〖 Ouvindo o que eles tentam dizer
#RisadinhaDoOceano 🦭
Ontem à noite foi muito bom.
Queria dizer que bebi até esquecer meu próprio nome, mas não. Não foi isso que aconteceu. Foram uns drinks quentes incríveis e muito papo de trabalho. Sinto que foi a primeira programação descontraída ideal para mim na cidade.
De qualquer forma, hoje estava sendo um novo dia e eu tinha grandes objetivos. Objetivos esses que incluíam Jungkook, e ele iria me ajudar.
Precisava ver certas coisas, e não mais ouvir. Então pedi permissão de Elena para que eu pudesse roubar o cuidador dela por uma tarde, e agora estou aqui, em uma das praias de Auckland que mais existe encalhamento de baleias.
Agora era exatos meio-dia e meia, e essa praia estava um tanto deserta mas não completamente. Ainda estava sendo possível ver algumas pessoas por ali. Uma coisa que observei nessa praia, diferente da que eu estive noite passada, é que essa parte do mar existe muitas pedras grandes e aquilo me intrigou. Ligando com o encalhamento, sei que é horroroso mas imagino perfeitamente uma onda forte lançar um animal marinho contra essas pedras. É, talvez eu entenda porque o índice de mortes marinhas é maior por aqui... A beleza da praia não reflete as coisas que acontecem nesse lugar.
Compreendo inteiramente esse ambiente passar longe de lotação levando em consideração a época de frio, apesar que, hoje tinha amanhecido bem melhor. Se ontem batia 4°, hoje você já vivia tranquilamente em um 14° e um sol super escondido nos céus.
Meu óculos ainda nem embaçaram hoje. Milagre? Vemos por aqui!
— Vem, quero te apresentar alguém. — o cuidador Jungkook chamou-me, tocando sutilmente em meu braço e apontando em direção a um homem que estava distante, cortando algo.
Logo estávamos nos aproximando dele o suficiente para eu perceber que o moço mexia em alguns cocos.
É importante falar que essa praia é mais tropical, menos movimentada e podíamos ver alguns verdes ao redor. É inegavelmente linda.
— Sumiu ultimamente e ainda volta nessa cara de pau, seu sem noção? — o cortador de cocos acabou por falar para o moreno ao meu lado, em uma falsa chateação. E simpático do jeito que Jungkook é, logo estava cumprimentando ele com um aperto de mão.
— E aí, Flinn. Bom te ver também!
— Eu entendo que você tem que cuidar dos seus filhotes marinhos, mas não ouse ficar sumindo assim! — o moço um tanto de idade continuou o repreendendo, até me notar ao lado e dar a oportunidade do moreno me apresentar.
— Antes de mais nada, quero te apresentar alguém. — o senti me puxando sutilmente pelo braço para me aproximar. — Esse aqui é o Jimin. Jimin Parker. Ele é o novo biólogo da Ocean Care.
— Prazer em conhecê-lo. — estendi minha mão, e o barbado de meia idade logo abandonou o que cortava para me cumprimentar devidamente.
— Uau, Ocean Care trouxe um novo biólogo pra atuar? A coisa vai ficar brava na briga pela proteção desses bichos, viu... — ele brincou, mas parecia verdadeiramente admirado. — Olha, eu pesco. Mas não me odeie, está bem? Eu preciso disso pra sobreviver.
A piada era um tanto sem graça, se fosse alguém que eu não fui com a cara eu poderia simplesmente dar um sorriso forçado. Mas não, não era o caso. Flinn parecia ser só um cara com piadas ruins, porém muito, muito simpático. Então o meu riso foi espontâneo. Novamente, não porque foi hilário, e sim porque ele parecia um cara legal.
— Só por causa da cadeia alimentar, você está livre da minha lista negra. — brinquei de volta, e ele se divertiu mais ainda, assim como Jungkook. — O senhor trabalha por aqui?
