06. Sigilo quebrado, mistério revelado
Sua visão estava um pouco turva, o contraste do celular quase o deixou cego.
Apesar de ter cumprimentado Baekhyun, Jeongguk não o viu com clareza. A luz ainda incomodava seus olhos, fazendo com que os lumes perdessem o foco por alguns minutos. No entanto, aquela cintilância não pareceu causar incômodo algum para o pequeno alfa.
Sentiu que após a chamada ser encerrada, Jimin ficou extremamente quieto, o peito subindo e descendo um pouco acelerado. A mão pequena ainda aquecia seu joelho, um toque gentil e confortável. Para chamar a atenção dele, acariciou com as pontas dos dedos o antebraço até chegar na semelhante, que descansava distraidamente.
Ao sentir seu toque, o ômega voltou a morder os lábios, mas quando seus olhos o encararam-no por um breve momento, ele os libertou, como se lembrasse do toque e do seu aviso sobre ele se machucar. Porém, Park também parecia um pouco incomodado, e isso só se confirmou quando, prontamente, se levantou e disse:
— Os dois, venham comigo.
Youngmin não esperou ele terminar a frase por completo, seguindo-o como uma sombra obediente. Jeon decidiu fazer o mesmo, seguindo pai e filho sem questionar qualquer dúvida.
Era óbvio que os três chamaram atenção quando saíram do jardim, o velho Kang sorriu para Jeongguk, e piscou para ele, antes que o trio sumisse dentro da casa. Não sabia para onde estava sendo levado quando estava subindo as escadas, várias portas no corredor pareciam um labirinto. O ômega abriu uma delas, e apontou para dentro do cômodo, indicando para eles entrarem.
Youngmin foi o primeiro, depois Jeongguk o seguiu com receio e, por último, Jimin. Ele fechou a porta atrás de si, e cruzou os braços.
— Sentem-se. — Os dois alfas sentaram na cama bem arrumada do quarto, provavelmente de hóspedes. — Você sabia sobre Jeongguk ser o seu pai?
Youngmin assentiu, intercalando o olhar entre os pais. Os pés balançando por causa da altura da cama.
— E por que você não me disse nada, filho?
— O papai Gguk não queria que eu falasse. — Os olhos de Jimin estreitaram-se, fitando o pedagogo por alguns segundos. Youngmin viu seu papa ficar vermelho, os braços cruzados enquanto o pé batia impaciente no chão. — Não briga com ele, papa!
— Por favor, seja sincero comigo, e diga-me que você não levou o meu filho para falar sobre você ser pai dele. — Jeon se desesperou, negando rapidamente.
— Eu não fiz isso, tem minha palavra, Sr. Park. Fui sincero quando disse que não iria interferir na sua vida e na de Youngmin, jamais faria tal coisa sem que você estivesse de acordo. — O alfa suspirou, compreendendo os sentimentos confusos do ômega, principalmente depois da revelação descarada do filho na chamada com Baekhyun. — Não estou aqui para tomar seu lugar, ou tirar o seu filho de você, mas gostaria de poder conhecer o Youngmin.
Jimin não respondeu, e Jeongguk se levantou, tomando as mãos trêmulas dele e acariciando os dedos gordos. Os olhos do ômega brilhavam em confusão e medo, o receio tão nitidamente escancarado.
— Pedi ao Youngmin para não contar sobre ele ter descoberto sobre paternidade, pois queria conversar com você antes, e acima de tudo. No entanto, ele me pegou de surpresa quando perguntou sobre eu ser o pai dele e, caramba, Jimin, eu não queria mentir para ele. — Jeongguk tomou fôlego, e em seguida, continuou. — Não vim exigir nada. Se você pedir para me afastar, tem minha palavra de que irei fazer o que me pediu. Mas gostaria de pedir sua permissão para ter um tempo com Young, para conhecê-lo melhor.
Os olhos do ômega fitaram o filho encolhido na cama, os pés pequenos balançando enquanto esperava uma resposta. O semblante esperançoso no rosto fez o coração do pai ômega doer, mas preferiu acreditar nas palavras de Jeongguk, e na promessa de que nunca tiraria o filho dele.
Seguiu até o filhote, ficando de joelhos no chão para ficar na altura dele.
