Capítulo 29 - Confiar
Narrador - Na mesma noite.
(Esse capítulo contém cena para +18, leia consciente disso).
O moreno olhava para o céu estrelado. Os sons a sua volta eram calmos, afinal, já era tarde da noite e o centro de Aureatus estava quase vazio. Ele havia acabado de comprar uma garrafa de pinga em uma loja de conveniência e agora saía pela rua bebendo e cambaleando.
— O peso do passado ainda te incomoda muito, não é? — Uma mulher disse saindo das sombras de um beco. Era a mesma mulher, a mesma estranha que tinha puxado papo com London na primeira vez que a princesa deixou o castelo e se aventurou em Lúminas, indo parar sentada numa fonte.
O homem a encarou com uma sobrancelha levantada.
— Desculpe, mas... Eu te conheço?
A mulher sorriu para ele e começou a caminhar devagar com o homem ao seu lado a encarando curioso.
— Sim, não... Um pouco dos dois. — Ela respondeu calmamente. O vento soprou fazendo os cachos da mulher que naquela noite estavam roxos, e o cabelo vermelho preso num rabo de cavalo no fim da cabeça do homem balançarem.
O homem revirou os olhos. "Eu tentando ficar bêbado pra poder me esquecer dos problemas da vida, e me aparece uma doida pra fazer parte da lista".
— Mas eu te conheço, Ry. — Ela disse baixo com o meio sorriso presente em seu belo rosto.
O homem ergueu uma sobrancelha.
— Se você foi alguma garota que eu fiz algo, eu sinto muito, eu...
A mulher riu.
— Não, nada disso. — Ela foi rápida em negar. — Eu apenas o venho observando há muito tempo... — Ela parou e se virou para ele, o fazendo parar também.
— Está interessada na minha pessoa, então? — Ry abriu um sorriso com um toque malicioso para ela.
— Não como você está pensando.
O semblante do homem mudou drasticamente para algo mais sério. Ele voltou a caminhar pela rua deserta a deixando para trás.
— Então não temos o que conversar. — Foi tudo o que disse, como se estivesse encerrando a conversa ali mesmo.
— Ah, temos. — A mulher se apressou em voltar a ficar ao seu lado. — Ainda mais quando você é um homem com um passado tão interessante...
— Passado interessante? Eu?! — Ele apontou para si mesmo com descrença.
— Sim, se levarmos em consideração que o senhor até mesmo já fez parte de um grupo de revoltosos que conseguiu saber sobre a existência da princesa luminiana e a tentou sequestrá-la quando ainda era uma criança...
Aquelas palavras, sim, aquelas últimas palavras foram como um tapa na cara para que o homem acordasse do efeito da bebida e encarasse a mulher.
— Quem é você? — Ele perguntou devagar, porém, com pura curiosidade em seu tom.
— Vejo que agora consegui sua total atenção. — A mulher disse voltando a caminhar e o fazendo segui-la. — Eu sou uma observadora. Vejo de longe os reinos brigarem em silêncio, os amores serem interrompidos e depois voltarem, as crianças crescerem e fazer suas crianças...
— Você é um deles, não é? — Ele perguntou tentando adivinhar. — Um dos enviados Dela.
A mulher sorriu novamente.
— Eu gostaria de perguntar... — Ela encarou o homem. — O que fez você sair do grupo de revoltados? Foi porque fracassou em pegar a menina naquela noite?
Ry desviou os olhos dos castanhos da mulher e bebeu de sua garrafa que já estava na metade.
— Nunca faríamos mal a uma criança. Tudo o que queríamos era evitar que Lúminas voltasse ao poder, mas, naquela noite... — Ele prendeu a respiração por um momento. — Houve um acidente, o que era para ser uma fuga, terminou em tragédia. Vidas foram tiradas.
— E depois do que você ajudou a provocar, decidiu nunca mais fazer algo do tipo, não é? — Ela presumiu.
Ele apenas assentiu com a cabeça.
— Mas a culpa ainda te consome. — A mulher disse voltando a encarar seus olhos.
— Muito sábia, você. — Ele sorriu sem humor algum enquanto voltava a bebericar o líquido da garrafa.
— Há como se redimir, como aliviar um pouco disso que sente aí dentro. — Ela tocou o peito do homem com o dedo indicador.
