Capítulo 22- Profecia III
— Uma caverna... — O rapaz de traje esverdeado mostrou sua incredulidade insatisfeita através de uma entonação desanimada.
— O que esperava? — indagou Kongjian, ainda abrindo espaço entre a parte do lago que invadia aquele local que intensificava o eco. A escassa claridade chegava ali somente depois de atravessar a água da cachoeira.
— Não sei. Um pouco mais... Menos...
— Para quem não sabe o que almeja, qualquer coisa convém. — O homem que percorria na frente proferiu seriamente, mas com um devasso sorriso nos lábios.
— Lição de moral a esta hora do dia?! — inquiriu indignado. O guardião e Dragon apenas escutavam enquanto tentavam enxergar algo ali, não que fosse difícil para os bons olhos do fera frio. — E eu sei o que almejo sim, eu quero comer! — concluiu, trazendo o gargalhar dos poderosos humanos à tona.
Eles possuem um senso de humor mais amplo do que imaginei. — O dragão apenas seguia conforme a cena sem entender a graça, mantendo suas opiniões e pensamentos em seu interior. Entretanto não poderia deixar de apreciar a raça pela qual por tanto tempo cultivou medo e rancor. — O mais novo parece também o mais alegre deles. Talvez os humanos percam o ânimo com o tempo...
Assim que saíram do alcance do rio e viam-se um do lado do outro, olhando a úmida parede de pedras, Noel e José tentaram iluminar o lugar com seus cajados, mas foram interrompidos pela mão de Kongjian.
— Este lugar não precisa da luz de vocês... — dizendo isso, ele estralou os dedos e um bater de asas pareceu murmurar continuamente dentro das paredes. Em seguida, Runks surgiram aos montes de todos os lados, semelhante a córregos flutuantes que reluziam em dourado.
— Kong! — O jovem chamou atenção para si e todos o repararam. Em sua transformação, um colar com um rubi na ponta passava a existir em seu pescoço e, naquele momento, a pedra escarlate flutuava puxando-o para frente como se indicasse o caminho.
— Até sua veste sente a presença — pronunciou ainda olhando o rubi lutar contra a vontade de seu portador.
— Presença de quem? — questionou o bruxo.
Em sequência, os Runks formaram uma espécie de barreira circular ao redor deles e avançaram contra os mesmos, engolindo-os pela claridade. Num piscar de olhos, tudo modificou e não mais se viam em uma caverna, longe disso.
Que lugar bonito. — Ouviram a voz de Dragon em suas mentes e os três concordaram.
Ou haviam teleportado sem perceber ou a luz do sol de alguma forma estava penetrando o subsolo. No teto podia-se ver os lustres de cristal e no chão um longo tapete verde estendido, enquanto vinhas desciam pelas colunas e arcos laterais que seguravam toda a construção de pedras polidas. Puseram-se a caminhar pelo imenso salão, um recinto do trono, e isso era inegável, dado que, a metros dali, uma figura vestida completamente de branco reinava solenemente.
— Quem é aquela moça? — José perguntou quando começaram a andar em direção a ela. Aqueles que vasculhavam o local com seus olhares maravilhados, estagnaram-nos sobre o encanto angelical que se acomodava sentada no trono.
— É aquela que lhe chamou, agora não faça mais perguntas! — Kongjian sanou num tom ríspido, disfarçadamente.
— Ela é outra guardiã? — interrogou para Noel aos cochichos, porém, ele apenas negou com a cabeça. O adolescente deduziu que aquilo não era uma resposta para sua indagação, mas uma forma de repreensão ao seu comportamento.
Com isso, ele apenas seguiu pelo extenso salão andando à frente e, aos lados, ele tinha o guardião e o indiano; Dragon marchava no encalço de Noel. Quando se aproximaram do assento de ouro entre duas esculturas de anjos de mármore, os dois poderosos adultos se ajoelharam diante da mulher que os olhava friamente.
Dos dois que permaneceram de pé, o jovem bruxo logo foi puxado pelo homem de branco, para que repetisse a mesma reverência; e o dragão imaginou que deveria fazer o mesmo, por isso curvou-se.
— Ergam-se. — Ela ordenou com uma voz mansa, mas firme. Levantaram e Kongjian se direcionou até ficar ao lado dela, quase como uma das estátuas. — Seja bem-vindo, Bruxo da Natureza, espero eu que suas aventuras tenham lhe proporcionado sabedoria e desfeito seus meros conhecimentos humanos. Acredito que saiba quem sou, então apresentações não serão...