— É isso que você quer, Youngmin? — indagou com a voz trêmula.
— Sim, papá! — O filhotinho abraçou o pai ômega, enquanto seus olhos brilhavam na direção de Jeongguk. — A gente vai ser uma família.
Jimin gostaria de explicar que eles seriam uma família, mas Jeon ficaria distante do seu apartamento. Seu filho era muito traquino, e quando estava na companhia de Eunji, eles viravam um furacão. Então, era mais do que provável que eles aprontassem alguma.
E antes que pudesse dar uma explicação, Jeongguk já estava atrás de si, deixando um carinho nos cabelos de Young.
Talvez o alfa não tenha percebido, mas estava deixando seu cheiro se espalhar pelo cômodo. Jimin sentiu que não era proposital, a liberação de feromônios felizes acertou-o em cheio e o fez relaxar e inspirar um pouco da fragrância máscula de alfa.
— Ele vai morar com a gente, não vai, papai? — Youngmin segurou os ombros do progenitor para encará-lo.
— Não, meu amor. — Um biquinho nasceu nos lábios carnudos do pequeno alfa. — Jeongguk já tem a casa dele. Para morarmos juntos, Jeongguk e eu deveríamos ter alguma relação, seja de amigos ou... Seu pai e eu não somos um casal, entende?
— Casa com ele, papai! — Aqueles olhos pidões que sempre conquistava o pai lacrimejou, enquanto dava a solução óbvia. Pelo menos, para ele.
Aquelas táticas o ômega conhecia perfeitamente, Eunji usava ela todas as vezes que Baekhyun não queria lhe comprar algo.
— Não, querido. Falamos sobre isso depois, agora vá comer alguma coisa. — O menino olhou desconfiado. — Seu pai e eu só vamos ter uma conversa. Agora, desça e vá ficar com a vovó.
Ainda relutante, a criança assentiu, obediente, e correu para fora do quarto, não antes de dar um "Tchauzinho" para o pai alfa. Jeongguk ouviu a porta bater e, em seguida, Jimin apontou para uma pequena varanda.
As duas cadeiras de descanso acomodaram ambos rapazes, o sopro do vento não era tão gentil, mas as roupas acolhedoras minimizavam um pouco. Com os pés juntos e as mãos no colo, Jimin encarou o alfa.
— Sabe, ter o Youngmin foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Nesses quatros anos, tive que passar por muita coisa até chegar aqui. Não foi fácil, senhor Jeon. Quando um ômega está sozinho com um filho, você não tem ideia do quanto as pessoas julgam. São olhares estranhos, muitas vezes de pena e julgamentos horríveis. Mas isso, de modo algum, fez-me arrepender de ter o Youngmin. — O barulho no jardim fez Jimin dar uma leve pausa.
Seu olhar era distante, mas olhos pretos o encaravam fixamente.
— Tive tanto medo nos primeiros meses da gravidez, mas não estava sozinho. Eu tinha a minha família, e a sua. — Encarou o alfa. — Sua família foi muito presente desde o nascimento do Youngmin, principalmente a sua mãe. Implorei para que ela não lhe contasse sobre o meu filho, por medo que você o tomasse para si, mas acho que te julguei mal... — As bochechas salientes ganharam um tom levemente rosado, enquanto desviava os olhos do alfa. Jimin se sentia inquieto quando ele o encarava dessa maneira, com tanta atenção e apreciação, como se estudasse cada parte do seu corpo.
Inconscientemente, Jeon também expirava seu cheirinho, e sem perceber, ele deixava ruídos quase imperceptíveis de deleite. Jimin resolveu não comentar sobre isso, mas de certa forma, o deixava envergonhado.
— Você pode continuar, sabe... com Youngmin. Só não machuque meu bebê. — Jeongguk abriu um sorriso gigante, mostrando os dentes branquinhos. — Mas fique de olho quando ele estiver com Eunji, os dois juntos são um grande perigo.
Envolvido na felicidade, o alfa tomou as mãos do rapaz, acariciando.
