Capítulo 24

Vincent Pov

- O que quer dizer com isso?

S/N sorri docemente.

S/N: É prazeroso matar pessoas?

- por que você tá me perguntando isso?

S/N: eu perguntei primeiro.

- ugh... se você tiver demência que nem eu, pode ser prazeroso sim.

S/N: se eu te pedir uma coisinha, você vai ficar bravo comigo?

- não, acho que não.

S/N senta em cima de mim e acaricia suavemente o meu rosto.

- sexo?

S/N: não, não...

- o que é?

S/N: pode me ensinar a ser uma psicopata?

- QUE?!

Eu me sento rapidamente, ela sorri. Eu a olho confuso.

S/N: qual o problema?

- Não pense nessas coisas, vai estragar você.

S/N: você não iria gostar de ter uma namorada que te entendesse em todos os sentidos?

- você é perfeita do jeito que é, você me entende o bastante.

S/N: ah... por favor, Vin.

- Não, S/N.

S/N: eu faço o que você quiser.

- eu não vou te ensinar, você vai se tornar outra pessoa depois disso.

S/N: uma pessoa mais aberta pra você.

- eu já disse que não.

S/N: então eu vou ter que pedir pro Edward mesmo.

Ela se vira lentamente para sair da cama. Ela para quando percebe.

S/N: não vai me impedir?

- não. Vai em frente.

S/N: Uff...

Ela se deita no meu colo novamente.

- S/N, não adianta ficar assim por essa vontade estúpida.

S/N: Vin, por favor, eu nunca te pedi nada.

- não, é?

S/N: talvez umas coisinhas... mas eram coisas mínimas.

- e o que você quer pedir é uma coisa muito grande.

S/N: pensa nos benefícios que você teria.

- nenhum.

S/N: eu entenderia os seus assuntos com o Edward. Eu te daria apoio e ajuda na hora de matar alguém. Eu não precisaria da sua ajuda pra me defender e tem muito mais coisas.

- 1, eu evito tocar nesses assuntos com o Edward. 2, eu consigo me virar sozinho. 3, se você fosse independente, eu seria inútil.

S/N: eu não sou dependente!

- em autodefesa sim.

S/N bufa e tenta usar seus charmes para me seduzir. Ela mexe levemente seus quadris para mudar a posição.

S/N: Vin... já imaginou o que os outros assassinos pensariam de você, se eles te verem com uma namorada igualzinha a você?

- eles vão tentar te roubar de mim.

S/N: se você é tão temido assim, eu não acho.

- dependendo do assassino, ele vai querer sim.

S/N: um casal de psicopatas aterrorizando regiões e em destaque na mídia. Vin, você ficaria mais temido. É isso que você quer, não é?

- eu quero ser temido, e eu não preciso de você pra isso. Você é perfeita do jeito que é.

S/N: não vai ser tão ruim assim, Vin. Eu quero ser sua companheira em tudo.

- você tá me assustando.

S/N: Eu só quero ser que nem você.

- você é muito melhor que eu, não tem que se rebaixar ao meu nível.

S/N: você é incrível, Vin. Eu te admiro muito por ter essa dualidade...

Ela fica meio manhosa e eu fico em silêncio. Ela perde a paciência.

S/N: olha, se você não vai me aceitar se eu me transformar em uma assassina, eu vou atrás de alguém que me queira!

Eu abro minha boca para falar, mas S/N corta minha fala.

S/N: antes que você pergunte, eu tenho o Edward! Ele me ensinaria e me amaria de qualquer jeito!

- isso é chantagem!

S/N: Você não respeita a minha vontade!

- você não tá com vontade de nada, você tá louca! Você ficou doida do nada, por motivo nenhum!

S/N: eu só quero ser que nem você! Foda-se a sua opinião, eu vou ser assim e eu já me decidi!

- S/N-

Ela se levanta com raiva e vai até sua escrivaninha, ela pega seu celular e disca o número do Edward.

Eu me levanto rapidamente e tiro o celular da não dela.

- S/N, me escuta!

S/N: eu não tenho que ouvir mais nada. Me devolve!

- tá vendo?! Você já tá com sede de matar alguém que você já não gosta mais de mim!! Eu tô falando que isso tá te estragando, mas você não liga!!

S/N: Se você tivesse aceitado desde o começo, isso não teria acontecido!! Se você falar mais alguma coisa, eu juro que eu vou terminar com você!!

~ terminar?! Somos só ficantes.~

Eu suspiro e devolvo o celular de S/N. Ela o pega brutalmente e coloca ele na escrivaninha. Ela me encara com raiva.

S/N: Eu vou te dar uma última chance. Você vai me ajudar ou não?

Eu fico em silêncio enquanto penso em uma resposta.

S/N: diz logo!

- não, não vou te ajudar.

Ela me olha surpresa.

S/N: que?...

- pode terminar comigo se quiser. Eu não vou te ensinar isso.

S/N: por que... por que não? POR ACASO VOCÊ NÃO ME AMA?

- É POR ISSO MESMO QUE EU TÔ NEGANDO! VOCÊ NÃO SABE O QUANTO DÓI VER A PESSOA QUE VOCÊ AMA SE TRANSFORMAR EM OUTRA EM QUESTÃO DE SEGUNDOS, SÓ PRA SATISFAZER A PORRA DE UMA VONTADE ESTÚPIDA E PASSAGEIRA!!

S/N tem um olhar de culpa. Até parece um cachorro abandonado enquanto tenta esconder as suas lágrimas.

S/N: você realmente me ama?

- o que te faz pensar que eu não te amo?

S/N: você é... Você é você. Você tem a fama de ser tão frio e sanguinário que eu sempre duvidei dos seus sentimentos.

