Recapitulando
— Há alguns anos atrás, todos viviam em suas casas normalmente. — Shirley diz em alto e bom som para todos ouvirem. — Não havia regras e todos faziam o que bem entendiam, — seus olhos circundam a sala, se certificando de que todos os novos membros estejam prestando atenção. — e esse foi o grande problema da humanidade.
A mulher loira e alta, —que nunca deixava de usar branco. — estalou os saltos até a fina bancada em que mantinha seu laptop.
— Por gerações e gerações, tudo o que se viam e almejava, era o conhecimento, a evolução!
Ela deu dois rápidos clics e então a tela estava cheia de diferentes quadros, todos mostrando a destruição de grandes cidades. Ela selecionou um em específico, a tela ficou branca e então apareceu um cenário muito diferente do qual vivemos hoje. Eu nem fazia ideia do que chamar aquilo, havia água caindo entre pedras enormes e uma cor em especial: verde. Cinco pessoas sorriam para a câmera, em volta muita água e mata viva, eles pareciam felizes de verdade.
Olhei em volta, Cassie olhava a imagem abismada, era a mais nova de nós, sendo apenas uma garota de quinze anos e cheia de sonhos. Ela sempre usava verde em suas pinturas escondidas que apenas mostrara a mim.
Apertei sua mão, ela mordeu os lábios e encolheu os ombros dando um pequeno aceno. Tinha entendido a mensagem, ela não podia sonhar com aquilo por mais que seus sonhos lhe mostrassem o contrário... E os meus também.
— Sim, — ela voltou a falar. — tudo o que eles queriam era seu próprio prazer. — seu tom era rude e seu olhar observava atentamente cada reação. — Eles não se importavam de estarem destruindo o nosso mundo! — ela falou mais alto prendendo a atenção de todos. — E agora, porque eles não se importaram, nós pagamos o preço da sua ignorância.
Ela mudou o cenário e agora um dos que estavam ali em meio ao verde, estava agora em uma sala com luz azul.
— Essas cenas são fortes, mas vocês devem entender o porquê de esse distrito existir e o porquê nunca devem ir até a muralha.
A muralha, ela era temida por todos, contavam histórias horríveis sobre ela e além dela. Meus pais a ajudaram a construí-la, porém ela ficou pronta e eles nunca voltaram.
Já faz dez anos.
Ela deu um pequeno clic e então o vídeo começou, um homem estava preso em uma maca, seus olhos estavam vidrados. Ao lado o homem da imagem anterior segurava uma seringa, ele disse algumas poucas coisas que não podíamos ouvir e então foi até o cara da maca. Seu corpo estava coberto de feridas e marcas horrorosas. Ele aplicou o líquido da seringa no pescoço do homem e então seus olhos se arregalaram, talvez fosse o efeito da vacina. Ele guardou a seringa, os outros dois que estavam na sala se olharam, as marcas e feridas estavam sendo curadas rapidamente. O doutor em questão pulou contente, seu remédio parecia ter dado certo.
Mas foi aí que algo inesperado aconteceu, o homem na maca literalmente explodiu deixando todos cheios de um sangue preto como nunca vi antes. Os três homens começaram a se debater, o sangue do homem corroía suas peles. Eles haviam sido infectados e agora estavam loucos.
Cassie engoliu em seco apertando minha mão, ao contrário de mim, ela nunca tinha visto aquele vídeo.
— Hoje isso é tudo o que resta da humanidade lá fora, são monstros sedentos por sangue e carne, já que as suas não são mais o bastante para os aquecer. Sim Roger? — ela disse dando oportunidade para que o garoto ruivo falasse.
— O que exatamente são essas coisas?
— Bom, eu poderia dizer que são zumbis, mas eles não são apenas isso, eles são rápidos e eles pensam, se escondem e atacam com raiva. — ela respondeu. — A sobrevivência de todo o destrito depende de vocês, — ela desligou a tela. — por isso amanhã vocês serão designados a suas funções com base em seus testes. E eu espero sinceramente que haja novos cientistas, — seus olhos pararam em mim, senti uma certa pressão neles. — tudo o que almejo encontrar, é a cura para essa terrível doença. — ela cruzou os braços. — temos que as vacinas não sejam suficiente para a poluição que está circulando nossa atmosfera.
O silêncio reinou na sala, todos a olhavam atentamente.
— Vocês são a esperança do novo mundo, tenham cuidado e sejam visionários de um novo futuro, sem doenças e igual para todos.
Ela olhou novamente em todos os pares de olhos daquela sala.
— Estão dispensados. — todos se levantaram de seus assentos indo em direção a saído ao fundo. — Cassie, — ela chamou a deixando confusa e com medo. — preciso conversar com você em particular.
— Amara...
— Tudo bem Cassie — sussurrei. — eu te espero no portão.
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