— Estou feliz em saber que minha família lhe deu todo o suporte possível, e conhecendo a minha mãe, ela jamais o deixaria sem amparo — confidencializou, deixando seus dedos longos manter o ritmo de um carinho leve nas mãos do rapaz. — Sinto muito pelo que você passou, ninguém merece passar por isso. Mas tem minha palavra, não vou machucar o Youngmin, é uma promessa.
— Acho bom você cumprir ou vai ter que se resolver comigo e com o Sr. Kang. — Em rompante, Jeongguk se afastou, com medo.
— Não diga isso nem de brincadeira, Jimin. Esse velho me assusta.
O ômega riu do desespero alheio, levantando-se da cadeira. Seus braços se apoiaram no conforto do cercado da madeira e não demorou muito para que Jeon se juntasse a ele.
Ambos ainda riam do pequeno terror causado por Jimin, mas o alfa estava tão acomodado com a presença do outro. Queria abraçar aquele ômega, rodear seus braços na cintura dele, deixá-lo perdido e encurralado entre seu corpo e a varanda.
Se fosse somente a sua vontade, seria mais fácil, mas o seu lobo alfa também queria estar mais próximo do belo ômega. Jeongguk só não sabia como fazer isso ir adiante.
— A gente pode ser... amigos? — indagou baixinho, com receio de tomar um fora, porém para sua surpresa, Jimin sorriu gentilmente.
— Vamos ver se você me conquista. — E então ele piscou para Jeon.
Park não encarava, estava ocupado se divertindo com a conversa que rolava no jardim. Por isso, ele não percebeu quando o alfa se aproximou, não chegou a colar os corpos, mas estava próximo o suficiente para sua respiração bater na bochecha redonda.
— Eu o conquistarei! — disse, lambendo o lábio quando finalmente os olhos bonitos caíram em sua figura. Foi preciso muito autocontrole para não beijá-lo, estavam muito perto e isso o deixava agitado.
— Estou contando com isso, Jeongguk.
Gostou como seu nome escapou da boca bonita, seus ouvidos pinicaram e o seu lobo ficou afoito, desejando ouvir mais vezes.
Não souberam quanto tempo se passou, mas a companhia um do outro não era incômoda. Jimin ainda tinha suas inseguranças, seus medos não o deixariam tão facilmente, no entanto, naquele momento com Jeongguk, todas as coisas ruins foram empurradas para o fundo do poço, e agora só ficava na nova amizade que fizera.
[🧑🍼]
Baekhyun suspirou quando parou em frente ao antigo prédio que morava com Chanyeol. Recordações dolorosas e felizes invadiram sua mente, lembranças que eram boas, de fato, mas acabaram virando dolorosas pela saudade e separação.
A memória ainda vívida de quando o seu ex-marido o beijava docemente na janela, e em dias chuvosos, o casal e a filha se jogavam embaixo das camadas de cobertores enquanto o grande colchão era jogado na sala. As luzes apagadas e copos de chocolate quente, a TV ficara ligada em desenhos até que o sono batesse na porta.
No entanto, aqueles momentos não se repetiram mais. Principalmente depois de Chanyeol voltar do trabalho, o rosto pálido e as mãos geladas. Baekhyun por muitas vezes tentou conversar, tentou arrancar qualquer coisa do marido, até o tal carteiro entrar na história.
Suspirou novamente, agarrando a mão da filha para finalmente enfrentar qualquer dor do seu antigo casamento. Entrou no edifício, procurando pelo porteiro, mas ele não estava em seu posto.
— Papai, olha o Sr. Kim! — A menina balançou o braço do pai, apontando para o homem que estava rodeado de crianças.
Baekhyun balançou a mão, acenando para o homem. Ele demorou um pouco para vê-lo, mas quando avistou o ômega, ele correu em sua direção para cumprimentá-lo.
— Sr. Park, obrigado por vir.
Sorrindo sem jeito, o ômega curvou com formalidade.
— Ah, oi, Sr. Kim. — O porteiro também cumprimentou Eunji antes de se voltar para o pai dela. — O senhor ligou para mim, parecia ser urgente...
O rosto do alfa se tornou sombrio e ele olhou para os lados, verificando se tinha mais alguém por perto.