— É... — Levantou o dedo tomando a atenção. — Não faço a mínima ideia de quem seja, vossa... magnificência. — Um momento constrangedor instaurou-se no instante, José sorria sem graça e Noel nem sequer olhava à dama de branco, a qual apenas os fitava inexpressiva. Os outros dois no recinto se encontravam eretos, como guarda-costas eficientes.
— Aah, sim, entendo... — O mesmo sorriso sem graça apareceu em seus lábios. — Eu sou a Oráculo do planeta Terra e tenho informações que lhes serão necessárias no momento decisivo.
— Que informações? — Noel questionou dando um passo à frente para reivindicar os olhares.
— Guardião... Vejo que faz bem o seu papel como protetor... — Sua voz leve era agoniante e prazerosa ao mesmo tempo. — Antes, quero lhe tornar ciente que teremos uma reunião com todos os representantes possíveis, para decidirmos o que será feito quando for chegada a hora.
— Quando acontecerá essa reunião, senhora? — indagou curioso, de uma forma que o moço nunca o viu falar, como se subjugasse a imponência da mulher.
— Após este dia, à aproximadamente onze meses e cinco dias — sanou serena e o guardião imediatamente se exaltou, assim como todos ali pareceram estupefatos.
— Não temos todo esse tempo! Malléphycus já está agindo! Não demorará muito para que consiga aquilo que deseja, caso não intervenhamos! — bradou levantando o tom à medida que apertava seu bastão tecnológico com mais força.
— Eu sou a Oráculo! Acha mesmo que não percebo isso?! — interviu altiva com seu semblante abruptamente sombrio, o qual logo retrocedeu, de modo parcial, ao normal. — Esta guerra não é apenas nossa, precisaremos de toda a ajuda acessível. Convocarei representantes de outros planetas também e isso não será num estalo de dedos. Eles enfrentam dificuldades assim como nós e não estarão disponíveis tão cedo.
Sentindo o incômodo que aquela mulher lhe trazia, o telepata frio tentou ler sua mente e descobrir o que sua consciência guardava, no entanto, não encontrou nada, não conseguiu decifrar nenhum pensamento dela.
— Entendo... — Desistiu do que não levaria a lugar algum, mesmo sem entender realmente. — Que o tempo esteja ao nosso favor.
— Tempo é o que mais esbanjamos, o que se mostra imprescindível é um bruxo com experiência suficiente — contrapôs olhando o jovem.
— É impressão minha ou eu comecei a ser ofendido gratuitamente? — José interviu indignado.
— Verdades não ofendem, elas abrem os olhos das pessoas — começou filosoficamente, apaziguando o momento. — No entanto, algumas pessoas têm olhos frágeis demais e, quando esses encontram a luz da verdade, eles queimam pela intensa pureza da claridade — concluiu e ficou feliz, pois o adolescente mostrou ter entendido. — Eu te trago a verdade.
— Isso é tudo que eu mais desejo — alegou o bruxo convicto.
— O convoquei para que entenda tudo sobre a profecia...
— Você não pode! — Noel interviu incrédulo. — Prometemos ao Joseph que ele só saberia quando chegasse o momento certo!
— E quem é você para decidir qual o momento certo?!
— Eu sou fiel a minha palavra de proteger o garoto de tudo, inclusive da verdade! — concluiu altivo, sua aura escarlate já se mostrava.
— Kong...
Instantaneamente, o homem de branco estralou os dedos e o cajado de Noel voou até sua mão, então, colocou-o ao lado do trono. Andou até o dono do bastão e permaneceu parado próximo a ele, como se o guardião tivesse se tornado um prisioneiro. O fera ainda pensou em defender o senhor de barba cheia, mas esse o pediu para que não o fizesse, telepaticamente.
— Não permita que ele me interrompa mais uma vez... — A Oráculo ordenou e voltou sua vista ao rapaz de olhos azuis marinhos. — Creio que a espectro temporal já tenha lhe contado sobre a profecia... — afirmou como uma pergunta retórica.
— Sobre isso... Quando me falaram sobre profecias, eu poderia jurar que eram feitas em rimas. E como você sabe disso? — Será que ela espreita as pessoas igual Maria?
— Como o nome sugere, são profecias e não poesias. E eu sou uma Oráculo, minha função é saber. Vou tomar sua pergunta como uma confirmação. Pois bem... — Relaxou o corpo na cadeira e bateu o cajado lúrido que portava, no chão. Runks transbordaram do corpo dela e encheram todo o ambiente, iluminando cada canto e, quando cessaram, José notou estar no vácuo do espaço outra vez. — A profecia suprema dos três irmãos poderosos...
