Morango com chocolate

 Os últimos meses passaram voando. Jimin aceitou a presença de Jungkook como combinado e não se arrependia disso, o alfa era muito cuidadoso ao redor do menor, ele também era atencioso com sua filha e brincalhão. 

 Com o tempo Jimin foi notando o quanto Jungkook se sentia à vontade no pequeno apartamento, ele vinha direto do serviço muitas das vezes exausto e com olheiras fundas, mas ainda assim brincava com Sojin, jogava videogames e pulava com a garota pela casa inteira.

 Foi só no terceiro mês que Jungkook passou a pegar a filha toda manhã na cafeteria para levá-la na escola e então os recadinhos de atrasos de sua caderneta, que Jimin recebia toda semana, finalmente cessaram.

 Jungkook também se tornou mais calmo e bondoso no serviço, deixando Namjoon aconselhá-lo, o liderando nas mãos difíceis decisões e acabou que ele sentiu como se um peso saísse de suas costas, mesmo sem saber Jimin havia mudado sua vida mais uma vez.

 Com o tempo, ele descobriu que seu serviço não preenchia mãos todo seu tempo, na verdade o alfa se pegou mil vezes pensando que horas ele poderia fugir do lugar para poder ver sua filha e Jimin.

 Seu coração aquecia toda vez que ele apertava a campainha do simples e aconchegante apartamento. O lugar inteiro cabia na sala do triplex que Jungkook morava sozinho no centro e ainda assim era acolhedor e o fazia se sentir em casa, apesar de que toda vez que pensava assim sua boca secava e seu coração pesava porque ele sabia que aquele lar não o pertencia.

 Talvez o pensamento de que poderia perder tudo aquilo assim que Jimin conhecesse alguém por quem se apaixonaria, o fazia febril. 

 Foi logo depois do seu primeiro pensamento de perder seus dois bens mais preciosos, que Jungkook mudou por completo. Ele acordava cedo todos os dias, ia até o apartamento de Jimin preparar o café para os dois enquanto Jimin arrumava Sojin para escola, então ele levava a garota para a escola e ia trabalhar com a cabeça naqueles dois. Seu peito parecia oco e sua mente distraída, até que seus pés pisassem no assoalho desgastado da sala de Jimin, era como se ganhasse vida de novo. O sorriso fácil voltava no rosto e o coração acelerava feito logo, só por estar ali.

 Jimin se formou na faculdade comunitária e eles fizeram uma pequena celebração na cafeteria.

 Jungkook já aceitava um pouco mais o Beta que ajudou Jimin, na verdade ele acabou sentindo um enorme respeito pelo cara que não parecia ter segundas intenções em ajudar o ômega, apesar de seu lobo rosnar contra essa ideia toda vez.

 Jungkook passou a pegar Sojin nos parques de diversões e encher a garota de doce toda vez que Jimin se distraia o suficiente para não brigar.

 Jimin finalmente contou a Sojin que Jungkook era seu pai, mas a garota não achou nada demais.

 Jimin havia dito uma vez que o alfa tinha se perdido deles por isso não estava lá, quando ela perguntou se ela não tinha pai, então quando Jungkook apareceu, na cabeça de Sojin, ele só tinha finalmente os encontrado. Aquilo fazia todo o sentido para a garota.

 Eventualmente Jimin acabou deixando Jungkook ajudar com algumas contas, principalmente quando Sojin ganhou um interesse por Ballet e Taekwondo, mas o ômega só aceitava dinheiro quando o assunto era Sojin.

 Jungkook tinha tanto orgulho de Jimin. Seu peito enchia de um sentimento pesado e confuso toda vez que via o menor lidando com problemas diários por conta própria.

 Ele não tinha esperanças de conquistá-lo e também não achava que merecia, mas não podia se impedir de pensar o quanto ele o queria de volta em seus braços.

 Em alguns momentos, aqueles pensamentos se tornavam insuportáveis, como agora. 

 Jungkook tinha terminado de fazer o café da manhã, ele estava com o pano de prato pendurado no ombro, sentado na beira da cama de Jimin enquanto o ômega dava banho na filha com a porta entreaberta.

 Jungkook passou a ponta dos dedos no lençol de algodão na cama, o cheiro do ômega ali era quase insuportável, era como se alguém tivesse enfiado xarope de morango no seu nariz, era quase impossível de respirar adequadamente. Seus olhos estavam dilatados, mas isso sempre acontecia no minuto em que seu lobo sentia a presença do ômega à poucos metros de distância dele.

  Jungkook nunca se envolveu na forma que Jimin educava Sojin, mas a filhote andava maltratando Jimin demais ultimamente e ele praticamente rangia os dentes para manter a boca fechada. Ele ganhou uma cópia da chave na semana anterior, já que sempre chegava antes dos dois acordarem para preparar a lancheira de Sojin. Naquela manhã, ele havia dito que não poderia levar a filhote na escola por causa de uma reunião, mas mandaria um motorista buscá-la. Ele mudou de ideia no último minuto, cancelando a reunião e mandando uma mensagem para o menor, mas ele não havia visualizado ainda, então Jimin não sabia que ele estava ali.

- Eu não quero usar esse bobonete. - Sojin berrou fazendo Jimin fechar os olhos com o pequeno zumbido no seu ouvido por causa do som estridente da voz da pequena.

 Sojin não entendia o que significava ser uma alfa ainda. 

- Filha, eu não tenho tempo de ir ao mercado comprar outro sabonete e você precisa terminar de tomar banho. - Jimin falou com a paciência que só um ômega teria.

