Torta de Morango
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Se Alegna já andava meio estranha com o marido, imagine então depois de encontrar Jonas num estado tão deplorável como aquele nos fundos do depósito da farmácia.
Agora, estava evitando Guilherme de maneira bem menos discreta.
Sempre que se via a sós, na presença dele, inventava milhares de afazeres no intuito de escapar. A noite, inclusive, era a primeira a correr para o quarto fingindo já ter pego no sono.
Quando ele deitava ao seu lado, prontamente lhe dava um suave beijo em sua cabeça enquanto sussurrava um "Boa noite, querida" E Alegna sempre ficava na dúvida se ele sabia que era um disfarce, ou se de verdade aquilo era somente um gesto doce e carinhoso do marido. Afinal, diante do que viu, era difícil acreditar em qualquer ação despretensiosa vinda do mesmo. Guilherme não era mais uma pessoa confiável. E ela tinha medo do que mais ele realmente seria capaz.
Conforme os dias foram se passando, sem que nada mudasse, Guilherme começou então a pensar que realmente existia algo de errado com a mulher. Antes, achou que o distanciamento era apenas pela a exaustão de lidar com a estupidez do irmão, mas agora, vendo que ela passava a maior parte do tempo no quarto da mãe ou trancada no porão, entendeu que o problema era com ele.
Um dia, foi flagrado tentando abrir a porta do quarto de Heide enquanto chamava por Alegna. Ele já tinha procurado a esposa pela a casa inteira após refletir seriamente que precisavam conversar, e não a encontrando, deduziu que ela só poderia estar lá dentro.
Nívad atravessava o corredor naquele exato momento, se deparando com a cena. Brincalhão, assobiou, ganhando a atenção do cunhado. Mas Guilherme se manteve quieto e esperou. Então Nívad pôs as mãos dentro do bolso e retirou um molho de chaves, dizendo que não tinha esquecido de sua promessa e que àquelas eram as cópias de todas as trancas da casa.
Guilherme as pegou no ar com maestria quando foram lançadas em sua direção, e Nívad deu um sorriso de canto de boca antes de deixa-lo sozinho.
Pensou em enfiar a chave na tranca e entrar no quarto imediatamente. Mas por alguma razão, achou melhor não. Dessa maneira, decidiu que aproveitaria o tempo para fazer o que sempre teve vontade: Explorar os cômodos reservados e mantidos fora de seu alcance.
Passou o resto das horas abrindo e fechando portas mas não encontrou nada além de móveis empoeirados e bastante mofo.
Não existia coisas espetaculares ou fantásticas no interior daquelas paredes secretas. Então entendeu que não havia mesmo necessidade de torna-las acessíveis. Alegna tinha razão. Nada de especial que já não tivesse a disposição deles.
Isso de certa forma o deixou frustrado. Esperava descobertas interessantes e excepcionais, e não pilhas de objetos danificados pelo a crueldade do tempo.
Cansado de só se deparar com teias de aranha, abandonou o tedioso turismo na Mansão.
No entanto, Alegna continuava se trancando por horas no quarto da mãe. Guilherme saía pra trabalhar de manhã, e quando voltava, às vezes nem via Alegna, porque simplesmente ela acabava dormindo por lá. E isso só fazia com que ficasse cada vez mais intrigado. E quando tentava tocar no assunto, ela sempre dava seu famoso jeitinho de inventar qualquer coisa pra fazer imediatamente.
Num desses momentos, em que Guilherme puxou novamente conversa, ela lembrou que precisava dá um pulo no supermercado afim de comprar ingredientes para um bolo que faria mais tarde. Guilherme se animou com a história, pegando as chaves da picape, realmente achando que ela gostaria de sua campanhia para tal passeio. Mas logo o dispensou, afirmando que não precisava e que até seria bom fazer uma caminhada como aquela.
Ele se mostrou desapontado mas não protestou, e então a deixou ir, ficando sozinho em casa naquele dia.
Através das janelas do quarto deles, esperou que ela sumisse na paisagem, e rapidamente pegou as chaves que Nívad lhe presenteou, se dirigindo para os aposentados de Heidi.