— Três? — Percebeu a mulher de branco ao seu lado, flutuando na imensidão do universo. — Mas eu vi apenas dois.
— Claro que enxergou somente dois — reafirmou com suspense fazendo-o estranhar, até que o Sentimento bom apareceu na frente deles para ilustrar o que ela viria a narrar. — Primeiro surgiu Luxyus e sugou completa bondade do orbe cintilante; posteriormente, Malléphycus nasceu e levou consigo toda a maldade que restou... Por fim, quando ainda havia poder naquele Sentimento, de coisa nenhuma surgiu o terceiro irmão.
— Eu realmente não estou vendo coisa nenhuma — relatou o bruxo, atentando-se a todos os lados.
— O primeiro era da luz, o segundo das trevas, mas o terceiro, esse se fez invisível, por isso não consegue enxergá-lo — revelou. Em poucos segundos, um estalo na mente do loiro o fez exaltar de súbito.
— Joseph — sussurrou internamente atônito —, meu pai é o terceiro irmão...
— Exatamente... Ele decidiu morar no planeta que se mostrava mais pacífico, Netuno, o planeta Água — informou observando tudo ser mostrado assim como era dito, todavia, não recebia a atenção necessária, pois o garoto ainda maquinava a informação. A dama pálida esperou alguns instantes para que ele digerisse melhor.
Joseph é irmão de Malléphycus... Malléphycus é meu... tio?! — Sua consciência traçava linhas que se embaralhavam cada vez mais e faziam seus olhos arderem. — Espera, Netuno?! Meu pai é um extraterrestre!
— Como ele... veio parar aqui na Terra? — interrogou curioso, forçando sua mente a formular frases que lhe fizessem sentido.
— Acredito que esta questão seja mais bem elucidada pelo próprio. — Desviou-se da pergunta e continuou. — Alguns anos antes de você nascer, aqui na Terra houve uma guerra, a primeira Guerra Mundial, entretanto, ela não aconteceu como conta nos livros dos humanos. A verdade é que Malléphycus desejou esse planeta para ele, assim como seus habitantes que lhe serviriam como exército. Luxyus tentou intervir...
— Um momento. Se um estava em Marte e outro em Júpiter, por que eles vieram para Terra também? — questionou o rapaz de traje verde flutuante, atentando-se a figura encapuzada pela penumbra que se apresentava nas imagens proféticas, ela espalhava sua escuridão por todo o globo terrestre.
— Os outros planetas foram povoados por poderosos e lá eles vivem em harmonia com os humanos normais, sendo assim mais difíceis de sucumbir à escuridão do fera sombrio — sanou didaticamente e o adolescente mostrou ter entendido. — O poder dos irmãos era muito grande e começou a propagar-se por todo o planeta Terra como uma praga. Os terráqueos também foram influenciados mentalmente e assim deu-se início a guerra.
— E em que parte meu pai entrou nessa história? — Eles assistiam, naquele momento, uma batalha entre luz e trevas sobre o planeta.
— Os dois primeiros irmãos se mostraram muito fortes e seus domínios eram equivalentes. A guerra continuaria eternamente se não fosse por seu pai. Ele não possuía um lado, apenas vivia sua vida pacificamente, até que resolveu batalhar ao lado de Luxyus.
— Joseph, por seu ato de bravura, foi abençoado pelos Sentimentos e se transformou num deus; o espectro da luz não resistiu e acabou perecendo, porém, seu destino ainda não havia sido selado e ele renasceu como o Deus Supremo. Os dois são famosos no mundo dos poderosos por matarem Malléphycus.
Dizendo isso, a claridade prevaleceu subitamente e tomou conta do cenário galáctico. Quando a saturação e a nitidez de suas visões regressaram ao normal, eles já se encontravam na bela sala do trono.
— Como assim, Malléphycus morreu? Quando o vi, ele pareceu bem vivo, em minha opinião! — José exclamou um pouco alterado, roubando atenção dos poderosos que buscavam compreender o que ocorria.
— Acredite, jovem bruxo, aquele ser obscuro tem sempre um plano e sua capacidade estrategista o permite estar sempre um passo à frente. — Todos se sentiram ligeiramente incomodados pelo modo como aquilo foi anexado, ela estava quase o glorificando. Mas Noel sabia: Oráculos não possuíam um lado numa guerra, apenas presavam por si mesmos. — Malléphycus não faz movimentos sem ter em mente um plano B, C ou D. Até mesmo para a morte ele encontrou uma solução, pois conhecia a conclusão da profecia que narra...
