CAPÍTULO 11.5
As escolhas nunca são nossas,
Mas as consequências sempre recaem sobre nós
~autoral
**AMBER**
Eu, Jesus, Jonas e Micaela estamos sentados no chão do quarto, há pelo menos 40 minutos, tentando decidir como podemos evitar ou nos preparar caso os Guilards tentem alguma gracinha contra mim ou a minha gangue.
O chão está cheio de papeis com rabiscos incompreensíveis a qualquer olho nu que não pertença a Jonas ou a Jesus. Eles dois ficam desenhando plantas e repassando lugares seguros e pontos de saída como se fossemos entrar em um lugar altamente secreto do governo, como naqueles filmes de ação da televisão.
Os dois estão sentados perto da parede, onde as cabeceiras dos beliches se encontram, eles passavam papéis de um para o outro e falavam em algum tipo de código, e tudo o que eu fazia era olhar para a Mica com as sobrancelhas franzidas, ela me encarava de volta com a mesma expressão.
- Isso ainda não é o bastante - processou Jonas - Não sabemos o porquê deles virem justamente para cá e nem sabemos seus motivos. Isso tudo pode servir de nada se não soubermos disso - a obstruções daquelas informações parecia frustrá-lo mais, mas então Jesus o interveio
- Precisamos saber mais coisas Amber- ele argumentou sugestivamente para mim - Por que você não começa nos contando como chegou a conhecer o Marcus?
Respirei profundamente encostando minha cabeça no estrato da cama.
Ao que se parecem ser décadas atrás eu simplesmente parei de me torturar e esqueci que um dia eu conheci Marcus.
A suposta morte dele... Ela mexeu muito comigo, de um jeito que me fez simplesmente assumir essa minha máscara com familiaridade. Eu deveria até agradecê-lo por isso.
Bom pelo menos agora que sei que ele está vivo.
Assumir essa máscara sem dúvida foi uma das principais coisas que me manteve viva até hoje.
- Certo - eu engajei me sentando melhor - Marcus chegou no reformatório poucos dias depois de mim, mas naquele momento eu ainda não era conhecida com - eu hesitei antes de conseguir dizer - La reina.
- Então por que Marcus se interessou por você? - jesus questionou de uma forma meio ofensiva, o que me fez levantar minhas sobrancelhas surpresa - Para entrar na sua gangue, eu quis dizer. - ele se corrigiu.
- Quando eu cheguei aqui no St. Monica, logo no primeiro dia, o dia do espancamento de boas-vindas, eu... Eu não estava bem. - minha voz pensou apenas de relembrara memórias daquele dia - Quando eu entrei naquele minúsculo quarto, e todas aquelas pessoas olharam para mim, como se eu fosse um pedaço de carne, tudo o que eu consegui pensar foi que aquele olhar nos seus rostos era o mesmo olhar que eu vi no rosto do meu padrasto.
Me lembro de nunca me sentir tão assustada na minha vida como me senti naquele momento. E o que eu fiz depois daquilo...
- Eu era praticamente um animal encurralado, e quando pensei no que poderia acontecer ali - eu tive dificuldade de manter minha voz estável - Eu agi exatamente como uma leoa, quando se sente encurralada, eu ataquei. - imagens de sangue, dor, gritos, atingiram a minha cabeça com força, mas eu me mantive concentrada - Eu acabei com eles. Tinham seis pessoas naquele quarto e eu mandei todos para a enfermaria do hospital mais próximo daqui. Eu não consigo me lembrar exatamente como eu fiz isso, mas sei que o fiz. - eu engoli em seco - Exatamente como uma leoa, eu ataquei.
- O que mais? - Micaela me questionou, não assustada como eu imaginei, ela parecia impressionada. Assim como Jesus e Jonas. E de alguma forma saber que eles não tinham medo de mim e dessa parte da minha história me manteve confiante para continuar.
