🔹 08 🔹

— É, acredito que sim. Despertei, seja lá o que isso significa completamente. Você respondeu mais ou menos a minha pergunta.
— Ah sim, claro. Dominador de ar significa algo. Eu sendo um dominador de ar, tinha que significar.
— Adam! Como é que você é tudo isso e não conta nada para ninguém?! Pelo menos pra mim — sei que é ridículo estar falando isso agora, mas não controlei as palavras.
— Você acreditaria se não tivesse acontecendo com você? — seu sorriso se alarga e sei que ele tem razão.
— Você tem um ponto, mas, com certeza, eu acreditaria se me mostrasse.
— Mas nem eu estava conseguindo acreditar. Demorei um bom tempo para conseguir aceitar como eu sou agora. E a ver as vantagens nisso.
— É, sei bem como estava se sentindo...
— Olhando por cima do ombro pra ter certeza que não vai vir ninguém com a camisa de força? — ele ri e eu o acompanho.
— Exato!
— Sei que você deve ter outras pessoas te ajudando com isso, mas caso precise da minha ajuda, pode contar comigo a qualquer hora. Você tem meu número e sabe onde eu moro!
— Obrigada Dam! Mas quem te contou? Ou você descobriu sozinho?
— Na realidade meus pais me contaram. Logo no dia do meu aniversário eles sentaram comigo e me explicaram isso. Primeiro pensei que fosse uma brincadeira bem maluca deles, mas depois que eu fiz os testes e despertei os meus domínios, passei a treiná-los todos os dias. E como estávamos de férias, consegui treinar bastante sem interrupções.
— Testes? Precisamos fazer isso? Tipo teste escrito?
— Não... Esses testes são um pouco diferentes, você tem que testar o seu corpo para saber os domínios que você tem.
— Hm, acho que entendo. Vou saber melhor quando eu os fizer. E eu posso perguntar quais são os seus Adam?
— Ar, fogo e raio.
— Nossa, três domínios? — baseada na história que a minha avó contava, o Adam é bem poderoso.
— Sim. Fiquei bastante surpreso. Já que os meus pais me disseram que normalmente um dominador tem no máximo uns dois... Mas os poderosos de Nihal tem mais do que três. Eles ficaram bem animados, enquanto eu ainda estou me adaptando e aprendendo.
— É isso. Essa coisa de magia e domínios é novidade. Mas sei que sou dominadora de água, meio que sem querer, mas mesmo assim. E lá na praia, eu acabei conhecendo oficialmente o meu guardião.
— Guardião?! Ah sim, claro, você sendo... — ele para de falar quando começa a encarar a minha expressão confusa. — Deixa pra lá, isso não é assunto meu para te falar. Mas como ele é?
— Não é a criatura mais sutil do mundo, mas tem seus pontos positivos...
— Bom saber que eu tenho meus pontos positivos... — a voz do Martin vez atrás do Adam. Estico a cabeça para o lado apenas para ver o rosto bonito do Martin se aproximando. — Mas a sutileza não tem muito lugar nesse mundo. Ele é complicado demais... — ele continua a falar, dando de ombros.
— Martin?! — digo surpreendida.
— Olá senhorita White. Desculpe por me intrometer na conversa, mas acho que posso ter a minha contribuição nela — ele sorri e só então olha para o Adam. — Ah, Adam! Que bom é finalmente nos conhecermos... Sou Martin, o guardião da senhorita.
— Prazer em te conhecer... — os dois trocam um aperto tranquilo de mãos. — Mas como você sabe o meu nome? A Megan falou sobre mim?
— Não falou tanto, mas ela pensa muito em você... — esquilinhos falantes! Guardião linguarudo! Ele quer me matar de vergonha? As palavras morrem na minha língua.
— Ela pensa? — as sobrancelhas do Adam erguem levemente e desvio o olhar para que ninguém consiga ver como o meu rosto está vermelho. — Bom ouvir isso... — o que ele quis dizer com isso?
As palavras voltam a fazer sentido pra mim.
— Não liga pro que o Martin diz Adam... — tento reparar as coisas. — Como eu disse, criaturas peculiares nada sutis, ele está brincando...
— Mas eu não estou brincando — Martin diz sério. — A maioria dos pensament... — interrompo a fala do Martin com um pisão no seu pé e ele abafou um gemido de dor.
