Capítulo 27

S/N pov

Eu estava sozinha em casa, cuidando da faxina enquanto Vincent havia saído para resolver algumas coisas com um "amigo". Ele quase não tem mais tempo pra mim, ele tá sempre saindo pra encontrar outros criminosos em um lugar na puta que pariu.

Sempre que eu ficava sozinha, naquela casa escura e abafada, eu refletia o tanto que a minha vida mudou totalmente da noite pro dia.

Eu imaginei que conseguiria mudar a mente do Vincent no começo da relação, mas aparentemente ele nasceu pra ser esse perturbado que ele sempre foi.

....

Eu suspiro e volto ao trabalho tirar o pó de algumas gavetas abandonadas no quarto. Eu conforme eu vou tirando os itens jogados naquele armário, eu começo a ver uma luz amarela bem fraca vindo detrás de alguns livros velhos.

Eu retiro os livros, revelando o lugar onde a luz está apontada.

Uma doce sintonia de Mozart começa a tocar de bem baixinho. Eu me deparo com a caixinha de música do pequeno Príncipe que Vincent havia me presenteado logo no começo de tudo.

Eu tiro todo o pó da caixinha e fico observando as silhuetas brilhantes através do globo de vidro que as protegem.

Eu fico olhando o príncipe e a rosa enquanto giro a caixinha lentamente para ver de todos os ângulos.

Eu ouço a porta bater atrás de mim. Eu olho para a mesma direção e vejo Vincent passar pela porta.

Ele me olha confuso.

Vincent: o que você tá fazendo no chão?

- eu só tô limpando algumas coisas antigas.

Vincent: o que é isso na sua mão?

- é... é a caixinha de música que você me deu. Lembra dela?

Eu mostro a caixinha para o Vincent e ele vem até mim.

Ele revira os olhos e suspira.

Vincent: nessa época eu nem gostava muito de você.

- que? Como assim?

Vincent: eu só comecei a gostar de você uns três duas depois desse.

Eu fico em silêncio, que se torna constrangedor ao notar o olhar pesado do Vincent em mim.

Vincent: mas eu te amo agora, eu não estou mentindo.

Vincent se abaixa e beija minha testa. Ele se levanta e vai até a cama.

Eu me sinto extremamente desconfortável com isso... então eu resolvo...

- se é assim... era tão bom quando você não gostava de mim.

Vincent: o que quer dizer com isso?

- você não é a mesma coisa. Você inverteu totalmente os sentimentos nos tempos errados.

Vincent: A culpa foi sua. Eu te dei a opção de não ter essa vida.

- eu só quis pra poder ficar do seu lado, Vincent.

Vincent: eu sei disso. Uma hora ou outra, eu te traria pra esse lado de qualquer jeito.

Eu suspiro. Guardo a caixa de música e me levanto pra sair do quarto, mas Vincent me puxa para a cama. Eu caio no colo dele, mas continuo evitando contato visual.

Vincent: eu não gosto da maneira que eu acompanho ver seu sorriso sumir a cada dia mais.

- eu não tenho culpa, Vincent. Eu não rio ao matar as pessoas. Não é nada divertido tirar vidas inocentes. Não é prazeroso ver tanto sangue assim.

Vincent: quando você deixou um absorvente aberto, eu também nao achei prazeroso ver todo aquele sangue.

Ele corta o meu drama e eu começo a dar risada, Vincent acaba dando uma risada calma também.

- desculpa, eu estava com pressa pra sair naquele dia.

Vincent: eu quase vomitei naquele dia.

- para de falar disso, é nojento.

Vincent: nojento? Veio de você, você tem que amar como se fosse seu filho.

- eu vou me lembrar disso quando você sair do banheiro.

Vincent: não, para com isso.

- eu ainda tô brava com você, para de me fazer rir.

Vincent: você disse que gosta que as pessoas sejam sinceras com você. Eu não podia simplesmente falar que eu não gostava de você naquela época.

- era só você não ser... tão atencioso comigo naquela época.

Vincent: Hum?

- você era tão gado.

Vincent: se eu não fosse, eu não teria te conquistado, humph!

Vincent cruza os braços.

- Não acha que me deve um pedido de desculpas não?

Vincent: você não tá merecendo.

