22 - Fuga impossível
Deixaram a casa de Masha. Halle estava agradecido e contente, pois acreditava que suas chances de sair com ela haviam melhorado. Ilya estava apreensivo e pensando numa maneira de limpar seu nome e também, se ainda teria chances de ver Marya. Disfarçados, passaram na região central onde Halle sugeriu que fossem assistir a um filme para passar o tempo.
– Bebeu, Halle? De jeito nenhum!
Halle examinou o cartaz do filme: Fuga Impossível. A indústria cinematográfica estava bastante ativa em Durkheim e, em trinta anos, havia produzido centenas de filmes. Quando criança, Ilya frequentava cinema e teatro com seus pais, mas, depois de ir morar com seu tio, isto quase nunca ocorreu. Já Halle adorava cinema e frequentava as salas de projeção todas as semanas. Ele próprio teve participação em um filme documentário sobre escavações arqueológicas.
– Só pensei que um cinema fosse um lugar legal para ficar escondido. – Halle deu com os ombros.
– Não sei como consegue pensar algo assim. Vamos rápido para a casa de meu tio pegar os remédios e depois dar o fora de Voln.
Um amigo de Halle havia falado sobre o filme, ele estava doido para ver, mas a cara mal humorada de Ilya terminou o dissuadindo.
– Você que sabe, Frangote. Ouvi falar muito nesse filme. É sobre um grupo de Durks que escapam de um campo de trabalho Wlegdar policiado por menodrols. E ainda tem a Katarina Skya, uma tremenda gata.
– Fuga impossível... Título de um filme ou a história da nossa vida?. – resmungou Ilya olhando para o cartaz luminoso do filme acima da entrada do cinema.
– Nós vamos conseguir sair por cima, pode escrever o que estou dizendo.
– Não sei não... – Ilya olhava para as famílias na fila e lembrou-se de uma vez que foi ali com seus pais.
– Pô, moleque, para de ser negativo! – Halle o cutucou.
– É fácil para você falar. Não carrega uma bomba no cérebro.
– Até onde eu sei, eu e você temos chances iguais de morrer, hoje ou amanhã. E, quanto ao seu tumor, parece que você já desistiu fácil demais. Será que não lhe falta algo pelo que lutar? E aquela sua namorada? Não vale a pena? Ou sua tese?
– Eu queria...
– Já começou mal! Não é "eu queria"... – zombou Halle, arremedando o modo de Ilya falar – É "eu quero! Eu vou!"
Ilya deu com os ombros – Suponho que esteja certo. Talvez, eu esteja me entregando fácil demais.
– Isso mesmo! Se você não amar sua própria vida, acha mesmo que alguém vai fazer isso por você?
– É...
– E outra coisa. Olha o tanto de proezas que conseguiu. Se livrar de um Vorn-Nasca duas vezes! Já é um assunto para um filme.
Houve silêncio entre os dois e Ilya teve uma revelação.
– É isso! – seu rosto iluminou-se.
– O quê?
– Se conseguirmos fazer um filme mostrando a usina, talvez consigamos...
– Nós já temos um filme frangote. Está gravado nos óculos!
– O problema é esse, se perdermos os óculos ou se ele estragar... Se ao menos pudéssemos fazer uma cópia? Poderíamos enviá-la para a polícia e para a imprensa... Poderíamos expor essa conspiração.
– Talvez possamos. – disse Halle animado – Eu conheço o pessoal do departamento de cinema da universidade. Talvez consigamos uma maneira de transferir os registros dos óculos para um filme.
– Isso, ou, então, poderíamos armar uma para aquele Vorn-Nasca...
– O que tem em mente, frangote?
– Estou só viajando, mas se pudermos capturar uma confissão dele. Ou conseguir uma testemunha...
– Vamos elaborar mais sobre isto, moleque. – concluiu. – É aqui? Já chegamos?
– Sim, é aquele prédio ali. O apartamento do meu tio é no segundo andar.
Era um sobrado antigo com as paredes desbotadas e de aparência abandonada.
– Estou com a chave.
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