— Liguei porque estava realmente preocupado com o seu alfa. — Baekhyun quis comentar que Chanyeol não era mais o seu alfa, mas engoliu a menção e o deixou continuar. — Não é a primeira vez que uns caras estranhos aparecem por aqui atrás dele, esses homens ficavam passando de carro por aqui, e até mesmo passavam a noite estacionado do outro lado da rua. Mas dessa vez foi diferente. Eles vieram, entraram sem permissão e alguns barulhos de algo quebrando foram ouvidos pelos vizinhos.
Baekhyun estremeceu com medo. Eunji se enroscou na perna do pai, abraçando-o, os olhos arregalados enquanto ouvia a conversa.
— Liguei para Chanyeol dezenas de vezes e não obtive resposta, não me restou escolha a não ser ligar para você. Na verdade — a voz do Kim foi diminuindo conforme sussurrava —, Chanyeol não queria que eu lhe contasse isso, mas ele me pediu para não deixar você se aproximar do apartamento. A princípio, achei que era pelo relacionamento de vocês, mas agora acho que não foi por isso.
— Você acha que Chanyeol está envolvido com... pessoas erradas? — Baekhyun tinha medo de descobrir o que de fato seu ex-esposo estava envolvido.
Avançar nas perguntas como: "Quem eram esses homens que rodavam o prédio? Por que Chanyeol se afastou tão repentinamente, e quem era Kim Jongin?". Baekhyun não tinha certeza se queria saber a resposta delas.
— Sim — respondeu honestamente. — Não sei no que ele está envolvido, mas os homens que o visitaram, com toda certeza, não eram bonzinhos. Você quer que eu o acompanhe até o apartamento?
— Depois de ouvir o que você falou, me sentiria mais seguro se você nos acompanhasse. Por favor. — Estava com medo, seu corpo inteiro ainda dava algumas estremecidas quando pensava em Chanyeol e no perigo que estava correndo.
— Me acompanhe.
Sr. Kim saiu na frente e Baekhyun pegou Eunji no colo. A menina deitou a cabeça no ombro do pai, rodeando os braços ao redor do corpo dele.
Suas pernas estavam bambas quando o elevador parou no quarto andar, o corredor vazio, e o silêncio não era nada acolhedor. Quando morava no apartamento 231, lembrava-se dos vizinhos serem barulhentos e pelas crianças que viu lá embaixo, alguns deles continuavam morando ali. A diferença é que tudo estava assustadoramente quieto, era provável que eles estivessem com medo.
— Posso abrir? — Assustou-se quando, de repente, o porteiro falou.
— Claro, pode sim.
O alfa destravou a porta e abriu. O queixo deles caíram em descrença quando fitaram o interior do apartamento. Estava tudo destruído, além dos vidros espalhados pela sala. Os quadros e decorações que Baekhyun deixou para trás tinham ganhado fins horríveis.
— Oh, céus! — Quando entraram no apartamento, puderam ver algumas manchas vermelhas, assemelhando-se a sangue. Eunji rapidamente enterrou o rosto na curvatura do pescoço do pai, escondendo qualquer horror. — Chan...
Qualquer desentendimento que tivesse com o ex-marido, isso foi deixado para trás. O medo estava lhe consumindo e podia sentir que sua filha também temia pelo pior, o aperto em seu pescoço só aumentava. Acariciou as costas dela para tentar acalmá-la, porém quem realmente era bom em fazê-lo com sucesso era o seu ex alfa.
Não só com Eunji, mas também consigo. O alfa sempre os embrulhava em seu abraço, deixando-os confortável em seu peito. Ele contava piadas e histórias bobas, deitava na cama e não saia do lado de ambos, até que estivessem dormindo ou se sentindo seguros.
Baekhyun não conseguira pensar em como e o por que ele estava naquela situação.
— Sr. Park, me desculpe, mas preciso avisar o meu chefe sobre o que aconteceu. — O ômega somente assentiu, pois impedir o rapaz de não comunicar o patrão só traria problemas para ele. — O senhor gostaria de vir comigo? Temo em deixá-lo sozinho.
— Está tudo bem, eu só...
Antes que Baekhyun pudesse terminar de falar, um homem alto apareceu na porta. O rosto sombrio e o cheiro forte de ervas, o cigarro que ele segurava na mão, conduziu até a boca para tragá-lo. Ele encarou o pequeno ômega com os olhos afiados e, em seguida, mais dois homens apareceram ao seu lado.