- claro que eu tô! Sou eu que limpo a casa, faço comida, assumo as cagadas que você faz, sou eu que cuido de você só de você fazer um corte de 1 milímetro, sou eu que-

Vincent: tá, já entendi.

Vincent me tira do colo dele, e então ele pega seu casaco que estava jogado na cama e coloca em seu ombro, ele vai até a porta.

- aonde você vai?

Vincent: eu não terminei de resolver as coisas com aqueles caras...

- que caras?... Eu tô começando a suspeitar de você.

Vincent: esses caras estão tentando roubar algo muito precioso de mim, então eu só estou "batalhando" para impedi-los.

- você não tem nada de precioso com você, Vincent.

Vincent: estão bolando um plano pra te sequestrar, S/N. Eles sabem que você é de uma família que está a um patamar bem acima do nosso.

- como assim?...

Vincent: apesar de você não se importar, o resto da sua família se importam muito, as pessoas cobiçam muito deles. Eu estou infiltrado como um deles para coletar informações pra te proteger. Eles não sabem da nossa relação.

- se é assim, você deveria ficar comigo, não acha perigoso eu estar sozinha aqui?

Vincent: você não é mais indefesa, S/N.

- eu não conseguiria lidar com tantos caras sozinha!

Vincent: eu estarei aqui caso algo acontecesse. Você sabe que eu também não trabalho sozinho.

- eu sei... você tem uma gangue.

Vincent: exato.

- mas se eu ficasse sob os cuidados dos seus homens...

Vincent: Ugh... você não vai ficar sob os cuidados daqueles pervertidos, eu consigo lidar com todos. Só tem 10 homens na outra gangue.

- e na sua?

Vincent: mais de 20... bom, eu vou indo.

Quando Vincent abre a porta, eu jogo uma machadinha, que bate com força o seu cabo na porta, fechando a mesma e quase prendendo os dedos de Vincent.

Vincent: Que diabos, S/N?!

- você não vai a lugar nenhum.

Vincent: mas é por você, S/N.

- vamos logo matar eles. Não quero me casar com um homem que não demonstra traços de paixão por mim. Você nem fica aqui.

Vincent: falar é fácil. COMO nós mataríamos eles?

- com a arma?

Vincent: jura? Eu tava pensando seriamente em matar eles com uma colher.

Vincent diz com sarcasmo.

- você não me dá atenção. Eu mataria eles com a primeira coisa que estivesse na minha frente.

Vincent: você não pretende ir com a sua arma cor de rosa, né?

- claro que sim, eu sou uma Baby.

Vincent olha malicioso pra mim.

Vincent: Babygirl~

- exatamente.

Eu pego minhas armas e dou um jeito de escondê-las na minha roupa.

- vamos?

Eu vou até Vincent.

Vincent: você vai com essa roupa mesmo?

- faça de conta que você me capturou. E exige um pagamento por isso. Quando você conseguir uma quantia boa, nós matamos eles.

Vincent: é um plano bem merda. Mas vamos.

Eu alcanço um lenço preto que Vincent sempre usa para tampar meus olhos. (Pensem merda, ok?)

- pelo menos vou te trazer de volta pra mim.

Eu jogo o lenço nele, ele segura e nós saímos pela porta.

Nós fechamos toda a casa e fomos até o carro. Lá, eu me sento no banco de trás e rasgo algumas partes da minha roupa.

Vincent: pra que isso?

- pra eles acreditarem que eu realmente estava lutando pra viver.

Vincent: é uma boa ideia... mas você estaria toda suja e machucada e-

- eu posso me cortar agora, o que acha?

Eu saco uma butterfly e Vincent faz uma expressão de espanto.

Vincent: n-não, nem pensar! Vamos deixar do jeito que está, pega essas maquiagens que tem na sua bolsa e usa pra fazer alguns machucados falsos.

- eu tinha me esquecido delas... obrigada.

Vincent entra no carro e começa a dirigir, enquanto eu faço alguns sinais por todo o meu corpo, que ficaram até que aceitáveis para terem sido maqueados rapidamente. Logo depois, eu tampo meus olhos com o lenço e colo uma fica na minha boca.

Quebra de tempo

Chegando lá, Vincent me amarra com cordas que estão praticamente soltas.

Vincent: agora... finge que desmaiou.

Eu aceno com a cabeça. Vincent me pega no colo e eu solto todo o peso do meu corpo.

