Retrato, O
"Nada torna um rosto mais impenetrável do que a máscara da bondade."
— [...] NÃO precisava ter ido embora, Darcelle. — Emma disse pelo telefone, encostada num pilar comprido com desenhos abstratos feitos à mão. — Poderíamos apenas conversar.
— Eu não sabia como olhar para você, e não, não foi pelo que eu disse na ilha. — Fez uma pausa demorada. — Eu vi você com o William Solis numa festa num bar na vila.
O rosto de Charlton enrubesceu de imediato e ficou sem saber o que dizer por muitos segundos.
— Não sei como lhe explicar sobre isso.
— Não irei me intrometer na sua vida, mesmo que ache errado. Agradeço por não mentir.
— Acima de qualquer coisa lhe desejo o bem do fundo do coração, não sou uma pessoa má por conta de atitudes erradas. Fiquei feliz de saber que está trabalhando na Beauchamp e lhe desejo a maior sorte do mundo.
— Obrigada — agradeceu. — Desejo o mesmo para você.
— Eu... Eu não tive nenhuma amiga antes. Faço questão que venha ao noivado, até porque foi ideia sua. Não me julgue, por favor. — Apertou o celular. — Ficaria muito feliz de ver alguém que realmente se preocupa com todos ao seu redor, fazendo parte desse dia.
— Eu não sei... Seria uma farsa a qual não tenho vontade de testemunhar.
— O Damien também ficaria feliz. Ele a tem em maior estima. — Emma apelou. — E é só uma festa no final das contas. Nós os dois chegamos a um entendimento quanto ao nosso casamento. Venha, por favor.
— Tudo bem, Emma. Agora tenho que ir trabalhar, as coisas estão complicadas por aqui e estou aprendendo o máximo que posso.
— Então até no sábado, Darcelle. Adeus. — Desligou a chamada com um sorriso verdadeiro nos lábios. Apesar de tudo, tinha um apreço pela ex assistente, principalmente por ser tão genuína.
Joanne se aproximou de cenho arqueado.
— O que está fazendo parada? Temos muito trabalho aqui! — Rosnou, impaciente.
As duas estavam no grande salão de festas da mansão Beauchamp, apreciavam os últimos retoques para a festa de noivado no sábado seguinte. A decoração luxuosa mais parecia um casamento pelas incontáveis flores, carpete vermelho e uma pista de dança personalizada. Os empregados andavam de um lado para o outro sem parar e as Charlton tomavam nota do que estava certo ou errado.
— Foi uma má altura para você ter perdido a assistente pessoal, aquela negrinha era bem eficiente — comentou a mais velha, atenta nos vasos de porcelana que eram colocados estrategicamente nas mesas. — Cuidado para não partir!
— A Darcelle deixou tudo pronto antes de partir. Ela virá para a festa — respondeu Emma, um quanto impaciente. Tinha passado duas noites seguidas na mansão e sem ver William. Seu coração apertava por ter que fingir interesse numa maldita relação indesejada. O combinado tinha sido diferente e agora era obrigada a fazer outro papel que não estava muito disposta e nem o noivo parecia estar.
— E por que ela faria isso? — Joanne uniu o sobrolho muito bem feito, os olhos castanhos pareciam cansados.
— Porque eu sou boa pessoa, irmãzinha. Se tivesse o teu feitio, nem imagino! — Provocou enquanto observava a montagem da mesa principal dos noivos e as câmaras de filmar montadas por um grupo do Jornal Tempo. Não quis contar que estava numa tentativa desnecessária de se redimir pelo que fizera, até porque sua irmã ia ter um surto se soubesse que tinha levado William com ela para a instância turística. — E já tinha dito que ela poderia trazer uma companhia.
Joanne revirou os olhos negando com a cabeça severamente, ainda assim não protestou, eram apenas duas pessoas em cem convidados. Era suposto ser um número maior, mas Damien teria proibido estritamente.
— Veja se não mete os pés pelas mãos, Emma. Eu fiz um sacrifício por você certa vez e isso me pesa até hoje. — Cobrou diretamente e viu quando a belíssima irmã mais nova parou de andar para a encarar.
— Estamos juntas nisso, eu já disse, Jo! Eu sei muito bem o que fez por mim, serei grata para sempre. Eu e o Will.
