21. Um novo laço

NA SEGUNDA-FEIRA, uma certa agitação logo pela manhã fez que Giuseppe se atrasasse para o café da manhã. O chefe de polícia havia chegado cedo e se trancado no escritório com Giuseppe, com pelo menos mais seis homens, dentre outros policiais e parlamentares.

Estranhando a movimentação, Valerie procurou o que estava acontecendo e encontrou o filho andando agitado em sua direção, acompanhado dos homens, enquanto ditava:

— Quero que dobrem a segurança na rua durante a noite, ninguém terá folga hoje. Reúnam também todos os lordes na câmara hoje e quero pelo menos dois representantes da polícia em meu gabinete no parlamento às nove em ponto. Encontre também um general e peça que mande soldados para reforços, essa semana precisaremos de um pouco de ajuda do exército. Quero também o dobro de guardas nas cercanias do palácio, ninguém sai ao menos que seja uma questão extremamente necessária e se saírem será acompanhado de guardas. Entenderam?

— Sim, senhor. - responderam os homens, já saindo pela porta da frente.

— Filho, o que está acontecendo? - Perguntou Valerie, se aproximando.

Giuseppe suspirou e passou a mão pelos cabelos, os bagunçando mais do que já estavam.

— Aquele cavaleiro, ou seja lá como o chamam, novamente. Na noite passada atacou dois guardas que faziam a ronda.

— Atacou?! Mas eles estão...?

— Estão vivos, mas não sei se estão sãos. É a primeira vez que ele ataca alguém.... Bom, pelo menos nessa aparição ou... - mais uma vez suspirou antes de completar – eu já não sei mais de nada.

— E vai tomar providências?

— Já estou tomando. Vou agora para o parlamento e passarei o dia todo em reuniões.

— Não irá fazer o desjejum conosco?

— Sinto muito, mamãe, não poderei hoje.

— Tudo bem. Tome cuidado.

— Tomarei.

Ele beijou a mão de Valerie e rapidamente também rumou para fora da casa, enquanto a rainha se dirigia para a sala onde fariam o desjejum. Se deparou com Beatrice voltando para seu lugar correndo e tentando adotar a expressão mais neutra possível, mas ela conhecia bem a filha, sabia que a moça havia bisbilhotado a conversa com Giuseppe.

Assumindo seu lugar na mesa, ela direcionou o olhar para cada uma das moças ali presente e disse:

— Sei muito bem que estão curiosas com essa movimentação, mas deixemos Giuseppe cuidar disso.

Beatrice não conteve a ânsia de obter mais informações e logo perguntou:

— É sobre Nox Nocture, mamãe? O que aconteceu?

— O que acabei de dizer, Beatrice?

— Ora, eu não irei me intrometer no assunto, deixarei Peppe cuidar disso, como a senhora bem disse. Mas isso não nos impede de saber o que está acontecendo.

Percebendo que não haveria escapatória, Valerie deixou a xícara sobre o pires e mantendo o semblante neutro, disse:

— Ao que parece esse cavaleiro atacou dois guardas durante a madrugada, é tudo o que sei. Seu irmão não quis dar mais explicações.

Foi só quando Valerie terminou sua fala que notaram Graham, que acaba de chegar, ali na sala. Ele havia esbarrado em uma pequena mesa, chamando a atenção das damas ali presentes. Seu semblante parecia perturbado, ao mesmo tempo que transparecia um pouco de medo.

— Me perdoem, não queria me intrometer. Vim apenas para ver se o rei precisava de algo. - Disse, evitando encarar qualquer uma das mulheres presentes ali.

Se Emeline não soubesse que Graham trabalhava ali há alguns anos, suspeitaria fortemente de que ele fosse algum empregado novo e tinha receio até mesmo de encarar alguém da realeza, mas não. Graham trabalhava diretamente para um rei, e agora adotava uma postura suspeita, com a cabeça baixa, os olhos um pouco arregalados, parecendo estar longe dali. Os ombros pareciam tensos também.

Ela buscou o olhar de Olívia, que ao mesmo tempo a encarou também, parecendo preocupada. Sabia que a amiga tentava evitar os pensamentos suspeitos acerca de Graham, mas aquela atitude suspeita dele só aumentavam as desconfianças.

— Giuseppe já saiu, senhor Thorn. - Respondeu Valerie – Ele foi para o parlamento há pouco resolver algumas questões, só deve voltar pelo fim da tarde.