- Os detentos ficaram com medo de mim depois disso - eu falei brincando com meus dedos - Espalharam por todo reformatório que eu ataquei os detentos como um animal selvagem. Que eu rugia e rosnava e até mesmo agia como um animal se me sentisse ameaçada. - eu revirei os olhos indignada quando vi uma certa diversão nos olhos de Jonas, e eu sabia o porquê - Eu deixei que eles contassem essas mentiras de mim. Porque cada vez que um boato assim meu corria por esses corredores menos os detentos se aproximavam de mim. Afinal, eu era a maluca que dilacerava detentos com as próprias mãos.
- E como isso tem a ver com Marcus? - Jonas questionou
- Não é óbvio? - eu questionei os três que ainda me olhavam com incerteza - Quando Marcus chegou não demorou a perceber quem é que redigia as regras desse lugar. Ele quis tomar meu trono, e virar o rei do meu tabuleiro - ri sarcasticamente - Ele não podia estar mais errado, afinal, nesse jogo o rei e a rainha sou eu.
" Tudo o que eu queria era deitar na minha cama, no silêncio do meu quarto agora. Esse lugar é um verdadeiro manicômio e...
- Ei, garota? - uma voz grossa sou atrás de mim, mas eu não achava que seria comigo, nunca era - Hey, será que pode me dar uma ajudinha aqui? - eu me virei encontrando o um garoto que nunca tinha visto antes por aqui.
Ele era alto, extremamente alto para mim, seus ombros eram largos, o cabelo castanho escuro estava em um penteado bonito que o deixava para cima, mas a julgar pelos estados de suas roupas, amarotadas e cheias de sangue, ele era um novato e tinha acabado de passar pela iniciação.
Ele, por outro lado, não parecia nem um pouco machucado o que é estranho, principalmente por suas roupas estarem cheias de sangue. Eu decidi me aproximei dele. mesmo sabendo que provavelmente isso seria um erro.
- É uma bela surra essa que você tomou, hein? - indaguei me aproximando do mesmo. Ele se apoiava na parede na nossa lateral. Ele tinha uma haste de madeira enfiada na coxa.
Depois os detentos dizem que eu que sou um animal selvagem.
- Hey, será que você pode me dar uma mãozinha, doçura? - sua voz tentava carregar um tom de divertimento, mas eu enxergava a pitada de pôr nela - Aliais, eu sou o Marcus, e você? - ele questionou quando eu me aproximei mais para examinar o machucado tão excepcional na sua perna.
Pode parecer estranho, mas não é todo dia que você vê uma haste desse tamanho enfiada na perna de alguém.
- Marcus! - uma voz conhecida gritou do final do corredor, eu sabia há quem ela pertencia - Meu deus. Saia daí seu idiota, tem ideia de com que você está falando? - Grayson indagou se aproximando do garoto a minha frente, eu lentamente fui me afastando dos dois e incorporei minha máscara.
- Com uma menina bonita? - Marcus dissertou como se fosse óbvio, o que secretamente me fez corar
- Não seu idiota. Essa é a Lewis. A que te avisaram para ficar longe, seu imbecil. - Grayson estava prestes a enfartar em algum momento.
- Acho melhor você ir antes que ele pense que eu vá devorá-lo - eu comentei e fui embora"
- Como é possível, que todos os caras que você conhece dão em cima de você? - Micaela questionou incrivelmente indignada e por mais que eu quisesse rir, eu não considerava aquela conversa com Marcus uma paquera.
- Como eu dizia...
" Eu estava sendo seguida. Eu não sabia por quem... Na verdade eu até tinha uma ideia, mas esperava estar errada, porque hoje tudo o que eu não preciso é encontrá-lo.
Eu virei o corredor a minha direita e me escondi na sombra entre as paredes, esperando que meu palpite esteja certo, caso contrário... Bom, eu estaria fazendo um papel de idiota. Uma sombra e passos se aproximaram o suficiente de mim para que eu avançasse contra ela, quando a mesma virou o mesmo corredor que eu. Eu prensei o copo da pessoa na parede do outro lado e colei minha faca improvisada no seu pescoço.