Ele a encarou curioso.
-*-
Louis entrou em seu quarto suspirando depois da longa noite, a porta que ele empurrou para se fechar sozinha parou quando Miranda estendeu a mão. Ela entrou no cômodo e acompanhou com os olhos Louis tirar a parte de cima de seu traje formal.
Quando a porta se fechou atrás da jovem, ela ousou dar dois passos para frente atraindo a atenção do príncipe para si.
— Diz pra mim que não foi você, diz. — Ela pediu quase implorando, mesmo que sua voz soasse grossa.
— Já te falei que não fui eu. — Ele disse sério.
— Você sumiu um pouco antes daquilo acontecer. — Ela o lembrou.
— Eu fui atrás de Lúcius, conversar com o mesmo sobre alguns assuntos pessoais.
— Tipo? — Miranda ergueu uma sobrancelha.
— Como eu disse, é assunto pessoal. — E roubou um selinho da moça.
Miranda revirou os olhos e cruzou os braços.
— Ah, vamos lá, Mi. — Ele disse a puxando para mais perto de si pela cintura. — A noite foi longa e cansativa, vamos aproveitar o que resta dela. — Sua voz se limitou a um sussurro.
Miranda olhou naqueles belos olhos que até então encaravam os lábios dela. Louis se aproximou mais com a cabeça, devagar, tornando o momento mais intenso. Miranda não sabia se aceitava as intenções do garoto a sua frente ou não.
O príncipe deixou uma mão sua pousar na lateral do rosto da jovem e então acariciar a área com o polegar.
— Você sabe que eu te amo, não sabe? — A voz de Louis se limitava a um sussurro. Seus olhos estavam vidrados naqueles olhos, um de cada cor.
— Ainda assim, sinto que não me ama o suficiente ao ponto de confiar em mim. — Ela disse baixo e no mesmo tom.
— É a única no mundo a quem realmente confio, Miranda. — Ele disse se aproximando mais ainda.
Aquelas palavras soavam como sendo sinceras, mas isso não impedia Miranda de duvidar do homem a sua frente, afinal, ela conhecia Louis muito bem. Ela sabia da visão torta dele quanto aos luminianos.
— Não me esconda as coisas, Louis, sabe que odeio quando faz isso. — Ela o lembrou enquanto sentia a respiração dele junta com a sua devido a proximidade.
— Não vou. — Ele disse logo antes das bocas dos dois se tocarem para um beijo calmo começar.
Miranda sentiu quando a mão livre de Louis a puxou para mais perto pela cintura. Ele começou a aprofundar o beijo, pedindo permissão para invadir sua boca com a língua, e Miranda deu a passagem prontamente.
As respirações pesavam em meio ao beijo, ela sentia que ele estava tentando ir além, e bem, ela também já queria aquilo fazia um tempo, só tinha seus receios como toda a mulher quando estava próxima de tentar algo novo com a pessoa amada.
As mãos de Louis eram ágeis, ele tocou suas costas atrás do zíper que ali tinha, o encontrou e começou a abaixa-lo. Ele arfou quando sentiu a parte das costas nua dela. Puxou uma alça grossa do vestido para baixo deixando seu ombro nu também, ali plantou um beijo suave.
— Seu cheiro... — Sussurrou com a voz sendo abafada pela pele dela bem diante de si. — Sua pele suave... Eu amo isso.
Miranda respirou devagar, tentando conseguir o máximo de calma naquele momento que lhe provocava tanta ansiedade.
Ela o puxou de volta para si, assim tocando seus lábios inchados pelo beijo anterior mais uma vez, agora de modo bruto, como se precisasse dele tão urgentemente como Louis parecia precisar dela.
— Eu também lhe amo. — Ela sussurrou antes de morder o lábio do homem de modo suave.
Aquela provocação com a boca tirou a pouca calma que Louis ainda tentava manter naquele momento. Ele puxou a outra manga do vestido dela para baixo e segurou a peça com as duas mãos pela cintura, fazendo essa descer pelo corpo da jovem que ficou apenas com sua calcinha.
Louis mordeu o próprio lábio e a puxou pela cintura mais uma vez, agora a guiando até a cama, onde a deitou devagar e começou a tirar seus saltos.
— Belíssima. — Ele disse com a voz quase falhando por admirar tamanha beleza.