Ao entrar, se surpreendeu com o zelo em que o espaço era mantido. Tudo estava muito limpo e organizado. Não existia paredes deterioradas e nem o cheiro de mofo como no resto da casa. Os móveis estavam brilhantes, como se tivessem sido lustrados agora há pouco, e além disso, havia um fragrância gostosa de roupa lavada no ar. Talvez seja isso que Alegna tanto fazia ali. Polir a mobília, trocar cortinas e peças de cama com religiosidade.
Ele imaginou então que o processo deveria ser o mesmo com o porão, já que ela passava o resto do tempo que sobrava por lá também. Deveria ser o porão mais limpo e impecável do mundo, pensou.
Guilherme passou a porta, fechando-a, e se encaminhou para os objetos sobre uma requintada penteadeira de cedro. Tocou numa fileira de bonitos frascos com fragmentos de perfumes em nomes franceses, e borrifou um pouco no pulso, levando em seguida o aroma até as narinas. Alegna com certeza não usava nenhum deles pois nunca sentiu aqueles cheiros nela. Deveria mante-los como verdadeiras relíquias em memória a mãe. Intocáveis. E talvez com isso pensasse que Heide subsistisse dentro de cada vidrinho daquele.
Ainda diante da penteadeira, abriu duas caixinhas de madeira, onde encontrou um anel de pedra grande e verde. Junto dele, havia também um combinado de pulseiras e gargantilhas cravadas com pedras vermelhas. E ele deduziu que poderiam sim ser bastantes valiosas, já que pertenceram a uma pessoa tão rica como a mãe de Alegna.
Pensou também imediatamente em Nívad, e na ausência absoluta de seu conhecimento sobre a existência daquelas jóias. Pois se soubesse, evidentemente não estariam mais ali há muito tempo. Já teria feito negócios com as peças, mesmo a contragosto da irmã.
Um anel, com uma pedra como aquela, vendida de forma justa, às pessoas certas, teria deixado os gêmeos vivendo por meses sem grandes preocupações. Mas Alegna preferia passar por todos os apertos e necessidades, a se desfazer de um objeto com tamanho significado emocional. Ela jamais as venderia.
Guilherme suspirou, perdendo o interesse nas belezas que os porta jóias continham, e seguiu explorando o restante do quarto. Passou as mãos levemente sobre a colcha de seda, provando do bem estar que a maciez da cama proporcionava enquanto se encaminhava até o majestoso armário de roupas. Ficou parado diante dele por um segundo e o abriu, se deparando com a coleção de vestidos e casacos excepcionalmente elegantes e aparentemente caros. Todos muito bem protegidos em capas plásticas, contra qualquer tipo de dano como traças ou poeira.
Envolvida numa das capas, estava o vestido de noiva que Alegna usou no casamento. Ele o tirou do plástico e ficou admirando, lembrando daquele dia enquanto sorria. Amava a esposa, e estava disposto a fazer de tudo para as coisas voltaram a ser como era antes. Colocou o vestido de volta no armário, já construindo uma ideia de uma noite romântica para os dois em sua mente.
Pensou nos restaurantes mais refinados da cidade, e quem sabe, leva-la pra jantar em algum deles. Mas nesses lugares, as reservas, só com bastante antecedência, por isso precisava ser rápido e fazer isso antes que o dia terminasse.
Ele estava pronto para deixar o quarto e fazer algumas ligações, quando ouviu um pequeno ruído vindo dos antigos exaustores ao lado da cama. Guilherme sabia do trabalho que os roedores davam a Alegna e no quanto isso tirava totalmente a tranquilidade dela, e pensou seriamente que era hora de resolver o problema de forma mais eficiente, contratando um profissional de verdade pra dedetizar a casa de vez.
Talvez os venenos que ela usasse, não gerasse grandes efeitos. Do contrário, não passaria tantas horas limpando o lugar onde era o foco das pragas: O porão!
Se agachou, aproximando-se então da entrada de ar, analisando atenciosamente as grades de proteção. Aparentemente não havia bicho algum, mas escutou novamente o eco distante, que mais lembrava som de metal. A casa sempre foi barulhenta devido aos ventos, então seria o caso de alguma janela ou porta batendo, apesar de não parecer nada com isso. Resolveu descer e descobrir o que estaria causando aquilo.
