SETE
2014
- Mark, eu nunca fiquei tão feliz por te ver!
Por mais maravilhoso que meu sábado tenha sido com Benjamin, entre praia, passeios e muito amor, eu de fato nunca tinha sentido um alívio tão grande ao ver meu melhor amigo parado à porta.
Eu estava quase chorando, desesperada com cinco vestidos em minha frente.
- Deixa eu adivinhar, não consegue escolher? – Ele apontou para os vestidos.
Neguei com a cabeça e me joguei na cama, ao lado dos vestidos.
- Eu trouxe esse mais da ponta, mas Lyanna me entregou agora esses 4 e disse para eu escolher o que ficasse melhor. Mas eu não sei o que usar! – Choraminguei.
Mark mexeu nas 5 opções, virando de um lado para o outro, analisando cada centímetro.
Todos os vestidos eram brancos. Era a tradição desse evento. As únicas cores permitidas eram as das listras nas camisas daqueles que jogariam polo, variando entre azul e vermelho de acordo com o time que faziam parte.
Quando Ben entrou no quarto, ele estava perfeitamente arrumado, com uma calça branca, a polo com a listra transversal vermelha, e seu nome escrito nas costas logo acima do grande número 1, que combinava com a cor castanha de seus olhos, joelheiras e botas de couro.
Mark, como não ia jogar, vestia calça social, camisa simples, blazer e um tênis despojado. Tudo do mais impecável branco.
- Benjamin, eu te aconselho a deixar esse cômodo nesse instante. – Mark disse, já empurrando Ben para fora do quarto. – Sua namorada vai ficar incrível e eu quero que seja uma surpresa.
Dito isso, Mark mandou que eu vestisse um dos vestidos que Lyanna trouxe. Ele era curto, mais ou menos até o joelho, em um modelo vintage. Apesar do decote em coração, uma camada de tule cobria meu colo, fechando em volta do pescoço. Na cintura ele era bem justo e depois abria uma saia estruturada. Mark me estendeu uma sandália azul marinho, trabalhada em arabesco no peito do pé, que combinava com o cinto da mesma cor, que ele prendeu em minha cintura.
- O que seria de mim sem você? – Perguntei ao me ver no espelho.
Ele estava terminando de arrumar meu cabelo, fazendo ondas grossas para sobressair por baixo do chapéu casquete que ele prendeu com grampos do lado direito da cabeça.
- Você está incrível, Liz.
A maquiagem fiz por minha conta. Tudo muito neutro, muito nude. Estava do jeito que Lyanna gostaria.
A mãe de Ben era uma mulher da mais alta sociedade nova-iorquina. Ela frequentava as melhores festas, os melhores eventos. Estava sempre impecavelmente arrumada e pronta para ir a qualquer lugar.
Por muitas vezes, era a ela que eu recorria quando precisava de algum conselho, qualquer que fosse. Foi ela que ajudou a organizar minhas festas de aniversário desde que me tornei namorada de Ben. Ela ficou ao meu lado quando eu surtei no dia que minha menstruação atrasou e eu fiz uns 50 testes de gravidez.
E o mais importante, ela assumiu o controle da minha casa quando meu pai ficou doente. Eu tinha 18 anos e não fazia ideia de como administrar um lar. Lyanna, com toda a paciência do mundo, sentou comigo e me ajudou a organizar tudo, desde o pagamento de todas as contas à contratação de Donna.
Aliás, se Lyanna era uma espécie de segunda mãe para mim, Donna era a terceira. Ela não só cuidava de meu pai como administrava a limpeza da casa, cuidava das compras e deixava tudo em ordem, de modo que eu chegava e só precisava me certificar que todas as contas e salários eram pagos em dia.
As duas foram minhas maiores incentivadoras quando, aos 19 anos, decidi retomar o negócio de minha mãe. Meu pai deixou a consultoria de organização de casamentos aos cuidados de uma equipe do seu escritório de contabilidade, que é claro que fez tudo errado. Eles eram especialistas em finanças. Podiam resolver qualquer crise financeira de qualquer empresa no mundo. Mas escolher vestidos e buquês? Definitivamente não era com eles.
