🔹 05 🔹

~ Adam ~
Sarah e essa tequila...
O álcool está me fazendo falar bem devagar. É estranho que mesmo apertando os dedos, eu não consigo senti-los por completo. Sarah está alterada demais para se levantar, e claramente o Lucas está bem mais preocupado com o bem-estar dela do que com o da Meg.
Ela já está demorando, então resolvi entrar pra ver se está tudo bem com ela.
Meg tinha dito que ia no banheiro, mas acabo encontrando com ela na cozinha, mais especificamente procurando alguma coisa na geladeira. Coloco a mão em seu ombro e só então percebo que a assustei. Devo ter me aproximado dela em silêncio, já que Meg gira rapidamente para ver quem é.
Só que ela se desequilibra e eu a puxo para mim, para que ela não caia. Meg cola em mim e espero que ela não escute como o meu coração descontrolou por conta disso.
Eu peço desculpas, e ela aceita. Só que Meg começa a ficar cada vez mais perto, e ela encara os meus olhos com uma emoção que não consigo distinguir direito.
— Seus olhos... Seus olhos estão normais hoje — o que ela quis dizer com isso?
— Normais? — resolvo soltar seu corpo e me afastar devagar, soltando uma risada nervosa pela proximidade boa dela. — E quando eles estavam diferentes?
— Ontem... Eles estavam brancos, prateados, ou sei lá o quê — assim que assimilo o que ela acabou de me contar, tento conter a surpresa. Ela tinha me visto. Será que ela já sabe da história toda e...
— Quer voltar pra varanda? — ela pergunta e eu aproveito a deixa dela e digo que sim.
Com toda a certeza essa não é uma conversa que eu quero ter com ela meio bêbado.
Busco na cabeça algum tópico seguro para levar a conversa de agora, mas então percebo que a Meg não está acompanhando os meus passos. Seus olhos começam a fechar, e ainda bem que consegui perceber que ela estava perdendo os sentidos e minhas pernas também falharam um pouco, mas consegui dominar o ar ao redor dela, e amorteci a sua queda, a deixando flutuando a poucos centímetros do chão.
Essa foi por pouco!
Com cuidado, desfaço meu domínio, e então pego seu corpo adormecido em meus braços e a levo para cama. Meg tinha se agarrado ao meu pescoço e murmurava alguma coisa colada na minha pele, o que me fazia arrepiar até o último fio.
Ah, por que as coisas tinham que ser tão complicadas entre a gente? Por que ela não posso simplesmente conquistá-la?
Depois de cobri-la com um lençol, vou lá na varanda apenas pra dizer que a Meg tinha apagado e que eu faria a mesma coisa. Eles disseram que não demoraram muito pra dormir também.
Bebo um monte de água antes de deitar para dormir. Mesmo com a cabeça ainda um pouco acelerada, não demoro a adormecer. Pelo menos a bebida serviu pra isso.
Acordo mais cedo do que eu queria, devido ao ronco alto do amigo no mesmo quarto. Um trator com problemas no motor fariam menos barulho! São sete e meia da manhã e eu preferia continuar dormindo, mas, pelo menos, não estou com ressaca!
Levanto e escovo os dentes, com a barriga já roncando de fome. Depois o esfomeado é o Lucas.
A casa está silenciosa e não é pra menos. Todos devem estar dormindo. Mas quando chego na geladeira, para procurar alguma coisa pra comer, percebo que estou enganado. Meg já estava de pé. Ela deixou um recado na geladeira.
"Bom dia meus amores! Acordei cedo, e não queria ficar entediada aí dentro sem ninguém, então resolvi dar uma voltinha na praia. Não quis correr o risco de acordar as possíveis ressacas de vocês, por isso não chamei ninguém. Nem acho que vocês vão ler isso antes que eu volte, mas enfim, estão avisados! Devo voltar logo. Beijos seus lindos. Meg "
Mas com toda certeza vou pra praia também querida Meg! Depois de praticamente fagocitar o meu café da manhã, me troco e vou procurá-la.
Escolhi uma direção e sigo nela, torcendo para que seja a mesma que ela escolheu. E tenho sorte, ao encontrá-la, depois de uns bons minutos de caminhada, sentada sobre as suas pernas na beira do mar. Ela olhava concentrada para as suas mãos.
Não queria assustá-la assim como fiz ontem, mas se bem que as consequências do susto foi ela colada em mim, e foi muito bom, mas é melhor não abusar muito do meu controle, então resolvi chamar pelo seu nome, até que ela percebesse que estou ali.
Ela parece um pouco surpresa por me ver ali, mas logo está com aquele sorriso que gosto tanto. Mas quando eu me sento ao seu lado, acho que perdi o juízo. Eu já tinha lido sobre olhos de ressaca, mas ali estavam olhos de ondas, quebrando e devastando coisas dentro de mim.
E a pergunta sai dos meus lábios antes que eu consiga controlar.
— Meus olhos? — ela esconde seu mar de mim. Depois desvia o olhar do meu. — Acho que não tem nada de errado com eles, você viu alguma coisa?