Guilherme vasculhou entrada por entrada, cômodo por cômodo, e não viu nada que pudesse está produzindo o inusitado som. E quando finalmente atravessou os últimos corredores da mansão, viu a única porta que ainda não tinha usado suas chaves. Então, se dirigiu até lá, e a destrancou rapidamente.
Ao abrir, se deparou com uma escada em formato leque toda em madeira. Guilherme desceu devagar, tateando a procura de outro interceptor de luz pois o que havia encontrado ao lado da porta não estava funcionando. Até tinha uma passagem de luz natural na parede acima das escadas, mas era tão pequena que não clareava o bastante, só o mínimo, para que não tropeçasse nos degraus.
Guilherme não desistiu por causa disso e continuou a sua saga.
Logo teve a sorte de encontar um abajur de chão pelo o caminho e que serviu muito bem quando ele o acendeu. Assim, pode ver com mais facilidade a quantidade absurda de livros da biblioteca espalhados próximo de uma máquina de costura. E mais adiante, numa parte onde a luz se enfraquecia, viu o que seria um enorme espelho escorado na parede.
Guilherme foi até ele e pisou os sapatos nos estilhaços. Pôs as mãos no bolso, analisando-os e depois sentou no puf de veludo que estava diante deste mesmo espelho, pensando que havia se enganado sobre a limpeza do lugar.
Ao mirar-se no que havia restado dele, notou, atrás de si, através do reflexo, algo que o deixou extremamente perplexo. E então, finalmente, desvendou dois mistérios na mesma hora.
Primeiro: Que os ruídos lá em cima não vinham de roedores...
E segundo, que Alegna não passava horas no porão tentando apenas se livrar deles.
Guilherme sorriu, quase demoníaco, enquanto encarava pensativo a imagem ao fundo, refletida em mil pedaços.
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Após Guilherme deixar o porão, dirigiu-se até o telefone e iniciou a sua busca para reservar um bom restaurante que pudesse acomodar três pessoas numa mesa.
Sim, três!
Pois havia decidido que precisava estar na presença dos irmãos ao mesmo tempo.
Cara a cara. Juntos!
O jantar romântico que ele tinha em mente com a esposa, teria que ficar para outra ocasião.
Quando Alegna e Nívad já se encontravam em casa, Guilherme fez o comunicado de que iriam sair todos juntos naquela noite. Ideia que agradou o cunhado mas que deixou a outra parte bastante desconfortável, e ele percebeu isso. Alegna não pareceu muito animada com o evento mas não se manifestou verbalmente, e vestiu-se despretensiosamente sem muita vaidade até Guilherme vê-la arrumada e dizer que tudo nela estava perfeito, no entanto, se tivesse algum ardono para completar_ Lembrando das jóias que viu mais cedo_, ela ficaria bem mais deslumbrante.
Inocentemente, Alegna concordou, e subiu para o quarto da mãe a procura de um dos colares que combinasse com o seu simples vestido. Então, trocou a correntinha de crucifixo que sempre carregava, pela pedra vermelha em forma de pingo. Nada muito chamativo mas com bastante requinte, pensou.
Alegna desceu as escadas e viu os dois esperando por ela. E Nívad não disfarçou os olhares sobre o colar no pescoço da irmã. Jamais passou pela a cabeça dele que ainda existia preciosidades como aquela pela a mansão, e achou um absurdo, que em nenhum momento durante as crises, Alegna tenha se pronunciado sobre, como um meio de recurso.
"Realmente ela era uma pessoa bastante egoísta... Passei horas enfiado em quartos escuros e empoeirados a procura de velharias que desse pra vender e assim conseguir pôr um pouco de comida digna na nossa mesa enquanto Alegna escondia jóias de grande valor dentro de gavetas. Tinha que ser alguém muito insensível pra ter agido dessa maneira. Inaceitável!"
Nívad quis comentar mas se conteve, permanecendo quieto.
Os três então partiram para o Cosmopolita Falco, um dos restaurantes mais bem frequentados de Peregrino num carro que Guilherme próprio alugou. Seguiram a viajem em silêncio mas só até pararem no estacionamento. Nívad imediatamente tornou cheio um sorriso diante dos grandes letreiros em painel com chapas de alumínio escovado, e disse alguma coisa sobre como estava precisando de algo parecido há bastante tempo.