— Está brincando? Eu praticamente moro nessa praia. — ele contou, pondo as mãos na própria cintura. — Pesco peixes para vender e nas horas vagas, vendo algumas frutas locais também. A gente vai se virando da forma que pode pra sustentar a família, não é mesmo?
— Certamente... Tem razão. — concordei.
— Eu trabalhei com ele um tempo. — Jungkook então acabou me contando, e eu mostrei uma expressão nitidamente surpresa. — Digamos que eu comecei bem debaixo na Ocean Care até ter um cargo fixo, então sabe, precisa fazer uma renda extra. Flinn me deixava ajudar ele e ter meu lucro, principalmente as frutas.
Minha expressão admirada foi a resposta para o que ele tinha me dito. De verdade, cheguei recentemente e obviamente ainda não conheço Jungkook profundamente. Até então, só consigo ser imensamente grato por ele ser tão receptivo e topar me ajudar em momentos como esse que preciso de mais informações.
Porém, uma coisa eu consigo enxergar nele: é um homem muito trabalhador. Não tem medo de colocar a mão na massa, e a prova disso é o seu cargo que faz com tanto amor e dedicação. Se eu já achava isso por saber que ele basicamente vive na Ocean Care, imagine quando descubro mais migalhas sobre seu passado profissional, tipo agora.
— Jungkook era um bom vendedor. Malandro! Ganhava o cliente na simpatia, era o charme dele... — como se tivesse relembrando os velhos tempos, Flinn contou enquanto olhava para o horizonte e ria.
— Você quem me ensinou, cara. — o cuidador respondeu, recebendo um empurrão fraco em seu braço do homem. Eles nitidamente se davam muito bem até hoje, acho legal.
— Agora é sério. O que trás a sua presença até aqui no meio da semana? — Flinn quis saber, e mesmo sendo questionado à Jungkook, antes que ele pudesse responder eu tomei à frente.
— Estou fazendo uma pesquisa sobre baleias. — o pescador e vendedor de frutas me olhou, interessado. — Fiquei sabendo sobre os encalhamentos que acontecem nessa praia, não só através de Jungkook, mas através da minha parceira de laboratório também. Pedi que Jeon me trouxesse aqui para que eu pudesse entender mais sobre, quem sabe até mesmo falar com alguém como você, que seja bem presente por aqui.
— Bom, uau... O que posso te dizer, doutor, é que você veio no tempo certo e dia certo, inclusive. — momentaneamente entreolhei com Jungkook e voltamos nossa atenção ao homem.
— Aconteceu algo hoje pra ser o dia certo, Flinn? — Jungkook questionou, tirando as palavras que iam sair da minha boca se ele não tivesse feito antes.
O homem olhou distante por um momento e suspirando, enfim contando a informação valiosa:
— É que hoje encalhou mais uma. — meus olhos cresceram, e tenho certeza que os de Jungkook também. — Antes que perguntem, sim. O corpo ainda está aqui próximo, eu e os outros pescadores locais estamos aguardando chegarem para recolher. Bom, quer dizer, falaram que iam cuidar disso e dei lá o suporte necessário... Depois precisei seguir à diante, porque sabem, né? Infelizmente o sustento dos meus filhos não vão ser bancados sozinhos. Mas é uma pena acontecer de novo... — ele lamentou.
— Pode nos levar lá ou dizer onde está?! — por pouco não o deixei finalizar de tão agitado que fiquei, mas fui educado o suficiente para não fazer essa deselegância. — Por favor. Eu preciso ver de perto. — eu implorei, como se por algum motivo ele fosse negar algo essencial para minha profissão.
— Claro... Só que vocês vão ter que andar um pouquinho, é bem mais adiante. — ele explicou, nos dando uma noção ao apontar para o lado contrário do que viemos. — É só continuar que vocês vão ver. Tinha muito mais gente ao redor quando encontramos pela manhã, mas agora, deve ter sobrado um pescador ou outro pra sinalizar a situação para autoridades maior, ou algo assim. Nunca sabendo quem acionar especificamente, pra ser sincero... — ele coçou a barba, pensativo.