— É bom, mesmo! — Rosnou Joanne e caminhou a passos largos até tirar uma caixa de brindes da mão de um carregador que a levava sem cuidado. Só depois de gritar com o homem é que voltou para perto da irmã. — E a sua menstruação, já veio?
Emma esbugalhou os olhos azuis e sua face ficou igual um tomate.
— Que absurdo, está controlado o meu ciclo? Você não é minha mãe, Joanne.
— Você já me falou que Damien Beauchamp usa proteção, agora quanto ao William eu duvido muito. Não deite tudo a perder, Emma.
— Pare, por favor! Não sou nenhuma criança — resmungou e saiu a caminhar para longe da outra, sentia o coração a bater dentro do próprio peito.
[...]
Darcelle estava como um autêntico peixe fora da água.
Os primeiros dois dias na Beauchamp tinham sido um pouco complicados, pois todo mundo parecia ter seu próprio ritmo e já saber o que fazer, então a deixavam meio de lado, lhe pedindo para tirar cópias e ir buscar cafés e rosquinhas de vez em quando. Christian Dash tinha sido simpático e lhe instruíra o quanto podia, mas a sua carga de trabalho era superior a qualquer uma, sendo o administrador da empresa e responsável pelos recursos humanos.
Também não conseguira falar com Jamie, esta vivia escondida entre o hospital e o próprio quarto, continuando a subir o transporte público e deixando o belíssimo carro lá em baixo parado. Só não o roubavam pelo sistema avançado do alarme bem visível a qualquer um. Dash realmente era um homem prevenido.
Darcelle assinara o contrato de trabalho com regalias inimagináveis. Quem poderia dizer que o Monstro Du Camp dava condições tão favoráveis a seus empregadores? Era de se esperar a quantidade de sorrisos dos trabalhadores daquela empresa. Jamie de certeza saberia se impor naquele sítio, com toda a inteligência e eficiência, de certeza já estaria debatendo algum assunto com um dos colegas.
— Ei, você. — A mulher da recepção surgiu na porta da sala destinada à Darcelle. — Me falaram que é a senhora das cópias.
Johnson uniu o sobrolho, ainda não tinham-lhe designado nenhuma função concreta, pelo que se limitara a organizar sua sala, conhecer os departamentos, os responsáveis e requisitar material necessário, entre outras coisas básicas.
— O que me espanta é a senhora ter subido até aqui para pedir cópias — redarguiu de forma pouco simpática e encarou a recepcionista com a igual cara de poucos amigos. — É o seguinte, eu ajudo o pessoal quando estou lá em baixo ou nos seus departamentos. Nunca ninguém subiu até aqui para pedir cópias e muito menos essa função me foi atribuída.
— Ficar sentada para receber um salário gordo no fim do mês não faz sentido. Eu tenho impressos de visitantes para tirar cópias e mandar para o departamento de segurança, mas também tenho que receber as pessoas na entrada. Não é justo sofrer enquanto tem você aqui apenas sentada.
— Então pode tirar as cópias que eu fico na recepção até você acabar. — Johnson tinha pensado numa resposta ainda menos agradável, mas não lhe parecia correto comprar briga tão cedo com os novos colegas. Ela queria ser o mais neutro possível para não ser esmagada naquela corrida de elefantes.
Sabia bem que o que Rupert lhe dizia era o que se comentava pelos corredores e ainda não entendia para que Damien iria lhe pagar tanto dinheiro. Não havia nenhuma explicação e sequer se tinham visto ou falado depois da última vez.
— Ora, que engraçado. Você tem mais cara de se dar bem com as cópias e...
— Acha que eu ia dar uma sala inteira para alguém cuja função é tirar cópias, senhora Rupert?
As duas mulheres se assustaram com a súbita voz e encontraram Damien Beauchamp parado no corredor com um terno de três peças e um ar de poucos amigos. O cabelo loiro parecia estar molhado e bem penteado para trás e os olhos azuis eram como o fundo de uma praia paradisíaca.
Não usava máscara.
— Senhor Beauchamp! — A recepcionista estremeceu dos pés a cabeça, tentando segurar o espanto por ver as cicatrizes daquele rosto tão expostas. Os olhos encontraram os próprios pés naquele instante.
— A senhorita Johnson é minha Assessora e responsável por toda a parte do trabalho que me compete. É você, quem deve tirar cópias para ela. — Ele a advertiu com a voz rude, deu meia volta e adentrou na porta mesmo em frente da sala de Darcelle.
