Capítulo 30 - Em Alerta
Narrador - 10 de Junho, domingo.
Os olhos de London tremeram enquanto ela despertava, podia sentir o sol que vinha da fresta das cortinas tocando suas pálpebras móveis.
Os olhos azuis escuros se abriram e se clarearam levemente ao se acostumarem com a iluminação do ambiente.
Ela se sentou em sua cama de imediato e olhou para seu corpo. Seu vestido da noite anterior ainda estava lá junto com os flashes que começaram a invadir sua mente.
Ela lembrou da luz, do feitiço que jogou por toda a Lúminas, de perder suas forças e se ferir, do chão frio ao qual caiu fraca.
Alguém a tinha trazido até ali, alguém tinha cuidado de seu braço que agora que ela olhava, estava completamente curado, com uma finíssima cicatriz que mal se notava.
London suspirou meio confusa, mas assentindo pra si mesma procurando lembrar que tudo estava bem no fim das contas.
Ao entrar no banheiro privado, se despiu e tomou um banho rápido, voltou para o quarto, onde pegou uma calça azul quase preta jeans, botas de mesma cor e uma blusa de renda branca que cobria os braços com mangas longas, mas deixava o colo e os ombros a amostra.
— Okay. — Disse pra si mesma na frente do espelho. — Pareço gente agora.
Mas seu cabelo ainda estava molhado, o que a fez bufar. Secou o máximo que pôde os fios na toalha úmida e dividiu o cabelo ao meio. "Vai secar logo. " Concluiu vendo todo aquele azul entre o marinho e o celestial.
Ali no espelho, ela viu o anel brilhar em sua mão, o que a fez encarar q joia diretamente.
— E agora pra conseguirmos casar depois do que houve na noite passada? — Ela perguntou para a joia como se perguntasse para um certo lumbriano.
Alguém bateu na porta do quarto fazendo com que London levasse um breve susto e seus devaneios fossem levados para longe.
— Ah, vejo que está acordada. — Disse Órion abrindo um sorriso enorme ao ver a princesa já desperta e bem. — Deu-nos um susto na noite passada, majestade.
— Lúminas está bem, não é? — Ela perguntou voltando a se encarar no espelho. — É isso o que importa.
— Sua saúde também é importante, London. — Órion disse com preocupação sendo carregada em sua voz.
Ele viu o reflexo de London dar um pequeno sorriso para ele antes dela se virar e encara-lo diretamente. London passou pela porta e começou a caminhar pelos corredores do andar enquanto Órion se colocava ao seu lado deixando-se um passo mais atrás para um modo silencioso de mostrar sua inferioridade perante a princesa.
— E então? — London perguntou dando passos largos. — Qual a fofoca de hoje?
— Tamuz foi comprar o jornal para sabermos mais, porém, o que eu já ouvi por aí é que o baile deu muito o que falar. E não foi só por causa daquela coisa...
Uma sobrancelha azul de London se ergueu enquanto eles começavam a descer o primeiro lance das grandes escadas do salão principal.
— Agora estou curiosa. — Ela admitiu com um sorriso no rosto.
— Ah, vossa majestade acordou. Ótimo. — Disse Aurora aparecendo ao fim de um dos corredores do térreo e vindo em direção aos pés da larga escada central. — A senhorita virou notícia em tudo qualquer lugar, sabia?
Uma sobrancelha minha se levantou.
— Por causa do feitiço? — Ela perguntou já imaginando o motivo.
Órion esboçou um sorriso que deixava a entender que tinha algo mais.
— Acho que ela não tem ideia do tamanho do feitiço que ela fez. — Uma voz que soou familiar chamou a atenção de London. Logo ela viu ele vir pelo mesmo caminho de Aurora com o olhar fixo em si. — Alteza. — Disse Cyan acenando com a cabeça para London como uma espécie de reverência.
— Foi o suficiente para livrar Mercúrio dos "filhotes" daquela coisa, não? — London lhe perguntou.
— Era o seu intuito, mas aquela magia foi capaz de alcançar toda a Lúminas, até mesmo uma pequena parte do centro de Aureatus. — O valaureano disse.
— A que devo a visita? — London perguntou ao príncipe enquanto procurava mudar de assunto.
