Capítulo 36 - Casa Dos Clarke


London Narrando

- Mas gente, se essa esfera é algo tão precioso e delicado assim, por que diachos fica em um lugar tão exposto?

Marnie e Jun trocam um olhar rápido.

- Simples, para mostrar confiança.- Marnie respondeu. - Nunca houve uma guerra entre os cinco grande Impérios. O fato histórico mais marcante registrado é o massacre no reino das Estrelas..

- Que até hoje procuram saber dos responsáveis..

- Não é só Valaurea que possui um instrumento assim. Os outros três Impérios também deixam os seus expostos de certo modo para mostrar que todos confiam em todos. O que não tem problema já que nenhum desses instrumentos jamais sofreram algo. - Marnie continuou.

- Incrível. - Falei. - Aureatus devia ser um dos continentes do mundo humano, seus países seriam um ótimo exemplo para o resto do planeta.

- Se isso acontecesse, haveria guerras. O restante do mundo se voltaria ao continente. Poder é tudo o que o homem quer. Quanto mais, melhor.. - Jun Kyung sussurrou abaixando a cabeça.

Suas palavras me fizeram refletir por um momento. Ele tinha razão. Os Senhores eram conhecidos por serem humanos evoluídos, abençoados pela natureza com diferentes dons, maduros o suficiente para ter em mente que violência não era a única alternativa para resolver problemas.

Nosso elevador chegou. Tenho que dizer que meu coração deu pulos quando deixei a terra firme para pisar em solo móvel. Marnie segurou minha mão nesse exato momento, acho que ela podia ver o medo em meus olhos. Ao dar um de seus sorrisos mais gentis, acabei por retribuir do mesmo modo e me juntar a ela, Jun e outros ali.

  O espaço era amplo, não havia muitas chances de alguém cair, ainda mais por todos estarem mais perto do centro junto a um Senhor Elementar com roupas que mais pareciam da época medieval. Galhos quase negros deixaram o solo e foram subindo até se encontrarem ao topo se enrolando. A sensação era de estar numa jaula que subia gentilmente pelos céus.

- Venham. - Marnie disse para mim e Jun me puxando pela mão.

Paramos diante dos galhos que cercavam o espaço. Não havia como cair, o que me deixava mais calma, calma o suficiente para aproveitar a vista.

A medida que subíamos, terras e terras passavam por nossa vista. Eu tentava ver o máximo possível de cada uma. As árvores diversas, os comércios, as fabricas.. era tudo muito bonito, muito surreal. Tudo muito brilhante com ouro em detalhes para todos os lados.

- Olha só. - Jun Kyung apontou para longe. - Achamos os exibidos de antes.

  E lá estavam eles, dois homens apenas de calças largas em cantos opostos de um tipo de campo com gramado bem cortado e arcos para todos os lados de diversos tamanhos.

- Estão treinando. - Marnie disse enquanto avistávamos os dragões de fogo e água aparecendo do lado de cada um e logo depois atravessando os arcos.

Flashs da noite em que estava prestes a entrar na escola vieram a mente. Liam estava perto quando vi Senhores se juntarem e brincarem com as chamas no ar formando uma fênix. Olhando agora o que estava a minha frente, era possível entender que os homens daquela noite eram apenas jovens Senhores que deviam ter acabado de se formar e estavam se divertindo juntos reunindo seus poderes. Esses dois não, esses dois eram mais poderosos, mais velhos apesar dos rostos eternamente jovens, eram mais experientes.

- Se eu pudesse escolher qual dos cinco Impérios pudesse pertencer, eu com certeza escolheria esse. - Sussurrou Marnie.

Eu a encarei pelo canto dos olhos. Ela estava tão maravilhada com a cena quanto eu. Dava para ver o desejo em seus olhos.

- Você sabia, London? - Perguntou num sussurro para que apenas Jun e eu a escutássemos. -A grande maioria dos Senhores Elementares acredita que dos cinco grandes Impérios, pertencem ao mais fraco.

- Isso é sério? - Perguntei surpresa com o que ouvi. Bufei logo em seguida. - Que.. ridículo..

Marnie deu de ombros parecendo triste pelo fato.

O elevador parou e uma pequena abertura do outro lado do espaço foi feita entre os troncos para que assim alguns Senhores passassem e deixassem o local.

- Nós saímos na próxima. - Jun Kyung avisou.

E assim foi. Quando paramos novamente havia um lote de terra extremamente grande a nossa frente.

- Propriedade dos Clarke. - Alguém anunciou atrás de nós enquanto os galhos se moviam para liberar a passagem.

Meus pés tocaram o solo com meus amigos logo atrás de mim.

E mais uma vez eu me perdia observando cada pequeno detalhe. Havia dois portões dourados altos à nossa frente, muros de mesma cor e mesmo tamanho cercando o lugar, galhos e folhas brancas de árvores trasbordando e caindo em ramos por todos os lados. Mais a dentro havia  uma imensa trilha de pedras douradas que se limitavam até uma mansão branca com mais detalhes dourados e roseiras vermelhas se alastrando por algumas poucas paredes e pilares.