O coração da jovem Johnson falhou uma batida e não esperou Rupert sair da sua frente para seguir o loiro sala a dentro. Bateu a porta e ouviu um "entre" quase surdo. O encontrou sentado na grande e confortável cadeira com o olhar um pouco perdido, as cortinas do escritório ainda estavam corridas, mas dava para identificar a grande mesa, um mini balcão com copos e bebidas diferentes. Um quadro enorme e belo que revelava um belíssimo garanhão, dois computadores portáteis de última geração, uma grande tela curve pendurada no alto e uma estante com algumas edições raras de livros. O chão era acarpetado e mesmo estando tudo limpo, dava para ver que não era ocupado já há algum tempo.
— Assessora? Eu não tenho formação para isso — declarou Darcelle sem se dar ao trabalho de esconder tal facto. Seu interior estava um misto de emoções por o ver ali, por perceber que seu coração batia mais do que devia e por temer não estar a altura do que lhe era incumbido.
— Mas é inteligente, irá aprender tudo o que nós tivermos para ensinar. A Beauchamp sempre investe na formação de seus trabalhadores. — Levantou o rosto e coçou as têmporas. Fazia alguns dias que não se viam e Johnson sentia uma alegria para lá do normal agora. — Você sempre prega o dom da sua palavra comigo, agora é a sua vez de arriscar e viver. E eu vou exigir isso de você.
Ela engoliu em seco, ainda estava de pé com as mãos juntas no colo e um bombardeamento interno pior que Hiroxima. Sentiu as mãos começarem a transpirar.
— Farei o possível para estar a altura, senhor Beauchamp. — Afirmou a acenar com a cabeça em concordância. Damien pela primeira vez sorriu para Darcelle, um sorriso sincero e bonito. Se fosse possível, o coração dela teria parado de bater naquele instante. — Como... foi?
— Três caras assustadas no elevador, uma onda de espanto na administração, sorrisos desconfortáveis e olhares para o chão. — Damien deu de ombros num falso gesto de pouca importância. — Não deve ser fácil olhar para mim.
— É um processo — admitiu com precisão e caminhou até as janelas para abrir as cortinas automáticas, estas deslizaram de par em par com lentidão.
— Meu passatempo favorito era a fotografia. — A súbita confissão chamou a atenção da nova assessora de Beauchamp. — Eu adorava a beleza, as coisas bonitas. O meu rosto era... — Não conseguiu completar. — Ganhei concursos de fotografias, viajei para os lugares mais belos com modelos maravilhosas. — Engoliu em seco. — Agora nem consigo me olhar direito no espelho.
Darcelle voltou até Damien e se permitiu sentar diante dele. Pousou os braços em cima da secretária e prendeu a respiração antes de a soltar.
— Eu seria mentirosa se dissesse que suas cicatrizes não são horríveis, senhor Beauchamp. Elas realmente são. Mas o senhor... é belo quando é frágil, belo quando sorri para mim, belo quando tira a capa dura e deixa o coração falar. Passei poucos dias aqui e só vi trabalhadores felizes. — Um momento de compaixão se apoderou do ensejo e o Monstro Du Camp pareceu segurar outro sorriso que insistia em escapar.
— Onde estava todo este tempo, Johnson?
— Provavelmente amadurecendo o suficiente para poder lhe dizer isso hoje. E sabe de uma coisa? Tem toda razão, eu vou ser uma boa Assessora. — Levantou-se da cadeira cheia de força para iniciar com suas funções. — Vamos a isso, senhor Beauchamp!
— Damien. Eu quero que me chame Damien. Tudo bem, Darcelle?
Era a primeira vez que pronunciava o seu nome e a voz forte parecia ter sido feita apenas para aquilo. Ela cobriu a boca com a mão num gesto lento e impaciente.
— Tudo bem, Damien. Tudo bem. — Ela sentiu o sorriso verdadeiro que saiu de seus lábios e teve vontade de dizer tantas coisas, mas foram interrompidos pelo telefone que começou a tocar na mesa dele.
Darcelle se retirou ainda a sentir as mãos frias e voltou para a sua sala ainda com o coração fora do lugar. Era normal se sentir assim só por vê-lo? Nem sabia como enquadrar aquele sentimento porque não se lembrava de alguma vez ter passado por aquilo. Na adolescência todas as meninas da sua idade tinham alguma paixão e viviam em cima de nuvens cor-de-rosa o tempo todo. Ela costumava se sentir mal por ser diferente, a verdade é que nenhum rapaz a tinha despertado nenhum interesse. Sua prima Jamie tinha beijado alguns meninos e saído com outros antes de se render e se entregar aos braços de Lorenzo, e várias vezes Darcelle costumava cobiçar como o dito amor podia fazer as pessoas se sentirem.