Cyan ergueu uma sobrancelha.
— Não me ouviu uma sequer vez das que falei para que se acalmasse enquanto sua alteza estava quase tendo um treco com a própria energia?
— Ah, desculpa, eu estava um pouco inconsciente. Não ouvi muita coisa. — Disse London com um pouco de sarcasmo na voz. — Mas bem, acho que devo um obrigada a sua alteza.
Cyan sorriu sem mostrar os dentes.
— Pode me agradecer me convidando para um café da manhã. Estou um pouco faminto depois de cuidar de alguém a noite toda. — Disse mantendo seu sorriso.
London sorriu do mesmo modo.
— Vamos para a mesa, então. — Ela disse já começando a caminhar em direção a grande sala onde estava posta a mesa real de refeições.
Todos ali a seguiram, se sentaram em lugares próximos a mesma que se sentou na ponta e esperaram até London começar a pegar algo na mesa para comer.
— Que horas são? — Ela perguntou logo depois de pegar uma fatia de pão caseiro já cortado num recipiente.
— Já passa das oito. — Órion disse enquanto colocava algumas fatias de queijo prata em seu pão.
— Está cedo ainda, menos mal. — Ela disse olhando para a fatia de pão em sua mão que logo largou e trocou por uma taça com suco de laranja natural.
— Vossa alteza deseja ir em algum lugar? — Órion perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas fartas. — Posso fazer os preparativos para a viagem, porém, devo alertá-la que acabou de sair de uma noite conturbada, onde acabou ferida e precisou de muita força pra ajudar no processo de cura. — Ele se apressou em lembrar.
— Estou bem agora. — London disse calmamente encarando seu servo.
— Devo alertá-la também, e como um curandeiro, que foi difícil estabilizar seus excessos e quedas de energia interna durante a madrugada. Pode acontecer de haver mais algum sinal dessas complicações. — Cyan se pronunciou atraindo a atenção da princesa. — Nada muito intenso ao ponto de torná-la inconsciente, mas pode lhe deixar atordoada por alguns minutos.
London não gostou do que ouviu, depois do que aconteceu no lado de fora do castelo na noite anterior, ela pensava que uma visita a certas terras seria interessante, porém, seus planos re estavam ameaçados. Não seria bom correr o risco de ficar vulnerável em território hostil, mesmo que por poucos minutos.
— Obrigada por me avisar. — Ela disse com um pequeno sorriso forçado para o belo príncipe.
— Vejo que está viva. — Ela ouviu a foz feminina invadir o ambiente. Era Aurora entrando na sala com Tamuz logo atrás de si segurando um jornal com uma mão ao lado do corpo. — Ótimo, assim pode responder as dez mil chamadas de filho do Grão-duque e da sua melhor amiga, Alteza. Depois de ligarem para o seu celular sei lá quantas vezes, acabaram por ligar no meu — Ela se colocou no lado de London que estava livre, no qual lhe pertencia. — Falei que estava tudo bem, que já estava em seu sono, mas...
— Jun e Marnie ligaram? — London pediu uma confirmação do que havia ouvido. — Esqueci de olhar o celular...
— Ela bufou.
— Aqui. — Tamuz entregou-lhe o jornal antes de se sentar em seu devido lugar.
London olhou para a manchete na capa e lá estava um grande "A princesa luminiana salva Lúminas e surpreende a todos com o tamanho de seu poder." estampado no título.
— Bem chamativo. — London disse olhando para aquilo.
— Tem mais notícias como essa por toda a internet. — Tamuz lhe informou. — Está todo mundo comentando por aí. Lúminas está em festa pela pequena vitória de ontem.
London não pôde deixar de sorrir ao ouvir tais palavras, não pelas fofocas, mas sim pela felicidade de seus súditos.
— Fico feliz pela felicidade do nosso povo. — Ela deixou-se sorrir mais.
— Meus parabéns. — Cyan fixou seu olhar na luminiana mais uma vez. — Por sua pequena conquista. — Foi rápido em complementar. — Está ganhando a confiança de seu povo muito rápido com coisas como esta.
