capítulo 11
A sensação nunca ameniza. É como uma ferida que numa se cura. Fica ali doendo, uma dor fina que nenhum remédio é capaz de facilitar.
Elisa participava da minha vida, muitas pessoas diziam que eu esqueceria a dor, mas eu só esqueceria se eu esquecesse de Lisa, e isso é quase impossível.
A minha vida não é a mesma, é uma coisa um tanto difícil. Você nunca está preparado para enfrentar esse tipo de coisa, perder o amor da sua vida é como perder uma parte sua, a parte que lhe mantinha vivo. Elisa era o meu motivo, e mesmo depois de algum tempo, ela ainda é a minha razão.
- Bom dia senhor.
Falou o homem da floricultura.
- Fred.
Comprimento ele com um sorriso de todas as manhãs.
- as belas tulipas?
Me entregou as flores.
- as belas tulipas.
Digo arrumando meu terno de trabalho e pagando o preço das flores. Era um costume, todas as manhãs, era como receber um pouco da presença da Lisa, eu precisava ir até a sua lápide, eu sentia, como se ela estivesse ali comigo, e de uma certa forma, aquilo me tranquiliza.
Me direcionei até a lápide de mármore que tinha o seu nome cravado. Me Sentei defronte à ela depositando as flores.
- Eu sinto a sua falta.
Digo recostado minhas costas no mármore frio.
- sinto à cada instante. É algo que não tem como evitar, eu não sou imune à você.
Respiro fundo. Era loucura falar com o nada. Mas eu sabia que ela estava me ouvindo.
- a saudade as vezes aperta, aí eu me lembro que você está aqui dentro de mim. Aí eu choro, porquê me lembro de tudo, e de como eu amo você.
Dei um sorriso trêmulo. Eu chorava todas as vezes, um fraco talvez, mas eu era um fraco que sofria de amores.
- Eu trouxe o livro.
Tirei o livro do bolso do paletó.
Limpei a garganta e comecei a leitura.
O ato de ler para a lápide da minha esposa me aquietava, era um remédio que tranquilizava minha dor, como se eu estivesse altamente anestesiado. Elisa tinha o poder de me fazer bem até morta.
- Não - disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. Significa "crias laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. - Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
Fechei o livro do pequeno príncipe passando os dedos na capa. Respirei fundo sentindo o ar puro daquela manhã.
- És que tu me cativou, doce menina dos olhos esverdeados. Mas me deixartes nesse mundo tão preto e branco. Levai-me as cores da minha vida.
Sorri de lado.
- Obrigado Lisa.
Me despedi mais uma vez com lágrimas nos olhos. Eu chorava pela saudade, que me apertava tanto, e me dizimava todas as manhãs.
Caminhei até o carro lembrando das palavras, me lembrando dos Beijos, e de todas as juras de amor. Eu não tenho dúvidas que o meu amor por Lisa era casto como os olhos dela.
Eu soube que amor não se compra, eu soube que a melhor invenção do homem foi o amor um para o com outro, eu sou grato por Elisa ser misericordiosa e ter me dado algo de valor incalculável. Porque mesmo que eu contasse as estrelas do céu, ou as galáxias desconhecidas, até mesmo que eu encontrasse o sentindo do mundo, eu não seria digno de tanto amor. Porque Deus, deu ao homem, a oportunidade de amar sem preconceitos ou sem padrões inrraciais, amor é sinônimo de se entregar de alma, tanto pra ser machucado ferido, como de receber amor em troca, amor é dádiva. É quando se rir sem ter motivos, é quando se espera um olhar e nada mais, é quando você não se importa com os vacilos e as feridas, basta amor, e há solução.
E a Elisa era a minha solução. Ela era o meu eixo, e agora se tornou difícil tentar manter o equilíbrio, mesmo ela sendo toda a minha base. Mas eu sei que o amor dela era verdadeiro, e eu me sinto coberto e imerso num amor verdadeiro.
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