Quando é sobre família
Pra quem me conhece, já sabe que sou péssima para terminar uma fic. Eu odeio finais hauaua argh!!
Mas depois que tá pronto fico feliz. Eu terminei essa fanfic hoje, mas ainda terá o capítulo especial, que já comecei a escrever, então não vou colocar como terminada ainda.
Espero que não se decepcionem.
Adorei escrevê-la aliás, foi mais leve , um pouco clichê, sem mta polêmica como geralmente são as outras.
Adorável.
Não desapareçam e boa leitura.
Vou corrigí-la em breve, então relevem os erros por enquanto!!
😘😘😘 ... 🤗
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[ 5 Anos atrás ]
Jimin olhou para a tela do computador portátil, onde mostrava umas manchas confusas que ele aprendeu ser seu bebê.
- É uma menina, Park. - O Dr. Lee falou enquanto apertava mais o transdutor na barriga inchada do ômega.
A Doula Ryu sorriu amorosa para Jimin.
A família de Jimin disse que preferiria que ele estivesse morto ao aceitar um ômega que engravidou de alguém que não o quer. Foi o que a Sra. Ryu ouviu quando ligou para a mãe de Jimin e seu pai atendeu ao invés. Agora fazia sentido o porquê do medo que Jimin tinha de ligar para a própria família para falar sobre a gravidez. Ryu não fazia ideia de como contar para aquele jovem e inocente rapaz que sua família não o queria.
- Uma menina? - Jimin arregalou os olhos, encarando o Dr. Lee em pânico.
- Como eu vou criar um bebê? Ai meu Deus! Tem um bebê aqui dentro.
Ryu levantou uma das sobrancelhas, agarrando a mãozinha suada do ômega.
- Querido, você já sabia que tinha um filhote dentro de você, certo?! - Parecia uma pergunta idiota, mas aquele ômega era tão inocente, que ela não se surpreenderia se ele negasse.
- Eu sabia, mas não sei … é que agora parece tão real. - Jimin suspirou algumas vezes, olhando apavorado para tela mais uma vez.
- Jimin, você não tem ninguém para te acompanhar na sua gravidez? A ONG das irmãs teria o prazer de acomodar alguém para ajudar a cuidar de você. - Dr. Lee falou preocupado.
Dr. Lee fazia serviços de obstetrícia voluntário para aquela instituição e estava acostumado a cuidar de vítimas de abuso e ômegas indefesos ou em perigo e ele achou que já tinha acostumado com aquilo, mas ver Park Jimin tão inseguro, dependendo deles daquela forma, parecia quase cruel que a natureza tivesse criado um ser tão indefeso.
- Eu tenho sim. - Jimin falou todo empolgado. - Tenho minha mãe. Ela chega quando Sra. Ryu?
A Doula suspirou desanimada, encarando Dr. Lee com um pedido silencioso por ajuda, mas era a única que poderia responder aquilo.
- Sra. Ryu?
- Jimin, eu não consegui falar com sua mãe, mas vou tentar até conseguir, eu prometo.
Jimin concordou com a cabeça, murchando um pouco o sorriso. Ele não era idiota, sabia que não tinha ninguém, mas às vezes tentava acreditar no oposto.
- Bom! O que importa agora, é que seu bebê está saudável e desenvolvido, você só precisa descansar e evitar fazer esforço. Ok?!
Jimin concordou enquanto Dr. Lee lhe entregava papéis descartáveis para ele limpar a barriga do gel gelado e grudento.
- Nunca tinha acompanhado a gravidez de um puro antes, é acelerada e bem impressionante. - Dr. Lee comentou enquanto desmontava o monitor de ultrassom portátil.
Era triste que ele não pudesse documentar sobre aquilo, infelizmente puros eram perseguidos, explorados, testados e ômegas quase sempre precisavam se esconder por isso. Dr. Lee não podia arriscar expor um ômega tão frágil quanto Jimin, o que também significava que eles precisariam evitar hospitais. A ONG tinha uma equipe e bons aparelhos cirúrgicos, mas não era nenhum hospital, ele só torcia para que Jimin conseguisse sair vivo daquela gestação assustadoramente acelerada.
- Por que nunca acompanhou um puro antes? - Jimin perguntou distraído enquanto descia da maca simples que ficava na enfermaria da ONG.
O Dr. Lee franziu o cenho, tentando dizer algo que não fosse " porque puros quase nunca sobrevivem a uma gravidez". Não queria dizer isso para ele. Algo em Jimin fazia com que todos quisessem o proteger de qualquer mal.
- Você está tomando as vitaminas que eu te passei? - Dr. Lee mudou de assunto e Jimin não pareceu perceber, o respondendo com o mesmo ânimo de sempre.
Jimin sentia sua coluna ardendo enquanto se apoiava numa laranjeira para ler seu mangá. Seu olfato parecia sensível de uns dias para cá e sua barriga era enorme, mas ele gostava disso. Ele cantava para sua garota toda a noite e tentava chorar baixinho quando ficava sozinho, tinha medo que o bebê pudesse ouvir.
A Sra. Ryu estava tentando ser educada, mas ele sabia que sua família não queria vê-lo. Às vezes ele pensava se tinha tomado a decisão certa, mas então sua filhote chutava sua barriga com força e ele se convencia que sim.
Taehyung era uma boa companhia, apesar de parecer sempre assustado e choroso quando o via.
Jimin tinha perdido alguns quilos e suas olheiras eram enormes e roxas, mas ele estava tentando. Não por ele, mas por Sojin, o pequeno ser crescendo dentro dele. Era difícil, mas ele sabia que valeria a pena, nunca viu o rosto de sua filha ou tocou em suas mãozinhas minúsculas, não sabia a cor do seu cabelo ou dos seus olhos, mas já a amava mesmo assim.
Jimin parou de ler One Piece, olhando estranho para a barriga enquanto sentia uma pontada incomum na boca do estômago.