— Desculpe-me pela ousadia, sua Alteza de Valaurea, — Órion se intrometeu. — Mas, a princesa já tem nossa confiança desde que aceitou reacender Lúminas na noite em que voltamos. Só ela podia trazer de volta a vida nossas terras, e ela o fez de bom grado. Temos muito a agradecer a ela desde então.
Tinha soado um pouco puxa saco tais palavras, mas Órion tinha razão no que dizia. London nem sabia que era uma líder até pouco tempo, teve que abandonar sua vida para assumir o trono e cuidar do povo que precisava de alguém para os governar novamente. Aquilo era um grande sacrifício que lhe traria grandes responsabilidades.
-*-
A manhã estava linda do lado de fora, ali na parte mais ao sul do jardim, onde a criatura da noite anterior não tinha tocado, London e Cyan caminhavam lado a lado. O chão de pedras possuía muitos vasos e algumas árvores finas que estavam florescendo. Era um belo lugar para se ter uma conversa calma.
— Devo-lhe uma por seus serviços prestados a Lúminas na última noite, príncipe. — London disse. — Se há algo que precise, pode me dizer e o farei de bom grado.
Cyan deixou um esboço de sorriso escapar, esboço esse percebido por London.
— Prefiro que me chame por Cyan, se não se importar. — Ele pediu olhando para ela algumas vezes enquanto iam em direção a uma enorme fonte. — E bem, há algo que desejo, mas creio que esse anel em seu dedo me mostre que estou impossibilitado de obter.
A princesa não pôde deixar de esboçar outro sorriso como resposta ao que ouviu ali.
— Então sabe do meu noivado. — Ela disse em voz alta o óbvio.
— Aposto que todo mundo percebeu o anel e os olhares de vocês dois na festa ontem. — Ele lhe avisou.
— Que bom, assim podem se preparar para a cerimônia que logo pretendemos realizar pra poder eliminar de vez qualquer ideia que qualquer um possa ter pra poder prejudicar algum dos reinos.
Ao ouvir tais palavras, Cyan parou e encarou London com a face séria.
— Entendo que queiram evitar qualquer futuro problema que o reinos de vocês dois possam ter um com o outro, mas London... — Ele olhou a sua volta como se estivesse verificando se havia alguém por perto. — Em qualquer um dos cinco reinos tem rebeldes. Esses rebeldes, caso não saiba, são indivíduos que querem prejudicar a coroa, e fazem qualquer coisa para que isso seja possível, até mesmo prejudicar o reino no meio do caminho. Há alguém no reino de Lumbras que não gosta da união do reino das Estrelas com o das Trevas, deu pra perceber bem isso ontem.
— Eu percebi isso, acho que todo mundo percebeu, aliás. — London disse se referindo as suas últimas palavras.
— Se percebeu, então deve agir o mais rápido possível para evitar mais ameaças ao seu reino como a que vimos ontem.
— E eu vou, vou ao me casar com Henry. Com nossa aliança formal, os dois reinos terão de se aceitar. Talvez não tão rápido, mas ao menos essa tensão que um tem pelo outro vai abaixar.
Cyan não pôde deixar de rir, mesmo que sem achar graça daquilo.
— Você entende que quem está contra você e seu reino, tentou atacar a sua casa ontem, o ponto mais forte e mais fraco de Lúminas que é onde fica a herdeira dessas terras? — Ele disse baixo e até com um leve tom ríspido. — Aquela coisa ontem não foi um aviso, até porque provavelmente nem sabiam das intenções de vocês de se casarem, mas sim uma ameaça.
Foi involuntário o passo que London deu para trás ao ouvir o homem a sua frente. Cyan estava certo.
O homem suspirou como se tentasse manter a calma perante a tudo o que disse. Ele engoliu em seco e a fitou com um olhar mais leve.
— Não estou dizendo para não se casar, mas sugiro que antes de marcar a data da cerimônia de união, que você descubra quem está por trás do que aconteceu ontem. Saber quem é seu real inimigo é muito importante quando se entra no território dele.
-*-
Depois da conversa tensa, Cyan se despediu de London e seguiu seu caminho de retorno à Valaurea. London entrou no castelo e se dirigiu aos seus aposentos onde se permitiu refletir um pouco sobre a situação.