Sua pergunta sai tão insegura, que eu me sinto mal por ter mencionado o assunto. Ela ainda não deve ter conversado com ninguém, e está na fase de achar que está ficando louca. Não a culpo de não falar sobre isso comigo, se fosse a situação fosse invertida, provavelmente faria a mesma coisa que ela.
Então resolvo mudar de assunto e a convido para nadar um pouco comigo. Meg sempre adorou água, e se tivesse que chutar, diria que os seus domínios realmente despertaram, ela tem o da água. Já com a boca seca de sal, resolvo sair e espero por ela sentado na areia.
Pouco tempo depois, ela resolve sair, e não consigo desviar o olhar dela. Megan é a menina mais linda que eu já tive o prazer de conhecer. Tanto por dentro, como por fora, mas agora, o que eu estou olhando definitivamente é o exterior.
O jeito como as gotas salgadas iluminam a pele dele fazem meus pulmões esquecerem de como funcionam.
Malditas promessas que foram feitas! Promessas que nos prometiam para outras pessoas sem podermos ter o menos controle.
— Tem alguma coisa errada Dam? — Meg perguntou, sentando do meu lado, e se cobrindo com uma camiseta. — Você está me olhando estranho...
Parabéns Adam, você acaba de deixar ela constrangida enquanto babava por ela! E pela expressão dela, até parece meio triste, como se ela pensasse que eu estivesse pensando algo negativo dela. Ah Meg...
— Errado? Hã? — suas palavras me tiram do transe que o resto dela tinha me colocado. Eu sou um babaca mesmo. — Não, tá tudo certo, só parece que me perdi de leve nos meus pensamentos — em você — Não precisa se preocupar com isso...
— Certeza? Se eu puder ajudar em alguma coisa... — a ajuda que eu quero não sei ao certo se você um dia vai querer me dar.
— Sei bem disso — digo sorrindo pra ela. Megan realmente é uma pessoa boa. — Obrigada pela oferta, mas no momento não dá pra fazer nada... — a não ser que você saiba de um jeito rápido e indolor de dissolver um compromisso e... Não! Melhor mudar de assunto. — Vamos voltar? Não é possível que aqueles dois preguiçosos ainda não tenham acordado!
Voltamos e os dois já estavam acordados e discutindo sobre o almoço. O resto do dia passou rápido, e resolvemos voltar mais cedo para não pegarmos trânsito.
Só que eu nem me importaria se houvesse quilômetros de engarrafamento, já que logo no começo da viagem, a Meg acaba por adormecer no meu ombro e mesmo sendo uma proximidade mínima, eu gosto.
Ela está realmente cansada, já que nem quando paramos para deixar a Sarah em casa ela acorda. Mas quando chegamos em frente a casa dela, não tem muito o que fazer, a não ser acordá-la.
Meg se despede dos dois no banco da frente e se vira pra falar comigo. Me dá um abraço carinhoso e quando penso que vou receber um beijo na bochecha, acabo por receber um no canto da boca. Tão perto, mas tão longe...
— Desculpa Dam! É-é, está meio escuro e eu... — ela parece estar bem envergonhada, e eu controlo o rosto para não estampar a minha felicidade ali. O que era bobo, afinal, o que é um beijo no canto da boca?
— Tá tudo bem Meg. Pode acontecer... — por mim isso aconteceria mais vezes, e quem sabe "erramos" mais um pouco e dessa vez uma boca inteira em vez de apenas um canto.
— Obrigada! — ainda consigo ver suas bochechas rosadas enquanto ela fala. Mas eu que agradeço Megan. — Até amanhã então! — ela sai do carro quase como um raio.
Então a mãe do Lucas chega até a minha casa, e eu agradeço aos dois quando desço do carro. Pego a mala, e vejo que o meu amigo tinha saído do carro e estava do meu lado.
— Mas você disse que só ia levantar quando fosse pra ir se deitar na sua cama Lucas...
— Vai se ferrar Adam... Eu vi o que realmente acho que vi acontecer agora?
— O que seria exatamente? — digo me fazendo de desentendido, mas sabia muito bem sobre o que ele está falando. Começo a andar na direção da minha casa.
— Não se faça de idiota... Rolou um beijinho entre você e a Meg, não aconteceu? — eu não respondo nada. — A cara que ela fez quando eu joguei verde quando ela estava entrando em casa está me deixando com 95% de certeza que rolou alguma coisa... Se não hoje, quem sabe ontem e...
— Foi só um beijo no canto da boca, foi um acidente — o interrompo.
— Acidente ou não, aposto que você gostou... — ele sorri.
— Do mesmo jeito que você gostou de ficar sozinho com uma Sarah bem "feliz" ontem, não é mesmo?
— É... Fiquei mesmo, sou doido naquela menina! Mas ainda sobre isso. Eu tenho que te contar uma coisa... — ele abriu um sorriso que caía muito bem com ele.
— Fala.
— Ontem, eu e a Sarah, rolou um clima, e a gente acabou ficando. Acho que estou ferrado...

Ferrado só se for de amor né coração?! HAHAHAHAHAH
Se gostou, não se esqueça de conferir se a sua estrelinha está aqui e de deixar seu comentário ♥ Ah, e cuidado com os spoilers (:
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