- OH merda!
Jimin berrou, andando parecendo um pinguim até a casa antiga que virou seu lar nos últimos meses. Ele estava assustado e sozinho, mas não podia entrar em desespero agora.
- Chama a doula Ryu. - Jimin implorou quando encontrou uma das meninas novatas no abrigo.
Ele sabia que seria cortado, para que arrancassem o filhote da sua barriga e não estava nenhum pouco preparado para isso.
Ele ia morrer.
A próxima pontada de dor o acertou bem no umbigo. Jimin sentiu todo seu interior ser repuxado lhe garantindo uma morte certa nas próximas horas.
- Peguem as bolsas de sangue e plasma no freezer e o levem para a enfermaria cirúrgica. - a Doula disse para a enfermeira de plantão naquele dia.
Jimin gritou e caiu nos braços da mulher quase idosa na sua frente.
- Ryu eu vou morrer. Tira logo esse filhote mulher, ele quer sair. - Jimin berrou mais uma vez e desmaiou nos braços da ômega, que o segurou da melhor forma que pôde enquanto gritava por ajuda.
Mesmo na inconsciência, Jimin podia sentir a dor excruciante enquanto sentia ser rasgado por dentro.
Ele só queria que aquilo acabasse logo.
Jimin sentia sua cabeça doer, seus olhos estavam embaçados e uma de suas costelas doía demais e dificultava sua respiração.
Eles estavam numa sala estéril agora e o Dr. Lee chegou afobado, entrando na sala delegando ordens e gritando com as pessoas ao redor da maca.
Jimin sentia sua cabeça girar e a agulha que o deixou dormente da cintura para baixo veio a calhar. Ele sabia que alguém estava cortando sua barriga naquele momento, mas tudo que ele conseguia fazer era chorar em silêncio. O cheiro anticéptico o deixava tonto e desconfortável. Taehyung entrou na sala pouco tempo depois, sentando ao seu lado enquanto tentava confortá-lo. Era óbvio que tinha algo errado acontecendo, ele queria se importar, mas não tinha forças o suficiente pra isso.
- Se algo… - Jimin tentou dizer, mas estava bem grogue.
- Minnie, não precisa falar agora. - Taehyung disse no seu ouvido, acariciando seus cabelos suados.
- Se algo acontecer comigo… - Jimin tentou mais alguma vez enquanto sentia uma pressão estranha em sua barriga e ouvia Dr. Lee pedindo um bisturi específico.
Havia uma cortina no seu tórax e ele não conseguia ver o que acontecia da cintura para baixo, mas pela cara de Taehyung era algo bem assustador.
- Se algo acontecer comigo. Por favor, cuida dela pra mim? - Jimin terminou com dificuldade, olhando para Taehyung mesmo que sua visão não focasse bem seu melhor amigo e a máscara no rosto do acastanhado não ajudava ao tentar ler suas expressões.
- Jimin, nada vai acontecer com você, eu prometo. - Taehyung disse, mesmo sabendo que não podia prometer tal coisa.
- Só me promete que vai cuidar dela, por favor.
Taehyung sentiu os olhos embaçarem e a ponta dos dedos formigavam beirando a dormência pelo tanto que Jimin apertava, mas prometeu mesmo assim, concordando com a cabeça mesmo que a contragosto e isso foi o suficiente para Jimin relaxar e se entregar para a escuridão que tanto o chamava.
Quando acordou, um leve choro e engasgos se fez presente e uma voz cantarolando baixinho deixou claro que ele estava acordado.
- Ela sobreviveu. - Jimin falou com sua voz rouca e debilitada, recebendo um pouco de água ao lado da mesa dado por Hoseok.
- É um pequeno milagre vocês dois. - Taehyung disse, trazendo Sojin para colocar o recém nascido no colo do menor.
Jimin se ajeitou na cama com dificuldade. Tinha uma faixa em sua costela e sua barriga doía muito, mas nada disso pareceu grande coisa quando pegou Sojin nos braços, viu a cor dos seus cabelos e apertou suas mãozinhas minúsculas e enrugadas.
- Ela é a cara dele. - Foi a primeira coisa que Jimin disse, mas seu coração não apertou dessa vez, ele gostava que sua filha parecesse com Jungkook, fazia sentido.
Hoseok e Taehyung se entreolharam, mas não disseram nada.
- Jimin, precisamos te contar uma coisa. - Hoseok falou um pouco receoso.
Jimin aceitou a mamadeira que Taehyung entregou em suas mãos para que ele alimentasse a filha.
- O que houve? Tem algo errado com Sojin? - Jimin ficou tenso de repente.
- Não. Sua criança está bem e saudável, mas houve uma complicação no parto.
- Uma complicação?
- Jimin, você não vai poder ter mais filhos, você sangrou muito. Eles tiveram que fechar a bolsa receptora e…
Jimin abaixou a cabeça, olhando para Sojin que tinha os olhinhos fechados como duas riscas.
Um ômega solteiro, com uma filha sem o pai, era confuso. Era comum que a sociedade os rejeitassem, mas não era incomum um alfa marcar um ômega mesmo nessas condições. Agora, um ômega solteiro, com um filho de outro alfa e impossibilitado de ter outro filhote?! Era praticamente impossível que alguém quisesse marcá-lo. Alfas eram possessivos e dominantes. Isso era considerado em partes, humilhação perante a sociedade.
Jimin sabia disso, mas não se importava, não agora.
Como poderia ?!
- Eu fui rejeitado minha vida inteira. Pelo menos agora eu tenho Sojin. - Jimin falou sinceramente. Talvez sua opinião um dia mudasse, mas ele não queria pensar nisso agora, não com seu pequeno milagre resmungando irritada sem motivo algum, no seu colo.
...
[ Atualmente ]
Jungkook abriu os olhos tão lentamente quanto a letargia do sono lhe permitia. Seu corpo estava dolorido pelo tempo em que dormiu no chão do corredor e Jimin jogado nos seus braços feito um coala também não ajudava muito.