Eu consigo ouvir ele passar por diversos cômodos e o clima vai ficando cada vez mais pesado. Até que ele entra em uma ela barulhenta, onde consigo ouvir risadas de vários homens.

Vincent Pov

Eu olho para aqueles 10 homens presentes no local. Eu pirrageio e eles olham pra mim.

- vejam só quem eu consegui, senhores.

???/1: vejam só, o nosso menino conseguiu!

???/2: eu sabia que você conseguiria, Vincent!

???/3: venha, traga ela aqui.

???/4: queremos ver se é ela mesmo.

Assim, eu levo S/N até a mesa onde eles estão sentados. Eu a coloco deitada na mesa. Com um desconforto e raiva de ver minha própria noiva exposta assim para esses pilantras.

- podem tirar a venda e a fita se quiserem.

???/5: eu vou é tirar a roupa dela!

???/6: tão graciosa... ela deve valer uma fortuna.

???/7: vamos nos divertir com ela primeiro, já que ela está totalmente apagada.

???/8: Eu tô louco pra descobrir cada canto desse corpo... delicioso.

???/9: por quanto nós podemos vender ela?

- esperem um pouco aqui, rapazes.

Eu digo e todos olham pra mim.

- vocês devem me pagar pra ter ela. Afinal, quem teve o maior esforço aqui fui eu. Eu quase morri pra conseguir capturar ela. Ela anda cercada de guardas.

Eu vejo um dos homens deslizando a mão pela coxa de S/N. Eu lanço uma faca, que pega de raspão a mão dele.

- Não toque no que não é seu.

???/1: como assim, Vincent? Nós trabalhamos com isso juntos!

- EU trouxe ela até aqui. Eu quero uma boa quantia por isso.

???/3: ele tá certo.

???/7: claro que não, nós não simplesmente pagar ele, nós estamos trabalhando juntos com isso! Vamos usá-la para ganhar dinheiro e assim vamos dividir igualmente pra cada um.

10: quanto quer por ela, Vincent?

O líder da gangue finalmente abre a boca.

- 3 milhões.

10: não tenho isso por hora.

- tem quantos?

10: 2.8M. Estão faltando 200 mi-

- quero 3 milhões.

O líder suspira e então olha para seus 9 homens.

10: dêem todo o dinheiro de vocês ao Vincent.

???/5: como assim!? Não podemos fazer isso!!

Os homens começam a reclamar.

10: CALADOS!

Os homens prestam atenção no maior.

10: nós conseguiremos muito mais que 3 milhões com essa mulher, parem de reclamar! O dêem logo essa porra desse dinheiro!

Assim, os homens me entregam todo o dinheiro, juntando 1 milhão pra mais. O líder também me dá os seus 2 milhões.

Eu sorrio malicioso enquanto guardo o dinheiro em meu bolso.

- é hora de acordar, querida.

Eu seguro a mão de S/N e levanto seu braço e todos vêem a nossa aliança de noivado.

???/2: o que?! ELES SÃO UM CASAL?!

???/8: ELE ESTAVA NOS USANDO ESSE TEMPO TODO!

Assim, as cordas que estavam em S/N caem, ela tira a venda e a fita de sua boca. Ela saca a arma e atira nos primeiros homens que carregaram suas armas.

Eu pego uma faca e apunhá-lo rapidamente o chefe deles. Logo em seguida, atiro dois deles.

S/N: eles nem tiveram reação, coitadinhos.

- Bebê... sobrou um.

S/N: como é?!

- Tem 9 corpos aqui!

Eu ouço um barulho detrás de um balcão, em seguida, o homem dispara e acaba acertando 2 tiros em cheio na perna de S/N, ela cai na mesma hora. Eu rapidamente atiro na cabeça dele. E então corro para S/N.

- S/N!

Eu ouço ela gritar de dor e isso é extremamente torturante pra mim.

Eu pego suas coisas e então a seguro no colo. Corro até o carro e coloco ela lá dentro.

S/N: Vincent, me ajuda!

- S/N, fica calma! Se você ficar assim, você vai perder mais sangue!

S/N tenta se acalmar, mas não consegue.

- eu vou tentar tirar essas balas daqui, elas não foram fundo!

S/N: NÃO!