 Sojin fez um bico irritada enquanto espalhava a água da banheira por todos os lados ao cruzar os braços com violência.

 Jimin suspirou desanimado. 

- E se usarmos o meu sabonete líquido? - Jimin perguntou, pegando seu sabonete sem essência e colocando um pouco na bucha colorida da filha.

- NÃO. - Sojin gritou e Jimin simplesmente desistiu, esticando o braço para pegar o shampoo e cuidar do cabelo da criança antes que eles se atrasassem ainda mais.

- Não quero esse shampoo, fede.

 Jimin enrugou a testa, cheirando o shampoo. Era o cheiro dele e o ômega se ofendeu que a filha achasse que ele fedia. 

- Você nunca reclamou antes, querida.

- Por que você usa shampoo de neném? Eu sou o neném, não você.

 Jimin ficou com as bochechas vermelhas. Ele sempre usou shampoo de criança porque Jungkook dizia que gostava quando eles estavam no internato. Essa era uma das poucas coisas que ele manteve depois que o alfa o abandonou. 

- Eu gosto de usar bebê, mas podemos encontrar outro cheirinho pra você quando tivermos tempo. Você nunca reclamou antes.

- Eu não quero cheirar como você mais. - Sojin falou, praticamente chorando e Jimin pareceu ainda mais perdido e consideravelmente ofendido.

 O que Jimin não sabia é que Sojin amava seu novo Appa. Kookie era como um coelhinho de pelúcia gigante, ele fazia tudo que ela queria e dava toda atenção do mundo a ela e como toda criança, Sojin amava a atenção que recebia, amava ser mimada.

 Jimin sempre foi carinhoso, mas sabia corrigir quando precisava. Jungkook nunca a corrigia, se ela quebrava um vaso, ele simplesmente comprava outro e cuidava para que ela não se machucasse enquanto ele juntava os cacos. Então era óbvio que a criança ficou super apegada facilmente, ela exigia a atenção completa do alfa e ninguém poderia tirar isso dela. Há não ser Jimin.

 Toda vez que Jimin aparecia perto dos dois Jungkook se distraia e ela não era mais o centro das atenções. Na semana anterior, eles foram num parquinhos e Sojin estava tão feliz que queria explodir de tanta felicidade. Ela comeu quantos hot dogs conseguiu e brincou no escorrega até sua bunda ficar dormente, mas quando ela sentou no banquinho ao lado de Jungkook para dividirem um algodão doce, Jungkook cheirou seus cabelos e resmungou que amava o cheiro dela, porque ela cheirava a Park Jimin e desde então, a garota queria cheirar a tudo, menos Park Jimin. Sojin tinha tudo que queria, então não entendia porque Jimin não estava cedendo. 

- Sojin para de chorar e deixa eu lavar seus cabelos querida.

- Não quero com isso, fede. Você fede. - Sojin gritou e rosnou para o ômega que tremeu as mãos e lágrimas surgiram nos olhos brilhantes e perturbados.

 Sojin nunca agiu assim antes, Jimin só não sabia o que fazer. Ele era um ômega, cuidar de uma alfa temperamental em fase de crescimento não era fácil.

 Jimin suspirou, tentando ter paciência, mas Sojin o empurrou de lado para sair da banheira, jogando água para todo lado.

 Um rosnado grave e baixo veio do quarto, fazendo Jimin ajeitar a postura em alerta e Sojin  parar no meio do caminho.

 Jungkook não precisou falar nada, Sojin simplesmente deu meia volta e sentou na água da banheira quase fria com o maior bico de todos os tempos. Jimin no entanto precisou de alguns segundos antes de voltar para a filha e terminar de dar banho na garota.

 Sojin apareceu no quarto, já toda vestida e tomada banho, ela quase soltou um gritinho ao ver Jungkook com uma meia do Iron man que ela comprou com Jimin no fim de semana anterior para dar a ele de presente, mas o alfa parecia tão sério e irritado que a pequena alfa só beijou seu rosto e correu para cozinha para tomar café quando ele mandou que assim ela fizesse, com a voz baixa e séria.

 Jimin ao contrário da filha, saiu do banheiro, todo molhado, um pouco descabelado e com os olhos vermelhos de tanto segurar o choro.

 O ômega sentou na outra ponta da cama e colocou as mãos no rosto, tentando não suspirar em desânimo e falhando miseravelmente. 

- Ela anda tão individualista. O que é meu é dela, o que é seu é dela. É tudo dela, não sei mais o que fazer. Semana passada ela jogou uma banana na cabeça de Hoseok quando ele foi pegar para comer, sem saber que era " a banana que você deu para ela".

 Jungkook enrugou a testa, lembrando vagamente da pequena cesta de frutas que ele comprou para a garota porque ela estava se recusando a comer frutas quando Jimin mandava. Ele imaginou que se viessem embrulhadas numa cesta com um coelhinho de pelúcia comendo uma cenoura, a animaria a comer mais frutas. 

- Eu acho que estou estragando tudo, como sempre. - Jungkook riu seco, apertando os lençóis para dar a sua mão algo o que fazer que não fosse se esticar para acariciar os cabelos do ômega.

- Sojin já estava dando trabalho antes, ela tem uma personalidade bem forte.

 Jungkook analisou Jimin, ele era tão forte e determinado que mal dava para notar o quão cansado ele realmente estava. Era como se vestisse uma máscara o tempo todo.

 O ômega tinha olheiras roxas abaixo dos olhos caídos, a boca mordida por causa da mania de morder os lábios quando ficava nervoso, as unhas roídas e os ombros pesados.