Ele tocou nas mechas loiras do menor, sentindo seu coração acelerar só por ter de volta o garoto que ele tanto amava.
- Você sabe que eu posso sentir você me olhando, né? - Jimin resmungou enquanto se acostumava com os sentimentos do alfa junto ao seu em sua mente.
- Dois corpos, uma só mente. É realmente estranho. - Jungkook comentou ao entender os pensamentos do menor.
Jimin sorriu, esfregando a ponta do nariz no pescoço do alfa.
- Nós transamos sem camisinha. - Jungkook resmungou no ouvido do ômega. - De novo. - ele soltou uma risada nasalada, mas o coração de Jimin acelerou de um jeito apavorado e inseguro em seu peito.
- Jimin? Eu disse algo…
- Não. Eu só… - Jimin levantou meio desajeitado, saindo às pressas para o quarto do mais velho.
Ele não podia estragar tudo agora.
- Jimin? - Jungkook não fazia ideia do que estava acontecendo, mas não parecia nada bom. - Jimin, fala comigo.
Jimin bateu a porta do banheiro e começou a andar de um lado para o outro. Ele não sabia o que fazer, ele mentiu para Jungkook, mentiu na cara dura.
- Jimin, você vai fugir para o banheiro toda vez que achar que fez algo errado? Porque seria prudente colocar um frigobar e alguns travesseiros aí, se for esse o caso.
Jimin abriu a porta com tudo, sem pensar muito. Seu rosto estava todo vermelho, suas mãozinhas tremiam e aquela visão lembrou muito o Jimin de 16 anos que Jungkook conheceu e amou tanto, não muito tempo atrás.
- Anjinho…
- Eu menti. - Jimin soltou numa única respiração. - Eu sou um mentiroso.
Jungkook deu um passo à frente, puxando Jimin para os seus braços, na tentativa de acalmá-lo.
- Está tudo bem, pequeno.
- Não. Não está, eu menti. - Jimin falou abafado no pescoço de Jungkook.
- Me conta sobre o que estamos conversando e talvez eu possa ajudar. - A voz de Jungkook era calma e acolhedora. Só isso fez Jimin amolecer em seus braços.
O desejo de saber o que fazer para ajudar de Jungkook infectou tanto a mente de Jimin, que era quase impossível não dizer nada.
- Não posso mais ter filhos. Eu disse que podia, mas… eu não posso. Eu menti pra você.
Jungkook abriu a boca em choque, a fechando o mais rápido que pôde. Ele estava surpreso e um pouco confuso, mas isso não interferia em nada no que sentia pelo ômega e ofendia um pouco que Jimin achasse que isso seria um problema, mesmo que fizesse certo sentido o ômega se sentir inseguro em relação a isso. Não tinha como ganhar a confiança da pessoa que ele mais machucou na vida de um dia pro outro.
Jimin sempre teria medo de perdê-lo de novo, era torturante olhar para aqueles olhos brilhantes e inseguros toda vez que ele precisava sair para fazer algo, mas Jungkook só tinha ele a quem culpar por isso.
- Está tudo bem, Jimin.
- Não, não está. Eu te marquei sem sua permissão e dei a entender que podia ter filhos. Eu sou um monstro.
- Você não é um monstro amor, você só não quer me perder. Eu entendo que queira fazer de tudo para me manter por perto, eu também faria o mesmo.
- Faria? - Jimin afastou o rosto do pescoço de Jungkook pra encarar seus olhos arredondados e gentis.
Ele amava tanto aquele Alfa, que chegava a doer.
- Eu faria o que fosse preciso para tê-lo ao meu lado. Você não fez nada de errado.
- Realmente acredita nisso?
Jungkook sorriu amoroso, andando com Jimin até a ducha do chuveiro sem desgrudá-lo do seu corpo.
- Realmente acredito.
Jimin suspirou um pouco aliviado, ainda que se sentisse culpado pela forma possessiva que andava agindo para ter Jungkook de volta.
- Preciso te levar em um lugar. - Foi o que Jungkook disse ao terminar de dobrar a barra da calça na altura dos tornozelos de Jimin.
- Por que eu estou usando suas roupas mesmo? - Jimin agitou a manga enorme do moletom que cobria suas mãos pequenas.
Jungkook sorriu largo, sentindo seu rosto corar e seu peito acelerar. Apesar de saber que aquelas respostas corporais que sentia vinha de Jimin, era difícil não sentir o mesmo.
- Gosto de você com meu cheiro. - Jungkook passou a dobrar a manga do moletom, também gigante no pequeno ômega. - Sem contar que suas roupas estão amassadas e parcialmente destruídas no corredor.
Seu rosto esquentou de novo e Jungkook tentou parar de sorrir com a timidez do menor expressada em seu corpo. Era estranho, mas reconfortante, saber como o baixinho se sentia em relação à ele.
Era adorável.
- Onde vai me levar?
- Você verá.
Jimin olhou pela janela do carro com certa curiosidade. Eles não estavam muito longe da cafeteria do Woo onde morava, mas estava numa parte mais movimentada do centro. Onde o comércio ficava mais gourmetizado, menos acelerado e com uma iluminação linda, como se fosse Natal todos os dias do ano.
Jungkook desceu do carro assim que estacionaram de frente para o Yeouido Hangang Park. Era um parque bonito e bem movimentado. O alfa correu para abrir a porta para o menor, sorrindo quando Jimin o agradeceu com um beijo em sua bochecha gelada por causa do vento frio que cortava a área aberta.
- O que estamos fazendo aqui? - Jimin assoprou entre suas mãos por causa do frio, deixando seu nariz vermelhinho enquanto encarava a movimentação do parque com curiosidade.