A equipe de papai arruinou o negócio de minha mãe, que quase precisou fechar as portas. Com muito trabalho duro e ajuda de Lyanna e Benjamin, consegui reerguer e reafirmar o nome no mercado. A Harvey Consultoria de Noivas chegou atingiu seu auge e eu precisava me desdobrar em trilhões de pedaços para dar conta de tudo.
- Terra chamando Liz! – Mark riu.
Eu ainda estava me olhando no espelho, sem de fato prestar muita atenção no que via. Mark me estendeu um par de brincos de brilhante e um conjunto de anéis de prata para espalhar em meus dedos.
- Obrigada.
- Me agradeça descendo lá e arrasando. Acho que Benjamin já deve ter ido para o campo, mas posso pedir um motorista para você.
O clube onde seria o jogo e a festa era no final da rua, mas eu duvidei que conseguiria andar muito com o salto finíssimo que Mark mandara eu usar.
- Sim, por favor. Pode ir fazendo isso enquanto eu passo o perfume, por favor?
- Claro.
A arrumação do lugar estava impecável. Lyanna e Frederic me esperavam em um camarote, de onde se podia ver perfeitamente o campo onde em poucos minutos Ben entraria para jogar. Do outro lado, estavam alguns amigos, para os quais apenas acenei.
As flores que decoravam o espaço exalavam um perfume doce, mas agradável. E uma música baixinha fazia fundo para as conversas animadas.
- Minha querida, você está radiante. – Disse Lyanna ao me envolver em um abraço. – Eu sabia que esse vestido lhe cairia perfeitamente. Fico feliz que o tenha escolhido.
- Agradeça ao Mark. – Ri.
- Ele tem mesmo um ótimo gosto para roupas! – Ela sorriu e deu dois tapinhas no ombro de Mark.
Jonathan levantou a mão e nos chamou para nos juntar a ele e Alicia, que estavam no bar esperando um drink. Eu só bebia em raríssimas ocasiões, então os acompanhei com água gasosa.
Alicia estava incrível com um vestido tubinho branco e scarpin amarelo. Ela tinha acabado de fazer 21 anos, mas parecia ser mais velha do que eu.
Jonathan vestia um perfeito conjunto de smoking branco, com uma listra preta na lateral da calça e na borda da lapela do paletó.
Meu pai ficaria encantado de estar aqui, conversando com Frederic sobre Polo, sobre como ele esperava que Ben me tratasse bem depois do convidado e garantindo que ele já considerava o genro como parte da família.
Um pedacinho de mim entristeceu por pensar nele sentado em sua poltrona preferida em casa, com o jornal no colo, esperando Donna terminar o almoço para lhe fazer um pouco de companhia.
Mas logo ouvi uma voz masculina anunciar o começo da partida e o barulho dos cavalos percorrendo o campo.
Eram quatro jogadores em cada time, um deles liderado por Ben, seguido de perto por Liam.
O capitão do outro time, Alicia me contou, foi considerado o melhor jogador da Argentina no ano anterior. Por melhor técnica que tivesse, ele também era muito conhecido por suas jogadas duras e agressivas. Não foram poucas às vezes que Nacho derrubou um adversário em campo.
Pode parecer loucura da minha cabeça, mas eu podia jurar que o vi piscando para mim quando ele passou bem perto do camarote em que estávamos.
Com menos de 10 minutos de jogo, Ben entrou em uma disputa com Nacho. Os dois corriam numa velocidade quase sobrenatural. Não só os dois eram muito competitivos, mas seus cavalos também. Nessa, o argentino se saiu melhor. Mas logo depois Ben tomou a vantagem e marcou para o seu time.
O jogo inteiro foi marcado por disputas de velocidade, demonstrações de técnica e, talvez só eu tenha percebido, uma batalha de egos em campo.
Liam, que sustentava o número 2 em suas costas, abriu vantagem contra outro atacante do time adversário. Foi tudo muito rápido, mas um outro jogar fez um movimento contra Liam que o levou a cair no chão.
Ele rolou e eu vi quando o cavalo saltou para não pisar nele. Ele estava bem, logo levantou. Mas o susto que eu tomei, de pensar que algo assim poderia acontecer com Ben, me fez instantaneamente levar a mão na boca para roer as unhas.