Alegna desceu do carro antes que Guilherme abrisse a porta pra ela e entraram.
O ambiente era calmo e aconchegante. Logo na entrada havia uma sensação de conforto quase permanente através de pequenas velas aromáticas. E cada elemento como as mesas, a decoração em bambu e madeira, as plantas ornamentais e a iluminação nada forte, lhe proporcionava um bem-estar surreal. Pois existia uma harmonia entre eles.
Assim que apontaram no hall, foram acolhidos por um garçom que pegou seu nomes e os levou até a mesa. Dessa vez Alegna deixou que Guilherme fosse gentil e arrastasse a cadeira para que ela sentasse. Ela agradeceu tão baixinho que teve dúvidas se ele a ouviu.
Não era um lugar barulhento e nem muito cheio, pelo menos não onde estava seus lugares. E ela se viu satisfeita com isso. Guilherme fez questão de escolher a melhor mesa que o restaurante tinha. Então os irmãos se viram na área mais exclusiva e distinta do Cosmopolita, e isso deu gatilho nas lembranças de Nívad nas vezes que ainda frequentava recintos a altura deles.
No entanto, seu emocional, comovido pela a memória infantil, não impediu seu afamado sarcasmo de se apresentar. E imediatamente abriu mão do sentimentalismo bobo e inútil.
_ Nossa cunhado!_ Pegando o cardápio_ A farmácia anda dando bons lucros pelo o visto! Um restaurante do nível do Cosmopolita, não é pra qualquer um não! Ou você e o gerente são muito amigos... Ou você foi bem generoso com ele.
_ Não precisei de nada disso... Apenas disse meu sobrenome na momento da reserva_ Ele disse, tranquilo, como se não tivesse ligado para as brincadeiras de Nívad.
_ Não sabia que na família de Seu Jonas tinha gente com nome importante.
_ Não, não..._ Guilherme quase riu_ Meu sobrenome de batismo em hipótese alguma garantiria uma mesa na área vip de um lugar como este... Acredite!
_ Então está querendo dizer que usou o nosso?_ Nívad realmente surpreso_ Este nome repleto de escândalos e totalmente falido?... Você só pode tá de brincadeira!
_Deu certo, não deu?_ Guilherme, dando de ombros_ E eu achei que... Sendo marido de Alegna, não teria problema algum em usá-lo...
_ Usar você pode... Ninguém disse que não poderia!_ Nívad, hesitante_ Mesmo que seja desse jeito, quase simbólico..._ Suspirando_ Sabe, já que tocamos no assunto, vocês bem que poderiam tornar isso de verdade algum dia... Acho que deveriam oficializar de vez este casamento em um cartório...
"Mas meu casamento é de verdade, Nívad! Quem você pensa que é pra afirmar que não?"_ Pensamento gritou em Alegna.
_ Não entendo porque não fizeram isso ainda!_ Dando de ombros enquanto escolhia com os dedos o pedido no menu_ Mas o fato é que estou bastante impressionado que tenha conseguido alguma vantagem simplesmente usando o nome desta família_ Continuou_ Atualmente, ser um Aurom, não têm tanto valor... E não culpo as pessoas por isso. Afinal, quem gostaria de ser visto perto de perdedores?
_ Mas não deveria ser desse jeito..._ Alegna acrescentou tristemente, lembrando das palavras de Hermano quando disse que Charles havia trazido esperança e desenvolvimento para aquela cidade mal agradecida_ Principalmente quando se têm uma enorme dívida com os tais perdedores. Está cidade deve muito a nossa família.
Ainda com o nó na garganta, começou a demonstrar desconforto, e Guilherme, percebendo isso, perguntou subitamente se já tinham decidido o que pediriam do cardápio. Ao afirmarem, ele chamou o garçom e seus pratos não demoraram muito a chegar.
Alegna havia escolhido apenas uma simples salada acompanhada com frango ao molho branco, enquanto seu irmão preferiu apostar nos frutos do mar. Já Guilherme ficou com uma sopa de abóbora e beringela, que de tão saborosa repetiu. Depois de terminarem o prato principal, decidiram juntos provar da torta de morango recheada com cream cheese. Sobremesa, que inclusive, havia sido indicada pelo o próprio garçom como sendo umas das mais pedidas e admirada pelos os frequentadores.