— Ah meu Deus, como eu sou desastrada... — digo com uma risada nervosa. — Uma palavrinha em particular Martin? — dou o meu melhor sorriso doce, e quando ele concorda, seguro seu braço e tento manter o sorriso enquanto falo para o Adam. — Só um momentinho Dam, é coisinha rápida.
Saio arrastando o Martin pelo braço e quando percebo que Adam não vai mais nos escutar solto um suspiro.
— Olha aqui, não sei como funcionam as coisas lá em Nihal, mas aqui, as pessoas não falam sobre pensamentos assim para outras! Principalmente quando a pessoa que ouve é a mesma que está nos pensamentos. Sejam verdadeiros ou não! Quase que você me mata de vergonha Martin!
— Então eu deveria ter mentido para o Adam sobre os seus sentimentos de amor direcionados a ele? — meu guardião ergue uma sobrancelha.
— S-s-sentimentos de amor? Que papo é esse Martin? Bateu a cabeça quando veio de Nihal?
— Senhorita White. Como já disse, posso dominar a arte da ilusão. Por isso, as verdades são sempre mais claras para mim. Até mesmo as que as pessoas não sabem ainda. Não há o que se discutir quanto a isso para mim.
— Você só pode estar brincando... Eu não amo o Adam... — ou amo?
— Continue a mentir para si mesma. Mas não acho que consiga mentir para mim.
Algo se revira no meu estômago e não é necessariamente uma coisa ruim. Olho para o Adam, e ele está com o olhar voltado para o chão, batendo os pés, alheio a nossa conversa, mas então parece que percebe que está sendo observado, já que ergue o olhar e abre um sorriso tão calmo e sincero que o meu coração acelera desesperado e mostrando que o Martin tem razão.
Seco as palmas das mãos em minha calça e devolvo o sorriso para o Adam.
Entender meus sentimentos é uma coisa, agora falar para ele é uma coisa que no momento não me vejo fazendo.
— Ok, ok, você pode até ter razão, mas quero te pedir uma coisa. Não diz nada para o Adam sobre esses meus pensamentos e sentimentos... Quero entendê-los melhor, e já como são meus, eu escolho o que vou fazer com eles. Não precisa ficar falando por aí, quando a possibilidade deles não serem correspondidos é alta.
— Mas senhorita ele...
— Nada de "mas" Martin — o interrompo. — Por favor Martin. Não conte nada para o Adam, certo? E vamos deixar esse assunto pra lá por enquanto.
— Certo — um dos cantos da sua boca repuxa.
— Promete?
— Tudo bem senhorita. Vou deixar o assunto de lado, por enquanto. E não falarei nada para ele. Você tem a minha palavra.
— Obrigada — solto um suspiro que nem sabia que segurava e indico o caminho para voltarmos para onde o Adam está nos esperando. — Então Martin, como eu estava te falando, o Adam já descobriu os domínios dele, e são três!
— Estava me falando? — Martin parece confuso, mas ao olhar a expressão que eu estava dando a ele, então ele logo se recupera. — Ah, sim claro! Estava falando sim! Isso é impressionante jovem. Três domínios ou mais são apenas para os privilegiados.
— Foi o que me disseram...
— E qual o seu domínio mais forte?
— Pelo que me disseram é o fogo, mas para mim, ainda são todos iguais.
— Com o tempo e a convivência com os seus poderes você vai aprender que tem facilidade para certos domínios, é normal... Você será um grande dominador jovem...
— Jovem? Sinto lhe informar, mas você não parece ser muito mais velho que nós... Posso perguntar qual a sua idade? — Adam parece um pouco desconfiado.
— Perdão... Realmente não sou muito mais velho do que vocês, afinal, o tempo passa de modo diferente em Nihal, lá eu... Não importa, aqui eu devo ter uns dezenove anos. Não reparem demais no que eu falo.
— Ah, entendo... Mas se expresse como se achar mais confortável. Não é como se não fôssemos jovens mesmo — Adam dá de ombros.
— Martin, eu preciso esperar alguma coisa para fazer o meu teste? O Adam fez o dele, e estou começando a ficar curiosa se eu vou ter mais do que um domínio...
— Edith está falando comigo para fazermos esse final de semana. Na casa dela. O dia lhe agrada?
