Capítulo 13
Nicolas acordou sobressaltado com o celular tocando e acabou jogando Micaela, que dormia em cima dele, no chão.
-- Minha nossa! Você está bem? - Perguntou.
-- Estou! - Respondeu ela meio sonolenta - Atende logo essa droga!
Ele atendeu e uma voz estridente soou do outro lado:
-- Por Deus! Até que enfim atendeu. Por onde o senhor andou?
-- Eu não avisei que iria sair, Marcos?
-- Sim, mas esperávamos que voltasse. Passei a noite acordado. Estava quase ligando para a embaixada!
-- Embaixada, Marcos? Que exagero!
-- Não é exagero! O senhor sumiu. Onde está agora?
-- Onde estamos? - Perguntou Nicolas se dirigindo a Micaela.
-- Na minha casa. - Respondeu ela ainda no chão.
-- Estou na casa da Micaela.
-- Tudo bem. Estamos indo busca-lo. - Disse Marcos já desligando.
-- Parece que ele surtou um pouquinho. - Disse Micaela se levantando.
Nicolas levantou o rosto para encara-la e responder, mas ao invés disso arregalou os olhos e abriu um pouco a boca. Ele a estudava por inteiro.
-- Que foi? - Perguntou ela também se estudando e constatando que estava apenas com as roupas íntimas - Ah meu Deus!
Micaela correu e rapidamente pegou um roupão pendurado na cadeira e vestiu. Voltou -se para Nicolas e viu que ele também estava sem as roupas, apenas com uma cueca e já de pé.
-- Será que pode se vestir?
-- Claro! Assim que achar minha calça!
Olhou em volta e viu que ela estava jogada em outro canto do quarto, então foi buscá-la.
Micaela procurava não olhar, mas.... Maldição! Era impossível!
Os músculos dele pareciam feitos de ferro e esculpidos por um artista. O abdômen definido e.... E quando ele lhe deu as costas, mais uma vez exibindo aquela cicatriz.... pode ver com perfeição aquele traseiro perfeitamente cheio e arredondado. E quando ele se inclinou para pegar a calça....
Deus! O que era aquele calor subindo de repente?
Quando ele se virou já vestindo as calças, ela tratou de desviar o olhar e perguntou:
-- O que foi que fizemos?
-- Eu iria te perguntar a mesma coisa!
-- Você não se lembra?
-- Como poderia? Eu estava bêbado!
-- Aí, meu Deus!
Micaela começou a andar agitada pelo quarto.
-- Acalme-se, Micaela.
-- Me acalmar? Percebeu que acordamos sem roupa?
-- Tecnicamente com roupas íntimas.
-- E ainda age como se nada tivesse acontecido! Com quantas mulheres já acordou sem roupa?
-- Quer mesmo saber?
Ela o encarou de olhos semicerrados.
-- Pensa comigo, Micaela. Na situação de embriaguez que estávamos de nem conseguirmos nos lembrar do que aconteceu, acha mesmo que teríamos condições de nos vestimos novamente depois de fazermos algo? Principalmente você com o sutiã. - Disse Nicolas abaixando os olhos para o busto de Micaela.
Ela acompanhou seu olhar e percebeu que o roupão estava entre aberto, logo fechou novamente e encarou Nicolas.
-- Para com isso! - Bradou ela tentando segurar o riso.
-- Desculpa. É inevitável.
-- Você é um baita de um canalha sedutor!
-- Acha mesmo que me ofende me chamando assim? Só ressalta minha reputação! Obrigado!
-- E ainda acha graça nisso? - Respondeu ela tentando lhe chamar a atenção, mas a própria Micaela mal consegui segurar o riso, tamanha era a vergonha que sentia.
-- Diz isso porque sabe do que sou capaz de fazer com a minha canalhice.
Micaela corou dos pés a cabeça só de imaginar a possibilidade. Nicolas notou o embaraço dela e até queria provocar mais, mas resolveu que não era um momento tão oportuno assim, então apenas disse:
-- Tudo Bem, me desculpe.
-- Meu Deus! Que vergonha!
-- Vergonha de quê, Micaela? De eu olhar seu sutiã?
Ela apenas balançou a cabeça e Nicolas continuou:
-- Olha só, nós dormimos juntos e praticamente sem roupas. Eu olhar seu sutiã é o de menos.