- Você deveria ficar longe de mim - eu o comentei tenebrosa, Marcus abriu um sorriso maléfico antes de dizer qualquer coisa.
- Deveria, mas não resisto a uma garota bonita. - conjugou ele. Eu revirei meus olhos e afastei minha faca de sua jugular.
Eu sabia por que ele me seguia e sabia que nesse momento não era uma ameaça.
- Dar em cima de mim, não vai mudar a resposta da sua perguntar. - eu disse por fim afastando meu corpo de perto do seu.
- Que pergunta, doçura? - ele perguntou fazendo aquela típica pose, onde ele olha para baixo depois levanta seu olhar com um sorriso galanteador e passa a mão pelos cabelos. Chamo essa pose de "cara de pau" Porque é exatamente isso que ele é.
- Se você pode entrar para a minha gangue.
- E eu posso? - questionou esperançoso.
Eu não sei o que ele pôs na sua cabeça para querer entrar na minha gangue. Marcus pelas informações que eu coletei é bem de vida lá fora, quer dizer não exatamente... Seu pai é dono de um grupo de mercenários, ou talvez de um quartel de drogas, ou até o dono de uma quadrilha, não tenho certeza. Mas não importa, ele não precisa de proteção, seu pai tem contatos. Então, por quê?
- Não. - eu respondi indo embora, mas o ouvi ele rir "
- Mas como ele entrou na sua gangue se você o recusou? - Jesus me questionou.
Apesar dele disfarçar bem, eu sabia o quão chateado ele estava por eu não ter contato sobre Marcus antes.
Jesus sempre pensou que foi a primeira pessoa que eu aceitei na minha gangue, e para mim ele foi. Marcus podia ser charmoso e ter um certo jeito com esse jogo mais sombrio de ameaças, cobranças de favores e tortura, mas Jesus... Ele era o meu porto, o lugar que eu sempre procuro quando preciso de ajuda, meu farol. Jesus não foi o primeiro a entrar na minha gangue, mas foi meu primeiro amigo.
Por isso me doía vê-lo chateado assim.
- Acredite, ele me pediu me pediu milhões de vezes antes de eu o aceitá-lo.
- Conte para nós como foi - pediu Micaela empolgada.
" Uma revolta. Estou na merda de uma revolta!
Mais que inferno, hoje ainda é segunda-feira! Esses detentos desocupados não têm mais nada para fazer além de arrumar confusão?
Eu corria entre os corredores do boco D, me esquivando entre as pessoas perdidas no meio do caminho. Eu tinha que chegar no meu quarto. Não é seguro ficar avista assim, acho que os dois caras que estão me perseguindo agora podem confirmar isso.
Eu não gosto da violência, por mais que eu frequentemente recorra a ela. Acontece que quando você fica em um lugar como este por muito tempo, descobre rápido demais que há uma grande diferença entre fazer algo que você não gosta por uma questão de sobrevivência e não fazer nada apenas por uma questão de princípios.
Em um lugar como esses as pessoas sem princípios são reis, nada os segura, nada os detém. Não há vergonha, arrependimento ou solidão para esse tipo de pessoa. Eu não sou uma dessas pessoas, não importa o que eu faça, meus princípios nunca me abandonam. Então, se eu não posso ser como eles, posso fingir ser melhor que eles.
Por isso não me arrependo quando deixo os dois caras machucado e desacordados no chão, se tiverem sorte, ninguém pisará neles até que esse caos acabe.
Me distrai por um minuto ao olhar para aqueles dois, e isso abriu uma brecha para que um detento corresse para mim pronto para me derrubar no chão. Eu não conseguiria impedi-lo rápido o bastante. A única coisa que impediu que que eu virasse um purê amaçado no chão foi um vulto que se chocou contra o detento, o arremessando para a parede ao lado. O vulto ganhou força e então aquele sorriso galanteador apareceu em um rosto conhecido.