O príncipe de Valaurea estava certo no que dizia. Casar agora poderia atrair ainda mais a ira de quem quer que estivesse armando contra Lúminas. Ela tinha que pensar em algo a se fazer, algo para descobrir quem tinha armado aquilo.
London suspirou se jogando na cama.
— É sério que eu vou ter que dar uma de mãe e te obrigar a comer algo, London? — Aurora disse entrando no quarto sem nem sequer se dar ao trabalho de bater na porta.
— É sério que eu vou ter que dar uma de princesa e te castigar por estar querendo me obrigar a fazer algo que não quero? — London retrucou olhando para o teto.
Aurora bufou.
— Você não comeu nada no café da manhã, só tomou aquele suco, já são duas da tarde e você não almoçou ainda. Daqui a pouco desmaia por aí e vem dizer que não sabe o porquê.
London suspirou ao ouvir a mulher.
— Acha que tem algum idiota por aí realmente armando para que Lúminas não consiga se reerguer totalmente? — A jovem princesa perguntou de repente.
Aurora ficou em silêncio por um minuto. Isso fez London virar a cabeça para encará-la.
— Sim. — Aurora disse por fim.
London assentiu devagar às suas palavras.
— Pois bem, que tente. — London disse calmamente. — Estou ansiosa para descobrir quem é o imbecil e acabar com ele.
Aurora teria sorrido com o que ouviu em outras ocasiões, mas ali, vendo a feição desafiadora de London, ela tinha medo, medo pelo o que a jovem estava disposta a enfrentar.
— London? — Ouviram a voz de Órion vindo do corredor e logo em seguida ele entrou no quarto com uma cara séria.
— O que foi? — Ela perguntou estranhando aquele semblante que raramente tocava a face do belo homem.
— Tem alguém na entrada do castelo pedindo para vê-la.
— Quem? — London perguntou estranhando a visita repentina.
-*-
— Eu admito que estou intrigada com a sua visita, Miranda. — London disse se sentando em um sofá na sala de visitas e fazendo sinal para a lumbriana se sentar também.
— Obrigada, alteza. — Agradeceu a morena que tinha tons de ruivo no alto da cabeça. Ela parecia nervosa. — Eu... Me desculpe ter vindo assim do nada, eu sei que deve estar muito ocupada... Eu...
Aurora que estava de pé observando tudo aquilo em silêncio com a única obrigação de estar naquela sala junto às duas para proteger London, estava estranhando tanto quanto a princesa aquele comportamento. Ela foi gentil e rapidamente encheu uma xícara com chá morno que um empregado tinha acabado de por em cima da mesa de centro, e deu para a menina.
— Obrigada. — Miranda sussurrou pegando a xícara. Suas mãos tremiam. Ela tomou alguns goles da bebida e respirou fundo.
— Tenha calma. — London disse. — Estou com tempo de sobra, então quando estiver pronta, você pode começar.
Miranda assentiu. Ela engoliu em seco e encarou London nos olhos.
— Creio que tem em mente que há Senhores por aí que não querem Lúminas voltando ao seu lugar novamente, sim? — Ela perguntou baixinho.
London assentiu com a cabeça.
— Já tinha percebido isso, mas se eu ainda tinha alguma dúvida, ontem com aquela coisa, eu tive certeza.
— Aquela coisa pertence a Lumbras. — Miranda lhe informou. Sua voz era doce, mesmo que ainda estivesse tensa. — Para que ela apareça, precisa ser invocada, é tipo um demônio. Alguém a invocou faz alguns milênios e ela foi devidamente presa. — Miranda colocou a xícara de volta na mesa. — E alguém a soltou no baile de ontem.
— E você sabe quem soltou, certo? — London presumiu.
— Quem soltou e quem mandou soltar.
Aurora arfou baixinho ali no canto que se encontrava. Eram dois nomes, então. E haviam dois homens naquela noite nos corredores. Ela já sabia a resposta.
— E quer algo para possa me dar a informação? — London presumiu novamente se arrumando em seu assento.
Miranda negou com a cabeça.
— Não vim fazer uma chantagem, Alteza. — Ela foi rápida em deixar claro. — Eu preciso de um favor sim, mas independentemente da sua aceitação em faze-lo ou não, eu ainda lhes direi os nomes.