 Jungkook só queria cuidar dele. 

- Jimin, por favor. Deixa eu ajudar.

 Jimin suspirou, levantando da cama e encostando na parede de frente para Jungkook que o seguia vidrado em cada mínimo movimento seu. 

- Você já faz tanto Kookie. Nem sei mais como agradecer, sei que está tentando compensar pelo passado, mas não tenho coragem de dizer que não precisa.

 Jungkook riu entre a respiração, encarando o ômega com aquelas ruguinhas nos cantos dos olhos.  

- Não é mais sobre o passado, eu me arrependo amargamente é claro, mas não é mais por isso que estou aqui. Eu quero muito te apoiar no que for preciso, pequeno. Acho que se tornou uma pequena obsessão minha. - Jungkook riu, engolindo em seco assim que sentiu Jimin ficar tenso na sua frente.

 Ele disse algo de errado? 

- Jimin?!

- Por favor, não me chama de pequeno. - Jimin fez um bico fofo, lembrando muito o Jimin inocente que conheceu cinco anos atrás.

- Tenho tanto orgulho de você Park.

 Jimin arregalou os olhos. Ele não esperava aquelas palavras de Jungkook, mas foi surpreendentemente bom ouví-las. 

- Jungkook, eu…

- Appa, você não veio mexer meu chocolate. - Sojin apareceu revoltada, cruzando os braços enquanto olhava de Jimin para Jungkook.

 Era fofo, mas um pouco irritante também.

 Sojin sempre aparecia para afastar os dois quando eles ficavam sozinhos em algum canto da casa e Jimin era sempre grato, já que seu ômega parecia uma puta assanhada toda vez que via o alfa que cheirava a chocolate amargo e whisky. Essa vez, foi a primeira vez que o ômega lamentou ao invés de agradecer pela intromissão da filha. 

- Eu já vou, querida.

- Não dá mais tempo. Vou pedir para o motorista te levar na escola, seu pai e eu precisamos conversar. - Jungkook falou sério, mas surpreendentemente calmo.

- Mas você sempre me leva. - Sojin bateu o pé no chão.

 Jungkook amava a filha, mas a fase mimada dela era um pouquinho chata. Apesar de saber que boa parte disso era culpa dele.

- Agora, Park Sojin. - Jimin disse bravo.

 A filha correu até a sala para pegar a mochila, ignorando Jimin que a seguiu pelas escadas, até garantir que a pequena entrasse no carro. Jimin beijou as bochechas geladas da filha , ignorando o bico enorme da garota e voltou para o apartamento, precisando parar na porta por alguns segundos antes de entrar na própria casa.

 Jungkook  já estava sentado no sofá e sorriu pequeno quando o ômega entrou e sentou do seu lado. 

- Eu tô tão cansado. - Jimin resmungou.

- Desculpa por me intrometer com Sojin, mas ela estava te arranhando todo no banho.

 Jimin olhou em choque para os próprios braços. Ele estava realmente um pouco arranhado. 

- As vezes eu acho que  Sojin é filhote do Jin, a garota é brava e grita bastante.

 Jungkook riu, a filha parecia mesmo com Jin quando era mais novo.

 Seu sorriso morreu e de repente Jungkook estava triste e sério ao lembrar do passado. 

- Jimin, eu sinto muito.

- Não precisa sentir, é bom ter um alfa por perto para dar umas broncas em Sojin, eu sempre fui sensível demais para isso.

- Não to falando disso.

 Jimin encolheu o corpo, perdendo o ar de leveza no rosto e adquirindo uma carranca irreconhecível, mas não disse nada, o que foi a deixa para Jungkook continuar. 

- Eu sofria fortes influências do meu pai, achava que não te merecia desde a primeira vez que nos beijamos, mas a culpa disso tudo ė minha no fim das contas. Quando Shay disse que você me achava um monstro, eu me senti no direito de ser covarde e simplesmente me afastar. Eu não te merecia, te violei de tantas formas, fui tão infantil e possessivo. No fim eu também me achei um monstro.

 Jimin suspirou.

 Eles ficaram em silêncio por um tempo.  Jimin odiava pensar naquele dia, sempre fazia seu peito doer e queimar. 

- Qual era a da sua prima afinal? - Jimin perguntou, tentando parecer tranquilo com a conversa, mas as mãos trêmulas e suadas se esfregando na calça de pijama de gatinhos, diziam o contrário.

- Shay era apaixonada por mim e eu era idiota o suficiente para não notar. Ela tentou dar em cima de mim quando eu voltei para casa, depois daquele dia no chalé, mas sem muito sucesso. Eu não conseguia pensar em nada que não levasse seu nome.

 Jimin sentiu o corpo inteiro arrepiar. Ele odiava a forma que seu corpo reagia ao alfa com tamanha facilidade. 

- Eu achei que estava fazendo o certo, mas você, com toda sua inocência e inexperiência, sabia melhor que todos nós.

 Jimin sorriu, encarando o alfa com os olhos brilhantes.

 Algo naquela troca de olhares os fez lembrar de como eles eram, quando estavam juntos, era quase como se o tempo não tivesse passado, como se nada tivesse mudado.

Mas mudou. 

- Eu vendi minha parte das ações da empresa para o Namjoon, foi concretizado hoje. Estou oficialmente desempregado.

 Jimin arregalou os olhos pela milésima vez.

 Por essa ele não esperava. 

- Por que você faria uma coisa dessa?