— Obrigado mesmo, Flinn. Já ajudou bastante. — Jungkook tocou no ombro do homem, agradecido. — Vou lá com ele, até que o clima está bom para uma caminhada.
— Também agradeço muito. E foi um prazer lhe conhecer, espero que a gente se encontre com mais frequência. — falei para o homem, lhe proporcionando um aperto de mão correspondido.
— Quê isso, doutor! Bem-vindo à Auckland, precisando, estamos por aqui na luta.
E após isso, eu e Jungkook colocamos a caminhada em prática em direção ao corpo da baleia. Eu deveria me sentir mal por fazer o moreno caminhar junto comigo, mas ao perceber que ele tinha muito mais pique que eu nos passos, compreendi que eu deveria me sentir mal por mim mesmo, isso sim. Mas tudo bem, preciso voltar mesmo com as caminhadas que costumava fazer nas ruas da Califórnia. É importante não exercitar somente a mente, e sim nosso corpo também.
Admito que desde que minha mãe faleceu, eu tinha me tornado mais sedentário do que costumava ser. Quem me colocava para fazer exercícios era meu irmão Joshua quando ia me visitar alguns finais de semana, me lembrando de cuidar do meu corpo. Ele é do tipo atlético, meus sobrinhos com certeza vão sofrer o bullying do pai bonito.
De qualquer forma, enquanto conversávamos sobre a coincidência de termos acertado o dia exato para vir, logo percebemos ter chego quando não precisamos de muito: o grande corpo da baleia foi avistado de longe por nós.
Me deu até um calafrio vendo-a ali, frígida e sem vida. Era uma baleia-azul, sem dúvidas. Jungkook precisou se apressar para acompanhar meu ritmo, pois deixei minha emoção tomar conta do meu corpo e quando percebi, já estava praticamente em frente à ela, andando com cautela para mais próximo.
Enorme, como uma baleia-azul deve ser. Infelizmente foi um desastre natural, eu não poderia ter chateações em meu coração sobre nada, mesmo assim... quis observar cada centímetro dela, me recusando de alguma forma que essa morte dela fosse em vão.
Estava tão entretido ali, que depois para perceber Jungkook falando com três caras presentes.
— ... Somos da Ocean Care, tratamento de animais marinhos. Não se preocupe que não estamos aqui como dois curiosos. — apesar de Jeon ter um jeito simpático e com postura de falar, pude perceber pelo seu cenho franzido que pelo menos com o homem loiro barbado, ele não estava indo com a cara. E por isso, me aproximei.
— Hum, entendo... É só que um bando de curiosos as vezes ficam em cima! — o homem se justificou, desviando o olhar para a baleia. — Estou esperando uns parceiros pra tirar o corpo daqui.
— Ficamos aqui para ajudar. Sei que não vai ser fácil. — o terceiro homem aleatório se aproximou, e esse assim como seu outro parceiro pareciam mais simpáticos e até perdidos com a situação. — Meu irmão e eu chegamos para pescar, e vimos a surpresa... Um desastre. — lamentou olhando para o tal irmão.
— Sou biólogo marinho. Podem ficar despreocupados, o corpo dela não será inútil. — tomei a vez em explicar para todos. — Inclusive, se vocês quiserem ir, está tudo bem. Ocean Care com certeza se importaria com o corpo de uma baleia para estudos. — avisei, soando simpático. Afinal, o corpo de uma baleia morta na praia também poderia ser assunto nosso, levando em consideração nossos estudos.
No entanto, o tal loiro barbado me olhou dos pés à cabeça, deixando uma expressão de dúvida pairar.