— Está tão disposta a me dar os nomes, como posso acreditar que o que me dirá é verdade ou apenas está tentando me enganar para que eu me oponha a alguém e gere algum problema para eu e meu reino? — Era uma boa pergunta, pois parando para pensar, uma garota de um reino próximo com ligação hostil vinha à porta da princesa de Lúminas e lhe entregara de bandeja nomes que fariam os planos dessa mudarem de rumo.
— Porque eu me importo com o povo no qual faço parte. Eu não quero guerra e acredito que não é o que queira também. — Miranda disse baixo. — O povo não deve sofrer por problemas que se referem apenas aos da realeza.
London não encontrou nenhum traço de mentira nos olhos diferentes da jovem. Fazia sentido o que ela lhe havia dito.
— Eu não quero que os povos sofram também. — London disse calmamente.
Miranda respirou fundo. Ela estava pronta, pronta pra entregar aquele que amava?
— Sua alteza, eu lhe dizendo os nomes... O que fará?
— Não os irei atacar se é isso o que está imaginando. Você é minha única prova de que foram tais indivíduos que atacaram meu reino ontem, eu não posso fazer algo realmente grande. Fora que duvido que sejam só esses dois que você tem pra me dizer que estão contra o meu reino. Preciso saber mais antes de realmente agir.
Miranda assentiu.
— Tudo bem. — Ela disse tensa. — Lúcius foi quem deixou o monstro solto dentro do seu castelo e... — Ela engoliu em seco. — Louis foi o mandante do ato.
De algum modo, London não se surpreendeu com o que ouviu.
— O príncipe que protege, não é? — London perguntou se referindo a identidade de Louis. — O irmão mais novo de Henry.
Miranda assentiu.
— Eu não acho que ele seja ruim, ele só... — E então London viu os olhos de Miranda marejarem. — Ele só tem medo que os luminianos façam algo por causa do que houve no passado, que se vinguem...
London suspirou.
— E por isso agiu feito um idiota. Não é atoa que Henry é o rei, não ele. — London alterou-se brevemente. Ela respirou fundo e então encarou Miranda mais uma vez. — Bem, não fique preocupada. Eu não vou fazer algo contra o garoto, percebo seus sentimentos quanto a ele. E quanto a Lúcius, também não quero intriga enquanto Lúminas não estiver em seu topo novamente. Por agora, eu vou me manter atenta.
Miranda assentiu com um pequeno sorriso que mais parecia de gratidão pelo o que ouviu ali.
— Ah, antes que eu me esqueça... — London disse atraindo a atenção da garota mais uma vez. — Qual era o favor que gostaria que eu fizesse?
Com aquela pergunta, o ambiente que tinha ficado mais agradável agora estava tenso novamente.
— Anh... Eu... — Miranda respirou fundo. — Eu preciso saber se pode me ajudar a me refugiar em algum lugar... — Ela disse se encolhendo no sofá que estava.
— Está com medo que Louis descubra? Ele não vai, eu não o deixarei saber...
— Não é isso, é... — Miranda parecia assustada, com medo. — Eu tenho medo da reação de Louis, mas... — Ela se levantou devagar. — É por outra coisa. — E assim, ela se colocou de costas para London e quase de frente para Aurora que estava tão confusa quanto a outra luminiana.
Miranda suspirou e abaixou a cabeça, assim olhando para o chão, puxou seus cabelos negros cacheados para cima e deixou a parte de baixo das madeixas a amostra. Ali, ali mesmo, bem escondidos estavam algumas mechas fininhas de cabelo em tons de azul escuro.
Miranda deixou o cabelo cair de volta às costas segundos depois e se virou para London que a encarava com surpresa em seu semblante.
— Como pode ver... — Miranda disse com a voz quase falhando. — Eu acho vou ter sérios problemas se for descoberta.
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Quase 3500 palavras. Eu to fazendo esse cap faz dias. Só não terminei antes por causa das festas. Mas soltei aí a bomba e saí correndo.
Perdoem-me pelos possíveis erros, eu não reviso pq termino cap de um e vou pra outro livro.
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