31. Um encontro na biblioteca

"Olá, meus amores! Como vão? Esse capítulo ficou um pouco grande, pois nele teremos um hot bem gostosinho, rolando (FINALMENTE!!). Por isso, como eu já havia combinado, vou deixar essa setinha (➡️) quando a cena começar e terminar, para que possa estar bem sinalizada para aqueles que não gostam muito de hot. Espero que apreciem o capítulo, foi feito com muito carinho! Beijos e boa leitura." 

"Se seu mundo desmoronasseEu iniciaria um tumultoSe a noite caísse no seu coraçãoEu acenderia o fogoNo escuro, quando você soar o alarmeVamos encontrar os braços um do outroPelo seu amor, por sua causaEu iniciaria um tumulto"


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DURANTE O JANTAR Giuseppe sequer apareceu, e ela teve se de contentar em apenas comer e depois se recolher para seu quarto. Olívia até lhe perguntou quando se encontraria com ele, mas Emeline acabou desconversando e se trancando em seu quarto. Aproveitou as horas livres que teria até a madrugada para continuar seu quadro, seu trabalho já estava praticamente terminado e de certa forma isso a confortava, além disso, um peso havia saído de seus ombros depois que contou seu segredo para Olívia. Talvez dividir seus pensamentos com alguém não fosse tão ruim, talvez precisava apenas disso para se sentir melhor.

Se distraiu tanto com sua pintura que mal notou quando o relógio, que repousava no console da lareira, anunciou que a madrugada havia adentrado. Até pensou em trocar sua roupa, mas decidiu que apenas aquele vestido era suficiente para se aventurar em uma biblioteca naquele horário. Deixou os cabelos soltos como estavam, gostava da sensação de senti-los caírem livres, em ondas, como se fossem uma cascata até seus quadris.

Pegando uma vela, se esgueirou novamente pelos corredores, mas dessa vez tentou tomar o máximo de cuidado possível para que nem mesmo os guardas a notassem perambulando durante a noite. Não queria que ninguém a flagrasse entrando na biblioteca onde Giuseppe iria entrar também.

Quando alcançou o cômodo, notou um pouco de luz incidindo de dentro, empurrou a porta com delicadeza e tomando cautela se aproximou, passando por entre as grandes estantes. O lugar tão amplo, que possuía espaço até para que uma pequena plataforma fosse construída perto do teto, abrigando mais algumas estantes com livros.

Mas o mais impressionante ali eram as pinturas no teto, carregavam a imagem de um coro de anjos, os detalhes dos acabamentos nos cantos eram feitos de madeira esculpida, junto com alguns entalhes dourados. Ao fundo da sala uma grande mesa ficava disposta, com alguns castiçais para a iluminação. Ali, Giuseppe estava inclinado sobre alguns livros, enquanto vários outros estavam espalhados pela mesa, novamente ele estava apenas com a camisa, mas dessa vez ela estava um pouco aberta, deixando um pedaço do peito largo exposto, as mangas estavam dobradas até o cotovelo e as madeixas escuras caíram sobre os olhos conforme ele inclinava a cabeça para baixo.

Notando a presença de Emeline, ele ergueu os olhos e abriu um sorriso, dizendo:

— Pensei que não viria.

— Estava apenas esperando um pouco mais para não correr o risco de ser vista. – Respondeu se aproximando e pousando o castiçal sobre a mesa.

Pegando um livro ela começou a folhear, inspirando fundo o cheiro que ele exalava, de folhas envelhecidas e tinta. Para ela, não havia cheiro melhor do que aquele, se o paraíso tivesse algum cheiro, sem dúvida alguma seria cheiro de livros. Saiu de seu torpor quando a voz grave de Giuseppe reverberou:

— Eu já separei todos os livros sobre a construção de Vienere e principalmente de Norean. Então creio que facilitará nosso trabalho.

— São todos esses?

— Sim, o desafio agora é achar um que fale sobre as docas.

— Bom, então creio que tenhamos trabalho pela frente. Vamos começar.

— Antes de tudo... – Disse ele, se inclinando para o lado e pegando um livro de capa verde de detalhes dourados e estendendo para Emeline – achei um livro com a história do seu amigo.