— Compreendo. Nesse caso irei me ocupar de minhas outras tarefas. Com sua licença.

Ele fez uma reverência e rapidamente partiu dali, como se quisesse evitar urgentemente aquele ambiente. Sequer dirigiu o olhar para Olívia, que pareceu desconcertada e decepcionada. Emeline não a julgava, no dia anterior ela falara tão bem de Graham que seus olhos até mesmo brilhavam e agora ele se portava daquele modo estranho, parecendo esconder algo.

— Que estranho. - Comentou Beatrice – O senhor Thorn nunca agiu assim. Será que ele sabe de algo?

— Criados sempre sabem algo, querida. - Respondeu Valerie – Ele deve ter ouvido algum rumor por aí. Mas não vamos nos concentrar nisso, vamos esquecer e deixar isso para os homens.

Emeline ocultou sua vontade de revirar os olhos e apenas respirou fundo, voltando para sua refeição e pensando consigo mesma que deveria fazer algo a respeito daquilo, mas ficaria mais difícil dar qualquer passo sem levantar suspeitas, enquanto aquele palácio estivesse repleto de guardas.

"Deixar para os homens uma ova! Irei descobrir o que se passa de um jeito ou de outro." pensou consigo mesma, enquanto mastigava lentamente um bolinho.

Precisava ser furtiva e ágil. Ainda não era noite de sexta-feira, mas algo dentro dela dizia que Nox Nocture agiria novamente. Especialmente com toda aquela comoção na cidade toda.

Se o que ele almejava fosse atenção, ele havia conseguido, mas as perguntas apenas permeavam mais sua mente.

Por quê? Por que ele fora sorrateiro por todo esse tempo e justo agora resolvera atacar e causar tamanho alarde? Alguma coisa estava errada nessa história, e ela precisava descobrir. 


Pela tarde, descobriu que os uniformes dos guardas ficavam guardados em um armário na ala dos criados. Logo, uma ideia despropositada tomou sua mente. Seria loucura, era óbvio, mas talvez fosse sua única oportunidade.

Tomada de determinação, se esgueirou sorrateiramente para dentro do cômodo onde ficavam tais uniformes. Abriu um armário se deparando com vários deles enfileirados por ordem de tamanho. Restava agora descobrir qual lhe cairia melhor.

Pegou o menor deles e analisou bem o tecido azul escuro, beirando o preto, com detalhes em ciano na gola alta e na lateral da calça. Imaginou que ficaria um pouco grande em si, mas teria de usar assim mesmo.

Voltou rapidamente e esperou ansiosamente a noite chegar para colocar seu plano em ação.

Giuseppe sequer apareceu, o que só fez com o jantar acabasse mais cedo, para a felicidade de Emeline.

Quando todos se recolheram para dormir, ela pôs seu plano em prática. Vestiu o uniforme, ajeitando as mangas e a barra da calça para que não ficassem muito grandes, prendeu o cabelo rente à nuca, esperou mais alguns minutos para se certificar de que todos já estavam dormindo e novamente saiu.

Porém, dessa vez não teria a "escolta" do rei, deveria chegar até as ruas da cidade por si mesma. Ignorando os alertas de Graham sobre os animais que circulavam durante a noite pelo extenso jardim, Emeline rumou em direção aos portões, onde dois guardas estavam plantados.

Mas como passar por eles sem lhes chamar a atenção?

Não havia uma maneira de despistá-los, eles jamais abandonariam seus postos. Olhou ao redor, procurando outra saída e avistou uma árvore perto das grades de proteção, ela oferecia certa vantagem para camuflagem, a copo repleta de folhas a ajudaria a sair sem ser notada.

Caminhando rapidamente pelo gramado, utilizando dos arbustos como camuflagem, Emeline rapidamente alcançou a árvore. Parou a analisando por alguns segundos, calculando como exatamente escalaria até chegar ao topo. Respirou fundo e se dependurando em um grande galho, apoiou os pés no tronco e iniciou a escalada.

Subia devagar, sempre olhando ao redor se alguém estava vendo, e dando graças aos céus por estar usando calças. Aquela peça de roupa apenas facilitava seu trabalho.

Escorregou uma ou duas vezes, fazendo com que as folhas da árvore chacoalhassem e os guardas voltassem os olhares brevemente em sua direção, por sorte o tom escuro da roupa a deixava quase invisível àquela distância.