- S/N, confia em mim, Eu já fiz isso várias vezes! Vai doer, mas é melhor do que ficar com as balas enfiadas na perna!

Eu tiro uma pinça da bolsa de maquiagem de S/N.

- isso deve servir pra um buraco tão minúsculo.

Assim, S/N morde o lenço para abafar os seus gritos, e então ela relaxa seu corpo.

Eu enfio a pinça dentro do buraco da bala e a arranco devagar.

Eu vejo a expressão de dor que S/N faz e isso me deixa levemente desesperado.

- Calma, meu amor. Vai ficar tudo bem, só falta uma. Vou ser rápido pra não doer tanto.

Eu retiro rapidamente a outra bala da perna de S/N. Eu pego outro lenço e prendo nos machucados dela.

Acertou em cheio as coxas dela, eu sei o quanto isso deve estar doendo.

Eu jogo a pinça fora.

- em casa eu cuido melhor disso, não tem nada aqui no carro. Mantenha a calma, por enquanto, okay?

Eu deito S/N no banco do carro e vou até o volante.

Eu dirijo rapidamente até em casa. Enquanto ouço a respiração de S/N se acalmar aos poucos.

- me desculpa por isso, a culpa é toda minha.

S/N: claro que não, eu que quis vir aqui com você.

- se eu não tivesse aceitado em te trazer aqui, você não estaria assim.

S/N: demos sorte que eles estavam com a guarda baixa, Vin. Eles estariam totalmente preparados caso eles forem tentar me sequestrar.

- sim, mas...

S/N: A culpa não é sua, só isso.

S/N acaricia meu rosto e recua sua mão logo depois.

- certo... está doendo menos?

S/N: não tanto como antes. Melhorou um pouco.

- que bom. Eu vou ter que ficar com você de qualquer jeito agora.

S/N ri levemente.

S/N: então valeu a pena me machucar.

Um peso enorme surge em minha consciência após ouvir isso e eu me perco nos meus pensamentos.

Ela só queria a minha atenção? Ela podia ter morrido com isso, ela perdeu sangue pra caramba.

Eu de fato não consigo dar atenção que ela merece. Eu vou ser um bom marido? Eu não acho que ela merece um cara como eu.

Ela é tão boa pra mim e está loucamente perdida por isso...

De repente, a mão macia de S/N acaricia meu rosto novamente.

S/N: Não pense de mais. Eu consigo ver que você está dentro de seus pensamentos agora. Você está dirigindo, Vin, concentre-se.

- desculpa por isso. Vou tentar chegar lá bem rápido.

S/N: Não se preocupe, não está sangrando mais.

- mas é perigoso ficar com um machucado aberto. Não quero ver minha futura esposa sofrendo assim.

Eu seguro a mão de S/N e acaricio seus dedos suavemente.

S/N: você vai ser um bom marido, Vin.

Eu sorrio bobo e sinto que S/N está sorrindo também. Consigo reconhecer pela alteração do seu toque.

- prometo que vou ser.

Quebra de tempo

Quando nós chegamos em casa, eu coloco S/N deitada na sua cama e começo a cuidar dos seus ferimentos.

S/N pov

Os toques do Vincent estão sendo cuidadosos e gentis. Isso me trás calma.

Vincent: ... desculpa.

- hm? Pelo o que?

Vincent: por fingir meus sentimentos nos primeiros dias que a gente se conheceu.

- tá tudo bem. Eu também tinha medo de ficar perto de você.

Vincent: epa, peraí...

- Não vamos competir pra saber quem mais teve desinteresse um no outro, né?

Nós rimos.

Vincent: não, claro que não. Nós vamos competir pra ver quem ama mais um ao outro. Mas é claro que eu vou ganhar.

- quem disse? Eu gostei de você de verdade primeiro!

Vincent: se eu não gostasse literalmente de você, eu não teria te acertado com o cabo do macha-

Eu vou um tapa na cabeça dele e ele ri.

- aquilo doeu.

Vincent: eu duvido que deu tempo de você sentir.

- lógico que teve! Humph!

Vincent ri.

Vincent: Desculpa por isso, eu só fiz.

- eu sei. Seus movimentos são mais rápidos que o cérebro.

Vincent: exatamente.

Eu e o Vincent ficamos conversando até ele terminar de me ajudar. Logo depois ele me ajudou a tomar banho e fomos dormir.

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