Capítulo 09
Pego as roupas que a amiga de Mack me deu e coloco algumas em minha bolsa e outras deixo aqui mesmo.
— Poxa! Achava que você já viria vestida alguma das roupas que te entreguei. — ele diz assim que entro na sala.
— Coloquei algumas na bolsa para vestir mais tarde. Vamos, acho que não podemos nos atrasar.
— Esqueceu que sou o queridinho?! — ele diz levantando uma gola imaginária em sua farda.
— Mas eu não sou. Acho até que sou a pior inimiga do senhor Lazarus.
— Impressão sua.
— Não é nada. Ele parecia que queria me comer com os olhos. — digo fazendo careta.
— Ele não é o único. — Mack diz em um sussurro malicioso. O empurro e dou uma risada tímida.
— Você vai ficar durante o dia na casa dos Lazarus?
— Não, por que? — ele volta a sorrir com aquele sorriso malicioso.
— Para eu estar preparada com um rolo de macarrão atrás da porta do meu quarto. Caso você tente entrar. — ironizo.
— Para sua infelicidade não. Meu trabalho não é ficar dentro da casa gata. Fico mais na base. Só vou a casa do General Edmundo em reuniões com ele ou com outros líderes.
— Entendo. Ei ha quantos anos você esta na força militar?
— Pouco tempo acho que mais ou menos dois anos.
— Só? E já consegue ter reuniões particulares com o General?!
— Então né. — ele ri se gabando.
— Vai me contar ou não como você subiu assim de cargo?! — digo elevando um pouco a voz.
— Isso as vezes me cansa sabia?!— ele diz me puxando pela cintura para perto de seu corpo, mas imediatamente me afasto empurrando minhas mãos contra o peito dele.
— Para Mack.
— Desculpa. — ele diz irônico levantando as duas mãos para cima em sinal de rendimento.
— Seus machucados estão melhores?
— Sim, acho que por conta de minha enfermeira particular. — ele ri me deixando sem graça.
— Que bom.
— Já treinando para sua profissão né?
— Médica? Enfermeira? Não. — digo fazendo sinal negativo com a cabeça.
— O que então? — ele diz mexendo em sua mochila em cima do sofá.
— Uma Ranger.
Mack arregala os olhos de uma maneira estranha, e logo vira para me encarar.
— Você está brincando não é?! — ele diz exaltado.
— Não, porque?
— Você não pode se unir a aqueles vigaristas estúpidos!
— Por que não?! — foi minha vez de exaltar. — Eles não são o que você está falando! Eles salvaram a minha vida.
— Ah! — ele bufa.
— Vocês militares tem inveja deles por serem muito mais aceitos que vocês.
— Ah tá. Emi você não sabe nem um pouco da verdade. — ele ri irônico.
Ele cruza a sala tentando fugir do assunto mas o sigo e puxo o seu braço.
— Eu quero saber Mack! Porque vocês militares não gostam dos Rangers? Por que eu não posso me tornar uma Ranger? E por que você os chamou de vigaristas estúpidos?
— Simples minha querida Emi. — ele segura em meus braços e me puxa para mais perto dele. — Você nunca parou para se perguntar porque os Rangers tem tanto apoio político? Principalmente depois do governo do Capitólio? E porque eles só estão presentes em lugares mais pobres. — paro para ouvi-lo.
— E o porquê eles só aparecem uns minutos depois de um ataque terrorista. E não antes durante ou depois dele?— ele suspira. — Hein Emi?
— Simples meu querido Mack.— tento ironizar. — Eles ajudam os mais necessitados eles recebem o apoio político porque eles são justos e... — Mack se afasta de mim e pega sua mochila de cima do sofá.
— Vamos Emi.
— Eu quero explicações! — grito.
— Você nunca entenderia e depois são informações militares. Não lhes cabe a você.
Tento chamar sua atenção mas ele já estava cruzando a porta de saída.
— Vai vir?
— Estou indo.
Pego minha bolsa e o sigo. Descemos o elevador em silêncio, seguimos até o estacionamento em silêncio reparo que ele entra em um carro diferente do de ontem a noite, talvez este seja de Mack,assim que entro no carro começo a falar.
— Mack. — chamo sua atenção. Mas ele não fala nada. Saímos do estacionamento e entramos na estrada.