— Você mora aqui? — ele indagou, surpreso. No entanto, os dois rapazes atrás dele pareciam se divertir.
— Eu...
— Ele estava procurando um apartamento. O dono desse ainda não apareceu, se ele não o fizer com antecedência, receio que o aluguel irá para outra pessoa. — Sr. Kim interviu, ficando na frente de Baekhyun. — E como eu ia dizendo, senhor Lee, esse apartamento é um ótimo lugar para sua família. Não terá muito trabalho em subir as escadas caso o elevador não esteja funcionando, mas posso apresentar outro para o senhor.
O ômega prontamente entendeu que não deveria dizer seu nome ou qualquer verdade sobre sua vida. Aqueles homens lhe deixavam aterrorizado e seu lobo só queria seu alfa para protegê-lo.
— É claro. Se o senhor tiver algum apartamento livre no segundo andar, também seria uma ótima escolha. Morar com irmãos e primos é sufocante, quanto mais parto da garagem, melhor. Assim posso fugir deles. — O porteiro deu um sorriso trêmulo, fingindo que estava tudo bem.
Por outro lado, Baekhyun estava ficando pálido, até suas mãos suavam. Ele saiu do antigo apartamento e se dirigiu para o corredor.
— O senhor também está procurando por um apartamento vago? Pode ficar com esse se desejar, deve ter algum livre que posso ficar ele. — Os olhos redondos do ômega capturaram bem a imagem daqueles alfas, cada detalhe. Era como se eles estivesse o analisando, fitando até mesmo a menina no colo do pai.
Um sorriso dançou nos lábios grossos do homem quando disse:
— Pode ficar com esse, ômega. Não estamos procurando um apartamento, de fato, mas o cara que morava aqui é um pé no saco. Ele precisa de uma lição, se é que me entende. — Ah, sim, Baekhyun sabia muito bem o que eles queriam. E que se Chanyeol fosse pego por eles, jamais sairia vivo. — Me desculpe, senhor, acabei confundindo-o e achei que você era familiar do cara que morava aqui.
— Sinto muito, eu não o conheço. Só estava interessado em alugar o apartamento. — Mentiu. — Senhor Kim, muito obrigado por me apresentar os que estavam disponíveis, irei informar a minha família. Esse parece aconchegante, mas ainda não tenho certeza. Acho que é melhor voltar outra hora e com o meu alfa.
— Acho que é uma ótima decisão. — Sr. Kim coçou a garganta e Baekhyun entendeu que era sua deixa, e que precisava sair o mais rápido dali.
— Vejo você na próxima! — Se curvando formalmente, deixou os rapazes para trás e caminhou apressado para o elevador. Ainda sentia sua pele queimar por ser seguido pelos olhos atentos dos alfas, agradeceu aos céus quando a porta de metal se fechou lhe dando total privacidade.
— Papai? Onde está o papai Chan? — Até então, pensou que Eunji tivesse cochilado. Ela estava tão quieta desde que entraram no edifício.
— Eu não sei, meu bem. Realmente, não sei. — Baekhyun não gostava de mentir para sua filha, por isso que era tão verdadeiro. É claro que ocultava certos assuntos e detalhes dela, Eunji não precisava se meter em assuntos de adultos. Sua lobinha era muito inteligente e apegada a Chanyeol, com toda certeza estava sentindo sua falta. — Não se preocupe, princesa, seu pai é um alfa muito forte. Quando chegarmos em casa, vou ligar pra ele e assim vocês podem conversar. Tá bem?
— Tá bem.
Quando o elevador abriu, Baekhyun saltou tão rápido quanto suas pernas conseguiam e caminhou direto para onde estava estacionado o carro. Acomodou sua filha na cadeirinha e deu meia volta para entrar no carro, quando finalmente estava sentado e com as portas travadas, ele suspirou.
Queria chorar e gritar. Se Chanyeol estivesse ali, não tinha certeza se o abraçaria ou bateria nele até que lhe contasse o que estava acontecendo.
— Vamos pra casa, filha. — Olhou para trás, dando o melhor sorriso reconfortante para a pequena Park.
