Capítulo 4
Ed voltou a andar, o trecho na sua frente já estava decorado. Nos sonhos poderia simplesmente ir, pois o máximo que poderia acontecer era o ambiente ao seu redor desaparecer. Mas com essa pressão as coisas eram diferentes, cada vez que pisava de um jeito que imaginava ser o errado seu corpo inteiro gelava, mas não tinha opção a não ser continuar.
Em determinado momento, quando não estava ouvindo nenhum som, procurou pelo cara e se surpreendeu ao vê-lo parado no mesmo lugar. Ainda olhava fixamente para frente e suas mãos estavam fechadas como se estivesse prestes a socar algo. Seu peito subia e descia com força. Ed pensou em ir com mais cautela, mas essa opção deixou de existir no momento em que o homem soltou um grito estranho e em seguida deu um salto. Quando aterrissou e nada aconteceu seu coração errou as batidas, quando ele fez de novo diminuindo ainda mais a distância Ed começou a perder as esperanças.
Ele ficou paralisado por alguns segundos então voltou a tentar não errar os pontos livres, quando já tinha alcançado uma boa distância se virou e quase caiu para trás ao ver o sujeito a um metro dele o encarando. Foi então que percebeu… o homem estava pisando nos mesmos lugares que ele, seguindo seus passos. Chegando mais perto.
O cara tentou agarrá-lo, só que Ed foi mais rápido e aproveitou para saltar mais duas vezes, o sujeito precisaria se equilibrar no lugar e dar um impulso para pular corretamente, isso o daria uma vantagem razoável.
O céu começou a escurecer e não demorou nada para que a chuva surgisse.
Os pingos d'água que acertavam o chão eram um problema. Sua visão também estava bagunçada, mas faltava poucos metros. Dali para frente precisaria de sorte, ele tentou formular um plano de onde poderia ser seguro pular e sobreviver, então escolheu o lugar e saltou no escuro. Novamente viu sua morte quando a aterrissagem não foi no lugar planejado.
Seu calcanhar doía e ao se virar viu que o homem já estava no seu ponto anterior, então se ligou que o sujeito não tinha o esperado pular. Eles tinham saltado na mesma hora e por pouco Ed não foi pego. A chave ainda estava a uns cinco metros de distância deles, mas não houve tempo para que saltasse uma nova vez porque o homem pulou até onde ele estava.
O criminoso agarrou seu pescoço com uma das mãos e com a outra desferiu golpes rápidos em seu rosto, depois de três socos ele pensou que fosse ficar cego, mas o homem não parou por aí e lhe desferiu mais um golpe em seu nariz.
Ed mal conseguia reagir, no desespero tentou agarrar o rosto do cara, ou um de seus braços, mas sua consciência já estava indo embora pelo enforcamento. Ele então fez a última coisa que veio em sua mente, enfiou uma das pernas entre as do sujeito e puxou com a força que o restava o contra pé dele para o lado. O homem se desequilibrou por causa do barro, Ed sentiu a gravidade agindo e fazendo com que o sujeito afrouxasse o aperto. O homem se abaixou para tentar evitar a queda, foi então que ele se esqueceu... Ed já estava tonto, mas o barulho da explosão só piorou tudo, seus olhos se fecharam de vez logo depois que uma onda vermelha invadiu seu rosto.
Ele não ficou muito tempo desacordado pois a friagem da chuva o fez despertar. Seu ouvido esquerdo estava sangrando e com um zumbido constante. Ed olhou para baixo vislumbrando o sangue diluído, depois para o sujeito estendido em sua frente. O corpo estava imóvel e constatou que estava morto quando conferiu a pulsação da veia do pescoço, provavelmente desmaiou pela dor e então morreu de hemorragia.
O criminoso era grande e seu corpo estava estirado em direção à porta. Como o único buraco visível era o do braço Ed supôs que não havia bombas onde ele estava caído. A distância que faltava era bem pequena, ainda cambaleando e sentindo fisgadas no ouvido ele se levantou. Primeiro pisou na perna, depois na base da coluna e por fim posicionou o pé dominante no ombro. Ed respirou fundo e se preparou para pular mesmo com o senso de espaço prejudicado pelo zumbido insistente. A chave estava bem na frente, a porta também. Mas a chuva fazia parecer mais longe. Ele ajeitou as forças, respirou de novo, e olhou fixamente para o lugar.
Então pulou.
Embaixo da chave havia uma espécie de ressalto. O plano dele não era cair ali em cima, mas já que havia acontecido, resolveu não arriscar em descer.
Ele pegou a chave de ferro e abriu a porta, quando o fez caiu de joelhos devido ao cansaço, depois se arrastou para frente, deitou a cabeça em cima da sua mochila e enfiou a mão no bolso menor para pegar seu telefone.
Ed discou o número da polícia, disse o nome da rua e então apagou.
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