capítulo 5
Eu sinto sua dor. Sinto com mais intensidade. Então não venha ser egoísta e dizer que essa dor é sua, porquê não é, nós partilhamos nossos sentimentos Elisa, e a dor está incluso neles. Tudo está, e não adiantará você dizer que eu nunca vou sentir a sua dor, eu não vou eu sei, se eu pudesse eu transfiro a sua dor para mim, só para você não chorar mais. Eu não sinto sua dor Elisa, mas eu sinto uma dor quando te vejo assim, é inevitável.
Eu entrei no quarto e lá estava você, deitada e encolhida na enorme cama. Você não chorava mais, apenas olhava para a parede.
- Elisa ?
Me Sentei ao seu lado, o seu estado era caótico. Você estava magra demais e os ossos do seu rosto eram mais visíveis, suas bochechas não eram mais coradas, e abaixo dos seus olhos haviam olheiras profundas e negras. Me sinto culpado por não ter cuidado de você como devia. Você merecia toda atenção e cuidado, mas eu não fui capaz. Me desculpe Elisa.
- Você precisa comer.
Digo afastado os fios do seu cabelo castanho. O seu olhar me machucava imensamente, por que haviam dor.
Você não se moveu, apenas se virou. Por tanto tempo Elisa, Eu sonhei em te cuidar, e te por em meu colo e te passar segurança.
- Elisa.
Chamo você.
- Eu quero ficar sozinha,Tomás.
E aquilo partiu minha alma. Toquei seu pulso.
- Eu sei que deve está doendo mas nós devemos continuar. Conversar, Elisa. Precisamos.
Você se senta e se encosta na cabeceira da cama, arruma os cabelos e me fita.
- Você acha que é fácil assim? Eu perdi o meu filho!
Suas palavras me perfuraram.
- No último ano eu engravidei três vezes, Tomás.
Você falou chorando. Eu já estava rompendo as lágrimas também.
- e abortei três vezes também!
Chorei porque aquela dor era nossa.
Nós estávamos casados há três anos, e no ano passado colocamos como objetivo para esse ano alongar a família. Mas depois de três gestações falhas, eu já perdia as esperanças, mas lá no fundo eu sabia que nós podíamos sim ter um filho, bastava apenas tempo.
- Eu fui no médico hoje.
Já fazia duas semanas desde o seu aborto espontâneo. Ah Elisa, aquilo me machucava tanto.
- o que houve?
Perguntei sua expressão era frustração.
- O meu sistema reprodutivo é falho. Três abortos espontâneos dificultam a geração de um feto e fertilização. Mas basicamente, tantos problemas acarretaram em...
Você deu uma pausa e um soluço irrompeu de você. Você quase gritava de dor.
- Que eu sou estéril. As últimas gravidezes fizeram que o meu útero não suportasse!
Eu te abracei. Você estava vulnerável. Chorava em meu colo e também gritava.
Eu tentava te acalmar mas eu também chorava.
- Lisa...Não é o fim. Nós podemos ter filhos de outra maneira. Nós podemos adotar.
Você enxugou as lágrimas e se afastou.
- Eu quero aqui.
Pousou as mãos em sua barriga.
- Eu quero sentir Tomás! Eu quero sentir as mudanças, eu quero sentir até as dores, eu quero fazer o parto, eu quero amamentar...
Passou as mãos finas no rosto e se encolheu. Ficando pequena demais para uma dor tão grande.
- Eu quero uma casa cheia de crianças com os seus olhos... Eu quero escolher o nome de cada uma. Eu quero... um dos meus maiores sonhos é esse, Tomás. E quem sou eu...
Você pois as mãos em meu rosto.
- Eu queria tanto te dar essa alegria. Mas eu sou incapaz... Eu quero.
E naquela noite eu te segurei em meus braços porque eu tentava criar um campo para te proteger. Eu não Nego, eu quero filhos com seus traços, quero vê suas mudanças e depois segurar um filho que se assemelha a mim, mas Elisa, Eu cuido de você e você de mim, vamos superar isso juntos.
Eu te olhava. Vou e já não chorava, mas ainda sentia dor.
- Eu o chamaria de Louis.
Levantei os olhos.
- o quê?
Você meneou a cabeça e sorriu.
Estávamos deitados na cama na penumbra. Mas mesmo assim eu enxergava a sua face bonita.
- o bebê.
Diz natural. Sua voz não havia dor.
- Eu sempre sonhei que o meu primeiro filho teria esse nome.
Acariciou meu rosto.
- Eu queria que ele tivesse seus olhos. E que tivesse esse furinho no canto da boca super lindo.
Seu polegar fez um carinho nos meus lábios.
- Eu o amaria tanto. Eu o ensinaria a gostar do Steve Roges.
Eu Soltei uma gargalhada e você me acompanhou.
- e você jogaria bola com ele no gramado nos finais de semana. E quando nós nos cansavamos Iríamos dar um mergulho na piscina. E a noite eu e você faríamos amor no silêncio para não o acordar.
Você deu uma risadinha sonhadora. E eu deixei você sonhar mais um pouco.
- Ele estaria mais ao menos dez anos. Um garoto esperto e inteligente. Então eu e você decidiriamos ter outro bebê, porquê o nosso já estava grande demais e não cabe mais no colo.
Você suspirou e eu vi lágrimas nos seus olhos verdes. Ah Elisa eu queria tanto realizar os seus sonhos.
- É uma menina. E nós daríamos o nome de Mabelle. E ela seria assim como Louis, com os seus olhos. E toda a gravidez foi esplêndida. Cheia de descobertas e sentimentos.
Você recuperou o fôlego e secou as lágrimas.
Com a voz embargada você continua.
- Você e Louis teriam um ciúme mortal dela. Pois ela chamava atenção aonde passava. Os dois guarda costas de Mabelle Erin Arest.
Eu segurei a sua mão.
- e ela amaria ter os seus cabelos longos,e adoraria ouvir você falar. E você seria a melhor mãe do mundo.
Beijei sua testa e te acomodei em meus braços. Elisa, e quando você dormiu aquela noite, eu chorei baixo. Nada daquilo poderia acontecer. Porque o destino não nós quis assim, eu sei que o tempo cuidaria de tudo, mas iria ser doloroso.
***
Nossa rotina era bem básica. Trabalhamos de segunda a sexta, chegávamos no final da tarde e íamos juntos para a cozinha comer algo, conversávamos por horas, e quando batia o sono tomávamos banho juntos e dormíamos agarrados. As vezes arriscavamos um filme juntos, outrora fazíamos o que fazemos melhor querida. Eloquecer um a outro com nossos corpos.
E nos finais de semana saíamos à procura de uma aventura.
Íamos escalar, ou nadar, corridas e trilhas, alpinismo, ou um acampamento.
É incrível o nosso pique. Cinco anos de casados e continuamos dois adolescentes bobos que brigávamos sobre super heróis. Eu sorria, você se encaixava tão bem em meu colo, seu corpo é tão bom, seu calor e seu cheiro me conforta. Mesmo enfrentado o caso dos filhos continuar era preciso. Você não quis adotar, eu não entendi no início, mas depôs compreendi. Você não queria se machucar ainda mais, vê uma criança não sua, vê os traços de outra pessoa só mostrava sua incapacidade, eu sei que você amava a idéia de ter uma criança em casa, mas você não queria se machucar. Não queria me machucar, mas eu sei que isso tudo vai se curar, e daqui a pouco vamos entrar no acordo, e quem sabe adotar um Louis ou Mabelle? Ou talvez os dois ? Vamos saber em breve Elisa, pois o tempo é que nos dirá.
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