- Eu quero esquecer qualquer tipo de conexão que tenho com meu pai. Ser pai para Sojin me fez ver o quanto o Jeon nunca foi um pai de verdade. Sempre controlador, odiando e menosprezando tudo que eu fazia.

 Jungkook negou com a cabeça, um sorriso frio no rosto.

 Jimin queria acariciar seus cabelos negros e acolhê-lo em seus braços, mas não podia ultrapassar o limite da indiferença que eles tão dificilmente mantinham. 

- Jimin, eu sei que você nunca vai me amar novamente, mas sei também o quanto você está cansado de controlar tudo, eu não estou pedindo para ter você de volta na minha vida, sei que não mereço, nunca te pediria tal coisa. Eu só quero que você deixe alguém cuidar de você pra variar. Deixa eu fazer isso? 

 Jimin sentiu o peito praticamente pular da sua caixa torácica. Ele nem lembrava a última vez que deixou alguém mimá-lo, provavelmente foi na época com Jungkook, antes de tudo terminar. 

 Jimin negou com a cabeça, fazendo Jungkook concordar em silêncio. 

- Você deve ter se arrependido tanto de ter me conhecido. - Jungkook riu sem humor algum.

- Antes de te conhecer, eu não sabia o que era ser amado. Minha mãe tentou, mas existia muito arrependimento no seu coração, ela acabou não percebendo que não demonstrava amor por mim, apesar de que eu tento acreditar que ela me amou muito, mesmo que talvez não soubesse disso… - Jimin balançou a cabeça, alguma lágrimas molharam suas bochechas rosadas. - O que estou tentando dizer é que, você me ensinou o que era amar, mas principalmente como dar amor e eu sou grato por isso, porque agora posso ensinar para Sojin como amar também, então não. Eu nunca vou me arrepender de ter te conhecido.

 Jungkook puxou o ar pra dentro dos pulmões, já que se esqueceu como respirar e tentou não cair no choro também.

 Ele queria parecer forte, mas estava tão carente e triste. 

 Jungkook se aproximou de Jimin e caiu de joelhos na sua frente, alisando as pernas do menor com a ponta dos dedos.

 Jimin suspirou entre o choro baixinho, fazendo as gotas de lágrimas vibrarem nos seus lábios vermelhos. 

 Ele estava tão magro e abatido, mas mostrava tanta força e determinação que era praticamente impossível notar o quanto cuidar sozinho da filhote havia lhe afetado. 

- Você não precisa mais carregar todo o peso sozinho, eu sei que você não confia em mim. Vejo como fica surpreso toda vez que eu volto no dia seguinte, como se pensasse que eu vou te abandonar a qualquer instante.

 Jimin sentiu os músculos tensos. Isso era exatamente o que ele pensava. 

- Não estou pedindo para confiar em mim, considere isso como umas férias. Você deixa eu cuidar de tudo só por um tempo e relaxa um pouco enquanto recupera as forças.

 Jimin riu de um jeito fofo, aquecendo o peito de Jungkook. Ele andava há tanto tempo adormecido que nem se lembrava desse tipo de sentimento, era como se só Jimin fosse capaz de lhe causar esse tipo de reação e talvez realmente fosse. 

- Sem nenhum compromisso envolvido? - Jimin sabia que aquilo era loucura, mas ele estava realmente cansado de tomar todas aquelas decisões sozinho e com o serviço, Sojin, a faculdade. Ele mal tinha tempo para ele e apesar de já ter se formado, parece que nada mudou muito.

- Eu vou fazer as compras, cuidar da casa, comprar shampoo e sabonete para Sojin…

 Jimin riu da briga com a filha hoje cedo. 

- Vou te fazer bastante comida gostosa para tentar devolver as bochechas gordinhas de volta no seu rosto e por favor, para de tomar tanto imunossupressor, eu prometo que vou te proteger de alfas intrometidos.

  Jimin riu mais uma vez. 

- Eu tomei essa merda praticamente minha vida toda, não é grande coisa.

 Jungkook fez uma carranca estranha que Jimin não conseguiu decifrar muito bem, mas foi tão rápido que nem deu tempo também. 

- Você pode confiar em mim para cuidar de você?

 Jimin não sabia o que pensar, mas não é como se não estivesse prestes a desmaiar a qualquer minuto de tanto cansaço. 

 Jimin sentia cada músculo de seu corpo tremer. Era perigoso ter esperanças, era perigoso confiar. Isso era o que sua mente lhe dizia todo santo dia, mas era só olhar para aqueles olhos brilhantes e pedintes, que lhe lembravam de como era bom ser feliz e toda sua resistência balançava instável.

- Pela Sojin. - Jungkook apelou quando Jimin não disse nada. - Ela vai ficar bem assustada quando você parar no hospital desidratado e estressado. Porque é isso que provavelmente vai acontecer se você não desacelerar.

 Jungkook agarrou as mãos trêmulas do baixinho, sentindo vontade de arrancar todo aquele medo e insegurança com as próprias mãos. Era tão torturante ver Jimin sofrendo em silêncio daquela forma.

 Era tudo tão fodido. Jimin sempre foi uma alma pura e inocente, não deveria sofrer daquela forma.

 Não deveria ter sido rejeitado pela sua família quando as coisas complicaram.

 Não deveria ter sido rejeitado por Jungkook quando as coisas complicaram.

- Por Sojin. - Jimin disse entre um suspiro, mas a verdade é que ele também queria alguém para abraçar, nem que durasse só um pouquinho.

 Ele só queria alguém pra abraçar. 