Micaela abriu a boca para dar uma resposta, mas ela simplesmente não veio, Nicolas a deixava sem argumentos. Sendo assim, ela apenas disse:
-- Me desculpe.
-- Pelo quê?
-- Eu dormi em cima de você!
-- Não se preocupe com isso. - Respondeu ele já abotoando a camisa - Seu cheiro é muito bom.
Micaela sorriu, se acalmou e tratou de recobrar a lógica.
-- Tudo bem. Nós exageramos e isso não vai mais acontecer. Certo?
-- Certo. - Concordou ele.
-- Quer comer algo?
-- Na verdade eu precisava de uma aspirina. Minha cabeça parece que vai explodir.
-- Tá. Vou tomar um banho e nós já descemos.
Poucos minutos depois eles já estavam na cozinha e Nicolas tomava um copo de água junto com a aspirina. Depois se posicionou atrás de Micaela que estava passando manteiga no pão, e disse:
-- Não sei bem se entendi o termo "pão frito".
-- É bem simples, Nicolas. Você passa a manteiga no pão e depois o coloca em uma frigideira. - Respondeu ela já executando o que falava - Você vai ver que a manteiga começa a derreter e dourar. Fica uma delícia
Ela sentiu a barriga de Nicolas encostar em suas costas e um arrepio percorreu toda a coluna, quando se virou para lhe entregar o pão deu de frente com seu tórax. Estavam tão próximos que o nariz dela quase chegava a encostar nele. Elevou cabeça e viu aquelas írises castanhas agora mais escurecidas pela dilatação da pupila. A respiração de Micaela se acelerada juntamente com o coração a medida que Nicolas se inclinava para perto.
-- Ah, que bom! O casal encrenca acordou! - Disse Duda atrás deles.
Nicolas se sobressaltou e Micaela quase derrubou o pão.
-- Bom dia, Duda!
-- Bom dia! Estão com dor de cabeça? Eu espero que sim!
-- Duda, por que está tão nervosa logo de manhã?
-- Você não lembra mesmo, Micaela? Vocês me deram o maior trabalho. E hoje tive que escutar um sermão da minha mãe.
-- Que tipo de trabalho? - Perguntou Nicolas.
-- Você arrumou confusão com quase todo mundo da balada, senhor encrenqueiro. E a dançarina aí do seu lado - Respondeu ela apontando para Micaela - Por pouco não sobe no balcão do bar.
-- Meu Deus, que vergonha. - Disse Micaela.
-- Vergonha foi aguentar vocês no carro depois.
-- Não precisa terminar de contar. E a Amália?
-- Amália nem sabe como chegou em casa! Eu tive que ficar responsável por todo mundo. Pareciam um bando de adolescente inconsequentes. Me diga uma coisa, Nicolas, qual seu signo?
Ele franziu o cenho com aquela pergunta inesperada, mas antes de responder, Duda retomou a palavra:
-- Não, me deixe adivinhar.... Leão.
-- Como sabe?
-- Porque eu nunca vi alguém que se achasse tanto quanto você ontem. Parecia o rei da merda toda. E quer saber? Vocês dois se merecem, pois para aguentar a sagitariana aí - Apontou para Micaela novamente - tem que ter gênio forte mesmo.
-- Nos desculpe. - Disse Nicolas simplesmente - Não vai mais se repetir.
-- Claro que não.... - Duda não completou a frase, pois uma buzina soou fora da casa.
-- Acho que o Marcos chegou.
-- Quer que eu te acompanhe? - Perguntou Micaela para ele.
-- Quero.
Eles saíram e antes de entrar no carro Nicolas disse:
-- Que merda foi aquela de signo?
-- Ah, não dê muita atenção para Duda. Ela acha que tudo o que fazemos é culpa de signo.
-- Acredita nessa baboseira?
-- Claro que não!
-- Ah, bom!
Eles ficaram alguns segundos em silêncio até que Nicolas, com um sorriso retomou a palavra:
-- Foi divertido. Vamos nos ver essa semana?
-- Eu acho que não. Tenho uma prova bem difícil essa semana e preciso estudar.
-- Tudo bem. Se precisar de ajuda, só me chamar.
Ela apenas confirmou com a cabeça e ficou olhando ele entrar no carro e partir.
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