Meio relutante, ela pegou o livro e passou os dedos sobre o título gravado em meio a arabescos. "A história e verdade sobre Nox Nocture" era o que dizia.

— Não sabia que havia um livro sobre ele. – Resmungou ela.

— Eu também não, acabei encontrando quando fui procurar pelos outros. Curiosamente, que o escreveu foi o mesmo homem que me contou sobre os armazéns. Henry tende a ser cheio de crendices e agora entendo o porquê.

— Ele acredita em Nox?

— Não da mesma que nós, mas acredita. Para ele, esse tal Nox é de fato um espírito furioso por ter sua cidade violada e as pessoas prejudicadas.

— Bom, de qualquer forma as intenções dele são boas.

— É o que parece... vamos continuar.

Emeline permaneceu encarando Giuseppe com um sorriso no rosto, mas logo se voltou para as páginas que estavam abertas à sua frente.

Permaneceram por pelo menos duas horas em total silêncio, apenas folheando livros e mais livros, Emeline não sabia como conseguiram permanecer tanto tempo sem emitir um único ruído. Por sorte, Giuseppe havia pegado um prato com biscoitos e leite na cozinha, e quando seus olhos se cansaram de ler tantas letras pequenas, ela se dedicou a comer e beber um pouco do leite, enquanto ele permanecia concentrado nos livros, com os olhos percorrendo rapidamente as linhas.

Emeline abaixou os olhos para os antebraços dele, observando novamente as veias saltadas e os músculos se contraindo levemente quando ele mexia com a mão. Até tentou resistir, mas quando notou, seus dedos já tocavam a pele quente dele e com as pontas delineavam as veias.

Giuseppe observou aquele movimento dela por alguns instantes e depois ergueu os olhos, encontrando uma Emeline totalmente focada em seu braço, com as sobrancelhas franzidas como se tentasse decifrar alguma coisa contida naquele pedaço de pele.

— Por que são assim? – Perguntou ela, de repente, o surpreendendo.

— Não sei explicar. Conforme fui crescendo elas foram ficando mais aparentes.

— Isso dói?

— Não.

Emeline se dedicou a cutucar levemente com a ponta do dedo, observando com curiosidade aquela veia se afundar e depois voltar ao normal.

— Hum... está gordinha. Talvez signifique que está comendo muito!

Giuseppe gargalhou com aquele comentário, não conseguia se sentir ofendido. As analogias de Emeline não faziam o menor sentido naquele momento.

— Eu não estou comendo demais.

— Como pode saber?

— Se eu estivesse comendo demais outras partes do meu corpo estariam maiores e não somente minha veia.

Ela deu de ombros, desdenhosa e curvou os lábios para baixo, respondendo:

— Vai que as veias aumentando seja o primeiro sinal.

— Eu nunca ouvi algo tão bizarro em minha vida.

— Não zombe de mim, pode ser que no futuro meu argumento se revele valido.

Ele mais uma vez riu, mas dessa vez apenas concordou com a cabeça. Continuou a observando por alguns segundos, enquanto Emeline estava totalmente alheia a seu olhar, concentrada apenas em examinar o outro braço dele e dessa vez não se contentou em apenas cutucar a veia ali presente, mas sim em percorrer os dedos até as mãos dele, que carregavam calos. Ela só se questionava porque diabos um rei teria calos nas mãos.

Virando o braço de Giuseppe, ela notou que as veias das mãos também eram proeminentes, e não conseguia deixar de ficar curiosa com aquilo. Estava tão absorta, que só percebeu o que fazia quando ele entrelaçou os dedos nos dela e os apertou levemente. Emeline ergueu os olhos e encarou Giuseppe, que a olhava de modo significativo, enquanto o polegar dele fazia uma carícia em sua mão. Não soube o que dizer naquele momento, apenas permaneceu retribuindo o olhar e posteriormente abaixando os olhos para o tórax dele, onde um pedaço de pele estava exposto.

