☠👁 CAPÍTULO-5👁 ☠
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Eles logo entram no boteco do Velho Oeste, então um típico Saloon com uma portinhola de vai e vem na entrada, um rapaz magricela executando musiquinhas em um típico piano Honky Tonk, Cowboys bebendo ou jogando poker e dançarinas de cabaré em um palco, enquanto o barman serve bebidas para outros clientes.
- Olha só isso aqui, Curitibinha, - Comenta Max, de olhos vidrados em tudo, principalmente nas dançarinas de cabaré no palco, ou no colo de algum cliente já bêbado, sentado à mesa com seus amigos. - é o paraíso na Terra!
Rômulo por sua vez, olha para as mesmas coisas e diz, dando de ombors:
- Pois eu prefiro comer X-Burguer com Cervejinha em uma lanchonete normal!
- Ah, deixa de ser chato, e se solta um pouco para curtir este clima Vintage, cara!
Zomba o loirinho, indo direto para o balcão com ele, que é acompanhado por muitos olhares curiosos ao redor, principalmente os de um elegante cavalheiro de cartola, cujos olhos azuis contrastam com sua pele negra, em uma mesa reservada, acompanhado por uma bela dama de preto fumando uma longa cigarrilha.
- Sei. Isso se tudo não acabar em briga e tiroteios!
Diz Rômulo, percebendo que estava chamando muito a atenção para sí e se detestando por não ter comprado uma fantasia de Cowboy, como seu amigo ou os outros turistas.
Max, porém, não lhe dá ouvidos e vai logo pedindo um Whisky para o barman, que o atende prontamente, indo encher um copo com o Blend.
- Obrigado, Jack Tequila! - Agradece Max ao barman, pegando a bebida e sorvendo um bom gole, enquanto acende outro cigarro, assistindo ao show das belas garotas que deixam o palco para o intervalo. - Isso que é vida!
Enquanto isso, muito longe de Santa fé, em uma das cidades de Atlantina à beira mar, o povo local entrega-se com vontade e entusiasmo à diversão de uma homenagem para Santa Madalena Sophia, madroeira desta província, quando inadvertidamente três Fragatas mistas com seis canhões irrompem dentre as ondas de um mar bravio, com suas bandeiras Imperiais de Rei Minos tremulando nos portentosos mastros, o que logo faz com que alguns dos moradores corram apressados para avisar o Capitão da Guarda Urbano local.
Aqueles que perceberam o alerta dos sinos no campanário, buscam abrigo longe da orla marítima, até que possam se inteirar do que está acontecendo nesta noite, que deveria ser de alegria e devoção, na esperança de que tudo volte ao normal. Mas, nada mais voltaria ao normal para aquela cidade e todas as províncias ao norte de Capitólia, após as três Fragatas entrarem no porto fechado, que logo aportam e ancoram, saindo de cada uma delas, trezentos soldados fortemente armados, cavalaria e canhões puxados por bois ou mulas.
Um jovem camponês, que estava escondido atrás da Guarnição, espera que os Cruzados saiam em sua maioria para recepcionar os colegas recém chegados no porto, e surpreende um dos que ficaram ao pega-lo por trás enquanto este urinava nos fundos do mal iluminado edifício dos militares. Logo ele ajeita a farda para entrar sorrateiramente no edifício e, conseguindo disfarçar aos três que estavam de prontidão, segue direto para a estação do telégrafo, enviando rapidamente uma mensagem.
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Em Santa fé, o telegrafista da Guarnição acaba de receber um comunicado urgente e corre informar seu superior, dizendo, todo afobado:
- Tenente Yuno, senhor...
O jovem Cruzado oriental, que por sua vez interrogava um prisioneiro, volta-se para o soldado e diz:
- Sim, Cruzado.
O outro bate continência e entrega-lhe o pedaço de papel com as informações em código Morse, dando uma prévia:
- ...eles...eles estão vindo!
O Tenente Yuno pega a fitinha de papel e vai para a luz, lendo seu conteúdo, enquanto seu subalterno aguarda, ansioso. Então Yuno olha para ele, erguendo seus negros olhos puxados e diz, dando-lhe uma ordem:
- Avise imediatamente ao nosso Monsenhor, entendeu?
Nisso, o soldado sonda se há mais alguém próximo e indaga, sussurrando:
- Doctor...Herbie?
- Ssshhh! - Faz Yuno para ele, pondo seu dedo indicador por sobre delicados lábios rosados. - Vós sois tolo, Cruzado Léo?
- Por certo que não, Senhor!
- Então façais conforme conversamos e não digais mais nada à ninguém sobre isto!
- Si-sim senhor, Tenente Yuno!
- Então, podeis ir, Cruzado Léo!
E, logo após o outro deixar o recinto, seu prisioneiro dá risada e comenta, com certo sarcasmo:
- Até quando tu crês conseguir tal feito, irmãozinho? Ou melhor,...ir...
- Quieto, Chacal!
Yuno se aproxima, dizendo ao homem detido em uma cela de pedra maciça, palhas no chão duro e cujas paredes frias de um bloco único, é intercalado por grossas grades pretas de ferro, onde jazem mais dois acorrentados e "esfolados" pela palmatória.