- Eu vendi todas as minhas ações na empresa do meu pai e… - Jungkook tirou uma chave dourada do bolso, dando alguns passos até a calçada lateral para abrir uma porta de vidro de um imóvel comercial de esquina. - … comprei esse lugar para você montar seu próprio café. - ele falou numa única respiração, sentindo as emoções conflitantes de Jimin sobrecarregar seu corpo.
Jungkook tinha sérias dúvidas de como Jimin ainda não infartou. Seus sentimentos eram sempre fortes e confusos, devia ser difícil viver dentro daquela cabecinha preocupada.
- Você não pode fazer isso Kookie. Não pode simplesmente me dar coisas.
Jungkook sentiu seu peito quentinho ao ouvir o apelido carinhoso sair da boca do ômega, mas tentou não sorrir feito um bobo em resposta.
- Não tô te dando nada. É um investimento. Sem contar que eu preciso entregar o apartamento onde eu moro e estou secretamente me convidando para morar com você em cima do café.
Jimin olhou de um jeito fofo para o teto, como se um apartamento fosse surgir diante dos seus olhos.
- Tem um estúdio lá em cima. - Jungkook começou a falar, fechando as persianas do lugar, impedindo a visão da rua e deixando o salão mais escuro e privado de olhos curiosos. - É um apartamento aberto, sem paredes, mas tem dois quartos cobertos e um deles era um estúdio de música.
Jimin sentiu o peito agitar ao ouvir o clique da porta pela qual passaram sendo trancada.
Ele conseguia ouvir a agitação do lado de fora, mas ninguém podia vê-los devido as persianas, deixando um clima tenso e familiar no ar.
- O que está fazendo? - Jimin foi andando para trás, batendo numa banqueta giratória no balcão enquanto Jungkook se aproximava dele parecendo um lobo faminto encurralando sua presa.
- Estou explicando sobre sua nova propriedade. - Jungkook falou quase num sussurro enquanto acabava com o espaço entre eles.
Ele segurou a cintura de Jimin com possessividade e beijou seu pescoço, passando o nariz de leve na pequena cicatriz que a marca tinha provocado ali.
Jimin arfou, jogando a cabeça para trás e abrindo mais espaço para Jungkook explorar.
A boca do mais velho era fina, rosada e agora estava brilhando com a saliva de Jimin, depois do beijo mais quente que ele já deu na vida. Jungkook era irresistível, sempre fora, mas de alguma forma, agora ele parecia ainda mais.
Jungkook sentou Jimin na pequena banqueta giratória e subiu uma de suas mãos para dentro do moletom, sentindo a pele quente e suave do menor.
Ele passou os dedos pelo mamilo direito de Jimin, o ouvindo gemer manhoso em seu ouvido e engasgar toda vez que Jungkook o apertava entre seus dedos.
- Sabe por que eu acho incrível que um dos quartos tenha sido um estúdio?
Jimin gemeu mais uma vez, sentindo uma ereção incomoda entre suas pernas fazê-lo tentar se ajeitar na banqueta, o que não passou despercebido por Jungkook.
- Não. Por que ? - Jimin sussurrou, lambendo o pescoço do maior até morder de leve sua orelha.
Jungkook sentiu seu corpo inteiro arrepiar, o que fez a mão possessiva na cintura do menor se afundar naquela pele pálida e sedosa.
- As paredes são à prova de som. Vou poder te fazer gritar enquanto goza pra mim. - Jungkook respondeu ganhando um gemido lindamente escandaloso do menor.
- Assim? - Jimin perguntou, sorrindo tímido, mas falhando miseravelmente em manter a descontração, assim que a mão de Jungkook desceu pelo seu corpo e entrou na calça larga de moletom, tocando seu pau inchado e já derramando pré gozo entre seus dedos.
Tão sensível.
Jimin choramingou, se entregando aos toques de Jungkook de forma natural e quase simbiótica.
- Tudo em você é tão adorável. - Jungkook resmungou enquanto tirava as roupas de Jimin com certa pressa.
Ele parou um pouco estático, admirando a visão única que era Jimin. Seus lábios estavam inchados, o cabelo todo despenteado, seus mamilos um pouco rosados e durinhos.
Jungkook assistiu Jimin tocar seu pau com nenhuma delicadeza, choramingando um gemido entrecortado enquanto tentava de alguma forma aliviar a ereção dolorida.
Ele lambeu os próprios lábios e passou a mão pelos cabelos, caindo de joelhos com certa pressa de colocar o pau de Jimin na boca.
A sensação de tê-lo em sua língua era incrível e única.
Jimin fechou os olhinhos em riscas únicas, uma de suas mãozinhas delicadas alisava o cabelo do maior, o incentivando enquanto a outra estava firme no ombro de Jungkook em busca de equilíbrio.
Jungkook pegou uma das pernas de Jimin e a colocou em seu ombro enquanto aceitava de bom grado o pau do menor em sua boca, gemendo quando Jimin se enfiou ainda mais em sua garganta.
O loirinho adorava a sensação quente e molhada que era a boca do mais velho.
Jungkook sentiu sua garganta arranhar e gemeu quando Jimin sorriu da sua atitude corajosa.
O mais velho rosnou grave, trazendo vibrações assustadoras que reverberaram por todo o corpo do ômega que gemeu, tremeu e se derreteu manhoso sobre a língua habilidosa de seu alfa.
Jungkook sorriu de maneira perversa, aproveitando sua posição vantajosa para chupar e lamber a entrada do menor, que já expelia lubrificante natural sem cerimônia alguma, piscando avermelhada e convidativa sob a língua dura e impaciente do mais velho.
Jungkook gemeu ainda mais manhoso e sem controle algum, arranhando com seus caninos expostos a coxa do mais novo, aproveitando para marcá-lo ali também.
Jimin jogou a cabeça pra trás, gemendo rouco ao sentir a mordida do alfa e mais ainda ao ter dois dedos impiedosos dentro de si, brincando com sua sanidade enquanto não desistiam de torturá-lo até que sua próstata fosse encontrada e maltrata com ainda mais afinco e persistência.