Lentamente Giuseppe elevou uma mão e se inclinou por cima da mesa, colocando uma mecha do cabelo de Emeline atrás da orelha, sua mão permaneceu ali, acariciando a bochecha dela, onde a pele era mais macia. Ela não se afastou, pelo contrário, deitou a cabeça sobre a palma da mão dele e fechou os olhos, apreciando o contato. Não saberia dizer porquê estava tão rendida daquela forma, apenas que o calor que emanava dele era reconfortante.

Quando abriu os olhos, notou o quanto ele estava perto dela, Giuseppe havia se inclinado sobre a mesa e agora seu rosto pendia sobre o dela, a míseros centímetros de distância. Ele desceu os olhos para a boca dela e se concentrou ali, umedecendo os próprios lábios.

Emeline não soube quem tomara a atitude primeiro, quando notou seus lábios já tinham se encontrado com os dele em um beijo lento e cálido. Ergueu o próprio corpo, a fim de se aproximar mais dele quando Giuseppe tornou o beijo mais rápido e profundo, e mesmo que ele tentasse recuar, Emeline permanecia ali, exigindo mais. Agarrou o colarinho da camisa dele, tentando se segurar para não cair sobre a grande pilha de livros que estava sobre a mesa, enquanto ele passava a mão por sua nuca e com os dedos leves fazia certa pressão, a puxando cada vez mais para si.

Giuseppe empurrou os livros para os lados e afastou as velas, para depois buscar a cintura de Emeline e a enlaçar, puxando em sua direção. Ela, por sua vez, acabou subindo na mesa e escorregando até a outra ponta, permanecendo sentada sobre ela, com as pernas pendendo acima de Giuseppe, que havia se colocado entre elas.

E mesmo que Emeline estivesse mais alta que Giuseppe, ele conseguia alcançar facilmente seus lábios.

O ambiente ao redor parecia mais quente à medida que o beijo se tornava mais ardente e exigente quando ele se desprendeu dos lábios da moça e desceu para seu pescoço exposto, distribuindo beijos e mordiscas pela pele sensível, enquanto uma de suas mãos entrava por baixo da bainha do vestido e roçava o tornozelo de Emeline. Os dedos dela se enroscaram nos cabelos escuros dele, tentando não ir à loucura com os arrepios que percorriam seu corpo.

Emeline desprendeu uma das mãos dos cabelos de Giuseppe e escorregou por seu pescoço, com as pontas dos dedos acariciando levemente a pele quente dele, e adentrou a camisa, pousando sobre o ombro grande e musculoso. Ela não sabia ao certo o que estava fazendo, estava sendo guiada apenas pelo instinto, sentindo um calor subir pelas pernas e se acumular em seu ventre, fazendo pulsar lugares que ela nem mesmo imaginara explorar um dia. Quanto mais a mão dele subia por sua perna, mais ela ansiava pelo toque, admitia para si mesma que queria que a mão de Giuseppe subisse cada vez mais, só não sabia onde queria que ele parasse.

Quando pensou que seus desejos seriam atendidos, ouviu um ruído, seguido de algumas vozes vindas do corredor e rapidamente tirou as mãos de cima de Giuseppe, como se o sentisse queimar. Olhou alarmada para a entrada da biblioteca, avistando uma pequena luz que se aproximava.

Cutucou os ombros de Giuseppe, que ainda estava ocupado explorando o decote de seu vestido, e sussurrou:

— Tem alguém vindo! – Quando ele permaneceu ali, sem lhe dar atenção, ela insistiu mais rudemente – Giuseppe, pare com isso!

— O quê? – Questionou ele, erguendo a cabeça e mostrando o rosto mais ruborizado que o comum.

— Eu disse que há alguém vindo!

Aquilo pareceu o alertar, rapidamente ele arrastou a cadeira para trás e a puxou de cima da mesa, a levando para trás de uma das estantes e a escondendo ali. Voltou para perto da mesa e empilhou novamente os livros, arrumou os cabelos e a camisa. Pegou um livro nas mãos e permaneceu em pé, encarando os escritos como se realmente estivesse interessado. Segundos depois disso, Valerie empurrou a porta e parou na entrada, encarando o filho com curiosidade.

— Giuseppe. – Chamou.

Fingindo certa surpresa, ele ergueu os olhos do livro e encarou sua mãe, com as sobrancelhas arqueadas.

— Sim..., mamãe.