Houve momentos que pesquisara sobre pessoas arromânticas e depois por assexuais, porque nunca tivera o desejo de ter qualquer tipo de romance ou de relações sexuais, nada parecia despertá-la e isso a tinha angustiado por muito tempo. Até agora. Devia admitir que Damien causava sensações inexplicáveis e que era muito errado porque estava pronto para noivar com outra mulher.
— É verdade que o Fantasma da Ópera está aqui sem a máscara? É nesse momento que a Christine Daaé foge... Mas você ainda está aqui! — Christian roubou seus pensamentos e entrou todo divertido como sempre. Sua vestimenta consistia numa única peça formal que era o casaco por cima do pólo e das calças jeans.
— O que quer dizer com isso? — Darcelle pestanejou.
— Deixe para lá. — Dash lhe piscou o olho. — Queria saber o que está por trás dessa mudança toda, não é normal. Tentei tirá-lo de casa por anos!
Darcelle riu e teve vontade de dizer que o que ela queria saber era sobre a estranha aproximação entre ele e sua prima, mas se conteve.
— O Damien está aqui sim — respondeu um quanto descontraída e nem reparou nos olhos verdes que se esbugalharam ao ouvir a resposta.
— É Damien agora, hum. — Esboçou um sorriso. — Você com essa cara de quem não mata nem uma mosca parece que está derrotando alguns monstros... Du Camp.
Era atrevido! Ela riu quase sem graça se sentindo despida pelos olhos espertos, se limitou a anunciar a presença de Dash e o acompanhou até a porta da sala. Depois se concentrou no trabalho, era tudo um pouco complicado de se entender e por isso começou a tirar notas e a telefonar para alguns colegas que podiam ajudar. Ser Assessora significava ter que responder pela empresa na ausência dele. A prova do quanto confiava e apostava nela.
Damien recebeu mais dois administradores de outras sucursais e no fim tiveram uma reunião geral, onde ele afirmava a sua volta como presidente na empresa e que não iria ficar mais a trabalhar a partir de casa. Algumas pessoas o olhavam com curiosidade e outras tentavam segurar o incómodo que era ver o rosto a descoberto.
No final do dia, Darcelle demorou mais tempo a sair porque estava mergulhada no trabalho, tinha aprendido mais naquele dia sobre cavalos e gestão, do que em toda sua vida. Gostava de estar ali, mesmo que não fosse sua maior paixão.
— Ainda por aqui? — Damien se admirou quando saiu da sala, carregava sua mala e o casaco pendurado em seu braço.
— Já estou de saída, apenas queria aproveitar para aprender mais. — Respondeu e sentiu o cansaço que pesava em seus ombros.
— Terá todo tempo do mundo, não se apresse. As formações começam semana que vem e verá como tudo ficará ainda mais fácil. — As palavras saíam de seus lábios com tanta gentileza que nem pareciam vindas dele.
— Obrigada. — Acabou por desligar o seu computador.
— Quer que eu a leve para casa? — Olhou para o relógio, mas de momento não se importou.
— Não se preocupe. Eu pego o carro colectivo dos trabalhadores da Beauchamp. — Se levantou e organizou as suas coisas com vagar, mas quando girou os olhos percebeu que ele ainda estava parado a olhá-la completamente distraído.
— Então... Até amanhã. — Uma sombra correu os olhos azuis como se tivesse feito um esforço para dizer aquilo.
— Está ansioso pelo seu noivado? — Aquela pergunta escapou de sua boca.
— Sim. — Ele mentiu. Na verdade queria dizer que nem tanto. — Vejo você lá?
— A Emma faz questão... — Darci quase ficou sem graça ao constatar que seria dolorido assistir àquele noivado. Como olharia para a loira sabendo tudo o que sentia? Mas sentir não era crime, pois não?
Beauchamp acenou com a cabeça, sua boca se abriu, mas as palavras se perderam pelo caminho, então se preparou para sair.
— Espere. — Ela pediu, dando pequenos passos até se aproximar. — Tem seu telefone?
— Sim — respondeu um tanto intrigado.
— Então venha comigo.
