drago balançou a cabeça.
-Não, eu não confio nessa psiquiatra, tem alguma coisa errada com ela. Eu tenho certeza de que essa garota é apenas uma peça do jogo dele, ela é apenas uma distração para nós.
Perna-de-Peixe suspirou, desistindo de argumentar com o parceiro.
...
O alarme do museu ressoava quando Soluço e Astrid invadiram o lugar no meio da noite.
Não havia nada melhor do que estragar as obras de arte de um museu, era isso o que Soluço havia dito para ela abtes de os dois entraram no prédio.
Eles rasgavam quadros, jogavam tintas em manuscritos e quebravam estátuas, rindo loucamente a cada novo estrago feito.
Em certo momento, eles se separaram. Ela foi para a exposição no andar de cima e ele ficou no andar de baixo. Os dois estavam sozinhos, nenhum capanga com eles e o casal aproveitava seu "encontro".
Mas é claro que a noite romântica do casal de criminosos tinha que ser rudemente interrompida pela polícia, que invadiu o lugar.
-Parado, Clyde. - Ordenou o detetive SangueBravo ao gangster que admirava o belo sorriso pintado em vermelho na Mona Lisa.
Soluço olhou para o detetive, franziu a testa por um momento abtes se sorrir.
-Uau, você está ficando bom em referências, Detetive eu nunca teria pensado em Boonie e Clyde.
Astrid havia acabado de descer para ver seu amado, quando viu o detetive apontando uma arma para o seu doce anjinho.
-Não tente nenhuma gracinha! - O detetive avisou e Soluço sorriu.
-Mas não é comigo com quem você deve se preocupar, detetive.
O detetive riu em ironia.
-Ah, não? Então com quem?
-Comigo. - Astrid respondeu antes de dar um forte soco na têmpora do homem, o fazendo cair desnorteado no chão.
Astrid passou por cima dele, se jogando nos braços de seu amado, que a envolveu pela cintura.
-Por que demorou tanto, princesa?
Ela riu da reclamação dele.
-Sentiu a minha falta?
Ele sorriu, acariciando o rosto dela com uma das mãos.
-Meu amor, cada segundo sem você é um martírio interminável. - Ele a beijou e a loira não perdeu tempo em corresponder.
O beijo era intenso, seus lábios se moviam em sincronia e as línguas lutavam por dominância - uma ludlta da qual ele novamente saiu vitorioso.
O detetive se levantava, sentindo seu estômago revirar ao ver o casal de criminosos à sua frente.
-Aproveitem enquanto podem, soube o que o manicômio não permite visitas íntimas.
Astrid quebrou o beijo, olhando o detetive com nada além de ódio em seu lindo rosto. Soluço abafou as risadas, sabendo que o detetive habia cometido um grave erro, afinal, essa era a regra número um da Nadder: nunca ameace separa-la de seu anjinho.
Ela se afastou de seu amante, a arma do detetive estava apontada para os dois e a loira cerrou os punhos antes de pegar impulso e chutar a arma do detetive para longe, o fazendo dar alguns passos para trás pela perda momentânea de equilíbrio.
Astrid desprendeu os dois espinhos nos cantos de sua coroa. Lâminas afiadas saíram de dentro dos espinhos dourados e ela pressionou os metais na garganta do detetive, em formato de "x" e o empurrou contra a parede mais próxima, o deixando imóvel.
-Escute com atenção, detetive: - a voz dela era baixa, sexy, letal e completamente assustadora, diferente de tudo o que o detetive já havia ouvido - apenas a morte vai nos separar, então não me ameace outra vez, a não que tenha a intenção de colocar uma bala no meu peito. - Ela avisou. - Agora você vai ser um bom menino, vai pegar seu maldito comunicador e dispensar todas as viaturas lá fora.
-E se eu não fizer isso? - Ele a desafiou, a fazendo pressionar mais ainda as lâminas em sua garganta.
-Acha mesmo que tem uma escolha?
O detetive engoliu a seco e, infeliz, pegou seu comunicador.
-Todas as viaturas, atenção: tudo não passou de um alarme falso. Repito: tudo não passou de um alarme falso.
-Senhor... - Protestaria um dos policiais, mas Drago o interrompeu.
-Estão dispensados. - Ele desligado o comunicador e pouco tempo depois as viaturas deixaram o prédio. A loira sorriu.
-Muito bem, detetive. - Ela disse como alguém que parabeniza um filhote por ter dado a pata corretamente.
Ela retirou uma das lâminas do pescoço dele e a encravou em seu olho esquerdo, o detetive gritou e Soluço sorriu para seu pequeno monstro.
-Isso é para que você se lembre de não voltar a ameaçar o meu anjinho. - Ela sussurrou no ouvido dele, arrancou a faca com força e prendeu novamente os espinhos em sua coroa.
-Vamos, princesa, - Soluço a chamou - nossa noite ainda não acabou. - Eles deram as mãos e saíram do museu como se nada tivesse acontecido.
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