- esse é um dos motivos. Você perde toda a sua consideração e confiança. Você não sabe se deve confiar em mim por eu ser conhecido como psicopata.

S/N: Eu não quero me separar de você, Vin... mas você não tá colaborando.

- quem não tá colaborando é você. Você já parou pra pensar em como eu estou meu sentindo agora?! Não! Até porque você só pensa em ser uma assassina só porque presenciou UM assassinato.

S/N: Mas... isso é um término?

- se você não vai parar com esse desejo e querer me obrigar a realizá-lo, isso é um término sim.

S/N cai em lágrimas. Eu coloco meu anel de "amizade" em sua escrivaninha e vou até a sala.

S/N: Vin...? VIN, ESPERA!

S/N me segue, tentando me alcançar.

S/N: pra onde você vai?

- pra onde eu devo ir!?

S/N: você tem pra onde ir?

- tenho. Não se preocupe com isso.

Eu giro a maçaneta da porta, mas antes que eu possa abrir, S/N me impede.

Ela evita contato visual enquanto eu a encaro com raiva.

- o que é?!

S/N: não vai...

- você pede como se eu tivesse opção de ficar.

S/N: Vin, desculpa, eu prometo que eu não vou mais pedir isso!

Eu cruzo meus braços enquanto fico em silêncio. Espero ela dizer mais coisas.

S/N: Eu sei que eu fui uma idiota agora, mas eu me arrependi disso. Me desculpa!

Eu noto suas lágrimas caindo enquanto ela tem seu rosto virado ao chão.

S/N: ... e... Eu sei que você também não quer ir. Você poderia sair daqui facilmente, se quisesse.

- eu só tô desperdiçando seu tempo.

S/N: eu te amo, Vincent... Você sabe que eu sou independente de tudo, eu preciso de você!

- ugh... Quanto drama... Se você é dependente, como vivia sem mim antes de me conhecer?!

S/N: porque você de tornou um pedaço de mim.

- você não precisa de mim. Você tem o Edward, tem seus amigos, seus irmãos...

S/N: Mas onde eles estão quando eu preciso!?

S/N da um soco leve em meu peito. Ela sabe que eu não sou uma parede?

- e onde foi a sua consciência quando eu precisei?

S/N me abraça quando percebe que eu vou abrir a porta.

S/N: eu não quero ser muito insistente. Mas eu já pedi desculpa!

- por que você tá tão desesperada por mim?!

S/N: Eu já disse... seria como perder uma parte do meu coração. Eu não consigo mais viver sozinha.

- você tá sendo muito dramática.

Eu vejo que S/N está mesmo arrependida quase retribui meu silêncio para analisá-la.

- para de chorar.

S/N: eu tô tentando.

Eu suspiro e sinto meus ombros caírem. Eu me recomponho calmamente.

- se eu te perdoasse agora, eu nunca esqueceria desse momento. Eu não iria te ver como eu te via antes.

S/N: vamos tentar voltar ao normal.

- dizer é fácil.

Eu solto a maçaneta da porta e finalmente retribuo o abraço de S/N.

Eu aperto seu braço, fazendo ela me soltar. Em seguida, agarro seu pescoço e a prendo contra a porta. Ela tenta gritar meu nome enquanto eu a enforco devagar. Ela está sem ar.

S/N: V-Vin... Eu tô sem ar!-

- cala a boca, sua imbecil iludida!

Eu aperto mais ainda seu pescoço e fico sorridente ao vê-la se debater enquanto luta contra a dor.




Sonho off


Eu acordo depressa e olho pros lados. Eu esfrego meus olhos e olho S/N dormindo ao meu lado.

~ isso foi um sonho...?

Eu me levanto devagar e vou até a sala. A lareira está coberta.

~ Até essa parte não foi um sonho.

Eu subo novamente as escadas. S/N está acordada. Ela me olha confusa.

S/N: que foi?

Eu corro até ela e analiso seu pescoço e seu braço. Não tem nenhuma marca.

S/N: Vin? Você tá bem?

Eu suspiro aliviado.

- ainda bem...

S/N: ainda bem o que? O que aconteceu?

- eu só... tive um pesadelo terrível.

S/N: o que aconteceu nele?

Eu me sento ao lado de S/N. Ela se vira para mim, para me ouvir.

- bem... Você ficou com uma ideia doida de querer ser uma assassina, como se eu tivesse te influenciado a isso... e você tava implacável com isso, você não pensava em nada além disso e eu negava em te ajudar. Até que nós brigamos e eu estava prestes a ir em bora, mas você me impediu e começou a quase desabafar na minha frente...

S/N: isso é muito estranho... saiba que foi só um pesadelo. Eu não vou ter essa ideia e muito menos brigar com você por isso.

S/N beija minha testa.

- eu não terminei de contar.

S/N: o que aconteceu depois?

- eu te perdoei, mas segundos depois eu comecei a te sufocar e te assistir sofrer.

S/N fica assustada. Mas tenta me acalmar.

S/N: as vezes é só pela falta de costume que você teve de matar alguém depois de muito tempo. Pode ter interferido no seu sonho.

- mas o sonho parecia tão real... Quando eu dormi?

S/N: bom... Quando você terminou de tomar banho, você deitou comigo e adormeceu antes de eu te pedir pra pegar meu livro.

- isso foi tão rápido...

S/N: Sim, sim. Mas não se preocupe, não vai acontecer.

Ela acaricia minha cabeça.

S/N: tomara que não tenha mudado a forma que você me vê.

- mudou um pouco.

S/N: é só um sustinho. Você não vai se traumatizar.

- okay...

Eu fico em silêncio. Até que S/N fala.

S/N: vai voltar a dormir?

- não, não mesmo.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top