Capítulo 32
Com cada pequeno desastre
Eu vou deixar as águas paradas
Me levar para algum lugar real ...
Então quando eu estiver pronta para ser corajosa
E meus cortes curados com o tempo
O conforto irá descansar em meus ombros
E vou enterrar meu futuro para trás
Eu sempre irei lhe guardar comigo
Você sempre estará em minha mente
Mas há um brilho nas sombras
Eu nunca saberei se não tentar
Home -Gabrielle Aplin
Micaela estava aflita enquanto assistia ao jornal que passava de noite. A âncora dava a notícia da morte do Rei de Vienere, Benício. E anunciava também que o Parlamento se reuniria no dia seguinte para tomar decisões sobre o futuro do país, o que deixou todos confusos já que, pela lógica, Nicolas seria o próximo rei. Mas ela sabia porquê aquela reunião aconteceria, e seu peito ardia só de imaginar o que seria dos Lambertini.
Como se já não bastasse outra notícia caiu como uma bomba. A reserva de um metal raro estava se esgotando em Montanaris, seu país, e o único país que poderia fornecer o metal era Vienere. No entanto, com as relações cortadas entre os dois, essa troca seria improvável.
Foi se deitar, mas o sono nunca chegava e mil pensamentos rondavam sua mente. Mandou mensagem para Thomas, seu primo, dizendo tudo que havia acontecido e pedindo sua opinião. A única resposta dele foi: "Não deixe de ser feliz".
Por fim se levantou e fez uma ligação para seus pais. Poucos minutos depois ela estava arrumando as malas e escrevendo uma carta para deixar às meninas.
"Querida Amália. Você sabe muito bem que sempre fui uma pessoa que adora ser "das antigas", portanto, não deixarei uma mensagem no e-mail ou no celular.... Sempre preferi cartas. Peço, por favor, que não se desesperem quando não me acharem no quarto. Eu andei pensando muito e não posso mais deixar que Nicolas sofra. Não estou fazendo isso por obrigação, ou remorso.... Não.... Estou fazendo isso porque percebi que não posso deixar minha segunda e talvez última chance escapar. Porque percebi que a vida está me dando sinais, e agora posso ver o que antes eu ignorara.
Alguns acreditam que quando nascemos já estamos destinados a algo, e quem conhece a história de Édipo rei sabe que por mais que fujamos o destino sempre dá um jeito de nos encontrar, mas se assim é.... Onde está o livre arbítrio nisso?
Eu particularmente não acredito em destino, acredito apenas em consequências de nossas decisões.
Talvez vá haver alguém que diga que nós estávamos destinados. Eu, porém, digo que tudo não passou de um fruto de nossas decisões.... E devo dizer.... Que ele foi a melhor consequência da minha vida. Por isso, estou voltando para Montanaris.... Mais precisamente para Vienere. E não tenho palavras, não há uma forma de agradecer tudo o que fizeram por mim. Por favor, não pensem que é ingratidão minha não me despedir de forma correta. É que eu sempre odiei despedidas e isso não é um "adeus", mas sim um "até logo". Espero que tenham uma boa vida e muita felicidade, pois eu.... Ah, minha amiga. Eu estou indo atrás da minha.
Sempre sua amiga. Micaela.
Ps: Amo vocês."
Algumas horas depois, Micaela estava em um jato alugado no nome da família, indo diretamente para Vienere, não havia tempo para ir para casa, se quisesse ajudar Nicolas tinha que agir o mais rápido possível. Faltava um mês para o semestre acabar, e ela tinha convicção de que passaria, suas notas eram boas e quase nunca faltava, portanto, poderia viajar sem culpa, sabia que os professores a ajudariam, e mesmo que tivesse que fazer todo o semestre novamente, valeria a pena cada aula repetida que teria que assistir. Por Nicolas tudo valia a pena.
Viu o dia amanhecer pela janela do avião, olhou para baixo e viu a cidade em miniatura. Sabia que antes de chagarem em Vienere, precisavam sobrevoar por Montanaris, logo o piloto avisou que aquela cidade lá embaixo pertencia a seu país de origem. Ali estava seu lar!
Ao ver aqueles pequenos pontos sob as nuvens, seu coração se aqueceu e ela se sentiu acolhida por aquele lugar. Foi uma sensação estranha de conforto que tomou conta de seu coração.
Ela estava de volta. E tudo continuava tão lindo! Da maneira que sempre fora. Ela estava de volta!
Porque eles dizem que lar é onde seu coração está gravado na pedra
É onde você vai quando está sozinho
É onde você vai para descansar o corpo
Não é apenas onde você deita sua cabeça
Não é apenas onde você arruma sua cama
Contanto que estejamos juntos, importa pra onde vamos?
Lar
Chegou no aeroporto e pegou um táxi, no caminho se lembrou de tudo o que vivera naquele lugar. A mansão da família ficava em uma colina isolada da cidade, e percorrer aquele caminho repleto de árvores e com ar totalmente puro, lhe trouxe ótimas lembranças.