- Ufa. - Jungkook resmungou finalmente levantando do chão, com as pernas dormentes pelo tempo excessivo de joelhos e Jimin gargalhou da cena um tanto quanto cômica de Jungkook balançando as pernas para devolver a circulação sanguínea nelas.

 Jimin engasgou entre a risada, voltando a chorar e Jungkook o pegou nos braços. Sentando ao seu lado no sofá.

 O loiro grudou no corpo de Jungkook parecendo um coala e chorou tanto que o maior não sabia de onde vinha tanta água. Sua camisa social estava úmida e o corpo do ômega estava quentinho sobre o seu.

 Jungkook o abraçou forte e sussurrou algumas coisas aleatórias, mas foi só quando começou a cantar baixinho que o ômega finalmente adormeceu.

  O moreno sabia que Jimin ia se culpar por ter se rendido tão facilmente mais tarde, mas a verdade é que ele sabia que o ômega estava desesperado para ter alguém cuidando dele.

 Por mais que a alcatéia oferecesse ajuda, não era o suficiente. Não era da natureza do ômega ser tão resiliente. Jimin sempre foi dócil e tinha alguém tomando as decisões por ele. Se forçar a criar essa persona resistente e orgulhosa deve ter exigido tamanha energia e determinação diária da parte dele.

 Ele obviamente se culpava por isso também, mas precisava fazer algo, além de só se lamentar pelo ocorrido.

 Jungkook decidiu naquele instante, que ficaria ao lado de Jimin pelo tempo que o menor lhe permitisse tal coisa e por mais que ele odiasse o pensamento, se um dia Jimin encontrasse alguém para amar, ele daria o melhor de si para se afastar e deixar o seu pequeno anjo ser feliz. 

 A felicidade e a segurança de Jimin era tudo que importava agora.

  Jimin sempre viria na frente de qualquer coisa, a partir daquele momento. Isso era tudo que ele podia fazer por enquanto.

 Sojin e Jimin era a única família que Jungkook tinha agora e ele os faria de sentirem, protegidos e amados, do jeito que ele nunca foi. 

- Eu te amo, anjinho. - Jungkook sussurrou adormecendo junto com o menor.

 Ele se odiava mais que tudo nesse mundo, mas não adiantava ficar se lamentando, se quisesse reparar seus erros, precisaria mudar, fazer algo. Ele se jogaria na frente de um ônibus por Jimin e isso nem era uma analogia ridícula , ele literalmente faria. Jimin era dono de si para fazer o que quisesse, era como ele sabia se redimir. Se Jimin quisesse usá-lo, só para jogar fora depois, ele faria sorrindo, porque pela primeira vez Jungkook estava entregue ao seu destino.

 Sim! Sua mãe morreu durante o parto.

 Sim! Seu pai o odiava.

 Nada disso justificava suas reações infantis do passado. Jungkook cometeu erros e estava cansado de se vitimizar por eles. Ele era um adulto agora e estava disposto a assumir seus erros e se redimir, a verdade é que ele estava disposto a basicamente qualquer coisa por Jimin e não era porque se sentia culpado, não mais. Ele queria fazer Jimin feliz porque o baixinho já sofreu o suficiente e merecia isso.

 Estava disposto a sair de cena no momento que Jimin pedisse. Ele lidaria com o sofrimento disso depois, Jungkook não era mais o personagem principal da própria história e sabia disso, mas mais que isso. Ele finalmente sentia o que era pertencer a alguém, ele finalmente entendeu sobre a parte incondicional escondida na palavra amor e ele amava Jimin, nunca deixou de amar.

 … 

- Agora faz uma estrela. - Jimin gritou enquanto ria.

 Jungkook fez uma estrela no meio do estacionamento do shopping ganhando vários olhares tortos.

 Jimin ria tanto que acabava soltando solicinhos no meio da risada.

 Isso estava acontecendo desde o momento em que Jungkook disse que faria de tudo por Jimin, sem questionar. Era pra ser uma conversa séria, mas Jimin não conseguiu se segurar e começou pedir as coisas mais absurdas do mundo e Jungkook levou cada pedido a sério, como se sua vida dependesse disso, o que tornou tudo ainda mais engraçado e leve.

 Sojin já tinha desistido de ficar emburrada, já que aquilo não estava surtindo efeito nenhum e agarrou a mão gordinha do pai enquanto pulava rindo também. 

- Agora imita uma galinha. - Sojin gritou, vendo o pai imediatamente balançar os braços e fazer um som muito louco com a garganta.

- Essa galinha tá morrendo ou o que? - Jimin perguntou vendo Jungkook fazer um bico tristonho e resmungar sobre as qualidades da galinha que ele nomeou de Gluglu.

 Jimin sorriu largo, deixando seus olhos desaparecerem à medida que suas bochechas levantavam no rosto já mais rosado e bem menos cansado. O ômega iluminava tudo quando sorria daquele jeito, era tão contagiante, que Jungkook até parou no meio do estacionamento, os pés vacilando com o próprio peso enquanto seus dentinhos avantajados apareciam com seu sorriso mais genuíno. Era a primeira vez em cinco anos que Jungkook sorria daquela forma, então era natural que ele associasse a dor na bochecha de tanto sorrir com a presença de Jimin e ele não estava errado. 

- Imita o homem de ferro. - Sojin gritou e a brincadeira continuou.

- Appa. Por que o Kookie-ah tá fazendo tudo que a gente manda? - Sojin perguntou confusa enquanto sentava na mesa da cozinha esperando Jungkook terminar de cozinhar para eles.