Quando chegou ao topo, ficou de pé em um galho grosso o suficiente para suportar seu peso e se equilibrando caminhou na direção das grades lentamente, tomando cuidado para não escorregar.

As tardes de sua infância que passara na propriedade de seu pai, no interior, vieram a servir agora. Nunca imaginara que a habilidade adquirida de subir em árvores fosse lhe ser útil na vida adulta.

Quando finalmente alcançou a grade, se agarrou a elas com força e com certa dificuldade transpassou as pernas por cima delas, evitando tocar nas pontas afiadas, parecidas com lanças, que ficavam no topo. Descia com cuidado para não se estabacar no chão quando ao longe ouviu a voz de um guarda lhe gritar:

— Ei, você! Parado aí.

Teve de agir rapidamente quando viu pelo menos três homens vindo em sua direção, sequer sabia onde eles estavam escondidos o tempo todo para não vê-los.

Tomando coragem, deslizou pelas barras e pousou com certa brusquidão na calçada, o que a fez torcer o tornozelo e desabar no chão. A dor percorria toda a extensão da perna, a impossibilitando de se levantar, mas não poderia ficar ali parada, os guardas se aproximavam cada vez mais e se a pegassem ali seria o fim.

Fazendo um esforço hercúleo, se levantou e se afastou o mais rápido que pôde.

A perna ainda doía imensamente, enquanto mancava pelas ruas cobertas por paralelepípedos. Andou em direção ao centro da cidade, onde toda a movimentação acontecia. Alguns guardas se espalhavam pelas ruas, fazendo ronda, atentos a qualquer ação suspeita.

Emeline agradecia por pelo menos não estar sozinha nas ruas, mas internamente se encontrava temerosa pelo que poderia acontecer a qualquer momento. Se esgueirava pelo meio dos becos, observando o ambiente ao redor, procurando qualquer sinal do cavaleiro. O mancar não havia diminuído, pelo contrário, quanto mais andava, mais a perna doía. Procurava evitar a luz que incidia dos candeeiros, que poderia delatá-la.

Não soube ao certo por quanto tempo vagou ali, mas estava a ponto de desistir, principalmente porque naquele momento teve de se escorar em algumas caixas que haviam sido deixadas no beco onde estava. Sentia-se cansada e já sem esperanças, era apenas uma madrugada de terça-feira, talvez ele não fosse aparecer. Talvez saísse apenas às sextas. Precisava voltar antes que fosse pega.

Estava saindo do beco quando escutou cascos de cavalo batendo ali perto, recuou novamente para o lugar de onde saiu e permaneceu em silêncio no meio da escuridão. Pouco tempo depois avistou um cavalo preto passar diante de si e botas lustrosas pousarem, sem ruído algum, no chão. Ergueu os olhos e se deparou com ele ali, parado de costas para ela, parecendo ajeitar a sela do cavalo. O cavaleiro não notou sua presença, caso contrário já teria se voltado em sua direção. Ainda o observando, Emeline notou que por um breve instante ele levou a mão ao rosto e abaixou a máscara, esfregando o rosto, como se procurasse afastar a preocupação e tensão.

Essa era a chance que Emeline procurava, lentamente ela saiu do beco, silenciosamente caminhando em sua direção, o coração começava a bater forte, a expectativa aumentando e a curiosidade aumentando cada vez mais. Paralisou quando o viu levantar a cabeça e olhar para os lados, verificando se não havia ninguém, porém, ele logo voltou a mexer no alforje, ignorando a movimentação dela atrás de si.

Quando estava perto o suficiente, Emeline esticou a mão para tocá-lo e virá-lo de frente para si, assim o surpreendendo. Ela só não imaginava que ele fosse rápido o suficiente para se virar e garrar seu punho, segurando antes que os dedos finos da moça o alcançassem. Emeline não sabia como, mas ele já tinha posicionado a máscara no rosto novamente, e não pôde evitar que a decepção tomasse conta de si.

Ele lhe lançou um olhar enviesado e soltou seu braço, rapidamente se afastando, mas ela não se deu por intimidada, nem mesmo com o comportamento dele e logo o questionou:

— O senhor é Nox Nocture que tanto falam, não é mesmo?

Novamente, ele nada respondeu, apenas tomou as rédeas do cavalo, arrastando o animal para fora do beco e a ignorando.