- Por acaso Cristian é filho de alguma barão, duque ou sei lá o que e não estou sabendo? - Perguntei tentando encontrar uma explicação para tamanha riqueza presente naquele lugar. Eu sabia que cada detalhe dourado era puro ouro, pois uma das maiores características de Valaurea era justamente essa. Em qualquer canto daquele lugar, era possível encontrar nem que fosse uma pequena pedra de ouro. Por isso Valaurea tinha esse nome cujo significado era nada mais do que vale dourado.

- Até onde eu sei não, viu. - Escutei o próprio Cristian dizer me dando um pequeno susto.

Ao me virar, o encontrei sorrindo para mim passando a mão nos cabelos quase em completo verde. Lily estava ao seu lado colocando as mãos nos bolsos. Ela usava óculos escuros e parecia estar olhando em volta.

- Mas somos grandes prestadores de serviços a nossas majestades e assim somos bem recompensados..

- Eu acho que eu vou mandar meu currículo para as majestades depois dessa.. - Lily disse.

Todos rimos.

E lá estava o restante chegando logo em seguida. Henry e os outros dois apareceram num dos elevadores e juntaram se a nós.

- Atrasados. - Lily disse olhando em seu relógio.

- Meio minuto. - Lyra disse. - E isso porque um saco de trigo rasgou quando um cara estava prestes a sair e um Senhor da Mente teve que ajudá lo.

- Ele era um telecinético? - Kyung perguntou parecendo curioso.

Lyra assentiu com a cabeça.

- Uau. Incrível.

- Desculpa interromper.. - Lily disse tirando sua mochila das costas. - Mas é que isso aqui está pesando demais..

- Nem me fale.. - Disse Marnie tirando a sua e a colocando no chão encostada em suas pernas.

- Também, né.. vocês mulheres põem um dez quilos de roupas dentro das mochilas. - Carl disse cruzando os braços.

- Não é só roupa, amigo. - Lyra disse dando uns tapinhas em sua mochila. - A gente traz tudo o que pode se precisar para uma emergência..

- Que tipo de emergência? - Carl perguntou lhe.

- Do tipo se precisar matar alguém com uma faca ou um canivete..

Todos rimos.

- Exatamente. - Lily concordou. -Agora nos convide logo para entrar, Cris.

  Cristian riu.

- Okay, okay. Vamos. - E com isso, ele se pôs de frente aos portões que se abriram por imediato liberando a passagem.

- Ela está brincando, não é? - Carl perguntou a Henry. - Ela não iria carregar uma faca ou algo do tipo, não é?

Henry o encarou e deu de ombros. Eu reprimi um riso ao ver a mistura de expressões de susto e medo que tomou conta do rosto de Carl.

Nós entramos em silêncio, admirando tudo a nossa volta, desde uma fonte de tamanho e detalhes exagerados com um anjo no centro, até um campo de tênis do lado oposto.

  Agora, diante das portas da humilde casa dos Clarke, Cristian abriu o local e nos deu espaço para passar.

- Nossa. - Falei achando o interior do lugar ainda mais bonito do que o lado de fora.

- Mãe! - Cristian disse alto.

Dois empregados, dois Minus pelo que acredito, se aproximaram e pegaram nossos pertences levando os para cima.

- Obrigada - ageadeci a um. Ele me deu um pequeno aceno com a cabeça e se afastou com o outro.

Estávamos diante de um salão e aberturas para o segundo andar, com mais detalhes em ouro, pilares encorpados pelos cantos e uma escada extremamente exagerada que se abria como um "A" até o chão com a ausência de balaustradas ou qualquer outro tipo de corrimão ao longo.

- Chegaram, finalmente! - Disse uma mulher magra, alta, de cabelos extremamente verdes ondulados e pele amarelada muito bonita aparecendo no alto da escada e começando a descer por ali.

Cristian caminhou entre nós com um enorme sorriso e foi abraçá la. Era sua mãe, pelo jeito. Ele estava muito feliz. Deu lhe um beijo na testa e desceu os degraus restantes junto a ela.

- Gente, essa é Ema Clarke. A mulher mais chata que conheço. Também conhecida como minha mãe.
 
Todos sorrimos.

- Olá a todos. - Ela disse dando nos um belo sorriso. Seus olhos passavam com calma por um a um ali. No momento em que chegaram a mim, disse: - É um prazer finalmente conhecê los.

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Em relação a Aureatus, eles chamam de Cidades com C maiúsculo pq seria o mesmo que a gente vê em história quando o povo fala de Estado com E maiúsculo, ou seja, as cidades são países. Auteatus é um continente localizado em outra dimensão. - Só caso ainda tenham dúvidas.

Eu acabei de terminar esse. To desde tarde escrevendo. Às vezes termino rápido como hoje, às vezes demoro dias, isso pq depende muito do fato se já tenho o cap todo em mente com seus detalhes ou só por cima.. por isso a demora.

Acreditem, eles só conversaram, subiram e chegaram a casa e isso já deu um cap todo no meu bloco, eu to besta kkkk mas pelo menos organizo com mais calma as informações para o próximo.

No próximo eu ponho indicações de livros.

Bjss ❤

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