— Sim! — digo animada. — Você quer vir também Adam?
— Claro. Eu adoraria!
— Maravilha, vou ligar hoje mesmo pra minha avó, e combino tudo com ela e te passo todos os detalhes!
O sinal toca, interrompendo a nossa conversa. Temos que ir pra sala de aula.
— Você vai assistir aula Martin? — pergunto pro guardião.
— Ah não! Vou explorar um pouco mais a área, mas quando esse sinal tocar novamente eu voltarei e procuro vocês!
— Mesmo você parecendo um pouco mais velho que a gente Martin, acredito que você vai chamar muita atenção ao caminhar pelos corredores da escola sem permissão...
— Ah, não se preocupe com isso jovem Adam! — Martin sorri e então ao olhar ao redor, estala os dedos e a fumaça que estou passando a conhecer, o cobre.
E lá está no chão, o esquilo.
— Interessante — Adam sorri e abaixa para ver melhor o guardião.
— Nos vemos depois da aula — Martin diz e sai saltitando para longe de nós.
— Não tão interessante assim quando você pensa que está ficando maluca por conversar com um esquilo — digo, e começamos a caminhar para a nossa aula.
Assim que sentamos em nossas carteiras, o professor entra na sala e os alunos ficam em silêncio.
— Fico feliz que agora podemos conversar sobre todas as coisas novas que estão para acontecer — Adam diz, sussurrando no meu ouvido, aproveitando o seu lugar logo atrás de mim, assim que o professor começa as suas explicações da matéria.
— Sinto o mesmo — tenho que falar um pouco mais alto, já que não posso virar completamente por causa da aula.
O professor vira na nossa direção, e Adam numa velocidade absurda senta novamente no seu lugar e parece estar concentrado. O mestre se limita a erguer uma sobrancelha desafiando a gente a continuar a falar, mas quando isso não acontece, o homem se vira para o quadro e continua a sua linha de pensamento.
— Mas como eu não estou querendo levar uma advertência, mais tarde eu passo na sua casa pra gente conversar com mais calma — Adam diz tão próximo do meu ouvido e tão baixo, que nem sei como não me assustei com a súbita aproximação.
Sem querer ou conseguir responder, apenas aceno positivamente e tento prestar atenção na aula, mas falho miseravelmente.
Mas de alguma forma, a aula chega ao fim, e podemos voltar para casa. Até que procurei o Martin, já que ele disse que me encontraria no final da aula, mas nem sinal daquele esquilo linguarudo. Com a promessa de nos vermos mais tarde, Adam se despede e seguimos os nossos caminhos.
Passo na casa da Sarah, como tinha prometido, levando os exercícios e fico lá, resolvendo com ela e conversando um pouco com minha amiga. Ela ainda está preocupada com os seus sentimentos em relação ao Lucas, mas parece estar preparada para encarar o nosso amigo novamente.
Já está anoitecendo quando eu chego em casa, e digo a minha mãe que vou tomar um banho antes de ir jantar. Tomo meu banho sem pressa, e depois de me trocar no banheiro mesmo, vou em direção a porta. Estou quase saindo do quarto, quando escuto batidas no vidro da janela.
Olho pra lá, e do outro lado do vidro está mais uma vez o esquilinho, acenando pra mim. Abro a janela, permitindo que o Martin entre.
— Martin! Você nem apareceu no final da aula... Está tudo bem?
— Ah sim senhorita. Desculpe-me por não ir, não imaginei que me esperaria... Mas é que as preparações para os seus testes com a sua avó demoraram bem mais do que eu esperava... Demorei a voltar.
— Foi até bom, pois assim não lembrei da vergonha que você me fez passar mais cedo.
— S-senhorita, eu... Não deveria ter falado aquilo, não tive a intenção de... — ele estava olhando para baixo e brigando com as palavras. E a fofura daquele esquilo triste mexeu comigo.
— Não precisa ficar assim, já passou e não guardo nenhuma mágoa, fica tranquilo esquilinho...
— Sério? — sua cabeça ergue de uma vez e ele quase sorri.
Quando concordo, o sorriso se abre de uma vez, o que é hilário, já que ele é um esquilo e os dentes da frente dele estão bem avantajados. Solto uma gargalhada alta.
— O que aconteceu senhorita?