Mas ela não admitiria isso, não seria ignorada novamente. Correu atrás dele, ainda mancando e tagarelando:

— Por que nunca diz uma única palavra?... Está sempre com esse semblante carregado... Por acaso sabem que estão lhe caçando por aí?

Ao ouvir aquela frase, ele estacou no meio da rua e voltou o olhar para ela, ainda não dizia nada, mas era como se fizesse uma pergunta silenciosa. Se aproximou e continuou encarando-a, inclinando a cabeça para o lado levemente. A madrugada calma e vazia não ajudava a tornar o momento mais confortável, o silêncio reinava e os únicos ruídos eram dos cascos do cavalo que batiam nas pedras, quando o animal ajeitava a postura.

— Eu escutei rumores, e acho que deve ter notado também a quantidade de guardas nas ruas. - Começou ela - Estão atrás de você. Dizem que você atacou dois guardas ontem.

Ele franziu o cenho e desviou o olhar por alguns segundos, encarando diretamente o chão, como se ponderasse alguma coisa. Era claro que ele parecia incomodado com aquilo, mas ele já devia esperar que algo assim acontecesse depois de ter atacado dois guardas.

No entanto, para a surpresa de Emeline, o cavaleiro elevou a cabeça novamente e fixando os olhos nela, balançou a cabeça negativamente.

— O que quer dizer com isso? Não os atacou nem machucou? - Novamente ele balançou a cabeça, e Emeline se sentiu confusa com aquilo, mais do que já estava naquele momento – Mas se não foi o senhor, então quem foi?

Quando ele apenas deu de ombros e lhe deu as costas novamente, caminhando para longe dali, Emeline o seguiu, olhando para todos os lados, atenta a qualquer movimentação que aquelas ruas pudessem ter.

— Se não foi o senhor quem fez aquilo com os guardas, então alguém o está fazendo e pondo a culpa no senhor. Precisamos desmentir isso.

Ele novamente parou e lhe dirigiu um olhar severo, como se a repreendesse por aquela última sentença. Soltando um outro suspiro, ele elevou o braço e apontou para a direção às costas de Emeline, como se a expulsasse dali.

Ela seguiu com o olhar a direção que ele apontava, apenas para constatar que ele a estava dispensando e mandando que voltasse para o palácio. Com um arfar ofendido, ela rebateu:

— Eu não irei voltar para o palácio! - Se voltou para ele e percebeu sua silhueta escura continuar a caminhar para longe dali. Sem hesitar, continuou a segui-lo - Não agora que já estou aqui e já me arrisquei tanto para poder desvendar isso. Eu posso ajudar! Quer dizer, eu conheço alguém que talvez possa ajudar, se eu conseguir convencer o rei... se bem que ele é um tolo arrogante, mas posso tentar.... Posso te chamar apenas de Nox? É que Nox Nocture é um nome muito grande e esquisito.

Ele parou abruptamente, mas dessa vez não se voltou para ela, encarou uma rua escura à esquerda, observando atentamente o que poderia estar ali. Com um movimento rápido ele arrastou o cavalo para um beco, segurou Emeline pelo braço e a arrastou junto, se abrigando nas sombras daquele lugar. E apesar das roupas da moça serem escuras, as faixas tingidas de ciano, poderiam chamar a atenção de quem passava ali, então ele a encurralou contra a parede e se postou à sua frente, de modo que seu grande corpo a pudesse camuflar.

— O que está fazen... - Começou ela, mas a mão de Nox pousou sobre seu lábio, a impedindo de continuar, enquanto ele elevava um dedo de sua outra mão, sinalizando para que ela ficasse em silêncio.

Por minutos, ele ficou encarando a rua e Emeline se sentia extremamente desconfortável com a proximidade dele, seus corpos se tocavam de forma que fazia o coração dela pular ensandecido dentro do peito.

O temor começou a tomar conta quando ouviu os murmúrios de algumas pessoas se aproximarem. A boca, de repente, secou e a garganta pareceu arranhar, o coração continuava a bater rapidamente, enquanto o som de botas batendo contra o chão parecia aumentar. O beco parecia se encolher a cada segundo, lhe dando a sensação de que o lugar era pequeno demais, até mesmo para que ela pudesse respirar. Com isso, o arquejo buscando por ar ficou mais alto, o que fez Nox voltar os olhos escuros na direção da moça que parecia apavorada.