- Jungkook pediu para ser nosso Dobby filhote. - Jimin falou ganhando uma carranca engraçada de Jungkook.

- Prontinho. Um Gluglu pra você. - Jungkook colocou um prato de frango frito e arroz na frente da filha, beijando seus cabelos com cheirinho de uva, já que eles mudaram o shampoo dela.

- E um Gluglu pra você. - Jungkook colocou o outro prato na frente de Jimin. - Mestre Park. - Ele sussurrou no ouvido de Jimin, imitando o Dobby do Harry Potter.

 Jimin se arrepiou todo com aquela voz rouca em seu ouvido, a conotação nada inocente na voz do alfa, mas acabou se distraindo com a filhote na sua frente. 

- Está tudo bem filha?

 Sojin olhava para  o prato de comida com uma espécie de pânico no olhar. Suas sobrancelhas estavam juntas e a boca entreaberta em confusão. 

- Sojin?

- Appa. Por que chamou o franguinho de Gluglu?

 Jungkook retesou o corpo, perdendo o sorriso no rosto e ganhando uma espécie de choque misturado com felicidade. Felicidade porque foi a primeira vez que sua filhote o chamou de Appa e choque porque provavelmente cometeu um erro ao indelicadamente contar de onde vinha a proteína no prato. 

- Filha. O franguinho que a gente come um dia foi uma galinha. - Jungkook explicou extremamente preocupado enquanto Jimin tentava seu melhor para não rir da cara de pânico dos dois.

 Sojin e Jungkook tinham os mesmos olhos grandes e arredondados. Praticamente um Ctrl+C, Ctrl+V. Aquilo foi motivo de tristeza para Jimin por muitos anos, pois lhe lembrava do alfa que um dia amou. Hoje em dia, aquilo lhe trazia uma sensação diferente que deixava o peito quentinho e agitado. 

 Era fofo ver a cara de "Jungshook" do alfa praticamente colada numa versão menor no rosto da filha.

- Um bichinho? - Sojin começou a chorar copiosamente, ganhando um abraço preocupado de Jungkook.

- Não. Não fica assim. Passou, passou.

 Era engraçado como Jungkook ficava dizendo " passou, passou," quando obviamente não tinha passado nada. A crianças  estava em prantos no seu colo, agarrando a camisa de Jungkook com tanta força que seus dedinhos ficaram até esbranquiçados.

 Jimin ficou em choque com aquela cena. Ele estava tentando só aceitar a ajuda de Jungkook sem nenhum compromisso, mas se perguntava se ele sobreviveria quando Jungkook o abandonasse novamente, provavelmente não.

 Aquilo tudo era bom demais pra ser verdade.

  Foi com grande tristeza que Jimin se pegou enterrando os " restos mortais" da Gluglu no parque em frente o apartamento, enquanto ele se lamentava por não provar do molho de bacon com gengibre que Jungkook tinha feito.

 No final das contas aparentemente Sojin era vegetariana e Gluglu's foram proibidos na mesa de jantar a partir daquele dia. 

- Se você contar da origem do bacon para Sojin, eu juro por Deus…

- Eu sinto muito baby. - Jungkook falou rindo enquanto colocava uma Sojin destruída de tanto chorar na cama.

 A garota dormia tão profundamente que até ronronava.

 Jimin tremeu tardiamente com o apelido que o maior usou, quase choramingando de tão carente que ele tava.

 Ter o cheiro do alfa por todo o apartamento era quase como ter calmante vulperizando o ambiente. Era muito bom e acalmava seu ômega, mas às vezes o efeito oposto também era alcançado. Quando ao invés de acalmá-lo, deixava seu nervos à flor da pele.

  Jungkook fechou a porta do quarto de Sojin com delicadeza, com Jimin em seu encalço tentando não fazer barulho também.

 Jimin foi virar para voltar para a sala, quando seu braço foi puxado de surpresa e seu corpo empurrado contra a parede do corredor.

 Jungkook se assomou em Jimin, colocando uma perna no meio das trêmulas do ômega enquanto ele cheirava seu pescoço, as  pupilas dilatando em resposta a ponta dos dedos formigando na ansiedade de tocá-lo. 

- Você tá excitado. - Jungkook rosnou baixinho, quase como uma vibração.

- O que? - Jimin sussurrou de volta com a voz engasgada.

- Porra ômega, eu posso sentir seu cheiro de longe. Seu corpo tem tanta fome de mim.

Merda!

 Jimin já estava assim há um tempo. Ele não sabia como, mas os supressores não estavam fazendo muito efeito, ele sabia disso porque seu cheiro estava mais intenso com a presença do alfa na casa.

 Talvez ele tenha usado aquilo por tanto anos, que acabou viciando, seu corpo estava começando a rejeitar a metabolização do componente químico ou algo assim, ele só não esperava que Jungkook tivesse reparado também, mas parece que o alfa passou a ficar mais ciente dos sentimentos do ômega de alguma forma.

 E era exatamente isso. Jungkook já podia sentir o cheiro da raiva, o desejo, a carência e porra, Jimin tava com um tesão tão grande que o alfa faltava uivar e subir nas paredes em resposta.

 Ele estava fazendo seu melhor para respeitar o espaço do ômega, mas sinceramente estava cada dia mais difícil. Ele se pegou várias vezes pensando em mijar no vaso de planta do lado de fora do apartamento só para marcar território e seu alfa ficava gritando MEU MEU MEU, toda vez que alguém olhou para Jimin na rua àquela manhã, ou seja, Jungkook estava enlouquecendo. - Jiminnie-shi. Permita que eu te beije pelo amor de Deus.