Eunji apenas pôde concordar, encolhida na cadeirinha.
[🧑🍼]
Era madrugada quando a festa acabou e a família se reuniu para se despedir. É claro que Jin e o velho Kang discutiram sobre levar as sobras para casa.
Jimin ouviu as reclamações da mãe pedindo-lhe para dormir em sua casa, mas ele não queria dar mais trabalho. Queria ir para casa e dormir no conforto do seu quarto. Apesar da distração da festa, ainda estava com a mente a mil, trabalhando na conversa que teve com Jeongguk.
Pensar no pai do seu filho lhe deixava ansioso. Ele era um homem tão bonito e cheiroso, é claro que Jimin se sentia quente perto dele. E para piorar, o alfa se manteve ao seu lado durante horas, rindo das baboseiras e fofocas que os velhotes contavam. Ora ou outra, o Jeon era arrastado pelo filho e logo os dois sumiam enquanto brincavam. Esse era o tempo que o ômega tinha para se acalmar e esconder as bochechas levemente rosadas.
Já estavam indo embora quando um sorriso cruzou os lábios carnudos de Jimin enquanto sentia a mão do alfa tocar suas costas, em um carinho inconsciente.
— Vou levá-los para casa — informou Jeongguk, terminando a conversa com Kang e Seokjin. Sua mão ainda pousava suavemente no interior das costas delicada, mas sua atenção era para os convidados e familiares.
Jeon insistiu que o levaria para casa e que não o deixaria pedir um Uber naquele horário. Concordou e Youngmin ficou feliz, saltando e batendo palmas de um lado para o outro.
— Young, vá se despedir das suas avós. — O menino correu para fazer o que o ômega pediu, e Jeongguk continuou se despedindo dos novos amigos que ele fez. Quando Youngmin voltou, ele segurou a mão de Jimin e os três acenaram antes de partir.
Era evidente para todos o quão, não só a família, como também Jimin, Youngmin e Jeongguk estavam felizes. O velho Kang passara a noite provocando o alfa, avisando-lhe que se machucar Jimin, as ferramentas dele o acertariam com tanta força que ele não iria sobreviver. Por outro lado, Seokjin continuou chamando o alfa para apostar sobre quando sairia o casamento.
O professor, já relaxado e acostumado com os velhos, apenas se divertia com as provocações. Entretanto, ele ficava tímido quando era alvo de risadas ao ser pego admirando Jimin, completamente hipnotizado. Isso também acontecia quando o ômega se levantava para pegar comida e os olhos do educador o seguiam descaradamente.
Youngmin foi cuidadosamente deixado na cadeirinha infantil e ao seu lado, estava o ômega. Embora Jeongguk desejasse que ele sentasse ao seu lado, a melhor escolha que Jimin fez foi sentar-se longe. O alfa estava se sentindo um idiota, não contendo seus impulsos em não parar de olhar o belo rapaz.
Engatou uma conversa sobre desenhos com Youngmin para assim finalmente conseguir aliviar a tensão que estava no seu corpo.
"Amigos, Jeongguk. Somente amigos", lembrou, repetindo o inúmeras vezes.
O carro estacionou em frente ao prédio em que Jimin morava, o ômega rapidamente saiu e tirou o filhote quase adormecido.
— Obrigado por nos trazer, Jeongguk — agradeceu sorrindo gentilmente.
— Não precisa agradecer, Jimin. Não deixaria que você pedisse um Uber tão tarde, é perigoso. — Jimin assentiu e subiu a calçada. Percebendo que seu filho estava quase dormindo, Jeon achou melhor se despedir dele com o beijo na testa, mas Youngmin estava grudado em Jimin. — Ei, garotão, tenha bons sonhos.
Com a permissão do ômega, ele se aproximou, colando os lábios na testa do filho. Young abriu os olhos turvos, procurando pela figura do pai alfa.
— Não vai dormir com a gente? — Os olhos pidões quase derrubaram o professor, que não conseguiu reprimir o impulso de se aproximar mais.
— Não acha mais legal a gente combinar de você dormir na minha casa? — Jimin riu quando Youngmin, sonolento, franziu a testa.