— Essa coisa de ver feições em esquilos pode até ser normal em Nihal, mas aqui, é bem engraçado, só vi isso em filmes, e mesmo neles ainda é hilário.
— Ah é mesmo! — fumaça e agora estou encarando o jovem e bonito que apareceu na escola. — É que como um esquilo é mais fácil subir até aqui. Poderia ser um pássaro também, mas prefiro não voar...
— Tudo bem Martin. Assim está bem melhor. E os testes? Você falou que tinha algumas preparações, eu tenho que me preocupar com isso?
— Ah não! Você não precisa de nada disso. Os testes são coisas simples, e você não precisa se preparar, já que a magia é uma coisa que está dentro de você, os testes só vão trazer seus domínios à tona. São bem simples na realidade, e com as habilidades da sua avó, podemos fazer tudo sem problemas.
— Entendo... Bom saber que eu não tenho que me preocupar com isso. Vou ficar só curiosa mesmo.
— Daria até para fazer antes, mas como sua avó quer estar presente, só vamos fazer no final de semana.
— Obrigada Martin por me deixar ainda mais curiosa... Mas posso fazer umas perguntas pra você?
— Claro senhorita!
— Então Martin, como é que você ganhou esse papel de meu guardião?
— Algo na nossa linhagem nos impede de possuir domínios, mas acabamos por dominar outros tipos de magia. O meu ancestral era o braço direito do rei, então desde então, temos essa relação vantajosa de companheirismo. Não somos uma linhagem numerosa, para ser bem sincero, sou quase uma raça em extinção, mas estou muito feliz em poder ficar ao seu lado.
— Linhagem em extinção? Pelos céus Martin!
— Não precisa se preocupar com isso. Só precisa ter em mente que eu estarei aqui do seu lado para servir e proteger.
— Sinceramente espero que você não se limite a apenas esse tipo de pensamento. Não sou uma pessoa que precisa ser servida ou protegida. Pelo menos não agora. Então prefiro que você me veja como amiga.
— Você está falando sério senhorita?
— Claro que sim! Não precisa passar muito tempo com você para saber que tem um coração grande, e que é um companheiro para todas as horas!
— Fico bastante tocado com palavras tão gentis. Obrigado. E será uma honra para mim poder ter uma amizade com a senhorita.
— Então vamos combinar uma coisa? Pode passar a me chamar de Meg? Ou pelo menos Megan... Amigos normalmente não chamam uns aos outros de senhoritas e senhores...
— Vou tentar senh... Megan.
— Ah, bem melhor! Música para os meus ouvidos!
Dou uma risada da cara meio envergonhada do Martin, e acabo girando o corpo. Tomo o maior susto quando olho pra janela. Adam está ali, flutuando, olhando para trás, com uma mão estendida para a janela, quase batendo no vidro.
Cubro a boca com as mãos para não gritar e em dois passos estou abrindo a janela. Adam ainda está olhando para trás quando eu pego a sua mão e o puxo para dentro.
— Adam, quer me matar de susto? E talvez um vizinho ou passante desavisado que olhe pra minha janela...
— Eu não te disse que eu vinha?
— Disse, mas pensei que você fosse usar a porta, sabe? Como uma boa pessoa normal, e não aparecer voando na minha janela.
— Ué, mas eu acabei por descobrir que eu não sou normal. E já está meio tarde, sua mãe provavelmente ia me fazer jantar, e o seu pai talvez fosse me enxotar logo depois de comer...
— Ah, é mesmo...
— Então jovens, eu ainda tenho que resolver os alguns detalhes dos testes da Megan, então vou indo! Nos vemos depois! — Martin diz e assim que ele passa por mim, abre um sorriso de canto e pisca um olho.
Esquilinho falante! Ele não vai resolver nada, ele só quer me deixar sozinha com o Adam. Mas não posso falar nada, então apenas observo ele se transformar em esquilo novamente e ir embora pela janela que ainda estava aberta.
— Ele deve estar bem ocupado, já que não foi pra escola depois que terminou.
— É... Mas enfim... Senta Adam — ele escolhe sentar numa almofada grande que fica no canto. — Como você está se adaptando a ser um dominador?
— Pra te ser sincero, é incrível Meg! Coisas que eu sequer cogitei serem possíveis, estou fazendo! Aprender a ter controle sobre os poderes, o que eu posso fazer com eles, encontrar limites e deixá-los para trás. Aumenta a confiança e uma força que nem sabia que existia!