- Acho que agora você vai me querer na sua gangue, não? - ele questionou ironicamente, mas eu nem tive tempo de racionar, quando olhei por cima dos seus ombros e vi mais detentos zangados procurando por mim, tudo o que eu fiz foi arrastar eu e o garoto para o quarto mais próximo. Eu tampei a boca de Marcus assim que passamos pela porta.
- Fique quieto ou nos dois vamos nos ferrar, feio. - eu sussurrei para ele, começando a ouvir os detentos gritarem pelo meu nome - Estão atrás de mim, e se virem você comigo, eles ficarão contra nós dois.
Marcus pareceu digerir aquelas palavras como se fossem facas descessem pela sua garganta. Os gritos lá fora começaram a virar longas ameaças enquanto nós nos encarávamos.
Marcus retirou a minha mão de sua boca.
- Acho que agora é uma boa hora para rezar, Amber. E pedir ao Deus que você acredita ser misericordioso. - Marcus disse ofegante em meio a todo aquele caos. Se apertando mais, para ficar escondido entre o pequeno espaço que a parede, entre nós e os detentos zangados, nos oferecia.
Eu vi a faca jogada a poucos centímetros dos meus pés. E como em um milagre, as coisas ficaram mais claras na minha mente.
Estamos em uma rebelião e eles estão me procurando. Me caçando. Bom, eu não vou ser a presa deles hoje. Nem nunca.
- Eu não sou religiosa - eu disse francamente, e ele me olhou como se não entendesse uma palavra que eu disse. Eu não tinha tempo para explicar, então me abaixei e agarrei a faca a trazendo para perto de mim - E não será hoje que vou me curvar a um falso Deus ou a qualquer homem que tente me intimidar.
Eu limpei o suor da testa agarrando a faca com mais força e o encarei pela última vez.
- As pessoas que estão me procurando que devem começara rezar. Porque agora sou eu que estou atrás deles. Então é melhor eles rezarem para que dessa vez, eu seja piedosa."
- E o que aconteceu depois disso? - Jonas me interrompeu, ansioso.
- Ele me seguiu para fora do quarto e me ajudou a acabar com aqueles detentos. Depois disso, eu o aceitei na minha gangue. - respondi impassível. Jonas ergueu uma sua sobrancelha em descrença e eu ergui meu queixo, o inclinando pouco centímetros para cima, o desafiando a dizer o que pensava. Ele recuou ao desafio.
- Mas se ele lutou tanto para ser aceito na sua gangue, por que explodiu o quarto e fugiu? Como ele conseguiu os explosivos afinal? - Micaela voltou a questionou, e dessa vez, eu deixei um riso me escapar.
- Marcus podia ser um narcisista egocêntrico, e um ilusionista nato. Podia ser um apostador espetacular e um manipulador treinado. Mas não era tão bom quanto eu. - dei uma pausa antes de revelar o motivo que me fez esquecer a existência de Marcus - Ele conseguiu os explosivos comigo.
" - Escute eu preciso de um favor seu. - Marcus disse se aproximando de mim.
Eu estava no meio do meu banho de sol, um dos únicos momentos no dia em que tinha paz total. Marcus sendo agora da minha gangue sabia disso melhor que ninguém.
Então eu só podia imaginar o tamanho da merda que estava por vim para ele ter a coragem de aparecer aqui.
- O que foi? - questionei ainda de olhos fechados, sentindo o sol na minha pele.
- O clima na minha família esquentou um pouco, Amber - ele disse como se eu me importasse com isso - E eu preciso sair daqui. - eu abri meus olhos e o encarei chocada.
- A claro, por que não falou antes? - eu debochei - Eu vou chamar meu helicóptero super mágico para pegar você agora.
- Ha.ha. - ele ironizou - Bom eu não quero seu helicóptero. Quero seus contatos. - ele argumentou cuidadoso. E com razão por que eu me virei pronta para atacá-lo. Meus contatos são meu principal recurso e eu batalhei muito para tê-los - Eu sei que o bom e velho Dove ali te deve um favor. E eu preciso que você o cobre para mim. É o único favor que preciso.