— O que faz aqui à essa hora?

— Não conseguia dormir, então desci para pegar um livro, talvez assim ajude.

— Então por que tantas velas? E por que está corado dessa forma?

— Ora, mamãe, quantas perguntas! Eu só não gosto de ficar no escuro, me causa agonia. Já permaneci tempo demais em um lugar sem luz.

Valerie pareceu entender que Giuseppe se referia aos meses que passou trancafiado e com um olhar baixo, respondeu:

— Tem razão. Às vezes me esqueço que aqueles fatos aconteceram.

Notando o tom de culpa na voz da mãe, Giuseppe fechou o livro e o depositou em cima da mesa, caminhou na direção da mulher e a olhando com profunda compreensão, disse:

— Está tudo bem. Me perdoe, não quis parecer rude com a senhora.

— Não se preocupe, querido, eu o entendo. Mas não tarde a dormir, precisa descansar.

— Prometo.

Enquanto isso, Emeline ouvia toda a conversa atenta a qualquer sinal de perigo, encostou em uma estante e ali permaneceu espremida contra os livros, desejando que eles a escondessem, até sentir a mão de Giuseppe passar por sua cintura e a puxar para si. Não conseguiu evitar a respiração ofegante, muito menos o sorriso que se abriu em seus lábios quando o viu tão próximo de si.

— Ela já foi.

— Mas e se vier mais alguém?

— Não irão incomodar. – Respondeu ele, encaixando o rosto na curva de seu pescoço e inspirando fundo.

— Me sinto uma criminosa me escondendo em uma biblioteca de madrugada.

Giuseppe mudou de lado e continuou depositando beijos no pescoço de Emeline, enquanto murmurava com a voz rouca:

— É mesmo?

— Sim..., mas não seria a primeira vez.

— Não há crime algum em sentir prazer.

➡️ Emeline ofegou ao sentir a mão de Giuseppe apertar um pouco mais sua cintura e fazer seu corpo colar no dele, a boca dele havia descido para o ombro, onde ele já havia puxado o tecido do vestido, deixando a pele mais exposta e consequentemente um pouco do seio de Emeline para fora. Ela tentava se controlar, mas a respiração se tornou mais dificultosa à medida que ele explorava cada pedaço de pele exposto, inclusive a carne sensível do pescoço, que ela havia erguido para dar mais acesso a ele.

Quando os lábios se uniram novamente em um beijo lascivo, Giuseppe desceu a mão para a coxa de Emeline e com os dedos ágeis começou a puxar o tecido do vestido para cima, até conseguir achar uma brecha e entrar com a mão por baixo da bainha, onde seus dedos entraram em contato com a pele macia. Hesitou um pouco quando a sentiu enrijecer por alguns instantes, antes de soltar um suspirou e relaxar.

Lentamente a puxou para perto de uma estante, a fazendo encostar no móvel, enquanto sua boca descia pelo decote até encontrar um seio parcialmente exposto, a mão continuava a pressionar a coxa, subindo lentamente até encontrar a bainha da roupa de baixo e hesitantemente seus dedos passarem por ela e pousarem sobre a parte mais íntima e úmida de Emeline.

Ela ofegou e apertou mais seus ombros, abaixando a cabeça e depois o olhando com os olhos arregalados. A respiração mais pesada.

— Você quer parar? – Perguntou ele, se erguendo, mas mantendo as mãos onde estavam.

— E-eu não sei. – Sussurrou ela – É bom, mas errado.

— Não há nada errado.

— Foi o que me ensinaram.

— Engraçado, me disseram justamente o contrário.

Emeline não sabia como reagir, principalmente quando sentiu os dedos de Giuseppe se moverem e tocarem uma parte sensível, que ela jurava nunca ter sentido, nem sabia que poderia sentir algo tão bom justamente ali.

— Até onde vamos?

— Até onde quiser.

— Então continua!

Mais uma vez ela se agarrou nos ombros dele, mas dessa vez passando as mãos por dentro da camisa, que de alguma forma estava aberta. Suas pernas fraquejaram quando sentiu os dedos dele a penetrando e o dedão fazendo movimentos circulares naquela parte sensível. Quando pensou que cairia, o braço de Giuseppe circundou sua cintura e a sustentou, para depois a colocar sentada sobre um degrau da escada que estava ao lado. Aquilo facilitou para que ela se sentisse segura e involuntariamente abrisse ligeiramente as pernas, onde Giuseppe aproveitou para se encaixar.