— Deve ser incrível mesmo. Mal posso esperar para vivenciar tudo isso também...
— Mas você já sabe que é uma dominadora de água, não é mesmo?
— Sim, com certeza não devo ter nem um décimo do seu controle, mas quer ver o que eu posso fazer? — digo empolgada.
— Adoraria.
Vou até o banheiro e encho um copo com água da torneira. Quando volto para o quarto, me sento no meio do tapete, fecho os olhos e seguro com firmeza o copo. Desde que descobri o que posso fazer, aproveito todas as minhas oportunidades sozinha para brincar com o meu domínio de água.
Então não tenho dificuldade para retirar a água do copo e fazer com que ela fique flutuando ao meu redor como se fossem pequenas ondas. Respiro fundo e penso na chuva caindo suave.
A massa de água se expande e começa a subir lentamente para o teto. As gotas começam a cair e simples assim, está chovendo dentro do quarto. Antes que as gotas aterrissem no tapete felpudo, eu as faço subir novamente e precipitar novamente. Mantenho o pensamento firme na cabeça e olho para o Adam.
Ele está com as duas palmas para cima e tem um sorriso lindo nos lábios.
— O que acha? — digo e chamo a sua atenção, ele agora está olhando diretamente para mim.
— E-eu não sei nem o que dizer... — ele sai do lugar que está e se aproxima mais de mim, para ficar mais no centro da chuva. — Você é espetacular! — seu rosto aproxima ainda mais do meu. — E os seus olhos estão tão...
Adam não continua a frase. Mas para de se mover. E ali está ele. Tão perto, mas tão longe ainda. Pisco os olhos rapidamente, e meus olhos são atraídos pelos dele. Mas quando eu vejo de relance aquela boca, acabo por encarar, e ele percebeu o que eu fazia.
Parece até que não tenho total controle sobre mim, já que estou me aproximando lentamente dele. E quando ele também faz o mesmo, meu coração dá um salto.
ESQUILINHOS FALANTES!
Esse beijo vai acontecer?
Mal tenho tempo para fechar os olhos, quando escuto batidas na porta. Ainda faltava muito para nos aproximarmos.
— Filha, aconteceu alguma coisa? — é a voz da minha mãe do outro lado da porta.
— Não! — inclino o meu corpo para trás, para conseguir me concentrar melhor.
— Você não vem jantar querida?
— Daqui a pouco eu desço mãe!
— Tá certo. Mas tá tudo bem mesmo né meu amor?
— Tá tudo certo sim mãe! — bem que eu gostaria que a senhora não tivesse interrompido o meu beijo com o Adam, mas fazer o que não é mesmo? — Só demorei um pouco no banho...
— Que bom querida! Aproveita e liga pra sua avó. Ela quer que você vá passar o final de semana com ela...
— Tá certo, eu ligo pra ela pra confirmar.
— Eu e seu pai vamos te esperar lá embaixo para jantar.
— Desço já mãe!
Quando escuto os passos dela se afastarem da porta, é que eu viro para encarar o Adam. Ele está com as bochechas levemente avermelhadas.
— Essa foi por pouco... — ele diz baixo, balançando de leve o cabelo. — Acho que as perguntas podem ficar pra outro dia certo? Daqui a pouco os meus pais vão saber que eu saí sem avisar a eles.
— Ah sim, claro — acho que consegui manter a decepção longe da minha voz.
— Mas aquilo foi maravilhoso Meg — Adam sorri e se estica para dar um beijo na minha bochecha. Ele então se levanta e vai até a janela. — Até amanhã!
— Até — aceno e o observo flutuar da minha janela para longe.
Solto um suspiro e depois de jogar um copo de água na cara pra espairecer os pensamentos, vou pra cozinha para jantar na companhia dos meus pais.

Olá! Vocês viram que os domínios do Adam mudaram? Quer dizer, só um, mas tive que mudar pra poder casar com um certo fato que acontece lá no próximo livro. Entendedores entenderão, mas quem está aqui pela primeira vez, não precisa se preocupar.
Se gostou, não se esqueça de conferir se a sua estrelinha está aqui e de deixar seu comentário ♥ Ah, e cuidado com os spoilers (:
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