- Se toque. - Jungkook rosnou a ordem, vendo Jimin deslizar uma de suas mãos delicadas até a própria ereção e começar uma masturbação lenta e erótica.
Jungkook rosnou rouco, sentindo o cheiro de Jimin tomar conta de todo o ambiente enquanto o inebriava, deixando seus instintos e sobriedade fora de controle.
Ele desabotoou o zíper da calça de forma atrapalhada e confusa com sua mão livre e então tirou os dedos torturadores de dentro de Jimin.
O menor mal teve tempo de suspirar em alívio, até ter Jungkook invadindo sua entrada com a glande molhada e pulsante, exigindo espaço, ao tê-lo gemendo por dominância.
Jungkook nunca conseguiu se segurar com Jimin, o que era motivo o suficiente para explicar as contusões pós sexo no menor, mas dessa vez ele honestamente duvidava da capacidade de Jimin de andar no próximo dia. Ele levantou o menor e o prensou em pé na parede lateral ao lado da escada, se enfiando novamente dentro do seu ômega que gemia prazerosamente torturado.
Jimin gozou mais uma vez, mas Jungkook não estava nem perto de terminar.
Jimin perdeu as forças em suas pernas e estava prestes a cair no chão, mas seu alfa lhe emprestou um pouco de sua própria resistência, uma coisa que era nova pra Jimin sobre a ligação, e Jungkook sorriu com a sensação, mesmo que de forma inconsciente, satisfeito por poder gozar dentro do seu ômega, deixar seu cheiro, sua marca, exausto mas com um sorriso satisfatório em seus lábios inchados pelo excesso de mordidas descontadas durante o sexo.
Jungkook nunca se sentiu tão feliz como se sentia agora e Jimin adorava dividir esse tipo de sentimento com seu alfa pra variar.
- Gostou? - Jungkook perguntou eventualmente sobre o lugar, deixando Jimin se aconchegar em seus braços enquanto deitavam no chão do café, já devidamente vestidos, apesar de suados e exaustos.
Jimin levantou o rosto do peitoral de Jungkook para sorrir malicioso, claramente pensando no sexo de mais cedo.
- Quero dizer deste lugar, não do sexo.
Jimin riu de um jeito gostoso e único, o que aqueceu o pobre coração apaixonado de Jungkook.
- Eu amei, mas precisamos conversar com Sojin sobre morarmos juntos. - Jimin mordeu o lábio inferior com insegurança. - Espero que não se ofenda, mas preciso pensar nela antes, será pra sempre assim.
Jungkook abraçou Jimin com mais força, tentando passar confiança e felicidade através da ligação.
- Eu perdi cinco anos das nossas vidas por ser um otário egoísta, mas estou disposto a aprender com meus erros. Você tem o tempo que precisar, será pra sempre assim.
Jimin sorriu largo, suspirando aliviado com aquilo.
Honestamente, os últimos cinco anos de sua vida foram conturbados e realmente difíceis, mas ele ficava imaginando como seria se nada disso tivesse acontecido. Pra ser bem sincero, ele não achava que acabaria com Jungkook. O alfa que ele conheceu no internato era tão cheio de amarras, louco para agradar um pai que mal estava presente. Ele por sua vez era um ômega infantil, inseguro e completamente alienado ao mundo realista e pragmático em que vivia.
Os dois amadureceram separadamente e finalmente se uniram quando estavam prontos para tal.
Jungkook só precisava perder alguém que amava pra enxergar sobre os erros do pai e ter a convicção de que não queria repeti-los.
Jimin por sua vez, precisava se afastar dos que o superprotegiam, sair de sua bolha livre de preocupações e aprender a se defender, descobrir quem realmente é e o que sente, sem que o mandassem fazer ou sentir por ele.
Jimin sorriu feliz.
Sim, feliz. A total ausência de dor sem nome e incertezas sem motivos.
Seu alfa não sabia a razão dos pensamentos do baixinho, mas a felicidade em seu peito era tão grande e profunda que quase lhe faltou o ar só por dividi-la.
- No entanto, o lado direito da cama é meu. - Jungkook soltou sem motivo algum, arrancando uma risada gostosa e descontraída de Jimin.
- Nem pensar. - Jimin selou seus lábios doloridos nos de Jungkook e os mordeu logo em seguida em confusão e expectativa.
Droga. Ele queria tanto dizer.
- Eu também, anjinho. - Jungkook disse em seu lugar, atropelando as intenções do ômega e Jimin jogou a cabeça no peito do menor como um filhote feliz, os olhos brilhantes e apaixonados e o sorriso inocente no seu rosto realmente angelical.
Existe felicidade maior e mais completa do que um reencontro que dá certo?!
É quase como encontrar uma parte que está faltando em você. Não. Não quase.
É exatamente isso.
…
Jungkook abriu a porta feliz do loft novo em que morava, ele e sua tão amada família.
Yoongi resmungou algo como, parabéns pela casa nova, enfiando um cacto minúsculo em sua mão enquanto corria para perturbar a vida da Sojin, que por algum milagre adorava a atenção.
- Estamos felizes por você Jeon. - Namjoon disse logo atrás enquanto Jin arrancava o cacto mal posicionado nas mãos de Jungkook para arranjar um lugar apropriado para o coitado.
- Obrigado por vir Nam, não sabe o quanto aprecio isso. - Jungkook disse sem jeito enquanto coçava a nuca num claro impasse e vergonha.
Namjoon riu do seu jeito fofo e com direito a covinhas, bagunçando os cabelos negros do mais novo de um jeito descontraído.
- Relaxa pirralho. Você foi bem, tô orgulhoso.