— Já basta! — O grito do guardião escarlate ecoou no local, e Kongjian o paralisou com seus poderes espaciais.
Após conseguirem completa atenção, Dragon se transformou num gigante dragão, quebrando muitas colunas da construção. O fera soprou contra o homem de branco e a ventania gerada o cobriu de grossas pedras de gelo. Tentou fazer o mesmo direcionando a ofensiva a Oráculo, mas não surtiu o mínimo efeito. Ela sentia como se uma brisa leve afagasse seu enorme cabelo amarelo.
A mesma esboçou um pequeno sorriso sádico e, quando Noel tentou revidar, Kongjian libertou-se do casulo gélido. O indiano apontou para seus dois novos rivais, os quais foram lançados ao meio do salão e envoltos numa grande cúpula translúcida que cobriu até mesmo o enorme dragão. Os dois paralisaram lá dentro, e José permaneceu estático, sem saber o que fazer naquela situação. Ajudar os amigos ou saber toda a verdade?
— Oráculo, tudo que me contou... — Voltou-se à mulher ainda fria em seu trono, enquanto o homem se direcionava a redoma, para que mantivesse os poderosos sob controle. — Eu sinceramente ainda não entendi o que eu tenho a ver com essa profecia, já que não fala sobre mim e mesmo assim todos tentaram escondê-la.
— Profecias não contam apenas o que se passou, mas também revelam o futuro — começou misteriosamente. — Essa em questão, prevê a ascensão de um protetor, que usará sua luz para defender o seu lar.
— E esse protetor só pode ser eu... — proferiu ponderando, como uma pergunta.
— Não só pode, como é...
— Mas se meu pai e Luxyus não conseguiram deter Malléphycus, como eu vou? Ele escapou da morte! — atirou as palavras cedendo ao temor, buscava nas íris vazias da dama alguma resposta ou a segurança para seu receio.
— O fera sombrio descobriu algo sobre a profecia, um detalhe que o permitiu voltar a vida e agora sabemos o que foi... Sabemos como destrui-lo definitivamente...
— Não se atreva! — A voz mansa de Kongjian rompeu no recinto, roubando a atenção. Seu poder se dissipava e os movimentos dos cativos retornavam.
Noel recuperou o controle de seu braço e colocou a mão na bolsa presa em seu cinto. De lá retirou o sino dourado e o tocou. O sujeito de manta branca rapidamente pôs as palmas sobre seus ouvidos, velando-os com sua técnica contra o som que ecoou tilintante no salão. Com isso, o domo foi desfeito e Dragon obteve a chance de atacar, se não tivesse se transformado em um alvo fácil do badalar mágico, então, adormeceu voltando à sua forma humanoide.
— Não vai conseguir me afetar com este seu truque infantil, Papai Noel — zombou tirando as mãos dos ouvidos, percebendo-o cessar o toque.
— Meu nome é Noel — retrucou rispidamente, mas logo um sorriso convencido brotou em seu semblante. — E você não era o meu alvo — concluiu indicando, com o olhar, algo atrás de Kongjian.
Ele virou-se abruptamente direcionando sua vista ao trono, mas era óbvio que a Oráculo se encontrava em perfeito estado e continuava com seu semblante sereno, já que seres como ela não eram afetados por nenhum tipo de habilidade dos poderosos. Entretanto, logo entendeu o que o guardião queria dizer, precisou apenas ver José caído no chão, dormindo pesadamente.
— Enclausure-o! — ordenou uma vez mais a senhora límpida.
Seu servo voltou-se para o senhor de traje vermelho, avançando em seguida. No entanto sua investida foi estagnada quando, sobre os dois, surgiu um portal que facilmente atraiu atenção daqueles que permaneceram acordados. De modo imprevisto, quatro mulheres apareceram de lá caindo todas à frente de Noel.
— Tudo certo? — Yara questionou sorrindo, já em posição de ataque, assim como as outras ao seu lado.
— Eu tinha tudo sob controle, mas vocês chegaram no momento certo.
— Pegue o homem dragão e saia daqui pelo portal. — Aurora ordenou ao guardião encarando o poderoso que as ameaçava com o olhar.