Com o calor do corpo dele sentia também seu corpo queimar, a respiração pesada de Giuseppe em seu pescoço fazia sua própria respiração se tornar ofegante, fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás, arqueando ligeiramente o corpo na direção dele, subindo suas mãos pelas costas largas e firmes.

Sentiu o ventre se contorcer e seus músculos se contraírem em espasmos, ansiando por mais, pois sentia que seu ápice ainda estava por chegar. Um soluço escapou de sua garganta, fazendo Giuseppe sorrir contra seu ouvido e dar uma mordiscada em seu lóbulo, acelerando o movimento dos dedos.

— Não... – Ofegou ela.

Ele cessou os movimentos e a encarou preocupado, perguntando:

— Quer que eu pare?

Ela abriu os olhos rapidamente e o encarou fixamente. Pela primeira vez na vida se sentia madura de verdade, confiante e dona de si, estava ali porque queria estar, porque queria sentir mais daquilo. Segurando o rosto de Giuseppe entre as mãos, o encarou seriamente e respondeu:

— Não para. Por favor, não para.

Giuseppe assentiu com um sorriso e voltou com os movimentos mais rápidos e até pensou em se ajoelhar e tentar outro método, mas Emeline se agarrou a ele, colando os corpos, pele contra pele e afundando o rosto no pescoço dele. O gemido baixinho que ela deixou escapar só o fez se sentir mais desejoso, era quase uma tortura ter as mãos nela, mas não poder ir além, não naquele momento, não ainda. Nem mesmo queria olhar a situação que estava sua calça.

Se concentrou apenas nela, pois era evidente que Emeline nunca tivera uma experiência como aquela. Segundos depois ele a sentiu estremecer e ficar um pouco mais úmida, enquanto deixava escapar outro gemido, mais alto dessa vez. Para que não fossem pegos ali, Giuseppe tomou os lábios dela novamente contendo o som, até sentir que Emeline havia relaxado o suficiente e se acalmara, restando apenas a respiração acelerada. ⬅️

Ela o abraçou apertado e com a voz abafada perguntou:

— O... o que foi... i-isso?

Ele riu brevemente e depositou um beijo em seu pescoço, respondendo:

— Você chegou lá.

Erguendo o rosto e encarando Giuseppe seriamente ela disse:

— Eu nunca havia sentido antes.

— E se sentiu bem nessa primeira vez?

— Me senti... não sei explicar, só sei que foi bom.

— Fico feliz.

Giuseppe estudou cada traço de Emeline, dos olhos que lacrimejavam às bochechas rosadas, ajeitou algumas madeixas que haviam caído sobre o rosto e o vestido, a cobrindo devidamente. Logo depois alinhou a própria camisa e fechou os botões.

— Estou me sentindo um pouco molhada. – Resmungou ela, um pouco hesitante.

Novamente ele riu, principalmente porque Emeline fazia uma careta e encarava o vestido. Se encaixando no meio das pernas dela, Giuseppe apoiou as mãos em suas coxas e a encarou, dizendo:

— Isso é perfeitamente normal, não se preocupe.

— E quanto a você?

— O que tem eu?

— Não deveria... sabe... molhar suas calças também?

Dessa vez ele não se conteve e gargalhou, Emeline mais do que rapidamente tapou sua boca e olhando apreensiva para os lados, ralhou:

— Shiu! Quer que alguém nos ache aqui?

— Me desculpe. Mas não se preocupe comigo, ficarei bem...a menos que continue com a mão em minha boca, então não responderei por mim.

Emeline abriu um sorrisinho cínico e lentamente abaixou a mão, se remexeu desconfortável, já sentindo suas pernas doerem por estarem tanto tempo suspensas.

— É desconfortável ficar sentada aqui.

— Quer descer?

— Espere só um pouco, ainda sinto minhas pernas bambas.

— Não seja por isso.