O coração de Jungkook falhou algumas batidas, sentindo uma extrema felicidade pela aceitação de Namjoon. Não houve abraços ou palavras intensas, mas não importava para Jungkook, o pouco que teve lhe bastava e seu peito estava um pouco mais leve. Ele se sentia pela primeira vez completo, porque ali naquele lugar estava sua família, a que ele escolheu e amava com toda sua alma e agora tinha certeza que era amado de volta.
- Sojin quase não come mais nada depois da história com o maldito bacon, acho que vou enlouquecer. É só ovo e tomate, ovo e tomate. - Jimin puxou os cabelos de forma desesperada, enquanto tentava deixar o maldito omelete comestível, fazendo uma careta ao ver Jin gargalhar com aquilo.
Hoseok abraçou Taehyung por trás, assistindo Jimin e Jin se estapeando por espaço na pia da cozinha enquanto eles assistiam do lado seguro do balcão que dividia o espaço aberto.
- O que houve? Você parece pensativo.
Taehyung suspirou desanimado, jogando a cabeça no pescoço do mais velho.
- Quando eu for mais velho e enrugado, ainda vou ser seu bebê?
Hoseok franziu a testa, beijando o pescoço de Tae de forma preguiçosa.
- Sim. Você sempre será nosso bebê. Por que a pergunta?
Taehyung deu de ombros.
- Adoro me enfiar nesse espaço infantil, onde sou cuidado e fico livre de preocupações. Amo ser o bebê de vocês.
Hoseok apertou a cintura fina do ômega, confuso com a conversa.
- Saudade de quando trocávamos socos Taehyung?
Tae riu alto, negando veementemente.
- Só preocupado.
- É pra isso que nosso pequeno jogo serve, amor. Você é o nosso filhote. Me conta o que está te perturbando e resolvemos por você. Tudo o que quiser, é seu.
Taehyung suspirou ainda mais aflito.
Hoseok sentia aquela aflição através da ligação já tinha uns dias, mas achou que seria normal, já que Taehyung foi enfático ao achar que a ligação podia desaparecer se eles não fossem compatíveis, mas quanto mais o tempo passava mais ele desconfiava sobre o motivo da real preocupação do mais novo.
Sem contar que pelo fato da ligação ser dividida entre três pessoas, a força não era a mesma. Era um pouco mais fraco, nesse caso em particular, estava difícil de discernir exatamente o motivo da aflição do mais novo.
Jimin colocou a comida na mesa com a ajuda do Jungkook, sorrindo para o maior quando seus dedos se encostaram entre a travessa de salada.
Era bom receber a família em casa, mas ele estava louco para entrar no quarto a prova de som e gritar a plenos pulmões o quanto Jungkook era bom em agradá-lo.
Jimin balançou a cabeça com o pensamento, sentando ao lado de Tae que resmungava irritado enquanto assassinava a salada com o garfo.
- O que achou da comida, querida? - Sojin mastigou um pouco insegura o omelete, o que foi engraçado, já que era a única coisa que ela tinha comido a semana toda.
Jungkook elogiou a comida de Jimin enquanto todos faziam o mesmo na esperança da garota se animar a comer e estava tudo indo bem, até Yoongi sentar na mesa um pouco depois do restante, comendo seu omelete como se fosse qualquer outra comida, para depois fazer toda uma encenação péssima para animar Sojin quando Hoseok praticamente chutou ele por baixo da mesa para participar.
- Hmmm. - Yoongi insistiu, olhando feio para Hoseok enquanto protegia suas partes baixas agredidas.
Ele andava tão palhaço. - Taehyung pensou com uma cara apaixonada difícil de disfarçar.
- Você gostou Suga? - Sojin perguntou com os olhinhos brilhando em expectativa fazendo a maioria ali revirar os olhos pela óbvia preferência da filhote.
- Tá ótimo. Quase não parece embrião de galinha.
O silêncio foi tão dramático que beirou ao cômico.
Jimin jogou os garfos no prato, bufando irritado enquanto Sojin enrugava a testa, olhando para o prato com explícita confusão.
- Que? - Yoongi perguntou confuso. Em sua defesa ele não estava na cozinha quando a conversa aconteceu, então não sabia exatamente o porquê da palhaçada ao redor da pirralha. Só achou que estavam brincando.
- Yoongi, eu juro que te mato em casa. - Hoseok resmungou enquanto tentava mudar de assunto na mesa.
Taehyung arrastou a cadeira o mais delicadamente possível, pedindo uma licença sussurrada enquanto corria dali.
Hoseok estava prestes a se levantar, mas foi impedido por Jimin com um leve toque em seu braço e um sorriso apaziguador.
- Deixa que eu vou.
Jimin encostou no batente do banheiro do quarto, encarando Taehyung de joelhos na privada vomitando feito um condenado.
- Há quanto tempo você sabe? - Taehyung resmungou com a voz arranhada encostando na pia ao lado para receber uma toalha úmida de Jimin.
- Há mais de um mês. - Jimin disse com um sorriso bobo no rosto. - Já passei por isso, sei bem como começa.
Taehyung bufou irritado.
- Pretendia contar para nós quando exatamente? No enxoval? - Jimin provocou.
Taehyung passou a mão pela barriga, querendo chorar, mas sem forças suficientes para tal.
- Não sei o que quero, só não quero ser deixado de lado. Perder a atenção. Ontem fiz o sexo mais insano da minha vida, não teria acontecido se eles soubessem da minha atual situação. - Taehyung bufou irritado, voltando a cabeça para privada pra vomitar mais um pouco.
- Vou ser bem sincero Tae. Você tem dois amores na sua vida, tem gente que vive e morre sem ao menos saber o que é amar. Você é um filha da puta de um sortudo. Vai ter a atenção daqueles lobos babões para o resto da vida e quando seu filhote crescer vai ter mais um pra te mimar. Sinceramente, insegurança nunca foi seu forte.
Taehyung encostou novamente na pia, olhando para Jimin com um olhar mais esperançoso no rosto.
