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uspiro arrumando a mochila em minhas costas, eu consegui pegar o mínimo para pelo menos ter minhas coisinhas comigo. É uma sorte danada né, ter uma família preconceituosa que não te aceita do jeito que você é e no mesmo dia em que você faz dezoito anos, você ser expulso de casa.

Suspiro sentindo minhas mãos tremerem e olho em volta, não encontrando ninguém por perto. Abro o bolso menor da mochila e pego minha chupeta, a colocando em meus lábios rapidamente.  Sinti meu corpo relaxar e sugo o objeto rapidamente, de forma ansiosa.

— Olha só o que temos aqui, se não é uma aberração — ouço uma voz conhecida e respirei fundo sentindo meus olhos marejarem, nem terminando a escola eu me livro deles...

Ergo o olhar vendo Kate Winslet e Vance Muller, eles eram os que faziam bullying comigo no colégio, não me deixavam em paz e infernizavam minha vida.

Sinto Vance puxar meus cabelos e choraminguei alto sentindo meu couro cabeludo doer. Kate se aproxima e quando ergue a mão para me bater alguém a segura, torcendo o pulso da morena.

— Ai! Que porra...quem fez isso?! — ela reclama com lágrimas nos olhos segurando o pulso, Vance ainda mão soltava meu cabelo e isso fez lágrimas caírem dos meus olhos.

— Eu fiz e vou fazer bem pior se você não se afastar agora mesmo — olho para a mulher que havia falado isso, era uma ruiva de pele clara que rosnava para os meus dois agressores. Eu posso jurar que vi seus olhos brilharem em amarelo!

— Quem você pensa que é!? — Vance questionou e ela se aproximou dele, segurando o braço que estava em me segurando, ela o aperta e gira com uma só mão fazendo o loiro gritar.

— Alguém melhor do que você, solte-o e eu espero nunca mais ver a sua cara de merda — ela diz irritada e ele rapidamente me soltou saindo correndo junto com Kate.

Antes que eu caia no chão ela passou o braço pela minha cintura me dando apoio. Me sento no banco novamente e encarei minhas mãos meio assustado e tímido.

— Sinto muito se lhe assustei, acho que isso é seu — ela diz se ajoelhando e pegando minha chupeta que caiu no chão, encarei o bico sujo e senti lágrimas se acumularem em meus olhos.

Poxa...havia dado tanto trabalho para comprar e eu nem tinha lugar agora para lavar...

— Bigado — sussurro e ela tocou meu rosto, ergui o olhar vendo um sorriso de canto em seus lábios e um olhar frio, mas ainda sim havia um certo carinho ali.

— Disponha — ela diz e pega o celular, olhando algo nele e logo o guarda — eu tenho que ir, foi um prazer te conhcer loirinho.

— É Yago — murmuro e ela sorriu se levantando, arrumando a calça jeans preta em sua cintura.

— Yago, foi um prazer — ela diz e sai andando rapidamente, eu a perdi de vista um tempo depois.

Suspiro olhando minha chupeta e a guardo, quando tiver alguma torneira a vista eu tento lavar.

— Ela nem me disse seu nome — resmunguei com um bico nos lábios e acariciei meus cabelos, meu couro cabeludo doía muito.

— Olá — ouço uma voz e ergo a cabeça, vendo um homem alto de roupas pretas e um óculos de sol em seus olhos, me encolhi meio intimidado.