- Aqui não. - Jimin sussurrou, olhando para a porta fechada do quarto de Sojin.

 Jungkook arregalou os olhos, porque ele esperava um "me solta", talvez um " não me toque alfa", mas a resposta de Jimin não dava a entender em momento algum que ele não queria, o que foi combustível o suficiente para sua coragem.

 Jungkook praticamente arrastou Jimin para o quarto ao lado e sinceramente, os dois estavam bem desesperados quando começaram a se beijar. Era tanta saudade e privação que o beijo era uma mistura de saliva, dentes que vez ou outra se batiam e muita língua. 

 A expectativa era avassaladora. Jungkook olhou para Jimin jogado na cama, ele tinha os cabelos loiros espalhados no lençol amassado, a boca inchada dos beijos selvagens que eles trocaram, seu olhar era de pura luxúria e desejo e sua respiração entrecortada. Aquela visão gerou pontadas diretas no seu pau.

 Jimin se apoiou no cotovelo, olhando Jungkook com um sorriso sacana no rosto. 

- Você vai ficar aí só olhando ou o que ? 

 Jungkook rosnou, gerando outra risada gostosa de Jimin.

 Ele sabia que provavelmente se arrependeria no dia seguinte, mas agora era tarde demais para qualquer um dos dois conseguir resistir.

 Jungkook estava olhando para Jimin com algo parecido com fome enquanto engatinhava pela cama até ficar por cima do menor e tomar sua boca num beijo possessivo e esfomeado mais uma vez. 

- Porra Jimin, eu senti tanta falta do gosto da sua boca. 

 Jungkook praticamente choramingava toda vez que Jimin o empurrava delicadamente na tentativa de respirar.

 Ele desceu suas mãos pelo quadril do ômega trêmulo em seus braços e apertou sua cintura com tanta possessividade que Jimin precisou morder o lábio inferior do alfa para não gemer alto demais.

 Os beijos eventualmente tomaram rumos distintos, Jungkook desceu sua boca para o pescoço de Jimin, explorando, mordendo e chupando tudo que ele podia tocar. Já Jimin só conseguiu morder Jungkook com toda a intensidade do mundo. Os olhos do alfa ficaram nublados e seu lobo assumiu por completo, o que provavelmente explica o porquê de Jungkook ter rasgado a calça de linho que Jimin estava vestindo, com os poucos movimentos das suas mãos o ômega estava nu e entregue embaixo dele.

 Jimin riu, escondendo o rosto acanhado no peito do alfa quando  ele o alisou na parte interna da sua coxa, sentindo o lubrificante natural do ômega escorrer entre seus dedos. 

- Caralho Jimin, sua bunda está com fome de pau. - Jungkook disse na voz mais rouca e sexy do mundo, o que fez Jimin gemer e jogar a cabeça pra trás.

 Jimin estava vergonhosamente entregue nas mãos do alfa e Jungkook não estava reclamando.

 Ele tirou sua calça de um jeito rápido e desajeitado, mas não quis perder tempo com a camisa social, se enfiando de vez no meio das pernas do ômega e apertando bruscamente a bunda do ômega enquanto suspirava. 

- Camisinha. - Jimin resmungou entre seus suspiros instáveis. - Não me engravida de novo, por favor.

 Jungkook riu, jogando os cabelos para trás enquanto se afastava e pegava uma camisinha dentro do criado mudo onde Jimin havia indicado.

 Quando ele voltou para a posição anterior, precisou suspirar na tentativa de parar de tremer. Jimin também tremia tanto.

 Jungkook puxou Jimin para sua direção e começou a entrar com dois dedos dentro do garoto. Sua bunda o apertava esfomeado, fazendo seus dedos baterem com força um no outro e Jungkook mal conseguiu preparar o ômega. Ele estava tão apertado e choramingava tanto, estava sendo difícil para ambos os lados. 

- Só me fode logo, por favor.

- Jimmie-shi, onde você aprendeu tanta palavra suja assim? - Jungkook disse divertido, desistindo dos dedos para enfiar a cabeça da sua glande na entrada quente e pulsante do menor.

 Os dois gemeram juntos com o contato, seus olhos estavam perdidos um no outro, Jungkook tinha os braços trêmulos com tamanha força que ele precisou reter para não enfiar seu pau todo de uma vez naquele espaço quente e dele.

Meu! Meu! Meu!

 Jimin tirou a camisa de Jungkook de forma agressiva e mordeu o peito do maior, arrastando seus dentinhos para o pescoço e o ombro do alfa.

 Ele não queria perder seu alfa de novo, ele não queria ficar sem aquele calor, ele não queria viver na miséria que foi esses cinco anos sem Jungkook, ele não podia deixar isso acontecer de novo.

 De novo não.

- Porra. - Jungkook exasperou completamente alucinado.

 Jimin estava tão quente e apertado que ele não sabia se teria forças para se segurar por muito mais tempo. 

- Por favor. - Jimin choramingou ganhando a primeira estocada de Jungkook que no momento não se importava que a cabeceira da cama batia com violência na parede.

 Jimin acabou gozando no próprio estômago, enquanto era fodido por Jungkook, mas o alfa não parou por isso e Jimin quis se esconder de vergonha por ter gozado tão rápido.  

- Porra Kookie, não ri. - Jimin implorou, escondendo o rosto no ombro de Jungkook enquanto o maior diminuía a velocidade e o abraçava apertado, achando fofo o desespero no rosto do seu pequeno.