- Fiquei tanto tempo no little space, que honestamente tá sendo difícil bancar o adulto.
Jimin riu.
Ao contrário do amigo, Jimin já foi muito inocente no passado, beirando a uma criança inocente. Já Taehyung, ele começou a brincar de Ageplay há um tempo com os babões dos namorados e embarcou em uma vida de mimos e atitudes exageradamente infantis que aflorava o modo protetor tanto do alfa quanto do ômega lúpus com os quais ele dividia a marca de união lupina.
Jimin não entendia perfeitamente aquela relação, mas era fofa e invejável. Ele entendia o porque Taehyung tinha se apegado àquilo.
- Vocês vão poder brincar do que quiserem, tem uma vida inteira pela frente. Um filhote não vai atrapalhar isso, sem contar que podemos cuidar da criança para você ter quantas noites de trisal você quiser.
Taehyung enrugou a testa confuso, olhando para Jimin com um sorriso largo no rosto.
- Você faria isso por mim?
- Tem bem pouca coisa que eu não faria pelo meu melhor amigo.
Taehyung colocou as mãos no rosto, voltando a ficar angustiado.
- Meu Deus. Eu sou tão mesquinho, tão egoísta.
Jimin revirou os olhos. Bipolaridade, ele não sentia nenhuma falta dessa fase na sua gravidez.
- Você sabe que seu alfa já sabe, né ? - Jimin perguntou fazendo Taehyung voltar a vomitar, agora por puro pânico.
- Que? Não! Impossível.
- Ele sentiu a mudança no seu cheiro e veio falar comigo tem umas semanas. Eu desconversei, achei que falaria quando estivesse pronto, mas de uns tempos pra cá ele vem te observado mais que o comum. - Jimin deu de ombros.
Ele conhecia bem Yoongi. O alfa podia ser bom na cara de paisagem, mas não quando o assunto era Taehyung e Hoseok.
- Hoseok vai ficar puto quando descobrir que foi o último a saber. - Taehyung resmungou, batendo com a cabeça na coluna da pia.
- Pelo menos Yoongi não vai confessar que sabia, ele morre de medo do Hoseok.
Taehyung respirou mais aliviado.
- Nisso você tem razão.
- Jin por outro lado.
- Oh! Deus. - Taehyung recorreu mais uma vez a privada, dessa vez arrancando uma risada divertida de Jimin.
- Amor? Podemos entrar? - Hoseok perguntou da porta do quarto, empurrando Yoongi na frente caso estivessem enfrentando a fase dos objetos voadores de Taehyung. Nunca esqueceria o tênis na cara que levou da última vez que jogou a saia esgarçada do ômega fora.
- Acho que essa é a minha deixa. - Jimin piscou para Taehyung, deixando um " Boa sorte" sussurrado para o amigo.
- Espero que morra no inferno. - Ele disse quando passou por Yoongi, relembrando do episódio infeliz na mesa do jantar um pouco mais cedo.
Yoongi riu.
- Vou conversar com ela. Deixa comigo. - Foi a resposta do amigo.
- É bom mesmo.
Taehyung encarou os dois na porta, olhando para ele como se ele fosse um filhote com a pata machucada, encurralado.
- Vocês sabem que eu sou o mais fraco da relação né? - Taehyung revirou os olhos ao perceber o medo e a preocupação clara nos rostos à sua frente.
- Você nos tem numa coleira, ômega. - Yoongi disse, molhando mais a toalha de rosto na mãos de Taehyung e a colocando em seu pescoço.
Tae suspirou aliviado com o gelado resfriando em partes seu corpo febril.
- Espero que continue assim quando o pirralho nascer. - Taehyung bufou mimado como sempre, mas não conseguiu segurar o sorriso bobo ao ter dois pares de olhos arregalados na sua direção.
- Você…Tae?
- Sim. Tem um filhote dentro de mim, sugando minhas forças.
Hoseok caiu de joelhos no chão, fazendo o maior escândalo do universo, enquanto beijava a barriga do ômega e fazia graça.
Taehyung olhou pra cima, encarando Yoongi com suas incertezas um pouco mais em evidência do que gostaria, mas o sorriso discreto e cheio de significados que recebeu de volta foi o suficiente para ele voltar a respirar mais compassadamente. - Eu exijo ser mimado para o resto da vida. - Taehyung falou sério, apontando o indicador no nariz de Hoseok que por algum motivo agora chorava e sorria ao mesmo tempo.
- Seria mimado a força se não quisesse. - Yoongi resmungou, mas sorriu logo em seguida.
- Amo vocês, por favor não desistam do sexo selvagem. - Taehyung resmungou, voltando a virar o rosto para privada enquanto enfiava a mão livre na cara de Hoseok para ele se afastar.
O lúpus estava parecendo um filhote animado com seu primeiro passeio ao ar livre.
- Tudo bem, mas nada de punições exageradas. - Hoseok olhou feio na direção de Yoongi, pensando em se livrar das palmatórias assim que chegassem em casa.
- O que? - Taehyung tirou a cara da privada em choque. - Não! - ele falou sério, mas ficou todo vermelho ao assumir que adorava ganhar castigos do seu alfa.
- Taehyung você mal se aguenta em pé agora, para de exigir o que sabe que não vai conseguir. - Yoongi falou entediado, mas firme e imponente o suficiente.
Taehyung sentiu o corpo inteiro arrepiar. Yoongi devia realmente saber sobre o filhote, já tinha um tempo em que aprontava e não ganhava mais do que algumas palmadas em troca. Talvez ele pudesse tirar proveito dessa gravidez afinal. Seu rosto se iluminou com sua mais nova descoberta.
- Ah isso é tão incrível. - Hoseok falou aéreo, sem perceber o que estava acontecendo entre os outros dois indivíduos no mesmo ambiente que ele.
- Não! Não e não. Nem pense nisso. - Yoongi falou preocupado, passando as mãos no cabelo, claramente incomodado.
