× capítulo 18 ×
A sala fechada não dava brecha para que eles soubessem há quanto tempo estavam esperando alguma coisa acontecer sem resultado e Seonghwa pensou que a espera podia ser o suficiente para que ele enlouquecesse. O tal do Seok não tinha aparecido e seus amigos também não, o que os deixava em uma corda bamba enquanto torciam para que eles tivessem tempo de fugir.
Yeosang entrava em contato de vez em quando enquanto eles esperavam e Seonghwa se mantinha alerta, ficando encostado com San e Wooyoung na parede oposta à porta ligeiramente à frente dos outros dois para o caso de precisar reagir no susto.
Apesar do preparo, no entanto, Seonghwa não estava pronto quando a porta começou a dar indícios de que seria aberta, se levantando apressado com os outros dois e se colocando na frente deles.
— Hyung! — Yeosang chamou no fone com urgência — tem um cara entrando, mas não sei se é a pessoa que o CEO mandou.
O olhar do tatuador correu pela sala na busca por algo que pudesse usar para se defender, mas a sala estava praticamente vazia, com exceção de uma pequena mesa com uma luminária. Seonghwa pegou a luminária e a segurou com as duas mãos, se preparando para acertar quem entrou em uma tentativa de fuga.
San e Wooyoung entenderam seu plano e abriram caminho para que ele tivesse mais mobilidade e espaço.
Poucos segundos depois a porta foi aberta, porém Seonghwa parou o golpe com a luminária no meio do movimento porque o rosto que entrou em seu campo de visão não era uma pessoa desconhecida. Pelo menos não para ele.
Quando ele abaixou a arma improvisada, Yunho o encarava na porta.
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O quarteto se afastava da sala cada vez mais com a liderança de Yunho que os guiava pelos corredores até que Seonghwa passou a reconhecer alguns deles como os corredores que eles passaram ao entrar e se permitiu ter esperança de sair bem conforme a saída ficava cada vez mais próxima.
Yunho seguia na frente, seguido por San e Wooyoung enquanto Seonghwa cobria a retaguarda. Yeosang acompanhava os caminhos pelas câmeras e os ajudava a evitar qualquer segurança que podia estar vagando por ali enquanto eles avançavam, uma tentativa de escapar antes que notassem sua ausência.
Eles deram de cara com alguns guardas no caminho, mas Seonghwa e Wooyoung deram conta deles antes que tivessem chance de alertar alguém e eles percorreram o caminho com ainda mais pressa e urgência.
O grupo continuou avançando até finalmente chegarem à entrada por onde invadiram, onde a van já estava estacionada. Yunho entrou apressado, seguido pelos outros dois e Seonghwa. Eles mal tiveram tempo de se acomodar ou cumprimentar Mingi antes que Jongho saísse em disparada pelas ruas da cidade, deixando a galeria para trás.
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Seonghwa mal teve tempo de entrar na oficina antes de ser recebido pelos braços de Yeosang, que praticamente se jogou sobre ele assim que ele passou pela porta. Ele não demorou a retribuir, puxando-o para si e permitindo que ele finalmente aliviasse a tensão que o acompanhava desde que eles foram capturados e Hongjoong retornou ferido.
— Nunca mais se mete em uma dessas, hyung. Eu não funciono direito sem você por perto.
Seonghwa poderia ter rido, se não soubesse que era um pedido quase impossível de ser garantido, considerando sua carreira.
— Eu vou tentar, tudo bem? — ofereceu, apertando um pouco o abraço antes de encerrar.
Ao contrário do que esperava, a oficina estava em um silêncio tenso e ele demorou um pouco para perceber que o motivo era o homem alto que entrou com eles sem se apresentar.
— Podem relaxar, pessoal, ele está mais do nosso lado do que vocês pensam.
Seonghwa não deu detalhes, deixando que Yunho decidisse por conta própria o quanto queria revelar naquele primeiro contato.
— Eu sou Yunho, mas vocês me conhecem com Golden.
Ele podia jurar que viu alguns queixos caindo enquanto outros pareciam não acreditar e Yunho, percebendo a desconfiança, ergueu a blusa de manga e mostrou a tatuagem feita por Seonghwa, o desenho igual ao que todos eles têm.
— Bom, menos mal que eu não trouxe um desconhecido direto para o nosso esconderijo — Jongho brincou para descontrair o clima.
Seonghwa sorriu e entrou na oficina, trazendo Yeosang e os demais com ele antes de se afastar para ir de encontro a Hongjoong, que dormia no sofá, sem camisa e com a bandagem manchada de sangue.
