A Verdade Sobre Tudo



 

— ... Agora vocês saberão a verdadeira história de Camille O'Connell Forbes.

— Que? — Disse Caroline com o rosto espantado. Ela não conseguia acreditar que aquele demônio que a feriu durante anos fora ser sua irmã.

— Exatamente isso. É sempre melhor começar do começo, não?! Eu vou falar e não quero que me interrompa. Cada vez que me atrapalhar levará um tapa na cara. — diz Camille toda autoritária. A loira O'Connell logo olha para tela do notebook. — Toda vez que vocês ai desse lado me interromper, Caroline leva uma mutilada no braço, não que ela já não esteja pronta, já que treinou por anos isso.

Caroline concorda com a cabeça e do outro lado do notebook eles respondem que entenderam.

— Ótimo. Vamos começar no ano em que eu nasci. Como eu disse, eu sou filha de Liz Forbes e do maridinho idiota dela, assim como Caroline.

"Eu tinha dois anos de idade quando soube que você iria nascer, lembro-me de pouco, mas posso sentir como se fosse ontem. 

"Eu fiquei muito feliz pois iria ter uma irmãzinha para brincar de boneca e colorir desenhos comigo, além claro de ser a pessoa na qual eu poderia confiar totalmente por ser minha irmã.

"Todos os finais de semana eu comprava brinquedos novos para nós duas, eu escolhi a tinta da sua parede, eu que escolhi seu nome Caroline.

"Então veio a tremenda desgraça, que fez minha vida inteira ser mudada.

"Papai logo foi despedido do grande emprego dele. Então nos mudamos de casa, apertamos o bolso e você, Caroline, estava prestes a nascer.

"Estávamos em dívida, sem saber o que fazer. Eu perguntava toda noite por você, se você ficaria bem. E foi em uma noite que tudo mudou.

"Papai e mamãe discutiram sobre o que deveriam fazer. Até papai chegar um dia bêbado em casa, alegando que deveriam doar a filha mais velha. Doar Camille. Camille já havia vivido três anos com a família Forbes, nem cogitaram em abortar você. Você nem havia nascido e já era a mais amada da família. Sempre me deixando de lado.

"Doar Camille para quem? Decidiram doar para minha querida mãe do coração, Jô. 

"Jô era uma velha amiga da faculdade de Liz, ela sempre tentara ter filhos mais não pudera. Quando Liz me ofereceu para ela, Jô nem pensou duas vezes, acabou ficando comigo.

"Não sei direito o que aconteceu já que não me lembro, foi Liz que me contou tudo a uns anos atrás. Eu chorei todo dia para ficar com você e papai e a mamãe de novo.

"Só me tiraram da cama as quatro da manhã e falaram que eu precisava levantar. Falaram que eles tinham que ir no hospital pois você estava quase nascendo, então ela me deixaria com uma amiga, a Jô.

"Não me lembro de muita coisa.

"Mas Liz me disse tudo. Ela disse que não poderiam me doar, ia parecer mal para a imagem dela para a cidade, já que é uma Forbes.

"Ela disse que sempre me amou e que sempre se arrependeu, mas se ela se arrependeu por que nunca voltou para mim??! Eu esperava alguém todo dia, só não sabia quem. 

"Eu ficava na janela da casa da Jô perguntando sobre mamãe, papai e você. Liz te disse como fez para não manchar a imagem dela?

"Elizabeth Forbes foi a pessoa mais desumana que eu conheci. Ela me tratou como lixo. Foi nesse momento que percebi que você era tudo para ela e eu era apenas a filinha que viveu três anos.

"Eles inventaram que a babá deixou a janela aberta e eu morre de pneumonia pela friagem. Dá para acreditar que tem até um túmulo para mim no cemitério?

"Está na parte de crianças, escrito 'Aqui jaz uma bela filha, pena que partiu. Sentimos muito. - Camille Milly Forbes' e eu não estou brincando."

"Eu já fui lá várias vezes para rezar pela minha alma morta. Pois acredito eu que quando eles tiveram a brilhante ideia de me separar deles e de você... meu mundo se feriu totalmente e eu perdi uma parte de mim mesma.

"Foi quando eu comecei a criar ódio profundo por você. Eu lembro de ter doze anos de idade e espiar a janela da minha antiga casa no Natal. Você tirando foto com papai e com a mamãe. Eu confesso que fiquei com inveja. Sabe como era meu Natal, Caroline?

"Jô trabalhava o dia todo, e naquela noite cobriria o turno de uma amiga no hospital. Ah, não é a mesma Jô que trabalha no hospital de outra cidade. Aquela lá não tem nada haver, por enquanto.

"E naquele Natal, meus doze anos. Meu padrasto tirou a única coisa pura que ainda tinha em mim. Ele começou com algo do tipo 'Nossa Cami, seu peitinho já está crescendo, deixa eu apertar?' e foi piorando, até eu jurar que não contaria nada para minha 'mãe Jô'.

"Eu fiz sua vida um inferno desde aquele dia que aquele vagabundo tirou minha inocência. Pois e u sentia inveja de você. Inveja por estar comendo coisas boas enquanto eu sentia dor e sofrimento.