Taehyung sorriu um pouco mais largo, levantando do chão para lavar a boca.
- Vamos fazer o enxoval e decorar o quarto de visitas. - Hoseok resmungou pensativo.
- Taehyung. É sério moleque.
Tae olhou para o alfa através do espelho com seu olhar de diabo encarnado. Levantando uma sobrancelha em claro desafio ao alfa.
- … e é óbvio que tem as fotinhas de ultrassom. Não é amor?! - Hoseok continuou, completamente displicente.
- Taehyung, não pense que vou ter dó de você. - Yoongi rosnou baixo.
Taehyung riu largo, passando por ele no banheiro, pulando travesso enquanto pensava nas mais insanas travessuras que tinha em mente, mas o medo de desafiar o alfa, antes o impedia de colocar em prática.
- Kim Taehyung. Volta aqui. - Yoongi falou com sua voz de alfa, ganhando um tapa de Hoseok.
- Tá louco Yoongi. Não pode falar com ele assim.
Taehyung virou no meio do quarto, rindo abertamente da situação.
- Você não tá vendo o que ele tá fazendo? - Yoongi bufou apontando para o diabinho no meio do quarto com as mãos pra trás do corpo e o olhar inocente no rosto.
Tá. Desse jeito nem ele acreditava. Taehyung parecia a personificação da inocência daquela forma.
Yoongi semicerrou os olhos, desconfiado do ômega.
- Quero sorvete de limão. - Taehyung falou sem mais nem menos e os dois ômegas olharam para Yoongi que foi pego distraído com seus próprios pensamentos.
- Que? - ele perguntou confuso.
- O garoto quer sorvete de limão. - Hoseok falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Eu juro por Deus… - Yoongi resmungou, saindo do quarto as pressas enquanto xingava mais um pouco.
Os dois que ficaram pra trás riram, completamente apaixonados pelo alfa bobão que fazia das suas vidas a mais feliz possível.
- Você não vai perdoar né? - Hoseok perguntou em conluio, abraçando Tae por trás e apoiando suas mãos na barriga do mais novo.
Ele às vezes tratava Taehyung sem os mimos e o cuidado excessivo quando o Yoongi não estava por perto. Os dois se davam realmente bem, tanto na cama como em suas vidas rotineiras, sempre tinham seus pensamentos sincronizados com a forma que queriam ser tratados e o momento certo para tal, era humanamente impossível de explicar tal simbiose, mas era bonito de assistir.
- Pega leve com ele, Tae.
- Yoongi adora ter ômegas arteiros nas mãos. - Taehyung disse animado, encostando a cabeça no ombro de Hoseok.
- Desculpa por ter demorado tanto tempo para contar. - Taehyung disse, aproveitando o momento para mudar um pouco de assunto.
Hoseok suspirou aliviado.
- Você fez quando achou que devia. Não precisa se preocupar Tae, eu entrei nessa família como mediador entre você e Yoongi, serei exatamente isso pelo tempo que precisar. Vamos cuidar de você e do filhote com tanto amor e mimo, que você vai implorar por espaço.
Taehyung riu. Não duvidava.
- Obrigado, aliás. Acho que nunca agradeci antes.
- Pelo que?
- Por ter entrado em nossas vidas. Ela não seria completa sem você.
Hoseok sorriu largo.
- Quão enraivecido Yoongi ficaria se comemorássemos sem ele?
Taehyung sorriu travesso.
- Acho que ele ficaria no nível sexy de possesso.
- Seu sadismo assusta um pouco.
- Ver Yoongi frustrado é extremamente prazeroso. - Taehyung disse dando de ombros, era um fato afinal.
- Isso você tem razão. - Hoseok resmungou, segurando a cintura do ômega enquanto dançavam ritmo nenhum, num silêncio confortável.
- Precisamos de um quarto à prova de som como esse. - Taehyung falou apreciando o lugar.
Hoseok riu.
- Amo você.
- Eu sei. - Tae respondeu com um sorriso tímido no rosto e um coração batendo descontroladamente no peito.
Ele estava feliz e isso era tudo que importava no momento.
- Vamos atrás do Yoongi? Acho que já judiamos demais.
- Se bem conheço ele, já deve estar voltando para resmungar sobre ser deixado de lado. - Hoseok sussurrou enquanto a porta era praticamente escancarada.
- Eu esqueci a carteira. - Yoongi disse incomodado, enquanto coçava a nuca em dúvida se realmente devia ter voltado.
A respiração falha pelo tanto que correu, o olhar inseguro e enciumado.
- Tá no seu bolso. Dá pra ver daqui. - Hoseok comentou, sorrindo com o incômodo do alfa.
Eles iam para o inferno.
- Não sei a marca do sorvete.
- Sabe sim. - Taehyung retrucou.
- Não quero ficar de fora. - Yoongi finalmente soltou, desesperado, sem nenhuma máscara no rosto dessa vez.
- Por favor, não me excluam.
Os dois ômegas abriram os braços imediatamente, ganhando o abraço mais apertado e carinhoso do mundo.
- Amo vocês. - Yoongi resmungou com uma tossida desconcertante no final.
- Nós sabemos. - os dois falaram ao mesmo tempo, rindo da sincronia já não tão surpreendente assim, mas o sorriso morreu com o suspiro aliviado de Yoongi, o clima mudou, seus corações sincronizados batiam com força e o movimento de seus corpos faziam uma música lenta e inexistente se tornar algo belo e memorável.
- Porque porra a gente tá dançando? - Yoongi resmungou.
- Shhhhh… - Taehyung e Hoseok fizeram ao mesmo tempo e Yoongi se calou, sorrindo entre os três amores da sua vida.
Ele estava tão feliz. Só esperava não ofender nenhum ser superior ao implorar para que não viesse mais um ômega para a família. Estava claramente em desvantagem ali, precisava de reforços.
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