— Foi mal, cara. Mas como posso ter certeza que você realmente é biólogo marinho? Devo mandar a minha ajuda que está vindo ir embora apenas porque você falou isso pra gente? — imediatamente, o fitei surpreso. Certo, era nítido que não é como se ele tivesse vontade de entrar em uma discussão ou algo do tipo, nitidamente ele preferia que não. Mas estava de fato meio duvidoso se eu era aquilo que falava.
Antes que eu dissesse qualquer coisa, a voz firme de Jungkook soou do meu lado, fazendo-me olha-lo e ver que ele também não gostou da ousadia do cara.
— O que você vai perder exatamente deixando a baleia sobre nossa responsabilidade? O corpo agora serve como material de estudo. — sua voz séria explicou, e eu apenas assentia olhando para aquele homem. Que ousadia desse cara. — Qualquer tipo de autoridade que você trouxer aqui para os homens a desencalharem, a Ocean Care pode tranquilamente solicitar para estudo. Estamos evitando trabalho pra você, só isso.
— Inclusive, vocês tocaram na baleia? — eu me dirigi para os dois irmãos, e ignorando descaradamente aquele insuportável.
— Ahh... Não, mas cogitamos algumas vezes. Principalmente ele. — um deles me respondeu, apontando sutilmente para o senhor chatão.
— Ai, caramba. Por que? Qual é o problema?! Sinceramente... — o próprio cruzou os braços e suspirou.
— Não pode tocar na baleia morta. — me pus em sua frente firmemente por um momento, apenas para dar esse aviso seríssimo. E fiquei muito satisfeito quando o vi me olhar dos pés a cabeça e dar um passo para trás. Continuei dizendo quando dei as costas para esse imbecil e tornava a analisar o animal morto: — A carcaça delas podem conter doenças transmissíveis para os seres humanos. Por isso que não é qualquer um que faz o serviço de tirá-las daqui. É um trabalho profissional a ser feito.
— Agora entendeu o porquê do pode deixar com a gente? — Jungkook tranquilamente indagou para o homem, com os braços cruzados e deixando um sorrisinho irônico à amostra, o qual foi correspondido por uma carranca que percebi pelo breve momento que me virei para olhar. Jungkook nem perdeu mais tempo, logo veio até mim para também analisar a grande criatura.
Homem intrometido. Caramba!
— Hum, bom, então se vocês são da área e podem resolver isso... Estamos vazando, temos que nos adiantar. Boa sorte aí! — um dos irmãos o qual não me virei para saber qual, avisou. E logo ouvi passos de ambos se retirando dali.
O cheiro da baleia estava começando a ficar bem forte, o que me explicou automaticamente que o acontecimento não foi pela manhã, nem nada do tipo. Provavelmente aconteceu há algumas horas, pela madrugada talvez?
— Que cara chato... — Jungkook resmungou ao meu lado com as mãos na cintura, e com isso subtendi que o insuportável também se afastou da gente.
— Intrometido. Quis tanto se por à frente, e sequer sabe que não deve tocar na baleia. Argh! Arrogante. — exclamei, cruzando os braços e negando com a cabeça. Pelo menos isso serviu para eu desabafar um pouco da minha aversão por pessoas assim.
Estava pensando na ignorância dos seres humanos, quando escuto uma risada seca e breve soar do moreno ao meu lado e tive que olhá-lo, com uma expressão de "o que foi?" nítida em meu rosto.
— Então esse é você bravo?
Arqueei a sobrancelha pela "dúvida" travessa dele.
— Por que? E se for? — rebati.
— Nada. — me olhou dos pés à cabeça, e um sorrisinho fraco nasceu em seu rosto. Fingiu desentendimento quando virou o rosto de volta para o corpo da criatura em nossa frente, mas sua mente tomou conta de sua boca: — Achei interessante o que vi, só isso.
Acabei rindo fraco.
— Interessante, é?
— É, sabe... Um homem de postura, bem sexy.
Meus olhos cresceram. Ele realmente...?