Chegou na casa dos Lambertini, em Vieneri, pouco depois do almoço, no entanto foi barrada logo na portaria por dois seguranças.
-- Eu preciso falar com o Nicolas. – Implorava ela.
-- Sinto muito, senhorita. Não pode entrar a menos que tenha hora marcada. E que eu saiba o senhor Lambertini não está esperando ninguém.
-- Vocês sabem quem eu sou? Eu sou Micaela Belmok, agora me deixem passar.
-- Todos sabemos que ela está morta, senhorita. Não se usa o nome de alguém assim, ainda mais de uma princesa.
-- Eu não estou morta! Estou bem aqui na frente de vocês! Me escutem, irão perder o emprego de vocês se eu não passar.
Os seguranças riram e o outro que estava calado até então respondeu:
-- E quem vai nos demitir? Você? Por favor, se retire.
-- Vocês não estão entendendo....
-- Senhorita Micaela?
Ela se virou e viu Marcos descendo do carro que acabara de chegar.
-- Marcos! – Respondeu ela correndo até ele.
-- O que está fazendo aqui, senhorita?
-- Eu vim ajudar o Nicolas, mas aqueles idiotas não me deixam passar. Fale para eles quem eu sou, eles não acreditam em mim!
-- Acalme-se, por favor.
-- Não me peça calma, Marcos. Eu preciso falar com o Nicolas antes dele ir para a reunião. Não podem fazer isso com ele.
-- Mas.... Ele não está em casa.
-- Como assim?
-- Ele já foi para a reunião. Acabamos de deixa-lo lá.
O coração de Micaela disparou e ameaçava sair, o estômago revirava e um sabor amargo estava em sua boca.
-- Onde ele está? – Perguntou por fim.
-- Na sede do Parlamento.
-- Precisamos parar essa reunião.
-- Mas como?
-- Ainda não sei, mas vou dar um jeito. Preciso de carona.
-- Eu a levo. – Disse o motorista do carro se intrometendo – Entre no carro, senhorita. Vou o mais rápido que puder.
-- Ah, Luigi! Você é um anjo!
Ela entrou no carro e rapidamente os três partiram em direção à sede. O tempo parecia não passa e apesar de Luigi estar a praticamente 100 km/h, Micaela tinha a sensação de que se rastejavam pela estrada. Cada minuto era decisivo e muito importante. Por isso a ansiedade a consumia e naquela hora ela daria tudo para poder ser qualquer super-herói que chegasse mais rápido.
Quando finalmente estacionaram na porta da sede, um prédio muito antigo e com grandes janelas por fora, ela praticamente voou para dentro do local, mas novamente foi impedida pelos seguranças. Por sorte Marcos e Luigi estavam junto com ela e garantiram que Micaela não faria nada. Ainda assim, uma recepcionista loira relutou em deixa-la passar.
-- A senhorita não pode entrar agora, há uma importante reunião acontecendo.
-- E eu tenho uma informação importante para essa reunião. Me deixe passar!
-- Eu sinto muito. Não irá adentrar.
-- Dane-se! – Esbravejou Micaela se esquivando e correndo em direção às várias portas do corredor feito praticamente de pura madeira.
Ela parou e olhou para Marcos, procurando desesperadamente a porta certa.
-- É a última à esquerda. – Ele gritou.
Então ela retomou o caminho, mas o mundo girava em câmera lenta e ela parecia nunca alcançar a porta certa.
Nicolas estava com um cotovelo apoiado na mesa enquanto o rosto descansava sobre a mão. Não fazia ideia de quanto tempo estava ali, apenas sabia que aqueles cretinos não paravam de discutir sobre algo e qualquer que fosse a decisão tomada ele já sabia o resultado.... Seria chutado do trono. Na verdade, ele não se importava com o título, mas um escândalo associado à imagem da empresa da família poderia muito bem trazer prejuízos.... Muitos prejuízos.
De repente ele escutou alguns murmúrios no corredor e pensou até mesmo ter ouvido a voz de Micaela, mas sabia muito bem que aquilo poderia ser resultado de sua imaginação. Apesar de resolver se levantar e lutar, o sono não o acompanhava mais, então ele ouvia ou via coisas que na verdade não estavam ali. Tudo era uma grande ilusão.
A porta da sala se abriu em um rompante e uma mulher muito parecida com Micaela passou por ela e disse:
-- Eu me caso!
"Eiiii, pessoas! Como vão? Parece que o amor desses dois está mais vivo do que nunca e vai ultrapassar todas as barreiras que imporem para eles! E agora? O que será que Micaela vai aprontar? Como ela irá provar sua identidade? E o melhor.... Como será que Nicolas irá reagir? Não se esqueçam de comentar e votar, muito obrigada por tudo. Beijos!"
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top