Capítulo 8 - A Mensagem


Narrador - Segunda feira, 28 de maio

Dália sorria para o espelho enquanto duas mulheres com alfinetes arrumavam detalhes do vestido que essa usava.

Alguém bateu na porta.

- Posso? - Era a voz de Cyan

- É claro. - Ela disse.

- É um belo vestido. - Ele disse assim que a viu. - E fica mais belo ainda em você.

Dália sorriu para ele com graça.

- É para o baile da futura rainha de Lúminas. - Disse ela se encarando no espelho mais uma vez. - Quero que sua majestade tenha uma primeira boa impressão de mim.

- Não se preocupe, - Cyan foi rápido em dizer. - De você, qualquer um tem só a melhor das impressões.

Dália o encarou em silêncio depois de tais palavras. Alguns segundos depois, ela dispensou as duas costureiras, ficando em seu quarto sozinha com seu irmão.

- Muito bom, Cyan. - Dália estava satisfeita com o que ouvira. - É assim que eu quero que seja quando a conhecer. - E o encarou séria. - Não se esqueça, é essencial que ela vá com a sua cara para que o plano dê certo.

Cyan levantou uma sobrancelha.

- Você sabe que isso não vai dar certo, não sabe? - Ele perguntou.

Dália lhe deu um meio sorriso e o puxou para perto de si, o colocando de frente para o espelho.

- Olhe para si, irmão. - Disse baixo o encarando pelo espelho. - Olhe esse cabelo verde azulado, esses olhos violetas, essa beleza que se apresenta por si só. - Cyan a encarou pelo canto do olho. - Que mulher não se rende a você?

- O tipo de mulher como aquela na TV ontem. - Ele respondeu rapidamente. - Dá pra ver pelo jeito como ela fala, que o interesse da mesma é focado em Lúminas. - Ele então se virou para a irmã. - E ela não vai deixar que nada, nem ninguém a atrapalhe.

- Nós não vamos atrapalhar ela. - Dália foi rápida em corrigi lo. - Nós apenas vamos.. - Ela pareceu pensativa. - Sondá la mais de perto para sabermos de qual lado ficar caso... - Ela arrumou a gola da blusa branca de algodão que Cyan usava, depois o encarou. - caso Aureatus esteja no fim de seus tempos de paz.

- Não acho que seja o caso. Agora a pouco, chegou o mensageiro oficial de Lumbras. - Informou. A feição de Dália foi tomada pela curiosidade. - A coroação será na quarta. E a princesa luminiana foi convidada.

- Que interessante. - Disse Dália pensativa. De repente, ela sorriu. - Pois bem, parece que terei de fazer dois vestidos, no fim das contas.

Cyan revirou os olhos.

- Céus, Dália. - Disse já saindo do quarto.

Ela sorriu antes que ele fechasse a porta.

Era uma segunda ensolarada em Aureatus, o sol entrava entre os espaços das colunas dos corredores abertos.

A luz brilhante do dia tocava e se mantinha em Cyan enquanto ele caminhava por aquela parte.

Sua mente focou no rosto que vira há dois dias, por um momento. Mesmo que fosse por uma tela, aqueles olhos azuis escuros eram intensos ao ponto de intrigar quem os encarasse.

Cyan esfregou um lábio no outro e balançou a cabeça ligeiramente como se tentasse afastar aquela imagem de sua mente.

                          -*-

  O céu era tão belo naquele dia, que foi impossível não notar o vulto preto que voou em direção ao castelo atravessando todo o lado norte de Lúminas.

O alarme foi soado, guardas corriam por toda parte, alguns já armavam deixando seus poderes à vista.

Tamuz ensinava London uma das várias danças que fariam na noite de seu baile.

Ambos pararam ao ouvir os gritos de ordens aqui e ali.

- O que está acontecendo? - London perguntou.

- Acho que estão tentando invadir o castelo. - Tamuz respondeu olhando em direção a uma grande janela aberta que havia no salão.

Segundos mais tarde, a mesma janela se tornou portal para o vulto adentrar no espaço. Tamuz se colocou em frente à London e recuou passos junto a ela.

O vulto, depois de pousar, se tornou uma nuvem negra que foi se desfazendo até uma figura de vestido negro comprido tomar forma. Era uma mulher de cabelos negros que chegavam à cintura, de pele pálida e olhos tão escuros quanto a noite. Muito bela, ela era, porém, sua imagem também era medonha.

Os olhos da criatura se fixaram em London, assim como o da jovem à mesma.

Houve um estrondo vindo da entrada, as portas haviam sido arreganhadas e guardas entravam e se colocavam num envolta dos dois luminianos.

- Quem é você? - Perguntou London mais curiosa do que temerosa.

Silêncio.

- O que quer, criatura sem vida? - Tamuz perguntou com farpas em seu tom de voz.

A criatura nem sequer passou os olhos sobre ele.

- Eu sou a mensageira real de Lumbras. - Disse a figura com uma voz que parecia composta por mil outras vozes. - Vim a sua majestade entregar uma mensagem.

- Veio a mando de Henry? - London perguntou lhe saindo de trás de Tamuz.

A figura assentiu com a cabeça.

Aurora havia acabado de entrar no salão até então, ela chegou a ouvir a pegunta de London. Ficou em silêncio num canto esperando pelo que a criatura tinha a dizer.

A criatura encarou London dos pés a cabeça como se a analisá se antes de começar. Ela levantou a mão um segundo mais tarde e a abriu deixando a palma para cima. Havia uma pequena coroa ali, era cinza como as nuvens carregadas de um dia chuvoso, com pedras brilhantes de rubi. A coroa flutuava em sua mão.

- Daqui a dois dias, a luz da lua se apagará e o novo rei de Lumbras no trono se sentará. - Sua voz estava trazendo arrepios a London, assim como seus olhos da cor do breu que insistiam em encará la. - Sua majestade está sendo convidada para presenciar este momento. E como segue a tradição, as famílias de Grão Duques de cada reino também são convidadas. - A mulher então encarou Tamuz por um momento. - Além de um convidado especial de cada majestade.

Houve mais silêncio. London não achava que Henry subisse ao trono tão cedo.

- Obrigada pela mensagem. - A garota disse, interrompendo o som do silêncio e chamando a atenção de Tamuz e Aurora.- Peço que diga a sua majestade que irei de comparecer a cerimônia.

- Tem certeza? - Aurora foi rápida em perguntar. Ela chamou a atenção da mensageira. - É perigoso ir para um lugar cujo aqueles que um dia viveram, já desejaram nosso mal.

A mulher sorriu para Aurora diante de suas palavras, era outro sorriso medonho.

London encarou Aurora.

- Se eu for, mostro que não tenho medo algum deles, como creio que muitos lumbrianos acham que temos. - A jovem respondeu com firmeza.

A mensageira voltou seus olhos para London. Havia curiosidade ali.

- Pois bem, - Disse a mulher. - eu passarei suas palavras a diante. - E com isso se curvou para London de modo respeitoso. Seus olhos se dirigiram para Tamuz logo em seguida. - Antes de ir... - Ela sorriu daquele mesmo modo. - O tempo foi muito cruel para vocês, não é mesmo? - E soltou um leve riso. - Ao ponto de não conseguirem diferenciar um mensageiro de um ataque... - Riu uma última vez e se desmanchou em sombras, logo em seguida partindo para longe.

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Faltam 3 trabalhos ainda, um entrega amanhã, os outros dois segunda e terça, e aí termina meu ano na faculdade e posso escrever em paz. Falta pouco, gente.

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