Ele foi tão cínico e cara de pau que me disse descarado.

-Ele quer brincar também. Então o que você acha? -Beijava meus ombros enquanto olhava para o amigo que sorria sem pudor algum.

-Está louco por acaso? Claro que não. -Tentei cobrir meu corpo.

-A deixa de ser boba, vai ser divertido. Sei que garotas como você gostam disso. -Tentava amassar meus seios.

-Garotas como eu? Com assim? -O encarei tentando entender o que ele falava.

-A não se faz de santa. Eu sei que você não é. Meu primo disse tudo sobre você. -Tinha um sorriso debochado.

-E o que eu sou, William? -Com as mãos tampando meu corpo nu, lhe encarei.

-Uma garota fácil. Que topa tudo. Que gosta de diversão.

Nossa ouvir aquilo foi mesmo que uma punhalada nas costas. Eu tava ali entregando mais uma vez meu coração de bandeja para aquele ser e o que ele estava fazendo? Apenas um joguinho comigo. Cinco meses e ele não estava levando a sério o que eu achei que era.

E o que eu deveria ter feito naquela hora? Acertado lhe um belo tapa em seu rosto, xingado até sua mãe e me vestido e nunca mais o encará-lo na vida depois de uma proposta tão absurda. Não é verdade?

Mas eu não fiz. Fui tola mais uma vez eu me deixei levar pelas suas palavras que me envolviam como uma cobra que da bote e mata sua presa sufocada. Ele me disse que aquilo seria bom para nosso relacionamento que gostava de me mim, que seria divertido para nos três, que iria me amar mais. Gente ele nunca havia me dito que me amava, e quando falou essas palavras eu me vi em extase. Boba e estúpida como nunca aceitei aquela situação despudorada.

Hoje confesso a você que no começo eu me senti suja, imunda por estar junto de dois homens fazendo sexo como louca. Mas depois comecei a me sentir diferente, era tão prazeroso ter dois caras ali me querendo, idolatrando meu corpo, me possuindo, eu era sendo o centro das atenções com nunca fui em toda vida. Até aquele momento eu ainda não havia tido um orgasmos se quer. Os dois no fim não eram tão bons quanto pensavam ser. Foi ali que aprendi a fingir, fingia os orgasmos que nunca tive, menti que eles eram maravilhosos. Isso durou três meses inteiros. Já havia me acostumado com aquela situação, estava começando a me viciar mais e mais naquilo tudo, quando não havia aquele sexo me sentia vazia. Então percebi que o amigo de meu "namorado" estava apaixonado por mim, ele começou me ligar, dizendo que me daria tudo que eu quisesse se aceitasse ficar com ele sozinha, pois ele não queria aquela situação ao qual Willian me, pois. Minha mente estava tão distorcida e apaixonada achei que aquilo era uma trama de seu amigo para nos afastar. Contei a William, ele riu na minha cara e disse que o amigo estava mesmo apaixonado por mim, e que eu deveria investir. Naquele mesmo dia que conversávamos descobrir que William estava namorado sua vizinha, uma moça de família como eu era quando o conheci, uma moça que tinha pai e mãe que zelava por seu bem estar. Ou seja, para ele eu não era nada que uma putinha para diversão. E a outra era digna de casamento.

Aquele golpe foi cruel em meu ego e coração. Não mais que o de Cláudio, logico. Mas doeu pra caramba. Foi ali que comecei a me questionar se eu não era mesmo a vadia que ele dizia eu ser, que eu não valia nada e que só servia para sexo. Fiquei com tanto ódio e tantas dúvidas que me vinguei. Foi a primeira vez que reagir a uma punhalada, das outras vezes eu apenas chorava em modo fetal lamentando minhas dores. Agora não.

Lembro-me que uma vez que estava com William ele me disse que o seu irmão morria de inveja dele e que toda mulher que ele tinha seu irmão dava em cima. Foi ai que a lâmpada do mal acendeu em minha mente. Não tinha vingança melhor do que mexer com o ego de dois irmãos que disputavam tudo. Então fui atrás de Warley, era muito mais bonito, era muito mais quente e febril na cama. Ele não pensou duas vezes em cair em meus braços e se entregar totalmente. William quando soube ficou furioso, vi quase sua cabeça explodir de ódio de tão vermelho que ficou quando me viu com seu irmão. Warley era seu total oposto, gentil, me tratava bem e nunca me pediu para dormir com outro homem, apenas ele. Era um tanto possessivo. Lembro que estava na casa deles, quando William me agarrou pelo braço e mandou-me ir embora que não me queria ali, que não devia ficar com seu irmão. Sua digníssima namorada chegou bem na hora, fui uma bela atriz. Contei a ela que ele me pediu para largar o seu irmão e ficar com ele. Naquele dia eu me senti vingada. Warley me trouxe para casa e eu pedi que não me procurasse mais. Aquilo não daria certo mesmo.

Nesse jogo de poder eu foquei mais nesses relacionamentos fadado ao fracasso que nós estudos e nisso findei que pela primeira vez fiquei de ano. Precisei repetir o terceiro ano novamente, nem preciso dizer que minha avó ficou decepcionada comigo. disse-me que jamais imaginou que um dia isso fosse me acontecer. Mas me amava tanto que foi até o meu colégio e implorou para o diretor não me tirar dali. Que eu me esforçaria e seria a melhor aluna daquele ano. O diretor ficou com pena dela que decidiu dar-me mais uma chance. Pra piorar o infeliz do meu padrinho que estava me dando todo mês quarenta reais para ajudar nos custos da passagem de ônibus me mandou procurar um emprego que não estava dando mais para pagar as passagens, desgraçado gastava mais que isso só em lanche durante o dia tava sonegando quarenta reais no mês, minha vontade quando ele disse isso foi de mandar enfiar aquelas moedas que ele me dava no rabo, isso mesmo ele me dava os quarenta reais de moeda, um dos caras mais ricos da cidade fazia isso. Eu apenas sorrir e disse que faria isso assim que possível. E fui embora.

Eu vendo todo aquele esforço que minha avó fez decidir que era hora de acabar com aqueles namoricos, aquela situação já estava fora de controle, eu fiquei tão viciada no sexo que não conseguia mais ficar um dia sequer sem tê-lo. Estava ficando tão maluca que não conseguia mais ficar sem ter um namoradinho aqui e ali.

Aquele ano foi duro para mim. Eu acabei com tudo aquilo, decidir não ter mais nada que ligasse aquela família de William. Me controlei em relação ao sexo, descobrir que eu poderia dar mais prazer a mim mesma que os homens que tive. Tá certo que sentia falta de ter outro corpo junto ao meu me amando. Mas eu precisava me esforçar ao máximo para não envergonhar minha avó novamente, já tinha feito demais isso. Fiz aulas de reforço com matérias que eu não conseguia aprender. Os meninos do colégio alguns querendo algo, mas naquele ano eu não cedi a nenhum, foi somente eu e meus estudos. E no fim passei com louvor. Mentira! Fiquei em física, aquela matéria era ruim, ou talvez o professor que fosse ruim, Não. eu era ruim mesmo. Nunca aprendia nada do que ele dizia. Mas no ano de dois mil e seis havia terminado o ensino médio. Havia completado meus dezoito anos e agora era estudar mais para prestar o vestibular em três meses e talvez buscar um emprego agora que não havia mais aulas.