— Para onde?
— Já vai ver.
Johnson caminhou até ao corredor, parando diante das portas metálicas do elevador e esperou pelo presidente da Beauchamp a seguir. Entraram em silêncio quando este chegou e subiram apenas um andar que era o último. Saíram para o terraço enorme que abrigava um heliponto do outro lado. O chão era cimentado e tinham pilares que separavam algumas secções.
Ela andou até ao murro pintado de branco com uma barra vermelha no centro. Apoiou as duas mãos e apreciou a vista brilhante que se estendia sem fim. Damien parou ao seu lado.
— E então?
— Tire uma fotografia.
Ele piscou ao mesmo tempo que franziu.
— Leve seu celular e tire uma fotografia. O que lhe impede de continuar a fazer aquilo que mais ama? Há tanta Beleza pelo mundo a fora. — Ela abriu os braços a sentir a brisa que beijava seu rosto, mas desejando que fossem certos lábios.
Damien colocou a mão no bolso das calças de pano vincadas e tirou o aparelho de última geração. Era verdade, por que parara de fotografar só porque perdeu aquilo que acreditava ser sua pulcritude? Desbloqueou o celular e procurou a câmara, abrindo-a para a majestosa cidade de Belmore banhada pelo mar e com uma grande ponte erguida lá no alto que a conectava com outras cidades. Porém, nada lhe era mais belo, por isso mudou a sua posição e tirou a primeira fotografia depois de dez anos.
O rosto de Darcelle. Este que se sobressaía em relação ao manto escuro da noite, principalmente pelo turbante amarrado e pela roupa africana, junto dos brincos grandes.
— O que está fazendo? — Ela perguntou sobressaltada. — Pare!
— Tirando fotografias... — O dedo dele não parava de clicar no centro da tela comprida, fazendo a luz da câmara brilhar vezes seguidas.
— Fico horrível nas fotos. — Tentou lhe arrancar o aparelho da mão, mas foi em vão, pois ele era mais alto e só levantou o braço para cima, obrigando-a a dar pulos no mesmo lugar.
— Eu já tinha dito que era ótimo no que fazia. Não devo ter perdido a prática. — O sorriso estava esticado no rosto dele, nem as cicatrizes conseguiram fazer com que ficasse menos bonito.
— Não faça isso! — Darci ainda pulava para segurar a mão dele porque o dedo ainda parecia acertar o centro da tela e mais imagens eram tiradas. — Pare!
— Sossegue, Darcelle. É a sua vez de remover as máscaras.
Ela então parou e respirou fundo, se deixando eternizar naquilo que seria o retrato de um dos momentos mais importantes que passavam juntos. As bocas podiam não dizer, mas os olhos não mentiam e falavam a mesma língua.
— Darcelle... — O telefone começou a tocar no mesmo instante e ele apertou os olhos antes de soltar um impropério. — É a Giovana.
— Eu também preciso ir antes que perca o transporte colectivo. Até amanhã. — Se despediu e correu mais do que as pernas podiam permitir, pois sabia muito bem do que fugia. Por que a ideia de ter apenas uma amizade a corroía tanto mesmo sabendo que se tratava de um homem comprometido?
Aquele noivado certamente viria provar o quão disposta estava a suportar a bomba que ameaçava explodir dentro de sua alma.
Normal 0-3C/w%;AZoom%3M -3C/w%;ATrackMoves> # # -3C/w:PunctuationKerning> # -3Cw:SaveIfXMLAnvalid%;Efalse%3ISaveIfXMLInvalil> fal{e XT X-NONEX-NONE
Bom dia, Belezuras.
Finalmente saiu o capítulo, né? Desculpem o atraso.
Não sei se sabem, mas o Ebook do meu livro Something About Ocean se encontra em pré venda na Amazon. (O que me deu muito trabalho para deixá-lo SUPER BONITINHO com capítulos novos, algumas mudanças no enredo e detalhes afiados.) Quer conferir? Bora lá comprar na Amazon e aguardar a data de lançamento que será no MEU ANIVERSÁRIO. Que legal né?
Nem tudo é só pedir capítulos, também apoie o seu autor. Se não puder comprar, partilhe, mostre aos amiguinhos, deixe avaliações. Tudo é bem-vindo! Unidos fazemos a força, non?
Quanto a Damien e Darcelle tão demorando se pegar, não é? Rsrsrsrsrss.
Mil Beijos de amor
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top