Fugitivos

  Eu estava lá, de pé na porta do helicóptero. Já havíamos ganhado altitude suficiente, fitei a prisão abaixo de meus pés e por um momento me perguntei se aquilo era o certo a fazer. Minha roupa inspirada no derramamento de óleo no nordeste, que eu havia usado no EMA 2019, transmitia a qualquer um que me olhasse a sensação de desordem e retrocesso. 

  - Está bem meu amor? - Perguntei sem tirar os olhos da prisão.

  - Estou sim meu bebê, graças a você - Lula disse. Sua voz acalentava meu coração.

  Eu estava a exatamente 580 dias sem vê-lo. Lembro-me como se fosse ontem quando o vi ser levado por aqueles brutamontes fardados. Não foi fácil, chorei durante 59 dias seguidos, tive que fingir estar bem, eu dizia que precisava ir ao banheiro em meio a um show apenas para não chorar em frente aos meus fãs. Mas agora ele estava livre. Lulindo, como eu o costumo chamar quando quero algo, estava livre, o sorriso de orelha a orelha estampado em seu rosto mostrava isso.

  Sentei-me ao seu lado e segurei sua mão fortemente. 

  - Para onde vamos? - Haddad falou olhando para trás. Ele estava pilotando. Ele me ajudou a arquitetar todo o plano de fuga. 

  - Para meu triplex, no Guarujá - Lula falou dando um riso sarcástico, em seguida fitou meus olhos e beijou minha bocheca.

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