No pouco tempo que possuíam, Maria as atualizou no básico sobre o que acontecia. Meredyth alegou precisar cuidar da Floresta Encantada, por isso não as acompanhou, e o Curupira recusou-se em deixá-la sozinha, por mais que a guardiã insistisse em dizer que tinha as fadas consigo.
— Não vou deixar! — Kongjian interviu concentrando-se e imagens distorcidas começaram a surgir a partir dele, sendo essas como clones seus. Todos os sósias rodearam rapidamente o grupo estagnado e estenderam a mão em direção aos alvos, criando novamente a cúpula que paralisou todos dentro.
Entretanto atrás do homem apareceu uma figura colorida, a cópia quase perfeita da espectro resplandecente que o mirou com as palmas. Disparou um raio de luz contra as costas dele, acertando em cheio, dado que esse não mais se encontrava em boas condições para desviar, esgotado pelo recente uso constante de chakra.
Quando Kongjian virou-se dificultosamente para saber o que o atingiu, dando as costas para a redoma etérea, chicotes enrolaram todo seu corpo, amordaçando-o. Retomando seus movimentos, Safira alongou os braceletes verdes que contornavam suas luvas e os usou como cipós presos aos pulsos. Começava a entender como poderia usar aquele novo traje ao seu favor.
— Pegue José! — A capitã ordenou para Arya, a qual demorou um pouco para identificar a quem ela se referia, mas alçou voo passando pelo domo que se rompia.
— Temos um probleminha aqui. — A jovem de olhos esverdeados avisou o que todos perceberam, enquanto insistia em manter Kongjian reprimido. Os clones distorcidos ainda se mantinham ali e assumiram uma posição de ataque, investindo contra elas em seguida. Tudo isso somado ao fato de que o portal já diminuía de tamanho exponencialmente.
— Em poucos segundos, não haverá como fugir, pois não há como criar portais daqui — declarou o indiano enclausurado, mantendo seu orgulho em cada palavra.
Sem dar chance para que se aproximassem, as duas guardiãs puseram-se a atacar à distância empregando chicotes de água e flashes luminosos mais usados como defesa. Noel notou seu cajado ainda próximo ao trono e mirou-o com a palma da mão, de repente, esse foi invocado ligeiramente para aquele que o reclamava. Enquanto ele voava no ar, Arya também se encontrava lá, batendo asas e carregando um José adormecido em seus braços.
— Bater em retirada! — A mulher alada enunciou antes de atravessar pelo portal, no qual já não passariam duas pessoas ao mesmo tempo.
— Vamos, moças! — Noel retomou o bastão e percebeu-as ainda na peleja contra o poder persistente de Kongjian. Não há como criar portais daqui...
Constatando a falta de tempo e o vórtice diminuto sobre suas cabeças, o guardião pegou sua última esfera de teleporte, jogou-a para cima e ela passou por dentro do portal, o qual sumiu em seguida.
— Por que você fez isso?! — Yara exclamou jogando um clone em preto e branco longe dali. Aurora bateu suas palmas abruptamente e uma explosão reluzente arrematou todos os oponentes às paredes.
— Para criar uma passagem de lá para cá — revelou sorridente e as três franziram o cenho. Repentinamente, o chão sumiu sob seus pés, engolindo o grupo por completo como numa queda livre. Antes de sumir, o guardião piscou dando "tchau" para a Oráculo sentada no trono, ainda exibindo sua serenidade exterior.
Estando liberto, Kongjian caminhou envergonhado até perto do intimidante assento dourado, curvando-se exageradamente ao se aproximar.
— Desculpe-me, não consegui servi-la como solicitou... — redimiu-se tristonho e um tom ríspido surgiu em sua fala pacífica. — Foi tudo culpa daquelas enxeridas.
— Duas delas muito viverão. Duas delas aqui não estarão. — A voz fria da dama pálida escondia perfeitamente a raiva que tentava controlar. — A primeira, para as trevas irá. A segunda, seu temido destino encontrará. A terceira, uma palavra não pronunciará. A última sofrerá o seu pesar.
Quem ouvisse aquelas palavras poderia achar que a Oráculo estaria invocando algum tipo de praga contra as poderosas. Entretanto Oráculos não jogavam pragas, eles previam o futuro...
Votem e compartilhem essa história que amo escrever e não esqueçam de comentar o que estão achando!
O que vão fazer agora com o grupo junto outra vez? Será que essa Oráculo esconde algo? E essa profecia que parece não ter fim, alguma teoria de como acaba? O que será que a dama pálida quis dizer com essas frases proféticas no final?...
-José JGF
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