O coração de Miranda parecia querer sair por seu peito quando ela o viu se colocar de pé para poder tirar as próprias vestes, ficando apenas de roupa íntima como ela. Louis era realmente muito bonito, o corpo era magro, com definições aqui e ali, nada muito marcado, muito exagerado. Digno de apreciação.
Ele engatinhou pela cama, até estar em cima dela, com os rostos na mesma altura, e então começando outro beijo.
Enquanto os lábios dele desciam pelo pescoço se Miranda, ela encarou o teto. Tentava não colocar na mente nada que não fosse aquele momento, mas, sua mente cismava em se perguntar se não havia algo acontecendo por trás de seus ouvidos. "Não é momento para pensar nisso, Miranda. Ele disse que não está escondendo nada, confie nele", ela pensou.
Uma das mãos de Louis desceu até o quadril dela, onde agarrou a lateral da calcinha e começou a abaixar a peça.
Miranda sentiu seu membro enrijecido contra si, ele ansiava muito aquele momento, estava pronto para ela. Ela procurou se manter calma e finalmente se rendeu ao momento.
Depois de deixá-la completamente despida diante de si, Louis beijou um de seus seios e o rodeou com a língua, assim arrancando outra arfada da garota.
Criando uma trilha de beijos, ele se direcionou por seu tronco, e desceu até sua intimidade, onde ela sentiu ele respirar calmamente por um momento e então tomá-la em sua língua.
Miranda gemeu alto ao sentir ele ali entre sua pernas. Ele era gentil, primeiro a tocando com toda sua extensão da língua por algumas vezes, até finalmente, usar a ponta dessa para rodear a parte mais sensível da garota.
Miranda começou a respirar rápido, ela sentia o prazer se intensificando. Estava ficando inquieta, precisou até mesmo que ele segurasse suas pernas com os braços quando ela finalmente chegou ao seu ápice.
— Louis... — Foi tudo o que ela conseguiu dizer, ainda que de modo falhado, quando se derramou na boca de seu amado.
Ele a acariciou na cintura enquanto esboçava um sorriso satisfeito ao vê-la ali, mole, completamente entregue a ele.
Mais uma vez, ele fez uma trilha de beijos por seu corpo, agora voltando ao seu pescoço e se colocando em cima dela novamente e a beijando de modo suave.
Ela deixou um vacilar de respiração escapar quando o sentiu se posicionar no meio de suas pernas e tocar sua entrada. Ela nem tinha o visto tirar a peça íntima, não estava esperando ele ali tão rápido.
— Está tudo bem? — Ele perguntou com a voz quase falhando.
Ela assentiu com a cabeça.
— Só um pouco ansiosa.
— Eu também. — Ele sorriu minimamente tentando acalmá-la.
Ela dobrou as pernas e as abriu um pouco para recebê-lo melhor. Ele pousou uma mão em uma de suas coxas e a puxou para cima quando começou a tentar entrar.
A dor era grande, quase insuportável, mas Miranda tentava se manter o mais calma possível.
— Devagar. — Ela pediu mesmo que ele já estivesse indo desse modo. — Dói.
Ele assentiu parando ali e tentando ir de pouquinho em pouquinho.
Quando sentiu entrar totalmente, ele esperou parado. Seus olhos castanhos dourados encarando os dela de modo terno, como se lhe dissesse que ela tinha todo o tempo do mundo para decidir quando ele ia se mover.
— Devagar. — Ela pediu depois de quase cinco minutos.
Ele assentiu com a cabeça e iniciou os movimentos bem lentamente.
Miranda não sentia prazer ainda, a dor ainda era forte, afinal. Mas ela sentia que podia lidar com ela bem mais do que quando eles haviam iniciado o ato. Aos poucos ela se sentiu mais calma, com sensações quase neutras.
O deixou ir um pouco mais rápido, tendo em mente que o mesmo já sentia um imenso prazer ali. Ela podia ver sua testa começando a criar gotas de suor e prender alguns fios de cabelo negro ali.
Louis deixou seus lábios tocarem os dela, apenas permanecendo assim por alguns segundos, onde depois a beijou na bochecha e então foi descendo para o pescoço novamente, onde lhe deu um chupão que ficou em dúvida se deixaria alguma marca no dia seguinte.