Fiquei um pouco tonta, não se se por causa do calor ou pelo nervosismo. Mark logo foi buscar um copo d'água para mim e perdeu quando o juiz anunciou o fim da partida e vitória do time de Nacho.
- Ufa, ainda bem que acabou. – Lyanna riu. – Suas unhas não durariam mais 15 minutos.
Nós descemos para um grande jardim, ornamentado com flores e uma enorme tenda onde seria servido o almoço.
Nacho já estava lá, recebendo o prêmio com algumas pessoas ao redor.
Como Lyanna foi cumprimentá-lo, forcei meus pés para acompanhá-la.
- Obrigado, obrigado. – Nacho disse no piloto automático.
Mas então seu olhar recaiu sobre mim e ele mudou o tom de voz:
- Você é a menina do campo. – Ele afirmou. – Tudo bem?
- Tudo ótimo. – Respondi com um meio sorriso.
- Se quiser pode ficar aqui comigo, tenho certeza que teremos um tratamento especial. – Ele riu, acotovelando um amigo que estava ao lado. – E eu posso te dar uma carona de volta para a cidade mais tarde, se quiser.
- Não obrigada, estou esperando meu namorado.
Lyanna já não estava mais por perto para ouvir a cantada de Nacho, o que por um lado eu agradeci.
Ben me encontrou alguns minutos depois que me distanciei de Nacho, seguido por seus amigos do time. Eles estavam visivelmente chateados.
- Vê como ele faz questão de exibir o troféu? – Ben apontou para o adversário, que mostrava a peça de vidro fosco para o presidente do clube.
- Mas ele não levou o melhor prêmio.
- É? E qual é o melhor prêmio?
- Eu! – Apontei para mim mesma, rindo.
Ben fez o primeiro movimento, mas fui eu que o puxei e tomei conta do beijo que fez ambos perdermos o fôlego. Eu tinha a completa noção de que todos ao nosso redor estavam olhando para nós.
Bem do nosso lado, Mark e Jonathan fizeram sinal de aprovação. Os dois estavam muito juntos, tão juntos que era impossível não saber que eram um casal.
- Liz, eu tenho um presente pra você. – Ben disse, logo tirando do bolso uma caixa de veludo vinho retangular.
Quando abri, vi uma pulseira maravilhosa. Era grossa, com vários fios de pérolas de diferentes tamanhos.
- Ben! Obrigada! Eu amei!
Uma das características mais românticas de Ben é que ele achava qualquer mínima desculpa para me dar um presente. Às vezes era algo simples, como um CD que ele achasse que eu gostaria. Mas na maioria das vezes era um buquê de flores ou uma joia.
De longe, Nacho nos observava. Percebi que ele não tinha mais o sorriso confiante no rosto.
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Hello!
Gente, eu to até com vergonha de vir aqui depois desse atraso todo :(
Eu tive uma semana complicadíssima no trabalho, MAS não vou ficar contando miséria aqui hahaha
Parei tudo que etava fazendo pra vir postar pra vocês!
E, pra tentar me redimir, postei 2 capítulos! (Espero que vocês não me odeiem pra sempre pela demora e pela enormidade desse post hehe)
Enquanto to escrevendo aqui, ainda não respondi os coments do outro post (sorry, vou responder assim que acabar aqui), mas li o que apareceu nas notificações e vi que ninguém curtiu o Ben chamando a Liz de vida.
E, eu concordo com vocês sobre isso! Olha que eu tendo a proteger meus personagens com unhas e dentes hahahah Mas dei uma relida e fiquei impressionada como foi bem fuén ele a chamado assim. Daí eu cortei isso. No more vida pra Liz e Ben haha
É isso, se tiverem gostado, por favor, por favor, por favor, deem estrelinha e comentem, esse feedback é MUITO importante!
E se estiverem me odiando também por ter atrasado, por postar 2 capítulos juntos, por escrever textão tentando me desculpar, ou por simplesmente me odiarem (haha vai que), podem comentar também, críticas construtivas e sujestões são sempre bem-vindas também!
Beijinhos e até amanhã <3
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