"Como de esperado, eu acabei ficando grávida de tanto que aquele vagabundo me estuprar. Conheci quando fui embora do pais por um ano, Aurora, uma ótima amiga e garota. Eu dei meu filho para ela.

"É aquele ditado né? Filho de peixinho, peixinho é. Minha mãe me doou e eu doei meu filho. Eu queria ficar longe daquele negócio que era fruto do louco do meu padrasto.

"Voltei para Mystic Falls. Você tinha ido embora, minha próxima missão era acabar com Elisabeth Forbes. Eu já havia acabado com o casamento de papai e mamãe por meio de uma vadiazinha.

"Papai foi embora, mas eu já acabei com a coisa que ele mais amava: a mamãe. Mamãe tinha HIV sabia?

"Ela pegou aquilo por meio de receber sangue. E eu ri. Sabe por que? Ela foi no hospital que mamãe Jô trabalhava, eu entrava lá facilmente então. Dei sangue de alguém com HIV, assim ela morreria aos poucos ou de uma vez, dependia da sorte dela.

"Quando você voltou para Mystic Falls, eu te vi diferente. Você não era mais aquela garotinha indefesa. Você era uma mulher. Você era aquilo que eu queria ter me tornado. Você era uma pessoa forte, os anos e tudo que fiz pra você, te ajudaram a ser assim. Eu te deixei forte assim Caroline.

"Eu amo você, Caroline, minha irmãzinha. Tudo o que eu fiz te fortaleceu, você percebeu? Você parou de se mutilar, sabe retrucar, não chora mais pelos cantos, se tornou uma mulher independente e forte, e eu acho que você não precisa do Klaus para ser feliz. 

"Você provou para si mesma, que você é alguém melhor, eu te fiz assim, porque você é e sempre será minha querida irmã. Por mais que eu tenha pegado pesado esses anos, era para te ver chegar onde chegou. 

"Você não é como a mamãe e não fará o que ela fez comigo. Eu sei disso. Você se tornou alguém melhor que ela e até mesmo melhor que eu.

"Eu só tenho uma última prova para você. É a última da sua vida, você nunca mais vai se irrita comigo e nem ter que olhar na minha cara. Será a última ajuda que te darei, pois confio em você."

Caroline estava com os olhos marejados, Camille falou a verdade, tudo o que Caroline passou a fortaleceu.

— Tem razão, você me fortaleceu, mas por que não falou desde os doze anos de idade que era minha irmã? — diz Caroline olhando no fundo dos olhos de Camille. — Eu teria te amado tanto, você seria minha melhor amiga, eu amaria você, eu brigaria com nossos pais por você. Não precisava ter sido assim.

— Eu queria que as coisas fossem diferentes. Mas... Eu não me arrependo de nada do que fiz. Só assim para você chegar a se tornar essa mulher que eu respeito hoje.

Camille soltou um suspiro, ela parecia finalmente aliviada por contar tudo.

Caroline por mais que pareça, não estava brava. O que falaria para alguém que foi recusada? Por uma inocente?

— Último desafio, pequena C, e então você estará livre de mim. — a mesma sorri. — Klaus. Venha pela estrada 76, logo depois entre na estrada 33 e siga reto até a estrada de barro, você achará uma casinha, aqui estamos. E venha sozinho.

A mesma desligou o skype.

— O que pretende fazer, Cami? — Caroline perguntou com medo.

— Algo que eu deveria ter feito assim que você beijou Klaus.

— O que?

— Eu vou matar ele. 

— QUE? POR QUE?

— Achei que já soubesse. Estou te tornando uma garota independente e forte. Klaus te enfraqueceu, não se lembra de como era em Chicago? Como era antes dele entrar na sua vida novamente? Você era feliz e independente, nunca precisou de ninguém para sobreviver.

— Por favor, Cami!! Não faça isso.

— Lembre-se Caroline, amor é para os fracos. O amor é uma fraqueza na qual acreditamos. Sua felicidade só depende de você, e de mais ninguém. — Camille desamarrou Caroline. — Eu vou embora da sua vida como prometi.

— Agora?

— Adeus, pequena irmã C. — foi a última frase dita por Camille antes de sair da casa entrando em seu carro e sumindo de vista.

***


Klaus nem terminara de ouvir a frase de Camille, apenas pegou a chave de seu carro e saiu em disparada para estrada na qual ela havia recomendado ele ir.

Ele estava a quase 250 Km/h, e não conseguia parar. Camille tinha sabotado o freio enquanto Damon falava do que sabia.

Klaus estava tão concentrado em tentar brecar o carro que nem se tocou quando o caminhão bateu bem de frente com o dele.

Sentiu todo seu corpo doer, então adormecendo.

— Alô? Pronto socorro? Acabei de presenciar um acidente. Um caminhão acabou de entrar com tudo de frente em uma BMW. — falou a mulher que dirigia atrás do carro de Klaus.

— Estamos chegando em minutos.

Bonito mesmo é quando tudo acontece por acaso. Sem data, sem horário, apenas coincidência, ou então destino...

"Amarei você até o último momento, Caroline Forbes." — Era o último pensamento de Klaus antes de apagar.

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