O olhei desconfiada. O que Marcus queria com Dove eu não tenho certeza. Mas conheço Dove, ele é aquele tipo de cara que consegue arranjar tudo o que você precisasse pelo preço certo. Ele tinha alguns guardas nas suas mãos também. Ele já estava aqui a mais tempo que qualquer um de nós. Chegou aos 12 anos e continuou aqui desde então, eu nunca me importei em saber o que ele fez para chegar aqui, afinal, depois que você passa pelos portões de St. Monica o que conta é o que você faz aqui dentro, não lá fora.
De qualquer forma Dove me devia um favor. E eu teria que cobrá-lo uma hora ou outra, já que daqui a um mês Dove completará 19 anos, e então será mandado para a prisão que o estado decretar. Os reformatórios só "abrigam" os detentos até os 18 anos. Se a sua pena é muito extensa e ultrapassa a sua idade de 18 anos, o estado faz você passar por um novo julgamento e então lá na audiência decidem se o detento terminará sua pena numa penitenciária estadual, conhecida também como uma prisão ou se o detento receberá o perdão do estado e sairá livre.
- Olha não quero saber o que você quer com o Dove, se quer meu favor, cobre-o você mesmo - eu indaguei fechando meus olhos de novo na direção do sol. Nada disso era problema meu. Marcus deu um beijo rápido na minha bochecha e saiu"
- Eu só descobri tempos depois o que Marcus queria com Dove. - ressenti pesarosa - Quando vi todos aqueles explosivos eu exigi que ele os devolvesse. Ele não me escutou - eu abaixei minha cabeça e encarei os papéis soltos no chão - E então eu o expulsei da minha gangue. Tivemos uma briga feia e ele foi embora. Dois dias depois ele explodiu o lugar. - respirei fundo antes de contar mais uma das coisas que eles ainda não sabiam - Mas não antes de me deixar este presente aqui.
Eu me virei levantando o lado direito da minha blusa até que ela estivesse amontoada em cima do meu ombro. Virei um pouco para o lado para que eles vissem melhor. E então levantei o braço, deixando a cicatriz que eu mais tinha vergonha de carregar amostra.
- Antes de ir pro quarto e explodir tudo, Marcus deixou um presentinho para mim - disse com desgosto na voz - Ele enfiou uma faca entre as minhas costelas. Entre a terceira e quarta costela para ser mais exata. A faca improvisada atravessou o meu pulmão.
Mesmo não olhando eu sabia que os ombros de todos ficaram tensos no mesmo momento em que a cicatriz, não tão grande quanto a outras que eu carregava, apareceu. Coloquei a blusa novamente e os encarei, enxergando um Jonas e um Jesus extremamente raivosos e com os punhos de sempre cerrados.
- Perdi um litro e meio de sangue antes que os guardas me achassem. - rangi os dentes com raiva - Fui levada ao hospital as presas. Eu tive sorte, os médicos disseram.
- Mas se você não estava aqui quando a explosão aconteceu, por que todos acham que foi você? - Jonas questionou fazendo uma careta, como se toda aquela história desse um nó na sua cabeça.
- As pessoas que importam sabem que não foi eu - e eu agradecia a isso, acaso contrário eu não estaria mais aqui e sim na cadeia - Acha mesmo que eu estaria aqui se tivesse causado aquilo tudo? Os detentos só gostam de uma bela fofoca. - eu retrocedi.
- Mas, por quê? Por que ele te feriria assim e de uma forma tão cruel? - Micaela me perguntou e eu sentia a empatia em sua voz, o que me deixou muito feliz.
- Porque para que o plano de Marcus desse certo ele teria que me matar. - eu exalei provocativamente - Uma pena para ele. Pelo visto ele esqueceu que quem manda nesse tabuleiro é a rainha, não um rei.
Assim que eu terminei de falar o alarme dos corredores desparou pelo lugar. Alto e estondiante o barulho das sirenes começou a ser tornar insuportável.
- Isso é o que eu estou pensando? - questionou Jesus se levantando, assim como todos nós.
- É uma revolta - minha voz saiu fria como a morte.
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