A senhora de cabelos brancos
Nesta casa vazia,
Minha mente volta ao passado.
A senhora de cabelos brancos
Não está mais aqui, para me fazer sorrir.
Lembro-me de um silêncio imenso
Que era quebrado pela sua vitrola
Com os discos de vinil
Em que me colocava em cima dos seus pés
Me ensinando a dançar.
Da sua Televisão antiga,
Preto e branco, que não deixava eu mexer...
As noites em claro, a qual
Passávamos lendo histórias,
Até eu adormecer.
O doce que nunca saberei fazer.
A laranja tão amarga,
Que através de suas mãos
Se tornavam o melhor doce
Que qualquer confeiteiro poderia fazer.
Lhe perguntei a receita,
Mas a senhora disse que era apenas
porções de amor, carinho, e laranjas amargas.
O barulho do teu tear, que de fio em fio,
Eram feitas as roupas das minhas bonecas.
Que conforme, cresci passei a odiá-las.
Porquê sempre que as olhava
me faziam chorar.
Lembro das suas broncas,
Que eram necessárias
por causa da minha teimosia.
Quando me levaram para longe,
Nunca vou esquecer
As lágrimas em meio as suas rugas,
A súplica em teu olhar, dizendo "não vá!".
Não sei o quanto foi doloroso,
Mas sua mente te forçou a me esquecer.
Segurei as lágrimas quando te chamei
E a senhora disse "quem é você?"
Com o tempo você não sabia andar sozinha.
Não falava, não comia,
Mas eu não me importava com isso...
A senhora com os cabelos mais lindos,
Estava perto de mim.
Queria poder ver seu sorriso novamente.
Suas broncas, a cantoria pela casa.
Mas há apenas sua coleção de louças antigas.
Carregarei a senhora comigo,
No meu coração.
Não te esquecerei,
Pois você sempre será minha segunda mãe.
Minha inspiração.
Senhora Dezenir.
A senhora de cabelos brancos anos depois de ser diagnósticada com Alzheimer.
Minha amada bisavó.
Poema revisado por Trevas145
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