Nívad foi o primeiro a provar, concluindo imediatamente que não era aquela maravilha toda. E que o garçom safado_ Palavras próprias dele_ Só havia sugerido pra empurrar uma produção de tortas de morango empacada há dias, talvez.
_ Pra você vê como são as coisas! Um lugar renomado como este, tão caro e cheio de frescura, servindo sobremesa ultrapassada! Realmente, nem tudo que parece, é!
Guilherme deu um pequeno gole em sua bebida, rindo divertido dos comentários de Nívad, movimentando assim a primeira peça do jogo que havia preparado para aquela noite, dizendo em seguida:
_ Neste mundo, são poucas as pessoas que agem com sinceridade, meu estimado cunhado... Quase todos nós usamos máscaras ou mentimos. Este restaurante pelo menos está tentando ganhar o sustento. Mesmo que engane as pessoas com suas sobremesas ultrapassadas, me parece justo. Tem gente que depende desse emprego. _ Olhando diretamente para os irmãos, com um ar totalmente irônico.
Na mente de Guilherme, não saía o que viu no porão.
_ Então existe justificativa para a mentira?_ Alegna rapidamente, olhando de volta desafiadora para o marido.
Na mente dela, apenas a língua cortada de Jonas.
_ Claro que não!_ Nívad, levando a boca outra garfada _ Mentira é mentira e ponto final! Não há nada de nobre ou sublime neste hábito... Mesmo que haja um grande motivo para tal...
Na mente de Nívad, a morte do velho Menezes.
"Como vocês disseram que ele morreu mesmo?"
_ Você acredita mesmo nisso, meu irmão? _ Alegna, franzindo a testa, transferindo toda a atenção para Nívad agora_ Não mentiria por uma grande causa? Nunca?
"Eu não dei remédios errados para Menezes. Talvez você tenha dado, Nívad! Mal conseguia lembrar de trancar aquela porta, imagine então administrar os remédios corretamente!"
_ Pra ser honesto? Talvez!_ Respondeu_ Mas acho que você já sabe disso... Na verdade, todos nós sabemos... Não é mesmo, Guilherme?
_ Como disse anteriormente... São raras as pessoas que lidam com a verdade... E pode ser que eu também me encontre neste conceito, agora que sou um Aurom... _ Disse Guilherme, saboreando os morangos e o espetáculo dos irmãos diante dele_ Hum, a torta não está tão ruim assim!_ Lambendo os lábios.
_ Sinto muito que está família o tenha corrompido _ Alegna, pegando emprestado o veneno_ Nunca foi minha intenção destruir sua decência e sua honestidade, meu marido. Com certeza, deve ter sido um sacrifício enorme se desfazer da pessoa genuína que sempre foi por causa das confusões desta família. Me sinto agora até bastante envergonhada com isso.
_ Não foi o que eu quis dizer, minha querida_ Ele quase sorriu_ E eu ... Eu não sou tão puro assim! E nem pretendo! Na vida, também já cometi alguns pecados que não gostaria que fossem exibidos por aí...
Nívad com entusiasmo_ Fique a vontade em exibi-los para nós! Não se acanhe. Afinal somos uma família, não somos? Sempre iremos apoiar uns aos outros, não é mesmo Alegna?
_ Se eu começasse, exigiria depois que fosse o próximo a exibir os seus, caro Nívad... Será que realmente estaria disposto?...
_ Não agora que estou a comer algo que poderá me causar uma intoxicação alimentar!_ Brincou_ Mas vamos escolher um outro momento, que tal?... Sempre existirá outras oportunidades.
Eles riram. Menos Alegna.
_ É bom tirar os esqueletos dos armários, de vez em quando..._ Alegna.
_Um termo bem apropriado, doce esposa... Um brinde então aos Nossos Esqueletos no Armário!
Guilherme, erguendo a taça no ar.
Nívad levantou a taça também. Alegna os imitou e brindaram os três juntos.
A atmosfera debochada resplandeceu na face de cada um deles com tamanha naturalidade...
Os iluminando intrépidos, durante todo o resto daquela maldita e longa noite que só estava começando.
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