— Cadê seu profissionalismo, cuidador? — foi o que consegui dizer, lhe alfinetando e disfarçando minha falta de palavras para esse diálogo besta e bem humorado que ele criou.
— Está aqui, firme e forte. — e claro, ele tinha uma resposta na ponta da língua. — Elogiar seu profissionalismo não anula o meu, Doutor Parker.
Espertinho. Ele literalmente tinha todo tipo de respostinha preparada, e tudo o que eu consegui fazer é continuar rindo e negar com cabeça.
— Tá bem, cuidador. Eu acredito. Agora será que você conseguiria me fazer um favor?
— Diga.
— Vou dar um olhada geral no corpo. Você conseguiria ligar para Charlie e contar sobre? Para ela mandar uns profissionais para levar o corpo para estudo devidamente? Ou pra Elena, o que você achar melhor. — pedi.
— Claro. — ele apalpou sua calça até sentir o seu telefone e pega-lo de seu bolso. — Já volto. — assim se afastou momentaneamente.
Agora sozinho, com essa pobre carcaça marinha, eu aproveitei do meu momento de checa-la da melhor forma que dava por ali. Não tardei em colocar meu caderninho em mãos, preparado para anotar tudo o que parecesse relevante e que eu não poderia esquecer de alguma maneira.
Sim, o cheiro ainda estava sendo bem forte. Mas eu conseguia suportar e prender a respiração por uns momentos para um bem maior.
Baleias não morrem em encalhamento por causa da respiração, afinal, são mamíferos obviamente. Elas morrem porque estão acostumadas com o ambiente leve do mar, onde elas flutuam calmamente no oceano. Quando ficam por muito tempo fora d'água, todos os seus órgãos começam a pesar dentro de si. Pesar o suficiente para ser difícil resistir, e acabar levando-as ao falecimento.
Suspiro cheio de pena em meu peito ao pensar nisso.
"Apesar de baleias-piloto serem a espécie que mais encalha por aqui na Nova Zelândia, recentemente em Auckland muitas baleias-azuis tem encalhado. Inclusive hoje. Estou diante de uma baleia-azul que servirá para estudos"
Anotei essa observação que considerei um tanto importante, pois o que está diante de meus olhos foi fiel ao que me foi dito sobre a situação.
— Poxa, amigona... Não era pra você ficar tão próxima da superfície. — lamentei, como se de alguma forma ela ainda estivesse ali e pudesse me ouvir. Acabei suspirando e continuei rodeando a carcaça...
Até que, vi algo estranho que me fez franzir minha testa assim que bati o olho.
Dei alguns passos me aproximando de algo perto à lateral da barriga dela e ajustei meus óculos no rosto, apenas para conferir se estava vendo certo ou se seria alguma coisa que minha miopia e astigmatismo inventou de longe.
Não, dessa vez não poderei culpar meus olhos.
Me permiti pensar uns minutos olhando àquilo, pois não queria tirar conclusões precipitadas e inventadas por mim sem ter em mente varias possibilidades concretas. Porém no final, percebi que já tinha pensado o suficiente para chegar à conclusão que eu não seria louco de levantar algumas... pautas.
— Jungkook? — o chamei e caminhei até poder avista-lo, coincidentemente o moreno já estava voltando para próximo de mim bem naquele momento.
— Falei com Charlie, ela já está entrando em contato com uma equipe de bombeiros para virem aqui ajudar. Ela guiará eles sobre os protocolos. — avisou, guardando seu celular no bolso.
— Ótimo. Mas você precisa ver uma coisa. — apesar da minha voz soar em um volume adequado, tenho certeza que era nítido na minha expressão e no meu modo de falar que eu precisava mesmo mostrar algo importante para ele. Sua expressão se tornou curiosa.
— Claro... O que aconteceu? — ele foi caminhando atrás de mim até chegarmos onde eu queria, e apontar para aquilo que tinha me intrigado.