— Como ele vem reagindo?
Jongho se aproximou.
— A gente trocou as bandagens algumas vezes e ele parece responder bem, mas nenhum de nós saberia se estivesse alguma coisa errada.
Seonghwa assentiu e retirou a bandagem com cuidado, olhando a extensão do ferimento e respirando aliviado ao perceber que ele não precisaria de pontos porque a bala entrou e saiu e não era uma bala grande.
— Ele vai ficar bem.
O grupo, parado e observando enquanto Seonghwa o examinava, suspirou quase em uníssono ao ter a confirmação de que ele ficaria bem.
Ele se levantou para se afastar da borda do sofá, mas foi impedido por uma mão em seu pulso que o segurou no lugar e ele olhou para encontrar um Hongjoong encarando-o com os olhos pesados e um sorriso cansado no rosto.
— Fica aqui um pouco.
Seonghwa sabia que não tinha forças para negar nada para ele naquela situação.
E provavelmente nem em nenhuma outra.
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Hongjoong pensou que estivesse alucinando quando escutou a voz de Seonghwa por perto, mas logo confirmou a presença dele quando, antes que pudesse acordar o suficiente para raciocinar direito, estendeu a mão e segurou o braço de alguém, levando alguns segundos para notar que era de fato Seonghwa. O rosto familiar se virou para ele e sorriu e Hongjoong registrou em alguma parte de sua mente os demais saindo com tosses forçadas e desculpas inventadas.
Seonghwa se abaixou mais uma vez, ficando cara a cara com Hongjoong, que tentou se manter calmo ao tê-lo tão perto.
— San e Wooyoung? — perguntou o caçador de recompensas enquanto embalava as mãos dele nas suas.
— Bem, na medida do possível — garantiu. — O Golden 'tá aqui. — Hongjoong arregalou os olhos em surpresa. — Foi ele quem nos tirou da galeria, o nome dele é Yunho.
— Ele vai ficar com a gente agora?
— Eu não sei, nós não conversamos ainda.
Hongjoong assentiu e começou a abrir espaço no sofá.
— Ei, para de se mexer, você vai se machucar mais.
Ele fingiu não ouvir enquanto puxava Seonghwa para perto para deitar com ele.
— Se era isso que você queria, era só pedir — comentou ele, revirando os olhos de brincadeira.
— Ah, é? Então, poderia Vossa Senhoria me dar a honra de ficar de conchinha comigo?
Seonghwa riu, mas sua única resposta foi se aproximar de Hongjoong e abraçá-lo com cuidado para não acabar causando mais dor.
— Eu fiquei tão preocupado quando te vi no chão e eu não pude fazer nada — confessou depois de alguns minutos em silêncio. — Eu achei que era pior e que eu não ia chegar a tempo.
— Eu também. A última coisa que eu vi antes de Mingi me buscar foi você, San e Wooyoung sendo arrastados e eu sem saber o que aconteceu com vocês ou onde vocês estavam.
Hongjoong sentiu o abraço de Seonghwa ficar mais apertado, ainda que cuidadoso, e retribuiu, mantendo-o perto.
Eles permaneceram próximos, conversando em voz baixa. Seonghwa contou as coisas que viu enquanto Hongjoong contou sobre como foi ficar preso no sofá sem poder fazer nada por eles. Em algum momento, Yeosang levou comida para eles e Seonghwa insistiu que ele deveria trocar de lugar com Wooyoung e dormir com San na cama para proteger seu ferimento e, embora ele tenha tentado discutir, era uma batalha perdida.
Seonghwa o ajudou a chegar até a cama e o colocou no colchão confortavelmente e Hongjoong foi pego de surpresa ao sentir os lábios dele nos seus. Ele demorou um pouco para reagir, mas quando o fez foi com vontade, puxando-o para perto e afundando a mãos nos fios negros como tinha vontade há tanto tempo.
O beijo não durou tanto quanto Hongjoong queria, mas foi o suficiente para ele ter a certeza que queria repetir.
— Boa noite, Joongie — disse Seonghwa com um sorriso provocativo, deixando um beijo no canto direito dos lábios dele antes de sair.
Hongjoong passou o resto do tempo até San chegar tentando acalmar seu coração que não parava de acelerar pensando na porta de possibilidades que Seonghwa acabou de abrir.
───── continua...
Notas da autora
Heeeeeeey, anjos
Finalmente nossos oito tesouros estão juntos e eu tô muito feliz por isso.
O fim está cada vez mais próximo.
O que estão achando? E o que esperam do final??
Semana que vem tem mais, então até lá ❤️.
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