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E L E A N O R
M I L L E R
As estrelas nascem nas nebulosas, que são imensas nuvens de gás compostas de hidrogênio e hélio 一 os elementos mais comuns no Universo 一. Pode haver regiões nebulosas com maior concentração de gases. Nessas regiões a força gravitacional é maior, o que faz com que ela começa a se contrair.
Contração. Eleanor sentia a sua pele contrair, de uma forma brusca ao vê-lo. Sua barba estava rala, seus olhos vermelhos, e seus dedos machucados, quando ele ralava as unhas na ponta dos dedos. Fazia isso agora. Seus lábios estavam secos e brancos, e o seu cabelo, precisava ser lavado. Mas, que se dane, Eleanor sentia seu coração enfraquecer, ao olhar nos olhos dele, como se passem anos desde a última vez que se viram.
一 Não vem me dar um abraço, Elle? 一 Perguntou.
Eleanor caminhou até ele, deu um pequeno tapa no seu ombro, o que fez sair um murmúrio dos seus lábios . Deu um pequeno sorriso 一 talvez fosse de alívio 一. Seus olhos marejaram, Eleanor sorriu novamente para que ele não percebesse, mas ela falhou miseravelmente. Ela o abraçou, sentiu o seu estômago embrulhar, mas não tinha vontade de vomitar. Eleanor pegou a mala verde que estava na mão dele. Eles andaram até o ponto de ônibus, sem dizer uma palavra, provavelmente estava guardando para quando chegassem em casa.
No lado da janela, Eleanor vira Beaufort coberta da mais branca neve, olhou para o lado e o viu folhando um livro de artes, The Letters of Vincent Van Gogh. Eleanor perdeu as contas, e porventura ele mesmo de quantas vezes já o leu. Olhou para frente e percebeu que já se passava do ponto de partida, Eleanor levantou e puxou a corda preta, que fez um barulho agudo e irritante.
E lá estava, as cores parentara ser mais vivas do que antes. O branco fosco e sem graça, agora é salmão escuro, o balanço ainda estava lá, e a pequena casa de madeira de bonecas de Eleanor também.
Eleanor girou a maçaneta da porta, e a abriu, tomou um susto pulando para trás e agarrando na jaqueta dele 一 ao ouvir o coro 一. As luzes foram acesas, onde observou rostos conhecidos.
Mag segurava uma torta de morangos, Rob fumava um cigarro próximo ao porta guarda chuvas. Notou um cartaz verde, pendurado na parede.
“SEJA BEM-VINDO DYLAN!”
一 Quem fez isso? 一 Sussurrou.
一 Não sei. Mas é melhor… 一 Eleanor tentou formular alguma frase que fosse possível digerir o momento, mas não achou uma sequer
一 Não, Elle. 一 Disse.
一 Ela está vindo, cala boca! 一 Pediu, e sorriu ao ver Mag se aproximar.
一 Dylan! 一 Exclamou 一 Que bom te ver, foram alguns meses, mas pareceram anos que não te vejo, querido
Eleanor saiu, a conversa seria tediosa e chata, e não tinha vontade de ouvir como Dylan está magro e amarelado. Foi à cozinha e encontrou Lia, que tinha a boca cheia de amendoins cozidos.
一 Isso não vai te sustentar a festa inteira. 一 disse Eleanor.
一 Isso aí também não. 一 Apontou para o copo de palmetto que Eleanor segurava.
一 Ele está gostando? 一 Perguntou Lia.
Eleanor encostou as costas no balcão de madeira e cruzou os braços. O amargo chegou às papilas da sua boca, que resultou em uma careta. Percebeu o copo sendo tirado da sua mão, e virou para xingar Lia, mas ouviu Rob dizer que não era para ela isso, e deu a sua xícara de café, que já estava fria, certamente ajudara na dor de cabeça pela manhã.
Curiosa, Lia perguntara de novo, Eleanor não tinha pensado nisso, apenas balançou a cabeça negativamente e pegou um prato de amendoins cozidos e bebeu o café.
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