Giuseppe ergueu Emeline no colo e depois de apagar todas as velas que estavam acesas, deixando apenas uma para que ela segurasse, começou a sair lentamente da biblioteca. Ela balançou as pernas, agitada, e olhando para todos os lados sussurrou:

— Me coloque no chão, vão nos flagrar aqui.

— Não disse que suas pernas estavam bambas?

— Disse, mas não quero que alguém nos veja.

— Não irão nos ver, sei um jeito de chegar até seu quarto sem passar por guardas.

Daquela vez ele tomou um caminho diferente, passando por um corredor mais escuro e tomando uma escada que até aquele momento ela nunca tinha visto, parecia um tipo de passagem que ninguém usava, acabaram saindo por uma porta que se localizava exatamente no mesmo corredor que o quarto de Emeline. Felizmente chegaram ao quarto sem encontrar ninguém pelo caminho.

Giuseppe caminhou lentamente até a cama e a deitou com cuidado, tomando a vela de suas mãos e a colocando em uma pequena mesa ao lado. Enquanto isso, Emeline o observava boquiaberta, sem entender como ele se tornara tão solícito.

— Algum problema? – Perguntou ele, parando ao lado da cama.

— Quem é você e o que fez com Giuseppe?

Ele abriu a boca, parecendo ofendido, mas não conseguiu esconder o sorriso, se sentou ao lado dela, tirou as botas e se acomodou mais.

— Não posso ser obsequioso?

— Não estou reclamando, apenas não conhecia essa sua versão.

— Poucas pessoas conhecem.

— Hum... já se banhou? Só deixo ficar aqui se já estiver limpo.

Rindo, ele puxou as cobertas e cobriu ambos, permaneceu a encarando com a cabeça apoiada na mão, enquanto o cotovelo se apoiava no colchão.

— Já, já tomei um banho. Não quer trocar essa roupa?

Atirando os sapatos para longe, Emeline se afundou na coberta e inspirou fundo, respondendo:

— Me deixa ficar aqui só um pouquinho, ainda estou com preguiça.

— Como quiser.

Permaneceram em silêncio por alguns minutos, cada um perdido em seu próprio pensamento. Giuseppe principalmente se perguntava o que fariam dali em diante, nada seria como antes, não poderiam fingir que nada tinha acontecido. Ele não queria magoar Emeline, tampouco comprometê-la, se mantivessem segredo sem dúvidas seria melhor para ambos, ao mesmo tempo que se perguntava se havia alimentado nela expectativas, questionava se ele mesmo não fizera o mesmo, se talvez não houvesse sido precipitado. Mas não conseguia se afastar dela, havia alguma coisa em Emeline que o atraía, afirmava para si mesmo que só se sentia assim porque ela lhe lembrava Cassandra, mas quando estavam na biblioteca ou em qualquer outro lugar juntos, a única que realmente ocupava seus pensamentos era Emeline.

Teve os pensamentos interrompidos quando a voz dela soou hesitante:

— Acha que isso faz de mim uma mulher promíscua?

Giuseppe franziu o cenho, estranhando aquela pergunta. Levou a mão até o pescoço dela afastando os cabelos que ali descansavam, mas sua mão continuou ali, a acariciando.

— Mas é claro que não. Nunca se importou, por que agora está preocupada com isso?

Ela refletiu por alguns segundos, mordendo os lábios rosados, em um claro sinal de nervosismo, mas acabou dando de ombros ao responder:

— Não sei. Talvez antes eu não me importasse porque nunca havia feito nada, mas agora... agora eu fiz.

— E ninguém pode condena-la por isso

— Muitas pessoas discordariam de você. – Respondeu ela, pousando a mão sobre a bochecha dele.

— Que vão todos para o inferno.

Com essa última frase ele conseguiu arrancar uma risada de Emeline, que até mesmo parecia mais serena.

— Costuma mandar as pessoas para o inferno com muita frequência?

— O tempo todo, mas só quem merece.

Se conformando com aquela resposta ela sorriu e balançou a cabeça em concordância. Novamente o silêncio pairou sobre o quarto, onde eles apenas apreciavam a companhia um do outro. Mal perceberam quando o sono os venceu e Giuseppe acabou dormindo ali mesmo. 

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