- ...então liberte-me de uma vez, pois o Palhaço tem que saber sobre a vinda das tropas legalistas, urgentemente!
- Na hora certa, Chacal!
E olha para um dos outros dois presos deitados no canto escuro da cela, ao que o Chacal também olha, dando um sorriso malicioso ao entender o recado.
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( de volta ao Saloon )
- Olha, Curitibinha, este é meu amigo aqui em Santa fé!
Rômulo olha para rapaz moreno de feições étnicas entre Portugueses, Zodíacos e Africanos ou Mouros, trajado como um pequeno Burguês do século XIX, com seus cabelos meio crespos debaixo de um chapéu Trilbi cinza claro e deu um meio sorriso, comentando ao levar a mão para apertar a dele:
- Belo chapéu!
- Obrigado, senhor...
- Rômulo.
- Rômulo...do que, senhor?
- Só Rômulo. - Disse mais uma vez com ênfase o forasteiro para o educado e sorridente jovem. - Ok?
- Ok, Senhor Só Rômulo. Eu sou Maverick!
- Maverick? - Indagou o forasteiro, curioso com o nome do outro. - Tal como ao carro?
- Carro? - Inquiriu Maverick, intrigado. - Que...carro?
Nisso Max riu e tocou nos ombros de ambos, por trás, dizendo enquanto soltava fumaça de seu cigarro junto com as palavras:
- Caras, saibam de uma coisa: como é bom estar com vocês dois, meus amigos, aqui neste lugar!
Rômulo sacudiu a cabeça, já sabendo onde seu amigo estava querendo chegar e acabar: em uma suíte de motel cercado de garotas profissionais do sexo e muitas bebidas, etc, o que, de certa forma, influenciou sua derrocada no casamento, então ignorou e já foi dizendo para o jovem nativo:
- Então, Maverick,...será que você pode me ajudar?
- Depende.
Disse Maverick, dando de ombros e se incomodando que o Show das dançarinas estava demorando para recomeçar, ao que, serviu seu drink e tragou um charuto barato, cuspindo em seguida os fiapos no chão de madeira, o que deixou Rômulo com nojo, mas continuou:
- Meu filho, Junior, de dezoito anos, ele desapareceu de casa fazem dois dias e sei que ele veio para cá atrás de um tal grupo cultista...
- Cultistas?
- É, sim: Cultistas, Senhor Maverick. Por que? Vai me dizer que estou louco por a redotar nisso, também?
- Não eu, mas...creio ter percebido que muitos estão atentos ao senhor, Só Rômulo!
Disse Maverick, notando que o casal de nobres estava olhando de mais para eles três, lá da "área VIP" do Saloon onde estavam, bem como seus capangas e até um jovem elegantemente trajado como um Dândi Inglês todo de branco impecável, cuja pele e olhos ou cabelos eram tal como ao leite.
- Quem; onde?
- Olhe em sua volta, discretamente, e veja.
Rômulo fez tal como Maverick disse e percebeu o casal de aristocratas sentados no canto, bem como o Dândi Inglês albino e alguns capangas, que não paravam de olhar para ele e seu amigo Max, que nem estava aí para nada disso, senão nas trocas de olhares com uma belíssima jovem loira que acabava de passar ao largo, indo para a coxia.
- Tá, mas, e se for só por causa das minhas roupas?
- É, suas vestes chamam bastante atenção, forasteiro, mas, atente para o que tenho a lhe dizer: três dias atrás veio um homem da região norte, moribundo em seu trôpego burro e disse algo sobre um grupo de clérigos reunindo-se em uma vila abandonada, uns oitocentos metros daqui.
- O que há lá?
Quis saber o forasteiro, olhando fixo para Maverick enquanto este bebia e observava tudo ao redor, dizendo:
- Há rumores de que o infeliz tenha encontrado a origem de um mal que vem assolando Santa fé umas três décadas...
- Três décadas??
- ...sim; há trinta anos.
- Mas, não seriam...300 anos?
- Não, Senhor Rômulo. - Redarguiu Maverick para ele, sério e incomodado com a interrupção. - Eu disse 30 anos.
- Ok, desculpe e, por favor, continue.
Disse Rômulo, ao que Maverick deu mais uma tragada, sempre atento ao redor e prosseguiu, enquanto Max fora falar com mais alguém na ponta do balcão.
- Dizem, mas não me pergunte quem, Senhor Rômulo, que o tal sujeito descobriu um a presença de monges macabros de preto que reúnem-se em uma capela em ruínas, mas, quando chegou mais perto para ver do que se tratava, ele foi logo golpeado na cabeça e acordou momentos depois, amarrado no lombo do seu animal, sendo trazido por este até aqui, em Santa fé.
- Eu sabia! - Comenta Rômulo, dando um murro no balcão, mas contendo sua empolgação. - Meu filho deve estar lá agora, junto com eles!
- Talvez... - Disse Maverick, reticente olhando em volta, quando vê um Cruzado entrar apressadamente no Saloon e ir direto na direção do casal de aristocratas na área VIP, ao que ele comenta em of para Rômulo. - ...mas agora tenho que ir, amigo. Foi uma honra te conhecer. Boa sorte!