— Mack. — chamo de volta e dessa vez ele me olha.
— O que foi Emi?
— Pelo amor de Deus, me diga. O quê que vocês Rangers e militares tem um contra o outro?
— Bem que eu gostaria de te contar Emi. Mas isso não seria possível e poria ainda mais meu emprego em risco, — me lembro de ontem a noite na festa. — e a sua vida também entraria em jogo. — ele limpa a garganta. — Nunca me perdoaria se algo te acontecesse.
Fico séria e coloco minha mão em seu ombro para tentar informá-lo de que eu o entendia e que queria o bem dele assim como ele queria para mim.
Queria acabar com o clima de velório que estava dentro do veículo mas não sabia como.
— Gostou de meu carro? — me pego analisando o veículo. Um belíssimo e chamativo carro vermelho, um modelo esportivo.
— É incrível. — sorrio. — O que houve com o de ontem?
— Era de um amigo, ele já veio buscar.
— Hum...
— Emi, posso te fazer uma pergunta?
— Claro. — digo corando.
— O que você sente quando está perto de mim?
Não coro, queimo! Eu estava mais vermelha que um tomate, assim imagino, ele me olhava prestativo depois voltou a olhar para a estrada.
Eu sentia sim algo perto de Mack, algo completamente diferente do que sinto quando estou perto de Joshua, Joshua me passava tranquilidade segurança, ele era sereno e calmo.
Já Mack parecia uma tocha humana, me deixava elétrica e queimando. Ao seu lado eu era diferente, queimava.
— Iai Emi. Vai dizer?
— Oh! Bom... Eu sinto como se eu estivesse queimando. Elétrica. — digo e me arrependo.
— Sério?!
— Presta atenção na estrada! — digo corando.
— É sério mesmo?
— Sim Mack. Eu.... Incendeio-me quando estou ao seu lado. — ele diminui a velocidade e me olha fixamente nos olhos.
— Você me causa o mesmo. Estou sempre aceso ao seu lado. — ele diz próximo a mim.
Reparo que a estrada estava quase que vazia. Algumas casas do Distrito 14 ao lado, mas bem poucas, carros eram poucos talvez pelo horário.
— Emi você está gostando de mim? — engulo em seco.
— Nunca vamos chegar na casa dos Lazarus em uma velocidade como esta. — digo me afastando dele.
— Okay! Não diga, já sei a resposta mesmo. — ele diz voltando a velocidade normal.
— Ótimo.
Depois de alguns minutos percorrendo a estrada chegamos ao Distrito 13.
— Faltam 15 minutos para chegarmos ao seu destino. Assim que chegarmos te deixo lá e vou até a base. Sei a hora que devo te buscar.
— Certo.
Passando os quinze minutos ele para o carro na frente da casa dos Lazarus.
— Chegamos! — ele diz me olhando.
— É... Chegamos.
— Você vai ficar bem não é?
— Sim relaxa. Mack... Obrigado... Por tudo!
— Nada gata, cortesia da casa.
— Não, eu to falando por ter me defendido, ter deixado eu dormir na sua casa e ter me arranjado roupas. Obrigado! — digo o abraçando.
— Ou! De nada. — ele ri sem graça.
— Estou indo. — digo saindo só abraço e abrindo a porta. Mas Mack me impede e segura-me pelo braço.
— Espere Emi.
— Algum problema?
— Quer sair comigo hoje a noite? Sei lá, ir em algum restaurante? Eu quero ter pelo menos ter tentado sabe.
— É... Não tem como eu recusar né seu bobo. Eu iria adorar sair com você. — dou um beijo na bochecha dele. — Agora eu preciso ir.
— Valeu Emi! Tenha um bom dia!
— Você também Mack.
Saio do carro formigando e saltitando de felicidade. Ouço o roncar do motor do carro de Mack e aceno para ele que sai em disparada devolvendo o meu aceno.
Entro na cozinha e vou direto ao meu quarto nos fundo. Visto meu uniforme e volto para a cozinha procuro Celeste na cozinha mas não a encontro viro para trás e lá estava Joshua me fitando.
— Bom dia, Emi. — ele diz sorridente.
— Bom dia, Joshua.
— Preciso falar com você.
— Oh. Ok. — sento em um banco do balcão.
— Aqui não vamos para a biblioteca superior.
— Está bem.
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