capítulo 7
Entrei no quarto do hospital ouvido os bipes dos aparelhos pregados à você.
Você dormia serenamente como se não houvesse uma doença grave alojada em seu corpo. Como eu queria que fosse tudo mentira.
Me aproximei temendo que sua respiração vacilante não estivesse mais lá.
Sentei em uma poltrona ao lado da cama. Segurei sua mão presa em agulhas. Eu tentava todos os dias passar confiança em você, mas o que todos já estavam cansados de saber era que você iria morrer. Morrer. Morrer.
Isso é tão forte, um pensamento tão obscuro. A morte é algo que nós nunca descobrimos, e por mais louco que pareça, eu não tenho medo da morte. Eu tenho medo de viver sem você, esse é meu medo, porquê sem você, não há realmente a vida.
Fiquei horas ali velando o seu sono conturbado. Eu não quis acordar você, sempre foi linda dormindo. E pôr ímpeto, fiz uma retrospectiva de nossa pequena e curta vida. A vida é tão pequena para um amor tão grande, e me sinto um nada por não fazer nada pra evitar o fim.
- Tomás?
Sua voz era fraca por conta dos remédios.
- Oi.
Aperto sua mão levemente.
- tenho boas notícias.
Então, na primeira vez no dia, uma dose de felicidade se alojou em meu corpo. O seu sorriso bonito me contagiou de uma forma inegável. E naquele momento, eu achei que estava tudo bem.
Pobre eu.
***
Você tentava arrumar os cabelos. Eu não sei como você se sente, mas a sensação de ser dependente de outras pessoas sempre lhe afetou. Você sempre foi muito pro ativa, fazia as coisas em questão de segundos, agilidade é quase o seu nome, e duma hora para outra, sua vida caiu e depende literalmente de pessoas pra tudo.
- Eu ajudo você.
Digo tomando a escova das suas mãos.
- Eu consigo.
Você afirmou.
A tristeza, que nos últimos meses era presente em minha vida, só se intessificou mais.
- Não amor eu cuido disso.
Eu vi as lágrimas cair em seu rosto bonito.
- Eu só quero pentear o meu cabelo, Tomás.
Eu assenti e devolvi sua escova. Reunindo as forças você começou o processo. Eu avistei tudo tentado ser forte, de uma forma passar a força pra você.
- Eu estou morrendo...
Eu já sabia disso. Mas ouvir dos seus lábios me fez cair em um precipício, aonde se nunca chega ao chão.
- Lisa...
Você negou e a escova caiu de sua mão, gerando um baque.
- Eu...
Você chorava como uma criança. Desde o dia que soubemos de sua doença, você se mostrou forte, capaz, não chorou, e quando chorou não era como agora. Sua vulnerabilidade simplesmente apreceu socando-se.em mim, e gerando um grande estrago que nunca seria capaz de ser cicatrizado, porquê você é minha cura, a que me sara de todos os meus males, e no momento mais agonizante da minha vida, você não estaria lá.
- Elisa...Por favor.
Eu me segurava pra manter a minha postura. Eu deveria ser a sua base, e jamais vacilar.
- Não vê Tomás?!
Gritou. Você gritava raramente. Mas aquele era um grito de socorro.
Um grito raivoso mais ao mesmo tempo cortante, cortava minha alma e pedaços pequenos que eu sabia que jamais nunca seria repostos.
- Eu estou definhando e não posso fazer nada! Morrendo...
A sua dor era perceptível. Me Abaixei a sua altura e segurei as rodas da sua cadeira. Os seus olhos estavam turvos. O seu corpo havia mudado por conta da vida do hospital e dos remédios. Mas você continuava tão linda quanto da primeira vez. A sua alma sempre brilhou nos seus olhos, mas eu pude perceber que o brilho estava fugindo, pouco a pouco, assim como as minhas esperanças.
- Elisa...A dor, aqui dentro de mim só piora. Eu sei, e sinto essa sensação de impotência. Eu sinto a sua dor, três vezes mais, e se eu pudesse, se houvesse alguma coisa, eu não hesitaria em ir atrás. Porque você é a única coisa que eu sacrificaria minha própria vida pela sua.
Você me abraçou. Senti sua respiração. E por mais um dia eu agradeci aos céus, por ter você Elisa, e como sempre, em um mantra sagrado, eu roguei aos céus:
- tenha misericórdia de minha Elisa.
E talvez, talvez Deus tenha misericórdia de mim,e me dê o consolo, e não me deixe preceder a definhar. Porque era só isso que à destinado a mim sem minha Elisa, definhar.
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