- Eih! Tô rindo porque achei fofo, vou te fazer gozar de novo. Prometo. - A voz de Jungkook saiu grave e arranhada, mas Jimin não teve muito tempo para responder, já que Jungkook voltou a entrar fundo nele e os arrepios na base das suas costas suadas se intensificaram.

 Jimin gemeu todo manhoso e sensível, arranhando e mordendo Jungkook com muita força.

 Jungkook rosnou quando sentiu as presas de Jimin tirar sangue do seu ombro e pescoço. Os sentimentos eram fortes e inconstantes demais e ele não conseguiu se concentrar bem o suficiente, agradecendo ao céus quando Jimin finalmente gozou pela segunda vez para ele poder relaxar e fazer o mesmo.

 Jungkook tirou o pau latejando de dentro do ômega, que resmungou chateado pelo vazio que sentia quando Jungkook não estava dentro dele. 

- Senti tanta falta disso, tanta falta de você. - Jungkook confessou, jogando a camisinha de qualquer jeito no lixo ao lado da cama e sentando no peitoral do menor para passar o pau inchado nos lábios vermelhos e mordidos de Jimin.

- Deixa eu gozar nessa sua boca gostosa?!

 Jimin sugou a cabeça do pau de Jungkook em resposta, fazendo o maior ranger os dentes enquanto movimentava a mão de um jeito acelerado e desajeitado na extensão da ereção, até gozar no rosto de Jimin.

 Jungkook queria mais que tudo se jogar na cama ao lado do ômega e abraçá-lo até seu corpo parar de tremer em espasmos, mas ele não conseguia se mover.

 Jimin o encarava de um jeito diferente, sua boca ainda mamava seu pau já quase todo mole e porra escorria de suas bochechas avermelhadas. 

- Caralho garoto. - Jungkook jogou os cabelos úmidos de suor para trás e pegou na base do seu pau para alisar os lábios inchados de Jimin com ele, a outra mão apoiada na cabeceira e  os olhos presos um no outro.

- Sempre que eu imaginava você, eu pensava em noites românticas cheias de risadinhas e flores. - Jimin disse, pouco antes de levantar a cabeça e engolir a semi ereção de Jungkook.

- Então você pensava em nós? - Jungkook perguntou com um sorriso largo achando que era um bom momento para tirar sarro do menor.

 Em resposta Jimin sugou o pau de Jungkook com ainda mais força, o enfiando até o fundo da garganta.

 Jungkook fechou os olhos, jogou a cabeça pra trás e perdeu completamente o sorriso debochado no rosto, ganhando um vinco entre as sobrancelhas e uma respiração entrecortada. 

- Você vai acabar me matando ômega. - Jungkook não sabia o que dizer sobre aquilo, não era normal, era diferente, tão intenso que seu corpo inteiro formigava em resposta.

 Dessa vez, quando ele gozou na garganta do menor, nem se ele quisesse conseguiria permanecer na sua posição.

 Seu corpo inteiro amoleceu e ele sentia espasmos quando se jogou ao lado de Jimin, notando que Jimin tinha gozado sem nem se tocar.

 Jungkook enrugou a testa sem entender porque estava sentindo tanto prazer assim. Era algo que nunca sentiu antes, era como se seu orgasmo estivesse se somando com o de Jimin e não parecia muito diferente para o menor também.

 Jimin sentia tanto prazer, que lágrimas começaram a escorrer dos seus olhos e suas pernas tremiam de um jeito exagerado enquanto seus dedos se retraíam em pequenos espasmos.

 Jungkook abriu a boca para falar algo sobre aquilo, mas foi interrompido com o som da porta do quarto de Sojin abrindo. 

- Merda.  - Jimin xingou, tentando limpar o rosto todo sujo de porra.

- Appa? - Sojin resmungou sonolento, andando pela casa.

- Eu vou. - Jungkook falou, pulando meio desajeitado da cama para se vestir.

- Não é como se eu pudesse argumentar, não sinto minhas pernas para conseguir levantar.

 Jungkook arregalou os olhos com aquela observação, olhando preocupado para Jimin, apesar de que não pôde segurar o enorme sorriso ao deparar com um Jimin todo fodido, jogado na cama.

- Tira o sorriso da cara, você não tá melhor que eu. - Jimin resmungou irritado tentando disfarçar timidez pelo que havia feito.

Por que Jungkook estava fingindo que não sabia o que acabou de acontecer?

 Sojin bateu na porta parecendo insegura com a ação, o que despertou Jimin para pelo menos se cobrir com o lençol enquanto Jungkook vestia a camisa depois de finalmente encontrá-la no chão ao lado da cama.

 Jimin entrou no banheiro para tomar banho, mas não conseguiu, infelizmente ele adorou o quão clichê era seu cheiro misturado com o de Jungkook,  o lembrava de chocolate com morango. Ele queria achar aquilo uma espécie de piada cósmica para um romance inexistente, mas pela primeira vez depois de cinco anos, Jimin se pegou desejando que a vida não o chutasse na bunda dessa vez. Ele gostava da sensação, não se arrependia do que tinha feito, o brilho em seu olhar não o deixaria mentir para si mesmo de qualquer forma.

 Será que ele não percebeu?

 Será que Jungkook não notou como tudo ficou intenso e confuso no minuto em que ele fez o ato mais egoísta e impensado de sua vida?

 Jimin assistiu um biquinho genuíno formando em seus lábios mordidos enquanto se encarava no espelho, tentando criar coragem para enfrentar Jungkook.

Merda!

Por que ele fez aquilo?

Por que ele marcou o alfa?

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top