Capítulo 15

Pouco tempo depois eles estavam no quarto do hotel. Micaela esperava sua roupa ficar pronta, já que Marcos insistira em mandar lavar, secar e passar.

O serviço era muito eficiente, pois em poucos minutos de espera ela já estava vestida e pronta para ir embora.

-- Você tem um ótimo gosto para hotéis. Eles são muito eficientes. – Disse para Nicolas que estava enrolado em um roupão, pois acabara de sair do banho.

-- Não sou eu quem escolhe. É o Marcos, ele é muito metódico com esse tipo de coisa.

-- Então ele é que tem o bom gosto?

-- Sim. Se depender de mim me hospedo em qualquer hotel. Desde que tenha cama para mim está ótimo.

O celular dele tocou e Nicolas se dirigiu para o outro lado do quarto onde estava uma cômoda, pegou o celular, olhou a tela e vendo que era seu primo, atendeu.

-- Oi, Hugo.... Estou bem, e você? Como vão as coisas aí? – O semblante dele se tornou sério repentinamente – Que notícias?

Ao ouvir aquela frase, Micaela sentiu um arrepio percorrer a espinha. Temia que algo tivesse acontecido ao pai de Nicolas.

-- Como? – Continuou ele – Mas.... Mas ele estava muito bem de saúde....

Não, não era o pai dele.

--.... Como pode acontecer tão de repente?.... Eu entendo. Sabe o que deve fazer.... Isso, mande flores e condolências à família. E um pedido de desculpas por eu não poder comparecer.... Sim. Obrigado, Hugo.

Ele desligou o telefone e se sentou na cama, com uma expressão perplexa no rosto.

-- O que aconteceu? – Perguntou Micaela.

-- Se lembra do Senhor Abelardo? Ele era do parlamento. Um senhor baixo, calvo. Te chamava de....

-- A menina dos olhos azuis. – Completou ela – Lembro. É um ótimo senhor.

-- Pois bem.... Hugo disse que ele faleceu.

-- O quê?! Mas.... O que aconteceu?

-- Parece que foi infarto.... Eu não entendo. Ele estava tão bem quando saí de lá.

-- Às vezes as coisas acontecem, Nicolas. Quando chega nossa hora....

-- Mas justo ele? Era um dos únicos que me apoiava.

-- Nicolas, tenho certeza que não está sozinho. Essas são coisas que não podemos controlar.

Ele suspirou cansado e ela entendeu que era hora de ir.

-- Bom, tenho que ir, melhor deixar você descansar.

-- Mas tão cedo?

-- Não é tão cedo assim. O sol já está se pondo. Fiquei o dia todo fora. Chiara já deve estar preocupada.

-- Tudo bem então. Nos vemos amanhã.

-- Nos vemos amanhã. – Respondeu ela dando um beijo rápido em Nicolas e fechando a porta devagar.

Nicolas esperou um pouco e depois retirou o roupão, deixando-o em cima da cadeira e se jogou na cama, vestindo apenas uma cueca. Aquele dia estava incrivelmente quente e nem mesmo as janelas abertas e o ar condicionado ligado estava resolvendo, ele nunca iria se acostumar com aquele clima. Preferia mil vezes o ar gelado de seu país.

Caiu no sono instantaneamente, passar a tarde e parte da manhã na água lhe cansara, e juntamente com a falta de sono e aquela informação que esgotara suas forças, resultara em uma exaustão imensa.

Logo que Micaela entrou no elevador teve a sensação de que esquecera alguma coisa. Talvez se apegara tanto em Nicolas que o fato de o deixar para trás lhe trouxesse esse sentimento. Porém quando chegou na porta do prédio se lembrou que realmente esquecera algo. O celular. Voltou para dentro do prédio e pegou o elevador.

Imaginou que Nicolas ainda estaria acordado, por mais cansado que estivesse não iria para cama tão cedo, por isso abriu a porta sem bater e deu de cara com ele deitado de bruços na cama somente com cueca. Rapidamente ela se virou dizendo:

-- Ai meu Deus! Eu não sabia que você.... Quer dizer.... Me desculpe, eu....