— Mas e o papai, Ji? Ele não vai dormir com a gente? — A inocência do filhote deixava os pais sem reação, e claro, constrangidos.
— Bem... — Jeongguk não sabia o que dizer.
— Vamos deixar esse assunto para depois, sim? Está tarde e seu pai precisa ir para casa dele. Dê tchau para ele. — O pequeno alfa emburrou-se, com um bico nos lábios. Ele abriu os braços para que Jeongguk o abraçasse, fingindo choro. — Tão falso...
Com movimentos rápidos e quase desesperados, Jeongguk foi facilmente enganado e abraçou a criança. O cheiro forte invadiu as narinas do ômega, e foi inevitável não suspirar baixinho.
— Pivete, não provoque seu pai. — Beijou a bochecha do menino, que riu e sentiu o cabelo ser acariciado. — Bom menino.
Os olhos de Jimin se arregalaram, lembrando o hábito de fazê-lo com Youngmin. O seu filhote coçou a cabeça onde foi depositado o carinho, com os lumes brilhantes.
Jeongguk era realmente um alfa surpreendente.
Sentiu-se pequeno quando ele direcionou a atenção para si, os olhos escuros que o acompanharam a noite toda. Onde quer que fosse, sua pele ardia sob o olhar penetrante do alfa.
Do mesmo jeito que ele estava fazendo agora.
Captando o quão nervoso o belo ômega estava, a mão que tocaria o rosto dele recuou.
— Boa noite, Jimin. — Curvou-se, decido ir embora sem tocá-lo e talvez fosse melhor. Estava se controlando a noite toda, e ainda assim, não foi suficiente. Deixava sua mão escapar, tocando-o uma vez ou outra.
Antes que ele pudesse ir embora, Jimin o chamou, ansioso.
— Jeongguk! — O moreno virou e voltou a ficar rente ao ômega. — Boa noite, e tenha cuidado ao voltar para casa.
O corpo do alfa sentiu especificamente quando os lábios grossos selaram sua bochecha, de repente. Manteve-se rígido, controlando o impulso de virar o rosto e beijá-lo. O calor da doçura do beijo deixou-o quente e desejando que esse contato não acabasse, por isso, quando Jimin se afastou, o liberando do encanto, Jeongguk retribuiu beijando a bochecha dele.
Pego de surpresa, o ômega se encolheu um pouco, mas fechando os olhos para apreciar a sensação eletrizante percorrer seu corpo. Jeongguk segurou a cintura suavemente, somente para tocá-lo e pressionar com mais afinco os lábios na bochecha redonda.
— Suba, por favor — pediu, com a voz rouca. Apesar do seu pedido, Jeon ainda o mantinha preso a si, sua mão não o soltara, e quando o ômega concordou balançando a cabeça, seus lábios, que continuavam rente a bochecha, esfregaram-se na pele macia.
Quando finalmente o livrou do seu toque, Jimin cambaleou para trás, com as pernas fracas. Youngmin já tinha voltado para o conforto do ombro do pai, ressonando.
— Tchau! — ele se despediu apressado, quase correndo para o edifício.
Jeongguk continuou fitando o ômega e seu filho entrarem, somente assim conseguiu voltar para o seu carro. Seus dedos apertaram o volante, feliz por se impedir de beijá-lo com força. Seu corpo estava quente e precisando de um banho. Um banho bem gelado.
O cheiro ansioso de Jimin o deixou impossibilitado de reprimir suas ações, por isso não conseguia tirar os olhos dele. Nem mesmo quando ele se afastava por breves segundos e quando voltava, Jeongguk estava pronto para admirá-lo de perto.
Aquele ômega estava lhe deixando louco e não sabia como controlar seus feromônios perto dele. Ele o deixou tão quebrado, tão quente e com desejos percorrendo perversamente seu corpo que estava ficando maluco.
Céus, ele realmente precisava de um banho gelado.
◇●○◆○●◇●○◆○●◇
Faz um tempo que não apareço, né? Mas finalmente o capítulo veio! Espero que vocês estejam bem <3
Agradeço imensamente a @jminduim por betar o capítulo, obrigado princesa ♡
Espero que gostem do capítulo, um beijão. Até o próximo, amores ♡
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top