Capítulo 1 - Um Pouco Mais De Lúminas
Narrador - 30 de maio. Sábado
O sol mal tomava conta do céu quando Aurora entrou no salão principal do castelo e a viu para ali ao alto de uma escada e a baixo de duas outras escadas, uma em cada lado seu.
Aurora nada fez por um momento, ela só observava a jovem que encarava um enorme quadro na parede entre as escadas.
Havia um homem e uma mulher no quadro, usavam roupas de realeza, tinham a seriedade e a superioridade no olhar, assim como de costume dos reis.
Em silêncio, Aurora subiu a primeira escada e se colocou ao lado de London.
- Não achei que fosse acordar tão cedo. O coração tirou energia muita energia sua. - Ela comentou.
- Sabe, por mais que eles tenham existido há dez mil anos, eu consigo encontrar semelhança física com eles. Principalmente ela. - Disse London tocando com o dedo indicador o alto do rosto da mulher do quadro. - Nossos olhos são iguais.
- Não sei se sabe, mas quando gêmeos nascem, eles costumam ficar juntos, pois acreditamos que já que a carne é igual, a alma também deve ser.
London deu um meio sorriso.
- Isso não faz sentido algum pra mim. - Disse com os olhos ainda na pintura.
- A realeza luminiana já teve alguns gêmeos no meio do caminho. Fora que, por mais que o tempo se passe, alguns traços, sejam físicos ou não, - Ela encarou London nesse momento. - persistem.
London a encarou de volta.
- Liam me disse uma vez que ele conheceu o meu pai, e que havia uma garota que não saía do lado dele. Era você, não era? - Ela perguntou.
Aurora assentiu.
- Eu e seu pai éramos inseparáveis. E não era só por eu ser sua guardiã. - A mulher sussurrou. - Éramos melhores amigos.
- O que houve com ele? Como ele se foi?
Houve um momento de silêncio.
- Seu pai era o próximo rei, e como tal, um rei tem a missão de manter seu reino vivo, e isso vale para o povo e a terra no caso de Aureatus. Ele deu o restante da vida dele para essa terra. Foram uns trezentos anos, acho.
London a encarou com as sobrancelhas erguidas.
- Por que diabos ele doaria trezentos anos pra terra?!
- Pra você e outros poderem doar menos. Alguns se sacrificam. Isso é muito normal por aqui. Nós costumamos nos cansar da vida "cedo". - Aurora deu um pequeno sorriso. - Mil anos é muito mais entediante do que se imagina.
London estranhou o sorriso de Aurora naquele momento. Era um sorriso meio triste.
- Quantos anos você tinha? - London perguntou lhe.
- Quando ele morreu?
- Quando você descobriu que gostava dele. - Disse a garota identificando o sentimento nos olhos de Aurora.
A mulher a encarou com uma sobrancelha erguida. Ela chegou a abrir a boca, porém nada disse, pois as duas se viraram de imediato quando ouviram o som de portas abrindo.
Um homem de cabelos azuis bem claros, olhos azul esverdeados, sardas no rosto e um brinco numa das orelhas entrou no salão. As roupas, uma calça e uma blusa com um casaco aberto por cima, eram brancas com finas correntes douradas penduradas em camadas nos ombros.
Havia um sorriso enorme no rosto do homem.
- E quem seria essa figura? - London sussurrou no ouvido de Aurora.
- Ele é o Grão Duque. - Aurora respondeu rapidamente.
- O que? - London perguntou confusa.
- Finalmente! - O homem disse colocando os braços para o alto por um momento. - A nossa rainha reclamou seu trono.
- Que? - London perguntou mais uma vez.
O homem se aproximou e se colocou aos pés da escada, olhou para o alto e se curvou lentamente.
- Vossa majestade. - Ele disse alto, claro e suavemente.
- Não precisa se...
- Ouso dizer que é mais bela do que ouvi falar. - Ele disse a interrompendo.
- Obrigada, eu...
- Tão bela quanto uma noite de céu estrelado. - Ele completou se erguendo.
London assentiu com a cabeça lentamente sem saber mais o que dizer.
- Meu Grão Duque, - Disse Aurora dando um passo a frente. - Não sei se reparou, mas vossa majestade mal retornou ao seu reino e já tem que lidar com muitas informações novas, acontecimentos, e planos. - Ela lhe deu um pequeno sorriso antes de terminar. - Agora não é a melhor hora para bajulações.
O homem levantou uma sobrancelha ao ouvir aquelas últimas palavras saírem da boca da mulher.
- Se não fosse pelo fato de que é a protetora oficial de vossa majestade, eu mandaria lhe cortarem a língua por suas palavras. - Ele disse dando lhe um suave sorriso que não alcançava seus olhos cheios de raiva da mulher. - Mas vamos esquecer isso por agora, sim? Temos muitos detalhes a serem resolvidos para a coroação de vossa majestade.
- Minha coroação? - London perguntou. - Ah, não. Eu...
Aurora deu outro passo a frente e interrompeu London:
- Primeiro teremos uma festa, meu Grão Duque.
- Mas a festa não ocorreria depois que vossa majestade já tivesse sido coroada? - Ele perguntou sem entender mais nada.
- Estou falando da festa ao qual vamos comemorar a volta do povo para Lúminas.
- Tudo bem, então. - O homem disse sorrindo alegremente. - O que importa, é que vamos ter festas!
Aurora revirou os olhos para o homem.
Ele encarou London e sorriu para ela com os olhos cheios de malícia.
- Então, eu a vejo na festa, vossa majestade. - Disse se curvando mais uma vez antes de sair.
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Eu reescrevi essa coisa umas três vezes, por isso a super demora.
To com problemas pra colocar a capa do livro pelo cel. Depois arrumo
Os dois Grão Duques são irmãos, avisando pra que não buguem
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