7. Primeira briga

Nunca estive em uma cela antes muito menos em uma delegacia. Vejo todas as outras mulheres que também estão aqui me olhando a todo instante.

Nesse momento consigo ver uma mulher de cabelo loiro bem clarinho aparentimente natural vindo até mim. Não sei o motivo, mas não sinto que ela é uma boa pessoa.

Joana: Me surpreende uma menina tão jovem como você aqui nesse lugar.

Bem, eu também concordo com ela e até eu mesma me surpreendo com isso.

Mila: Armaram para mim, não era para eu ser presa, isso tudo foi uma tremenda injustiça.

Joana: Já vou te avisando que aqui as coisas vão ser bem difíceis pra você.

Mila: Por que?.

Já estou bem assustada com essa mulher como eu disse ela não deve ser do bem.

Joana: A gente não costuma pegar muito leve com as novatas aqui.

Sim já deu para perceber isso. Em minha feição está aparente o meu medo estampado em meu rosto.

Mila: Eu não quero arrumar confusões com vocês.

Joana: Não é questão de querer arrumar confusões, mas terá de obedecer a gente e principalmente a mim.

Mila: Mas qual é o seu nome, eu nem te conheço por que teria que obedecer?.

Joana: Porque eu sou a chefona daqui e tudo o que eu mandar fazer é lei. Meu nome é Joana.

Mila: Eu vou obedecer, não quero arrumar mais problemas.

De fato estou encrenqueda até o pescoço, pelo visto vou sofrer muito aqui na prisão.

Essas mulheres não são nenhum pouco amigáveis, o jeito que elas me olham me faz ficar com ainda mais medo e tudo o que eu queria nesse momento era poder sair daqui.

Mila: Alguém já tentou fugir daqui?.

Joana: Já sim, várias vezes mas sempre foram pegos.

Mila: Mas e você já tentou fugir?.

Joana: Nunca, eu não perco meu tempo com isso, há câmeras por todos os lados com certeza me pegariam.

Não vai demorar muito e eu vou tentar fugir desse lugar, as chances de me pegarem são bem altas, mas eu tenho que ao menos tentar.

Mila: Quantos anos você pegou de prisão?.

Joana: Seis anos e você?.

Mila: Quatro anos.

Sim, mas eu espero sair daqui muito antes disso.

Joana: Mas já cumpri dois anos, fui pega roubando um banco e você?, havia falado que armaram, mas eu não entendi muito bem.

Mila: Sim, dois cretinos, o Marcos e a comparsa dele a Alessandra eles vendiam drogas, Marcos me incentivou a sair do Brasil e eu não sabia de nada.

Joana: Tá bom, nem precisa continuar eu já entendi tudo, mas como você foi burra em menina.

Ela tem mesmo razão eu fui muito burra de cair no papo do Marcos aquele fedido a merda.

Mila: Sim eu fui muito burra mesmo.

Joana: Sinceramente eu não queria estar na sua pele.

Nem eu mesma queria estar na minha pele, não sei como consigo me envolver em tantas confusões.

Mila: O pior mesmo é que meus pais me avisaram antes, mas eu não quis ouvir eles.

Joana: Você deveria ter ouvido eu me arrependo de ter entrado no mundo do crime.

Algo nela não me fazia acreditar em seu arrependimento, tenho certeza que quando ela sair dali vai roubar mais coisas.

Mas talvez ela poderia ser uma boa aliada na minha fuga, só preciso me aproximar aos poucos e me tornar amiga dela, assim talvez ela pare de mandar em mim.

Joana: Enfim, melhor pararmos de conversar como eu mesma disse nois não tratamos bem novatas, ainda mais novas como você.

Melhor ser nova do que ser uma velha igual a ela, ela deve ter uns 40 anos. Como fui burra troquei o conforto da minha casa, por um caminho sem voltas.

Mila: Tá bom, eu entendo.

Na verdade eu não entendo. Vai ser bem difícil por aqui já consigo até prever, mas eu não quero arrumar brigas com elas, por isso vou ficar no meu canto.

Joana: Com o tempo você vai ver o inferno que é aqui.

Já estou começando a ver isso, mas não vi nem o começo desse inferno. Ficar trancada em uma cela com várias outras mulheres velhas e irritantes já é horrível, mas isso é apenas o começo.

Mila: Já estou começando a ver.

Joana: A comida não é nada boa também.

Disso eu sei, eu já vi nos filmes e ouvi dizer, mas nunca comi de verdade né.

Mila: Que horror, já consigo sentir o cheiro desagradável que vem do refeitório.

Tampei meu nariz por alguns segundos.

Joana: Vai se acostumando.

Ela riu sem parar e as outras fizeram o mesmo.

Mila: Ah como eu queria estar na minha casa no Brasil.

Joana: Haha, tu deveria ter ouvido os teus pais garota.

Ela tem razão, mas já estou começando a ficar irritada com ela.

Mila: Tá você já disse isso, agora cuida da sua vida.

Eu não deveria ter dito isso, ela não ficou nenhum pouco feliz com essas minha falas. Joana e mais quatro mulheres estão vindo em minha direção, eu apaguei completamente do nada.

Mila: Aonde estou?.

Perguntei gagueijando e com a cabeça totalmente dolorida.

Polícial: Na enfermaria, quatro detentas bateram em você.

Só me lembro delas vindo até mim, mas não estou lembrada da agressão acho que foi algo bem forte.

Mila: Não estou lembrando muito bem.

Estava na cara que ela não queria saber se eu lembrava. Sim é uma policial feminina de quem eu estou falando, estou deitada em uma maca igual a de hospital.

Tento me levantar, mas estou algemada. Toquei em minha cabeça e consigo sentir a dor horrível devo ter batido a cabeça nas grades da cela.

Mila: Policial, posso ir ao banheiro?.

Ela veio em minha direção, mas com a cara fechada e parecia estar bem cansada.

Policial: Vai logo menina, que saco.

Oxi esse é o trabalho dela eu hein. Entrei no banheiro e encostei a porta por um momento me senti aliviada sem aquelas algemas, mas estava certa de que voltaria e terei de usar novamente.

Acabei de usar o banheiro e avisto uma pequena janela com algumas grades aparentimente pareciam estarem meio soltas, vi então a oportunidade perfeita de tentar fugir, fiz um pouco de força e consegui arrancar levemente uma grade da janela.

Sai do banheiro e voltei para maca, não sabia ao certo quanto tempo ficarei aqui, mas espero ser o suficiente para que eu consiga de uma vez fugir desse lugar.

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