Ele ouviu quando ela começou a respirar mais forte, e então a gemer baixinho. Seus olhos correram para encontrar os dela e ali ele viu quando o prazer começou a se mostrar para essa.
Os olhares se tocavam de modo firme, jamais querendo abandonar um ao outro, ele começou a ir mais fundo e um pouco mais rápido assim que viu que ela estava sentindo novas sensações, boas sensações. Ela, em resposta, ergueu os braços e o puxou mais assim, tocando suas costas com as mãos, onde cravou as unhas assim que começou a sentir algo muito forte tomá-la.
Louis, tomado pela visão maravilhosa que tinha, pelo momento, sentiu-se perto de seu ápice também, mas se controlou para poder deixá-la ir primeiro.
— Assim... — Ela disse baixinho, o sentindo fundo dentro de si, intenso.
Sua respiração pesou, seus olhos se fecharam e ela se deixou chegar ao seu ponto máximo. Ele, observando aqueles lábios entreabertos e os sons manhosos que ela deixava escapar, se deixou ir também, assim se liberando dentro dela.
Mesmo depois de chegarem aos seus momentos, eles ainda respiravam pesado. Louis plantou um beijo na testa de sua amada e se deixou sair dela lentamente.
Primeiro, Miranda se sentiu vazia, depois sentiu algo morno descendo pela área externa de sua intimidade.
Louis se deitou ao seu lado e a puxou para si.
Nem uma sequer palavra, apenas o silêncio da noite, apenas esse som que os tomou pelo resto da noite, se entregando ao sono juntos.
-*-
Passava das nove da manhã quando Miranda sentiu o sol tocando seus olhos ainda fechados. Ela os abriu devagar, sentindo uma dor enorme devido a luz. Ela odiava o sol tão intenso, preferia muito mais a noite com a luz da lua a tocando de modo suave.
Ela notou a mão de Louis pousada em sua cintura enquanto ele ainda estava adormecido, com um pequeno sorriso, ela a tirou de cima de si com cuidado para que ele não acordasse, pois queria ir ao banheiro.
Uns três minutos depois, ao sair da suíte e voltar para o cômodo onde o príncipe continuava a se encontrar adormecido, ela parou para observa-lo por um momento. "Ele é lindo quando dorme, até mesmo com seus ronquinhos", e sorriu para ele.
O momento foi interrompido quando ela ouviu o celular de Louis vibrar em cima do criado mudo. Ela não olharia se só vibrasse uma vez, mas o objeto vibrou mais de cinco. Alguém estava ansioso do outro lado daquela tela.
Curiosa, Miranda pegou o aparelho eletrônico e encarou a tela bloqueada, ela sabia que a senha era "Miranda", então ficou fácil ler, mesmo que puxando a aba de notificações, as últimas mensagens.
"Já leu o que está nos jornais, hoje?"
"Lúminas amanheceu comemorando pela força de sua futura rainha para lidar com aquela coisa que me pediu pra jogar no corredor."
"Creio que poucos desconfiam de ti."
"Mas, é bom tomar cuidado, os luminianos ainda estão meio desconfiados dos lumbrianos."
"O braço direito da princesa luminiana parece desconfiar de nós..."
"É bom nos afastarmos por um tempo."
Miranda prendeu a respiração depois de ler tais mensagens.
"É a única no mundo a quem realmente confio, Miranda." As palavras de Louis da noite passada ecoaram em sua mente.
Ela deixou o celular de volta no criado mudo, depois de bloquear o aparelho, como se nunca tivesse visto o que viu ali, olhou para um Louis adormecido uma última vez e começou a colocar seu vestido da noite passada afim de ir para seu quarto e mudar de roupa o mais rápido possível para poder sair daquele castelo, para poder sair de perto dele.
"Mentiroso.", Ela disse em seus pensamentos enquanto deixava o quarto e fechava a porta atrás de si com cuidado.
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Gente, foram 3 ou 4 dias só pra escrever esse capítulo como eu queria kkkkkk
Bem, agora vamos continuar essa história ♥ como prometido, os capítulos vão sair mais rápido. Quanto a "Entre Vampiros", eu vou procurar manter na mesma frequência que essa história, e "Safira Bane" (fanfic de Shadowhunters), vai ficar como último plano, sendo q já tenho uns capítulos feitos dela pra poder focar nas histórias principais.
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