Ela esperou uma resposta vir dele, mas nem um som foi emitido. Lentamente ela olhou por cima do ombro e viu que ele ainda estava na mesma posição. Fechou a porta para que ninguém mais o visse e caminhou lentamente até a cadeira ao lado da cama, onde havia deixado o celular, e onde o roupão que ele usara estava jogado.

Olhou para ele buscando um único movimento, mas ele continuava na mesma posição. Estava dormindo profundamente, e a expressão que levava no rosto era leve, como se nenhuma preocupação estivesse sobre ele. Estava relaxado, e Micaela suspeitava que o momento que passaram juntos naquela tarde tivesse grande participação nisso. Acabou não resistindo, pegou o celular dele e gravou um pequeno vídeo.

Ficou observando-o por alguns minutos. Por fim deu-lhe um beijo na testa e antes de partir deu mais uma olhada em suas "bochechas". Um pequeno sorriso se formou no rosto dela ao lembrar do que havia feito por ciúmes....

Ciúmes?

Sim, talvez tivesse sido isso mesmo. Para que negar?

Ela o amava.

No outro dia, Nicolas só apareceu na casa de Micaela durante a noite. Se recusou a entrar e pediu para que partissem logo, pois estava ansioso em mostrar a surpresa. O carro percorreu as ruas quase desertas e escuras, entraram em uma estrada de cascalho e subiram o morro, aquele pedaço de terra não possuía luz alguma e Micaela já começava a ficar intrigada com a surpresa que ele preparara. Logo que saltou do carro ela reconheceu o lugar.

Nicolas a levou em um observatório que ficava localizado no alto de uma montanha. Estavam sozinhos e logo entraram no lugar. Ele olhou pelo telescópio e mexeu em algumas coisas, por fim disse:

-- Pronto! Era isso que eu queria que visse.

Ela se aproximou e olhou. Viu uma linda constelação, era algo de tirar o fôlego de qualquer um. Como podia algo ser tão lindo e tão alcançável?

-- Sabe que constelação é? – Perguntou ela.

-- É a constelação de Phoenix. – Respondeu ele atrás dela.

Micaela parou de olhar e se voltou para ele.

-- Phoenix?

-- Sim, a ave que renasce das cinzas. E acho que tem muito em comum com você, Micaela.

-- Mesmo?

-- Mesmo. Porque assim como ela você ressurgiu das cinzas. Todos achavam que estava morta.... Mas aqui está você. Mais linda que nunca!

Ela não respondeu, apenas aproveitou aquele momento que jamais esqueceria.

Foram para fora e se sentaram na grama. Ela apoiando as costas no peito de Nicolas e ele a envolvendo com os braços. Observavam as estrelas como se nunca tivessem visto antes.

Logo ele notou que ela fungava um pouco, quando olhou seu rosto viu lágrimas escorrendo e não pareciam de felicidade.

-- Por que está chorando? – Perguntou ele.

-- É que....

-- É que...?

-- Eu me sinto tão perdida! Tão confusa e longe de casa. Eu amo as meninas e a Chiara. São minha segunda família, mas.... Não é meu lar! E só agora eu consigo perceber isso. Eu não sei para onde ir, Nicolas!

Ele nada respondeu, apenas a apertou mais tentando fazer com que o abraço dele fosse o lar de Micaela.

Alguns instantes depois Nicolas encostou a boca no ouvido dela e baixinho começou a cantarolar:

-- "Luzes te guiarão até em casa
E aquecerão seus ossos
E eu tentarei consertar você"

Ela se voltou para ele e disse:

-- Obrigada!

-- Não tem que agradecer. Eu vou estar aqui para você.... Sempre.

https://youtu.be/nAE9oKa7gXk

"Olá, pessoas!  Como vão? Eu espero que muito bem. Passei para deixar mais um recadinho..... Está chegando uma hora decisiva para esses dois! Ah meu Deus!

Queria agradecer de maneira especial à Luana, que me manda mensagens e me incentiva muito a continuar postando. Obrigada, Luana, é muito importante para mim!

Não se esqueçam de comentar e, por favorzinho, votar. Assim consigo saber o que os agrada. Caso queiram trocar uma ideia, me xingar ou seja o que for (risos) é me procurarem no Instagram: @rafa_santos007.
Muitos beijos e boa semana à todos!"

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