- Espere, Maverick....vou chamar Max para irmos agora à Guarnição e informar isso aos Cruzados!
- Esqueça os Cruzados, irmão. Se quiser mesmo encontrar este rapaz...
- Meu filho, Júnior...
- ...sugiro falar com o detetive Ivan.
- E onde fica o escritório dele; pode me levar até lá?
- Infelizmente, não, meu caro; tenho que ir.
E dizendo isso, Maverick sai apressado do Saloon, deixando Rômulo sem entender nada e querendo ir atrás do sujeito, ao que Max o detém, apontando para o palco, dizendo:
- Curitibinha, você não vai querer perder esta, vai?
- Max, acho que sei onde está meu filho e...
- Ah, não, não, não, não! - Exclama seu amigo, o puxando de volta para perto e dando-lhe um gole de sua bebida, que o faz tossir de imediato ao sentir descer queimando e seus olhos lacrimejarem.
- Não esquenta tanto a cabeça, Curitibinha; - Diz Max o abraçando por trás com firmeza e fazendo ele se virar na direção do outro sujeito, então um rapaz moreno como quase todos ali, vestido de Cowboy, cicatriz no olho esquerdo, que o cuprimenta com um rude gesto de cabeça ao tocar no chapéu. - Este é meu outro amigo, que pode te ajudar.
- Bendito lugar maldito!
Exclama por fim Rômulo, então só agora relaxando um pouco e se interessando pelo Show, quando outra música começa a tocar, as cortinas aveludadas vermelhas se abrirem novamente e uma nova dançarina estrear sob um ritmo mais intimista, que lembra ao Jazz que ouvia quando foi pego traindo sua ex-esposa Alicia, com a sobrinha dela, Salomé.
- O que vai beber, Curitibinha?
- Hêim, o que disse Max?
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Max percebe e comenta, rindo:
- Ah, agora sim, você está entrando no espírito deste lugar, garoto!
Rômulo abaixa seus olhos e pigarreia, fazendo seu pedido para o barman, que então olha para Max e este, devolve piscando em of para o homem.
- O mesmo que o dele, por favor, amigo.
Então o forasteiro olha de novo para a bela e muito sensual dançarina loira, que lhe faz recordar de Salomé, inclusive na idade, nos trejeitos graciosos a provocar enquanto olha para ele entre uma estrofe e outra da melodiosa canção, movendo-se tal uma serpente no fluxo das notas musicais.
O barman dá um sinal para Max, piscando e este, devolve com um sorriso.
E numa dança frenética ao embalo daquela música, a nova dançarina agora deixa o palco para se refestelar entre os fregueses embasbacados com sua performance, enquanto ela desfila num ritmo vagaroso, enlaçando um ou outro com seus braços nus e partes das pernas à mostra.
- "Caramba!"
Pensa consigo Rômulo, encostado no balcão, de frente para o Show, vendo a pujante "Eva venenosa" aproximar-se cada vez mais de onde ele estava, mas sem no entanto, dar-lhe atenção diretamente agora.
- Olhe, a sua bebida, senhor.
Chama-lhe o barman, mas o forasteiro não olha para ele, nem o escuta. Ele não consegue desviar seus olhos do Show, ao que Max cutuca seu braço, e só então se volta para seu amigo, se desculpando.
- Ah, tá!
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E pega a bebida, sorvendo um pequeno gole que desce queimando, enquanto seus olhos macrimejam. Neste meio tempo, a nova dançarina vem direto em sua direção, sem no entanto olhar para ele, que se afoga com o gole de sua bebida, então sente o calor do Blend que lhe faz remexer as entranhas, sua pele verter suor e sua garganta prestes a cuspir fogo como um Dragão.
A temperatura ambiente, que já estava alta, agora lhe faz sufocar pela garganta, faltando ar. Suas pupilas dilatam e tudo ao redor começa a ficar meio distante. A música mais lenta ainda e ele a bambear as pernas, o forçando apoiar suas mãos no balcão, porém, bem no último instante, sente alguém socorre-lo, enquanto diz:
- Me abrace, Corujão!
- O...o que?...- Ele tenta identificar a dona daquela voz, mas sua vista está embaçada, sua respiração pesada e um tipo de torpor dominar a mente. - É...é você, Alicia?
Mas não é sua ex-esposa que vê e sim uma mítica mulher serpente amarela, que o enlaça, enrodilhando-se em seu corpo até ele não conseguir mais se mexer, exclamando:
- Caramba, o...o que tá acontecendo comigo?!"
Mas Rômulo não consegue discernir mais nada, o que é real ou não, se deixando levar, enquanto gargalhadas se fazem ouvir em sua volta, junto com aquela música, aquela "diabólica dancarina" com seu inebriante perfume de rosas negras e uma doce voz a sussurrar-lhe ao ouvido, sibilando ao dizer:
- Hug me Owl, please!
- Salomé??
- Acorde!
- Ah? O...o que??...
- Acorde viajante, já chegamo!
- Chegamos?...Onde?
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( Continua...)
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