Emeline não queria ser pega ali, o escândalo era o menor de suas preocupações. Se fossem flagrados ali sabe-se Deus o que aconteceria. Nox estava sendo procurado como um criminoso e se ela fosse pega ali, juntamente com ele, talvez pudesse ser considerada uma criminosa.

Deus, ser condenada em um país que nem era o seu já era loucura demais, até mesmo para ela!

Não que quisesse ser condenada por algo em seu país também.

Quando pensou que estava prestes a ter um colapso, sentiu os braços cálidos de Nox a envolverem em um abraço reconfortante, a acalmando e assegurando que tudo ficaria bem, e por incrível que pareça, a escuridão dos olhos dele a reconfortou.

Só voltou a respirar normalmente quando o grupo de guardas passou pelo beco sem os notar e seguiu adiante na rua. Ainda permaneceram estáticos por alguns segundos, para se certificarem de que de fato estavam sozinhos. Se afastando lentamente, mas mantendo os olhos em Emeline, Nox caminhou para o meio da rua e com um movimento rápido subiu no cavalo.

Emeline o acompanhou e com os olhos suplicantes, pediu:

— Tome cuidado. Eles não estão brincando, tem muitas pessoas atrás de você. - Ela percebeu o olhar dele sobre sua perna machucada. Sem dúvida tinha notado os passos mancos dela. Dando de ombros, completou – Acidente de percurso.

Nox permaneceu a encarando com curiosidade, ela tinha se arriscado, se machucado apenas para alertá-lo. Ninguém nunca fizera aquilo por ele.

Sem que Emeline esperasse, ele estendeu uma das mãos, a convidando para subir no cavalo. A princípio ela hesitou, não esperava aquela atitude dele, mas acabou aceitando, não aguentaria voltar andando para o palácio. Apoiou o pé no estribo, deixando a perna machucada pendendo no ar, não precisou fazer esforço, Nox a puxou para cima e rapidamente a acomodou melhor sobre o cavalo, com uma perna de cada lado do animal e começou a cavalgar lentamente pelas ruas, procurando não despertar nenhuma atenção.

Durante todo o trajeto ela não deu uma palavra, só conseguia pensar em como faria para entrar novamente no palácio. O lugar todo devia estar cercado, duvidava que chegaria perto depois de ter despertado a atenção quando saiu. Mas quando chegou nas cercanias da grande casa, se surpreendeu quando Nox deu a volta e parou nos fundos, aproveitando que os guardas haviam saído do posto para fazer a ronda.

Rapidamente desceu do cavalo para depois ajudá-la a descer também, parou rente à grade e uniu as mãos, fazendo uma espécie de degrau para que ela subisse. Emeline parou, encarando-o por alguns segundos, até Nox bufar e apontar para dentro com a cabeça, sinalizando para que ela agisse logo.

Teve certa dificuldade em pular a grade, principalmente por ser alta e ter de se dependurar ali novamente, e porque as mãos de Nox tocavam suas coxas a impulsionando para cima, fazendo o coração bater acelerado no peito.

Já do lado de dentro, tentou escorregar pelas barras de ferro, segurando com mais força que o comum e temendo que aterrissasse da mesma forma que antes, mas ele ainda segurava suas pernas por entre as grades, assegurando que ela pousasse no chão com suavidade.

Ousando tocar a mão de Nox, que seguravam as barras, Emeline sussurrou:

— Obrigada.

Ele respondeu com um aceno de cabeça e a observou seguir pelo gramado, buscando as sombras para se esconder. Quando se aproximou de uma árvore, ela parou e olhou para trás a fim de se certificar de que ele continuava ali. E de fato ele continuava, a encarando diretamente, mas desviou o olhar quando ouviu pelo menos cinco dos guardas correndo em sua direção.

Rapidamente ele subiu no cavalo e disparou pelas ruas, enquanto os guardas não hesitavam em atirar contra ele. Emeline ficou paralisada, sem saber o que fazer e apenas rogando para que ele não fosse atingido. 

"Olá, pessoal! Como vão? Esse capítulo ficou um pouquinho maior para que pudesse mostrar o começo da parceria entre Nox e Emeline. Então, vocês têm algum palpite de quem ele possa ser? Acham que essa parceria dele com nossa queria mocinha dará certo? Me contem aqui o que estão achando da história e não se esqueçam das estrelinhas, me ajudam muito. Obrigada pela leitura e beijos!"

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