Capítulo 35
No dia seguinte Micaela despertou muito disposta, nunca dormira tão bem. E agora que seus problemas estavam resolvidos, suspeitava de que dormiria melhor a partir de agora.
Desceu as escadas e encontrou Nicolas a esperando com um enorme sorriso no rosto.
-- Bom dia! – Disse ele.
-- Bom dia!
Ele deu um beijo rápido em Micaela, a pegou pela mão e começou a arrasta-la porta afora.
-- Vem. Tem pessoas querendo te ver.
-- Quem?
Nicolas não precisou responder à pergunta dela, pois ali estavam, bem a sua frente, Heitor e Laura Belmok.
Micaela arregalou os olhos de surpresa e no instante seguinte corria e saltava nos braços da mãe e do pai.
-- Mamãe! Papai!
Heitor abraçava a filha fortemente, enquanto Laura beijava seu rosto freneticamente. Lágrimas de felicidade saiam do rosto dos três e se misturavam com seus sorrisos.
-- Minha princesa! – Disse Heitor soltando Micaela e a avaliando – Como cresceu!
-- Como sentimos sua falta, filha! – Bradou Laura enquanto acariciava seus cabelos.
-- Eu senti tanta saudade de vocês! – Respondeu Micaela chorando.
Ela parecia uma criança assustada que fora separada de seus pais, mas agora estava feliz e segura nos braços deles novamente.
Nicolas ao observar a cena, sentiu algo se aquecer em seu peito. Sabia o quanto aqueles dois significavam para sua noiva. E vê-la feliz o fazia feliz, além disso, ele não os podia deixar de fora daquele recomeço que estavam tendo.
Ali estava uma família reunida novamente. No entanto, ele também não pode deixar de sentir um pouco de melancolia e falta do pai. Tudo era muito recente e ainda doía, mas agora.... Agora era hora de se levantar.
-- Por que não entramos? – Disse Susana que também observava a cena.
Laura e Heitor cumprimentaram a amiga de longos anos e logo todos entraram e se acomodaram na sala de visitas.
-- Nicolas, foi muito gentil em agir tão rápido e mandar nos buscar. Muito obrigada! – Disse Laura.
-- Não tem que agradecer. Não fiz mais do que minha obrigação.
-- Quando foi que mandou busca-los? – Perguntou Micaela.
-- Depois da nossa conversa na biblioteca eu liguei para eles e pedi para se aprontarem que o jato iria busca-los. Como somos vizinhos não foi muito trabalhoso.
-- Obrigada!
-- Já disse que não precisa agradecer.
-- Você tem futuro, garoto! – Comentou Heitor – Tem dom para boas tomadas de decisão. Depois que falou com o parlamento ontem pelo telefone, eles chegaram a uma decisão. Parece que você é bem persuasivo.
-- Quer dizer que eles vão aceitar a união?
-- Parece que sim. Vão entrar em contato com o primeiro ministro daqui.
Um sorriso surgiu no rosto de todos, e eles compartilharam do mesmo sentimento.... As coisas estavam entrando nos trilhos. E em breve a tensão entre os dois países finalmente cessaria.
-- Então precisamos falar do casamento dos dois. – Disse Susana.
-- Eu concordo! – Respondeu Laura – Assim que o acordo for assinado, provavelmente ocorrerá a coroação.
-- Coroação, mãe?
-- Sim, Micaela. É a tradição dos dois países, não poderão deixar de cumprir essas formalidades. E não podem coroar um Rei e uma Rainha separados. Temos que arrumar tudo rápido.
-- Mas não é muito precipitado? Arrumar tudo repentinamente.... – Tentou argumentar Nicolas – Além disso, as festas de fim de ano estão chegando. Vai ficar tudo junto!
-- De maneira alguma. – Interrompeu Susana – Quanto acha que temos para a união, Heitor?
-- Creio que um mês. Vai ser bem perto das festividades de fim de ano.
-- Então temos que casa-los em duas semanas.
-- Duas semanas?! – Bradaram Nicolas e Micaela juntos.
-- Sim. Ora, meninos, nós damos conta. Pessoas para nos ajudar é que não vão faltar. Podem ficar tranquilos. O que acha, Laura?
-- Acho que tem toda razão, Susana. Tenho alguns contatos que podem nos ajudar.
-- Ótimo. Venha até aqui então, também conheço algumas pessoas....
As duas saíram deixando Nicolas, Heitor e Micaela atônitos.
-- Eu entendi direito? Eu tenho mais duas semanas de solteira somente?
-- Sim, filha. Dependendo dessa duas, sim.
-- Mas....
-- Pelo menos vão ser elas que vão cuidar de tudo. – Disse Nicolas.
-- Nicolas, tem um minuto? Preciso conversar com você. – Pediu Heitor.
-- Sim, claro! Se importa de ficar um pouco sozinha, Micaela?
-- Não! Fiquem à vontade.
Os homens também saíram e Micaela aproveitou para dar uma volta pela casa. Logo encontrou com Hugo, o primo de Nicolas. Ela o vira no dia anterior na sede do Parlamento, mas não tivera a chance de cumprimenta-lo. Ao vê-la o loiro de olhos castanhos se aproximou.
-- Micaela, quanto tempo!
-- Oi, Hugo! Acho que faz cinco anos.
-- Que te fizeram muito bem por sinal. – Respondeu ele rindo.
-- Obrigada! Você não está nada mal também.
-- Ah, não! Não precisa me elogiar por formalidade!
-- Hugo, eu não tive a oportunidade de te agradecer pelo que fez ontem!
-- Imagina, aquilo não foi nada. Era meu dever. Eu sabia a verdade, então apenas falei. Eu quis ajudar.
-- E ajudou muito. Não sei como vou retribuir.
-- Basta ver esse sorriso lindo no seu rosto. Para mim já é o suficiente.
Micaela abraçou Hugo em retribuição e este também a apertou forte, devolvendo o abraço na mesma intensidade. Quando ela se afastou ele perguntou:
-- Mas me diga, vai mesmo se casar com Nicolas?
-- Vou. E se depender de nossas mães, será daqui há duas semanas.
-- Mas tão rápido?
-- Pois é. Parece que temos pouco tempo.
-- Tem certeza que quer fazer isso?
-- Como assim?
-- Você tem apenas vinte anos e....
-- Hugo, eu amo o Nicolas. Não vou me arrepender e já deixei tudo planejado.
-- Então tá bom. Desse modo só me resta desejar felicidades.
-- Pelo que vejo não preciso me preocupar em você estar sozinha. – Soou a voz de Nicolas que se aproximava.
-- Ah, sim! Eu me encontrei com Hugo e acabamos conversando.
-- Eu vim falar com você, Nicolas. Eu fiquei sabendo da união dos países. Não é mentira, é?
-- Não. Acabei de conversar com o Senhor Heitor sobre isso. – Respondeu Nicolas segurando Micaela pela cintura.
Ela sabia que os primos tinham uma boa convivência, mas não soube explicar porque Nicolas parecia adotar uma postura mais rude, o cenho estava sério e os ombros estavam eretos, deixando o peito estufado e fazendo ele parecer um pouco maior.
-- Que bom. – Disse Hugo – Então acho que temos que acertar algumas coisas.
-- Claro, vamos para meu escritório. Eu já volto, amor.
Nicolas deu um beijo um pouco mais demorado em Micaela e depois saiu novamente com seu primo.
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