— Olha... Ela está ferida! — exclamei, mostrando para aquele aquele machucado super feio que tinha no corpo do animal. — E isso nitidamente não foi um acidente, Jeon. Olha isso! Acertaram ela!
— Foi proposital... — ele sussurrou consigo mesmo, agachando por um momento para olhar para aquele grande machucado. — Será que foi só aqui?
E essa questão fez a gente se entreolhar. Não demoramos muito para rodearmos a baleia e olhar em toda parte que era possível ver sem ter que mexer no corpo.
— Não achei nada a mais, mas daqui não conseguimos ver com clareza a superfície dela. — Jungkook pontuou, nos fazendo levar em consideração uma parte que de fato seria muito mais fácil atacar caso aquela minha profunda certeza estivesse certa. — Vamos precisar averiguar com calma quando o corpo for levado pra escuto. Mas... você tem razão... — sua expressão indignada deu para ver o quanto ele estava chocado com o que viu. — Aquilo...
— Aquele machucado não é de nenhum fator natural. — complementei, colocando mais lenha na fogueira sobre a minha percepção.
Ele passou as mãos no rosto e se deu um momento para pensar, até que me disse:
— As caças às baleias são extremamente proibidas por aqui. Atualmente, em o todo mundo. Mas na Nova Zelândia, a questão é um grande crime.
Jungkook estava certo. A caça às baleias é um ato super criminoso atualmente. Por mais que em épocas antigas, muitos marinheiros tivessem feito isso em prol de extração de óleo e carne para comércio, atualmente uma ação clandestina e como citado, nada legalizada depois de muita luta de pessoas da minha área.
Eu entendo a surpresa de Jungkook. Que o ser humano é ruim, nós sabemos, mas depois de todas essas leis de proteção, os seres criminosos que praticam o ato precisam ser no mínimo corajosos. Ainda mais em um país como Nova Zelândia, que o nível de proteção é altíssimo. Não fui transferido para cá à toa.
— E se essas mortes recentes de baleias-azuis não forem por fatores naturais? — eu levantei a hipótese, depois de tanto refletir sozinho. Jungkook estava pensativo com as mãos na cintura, mas quando eu disse tal coisa, ele tornou a me olhar. — Se isso for realmente sobre caça, eu tenho a plena certeza que não tivemos a "sorte" de acompanhar a primeira tentativa, Jeon. Se for verdade, já está acontecendo há longas semanas. E ninguém percebeu isso.
— É, de fato é o mais provável. — ele concordou. E enfim, deu um suspiro. — Precisamos falar com Charlie e Elena. Contar o que você me mostrou, e analisar o corpo inteiro pra já.
Queria falar mais coisas. Queria levantar pontos como o quão estranho foi aquele loiro barbado que estava aqui quando chegamos, e o porquê ele queria cuidar do corpo da baleia. Eu tinha tantas coisas em mente, infelizmente já carregava dentro de mim o instinto de pontuar tanta coisa.
Mas não, eu não posso ser precipitado dessa forma. Preciso coletar todos os fatos, e ter provas de tudo o que eu poderia alertar em voz alta.
De qualquer forma, eu tinha a plena convicção, mesmo ainda sendo apenas o início de uma descoberta: a caça às baleias estava acontecendo em Auckland, bem diante de nossos narizes. E agora que eu notei isso, eu definitivamente não vou descansar até descobrir o que verdadeiramente se passa por trás daquele ferimento covarde que vi.
[N/A]:
Oi amores! Não vou falar muito, só espero que vocês estejam curtindo acompanhar essa história cheia de biologia e causas marinhas!
🐋 Nossos personagens tiveram uma descoberta importante hoje. Mas o que vai acontecer ao cutucar um esquema que ninguém tinha cutucado até então? E isso realmente está acontecendo, afinal?
Bom, acompanhe que logo tem atualização nova, e fique por dentro dessa história que ainda tem muito à acontecer definitivamente :o
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