Recados Menstruais - IV
QUARTO CAPÍTULO
"Perigosa frustração que agoniza os meus anseios, torna-os perigosos, suficientes para serem fonte de medo. A paixão é humilhante, impulsiva e dolorosa, seu egocentrismo corrói os acanhados, amedronta os corajosos e muda as nossas rotas".
— Escárnio Apaixonado
By: magic_read_
Hoje foi um dia assimilar dos demais da semana, por algum motivo específico, as satisfações de humilhar Jungkook tornaram-se adictas no decorrer das aulas, cegando-me parcialmente quanto a cobiça de manuseá-lo.
Estávamos na arquibancada de concreto, a quadra em si era coberta, retangular, livre para o entretenimento durante o intervalo escolar, Clarisse, eu e os trogloditas lá permanecemos, sentados devorando hambúrgueres, batatas chips e coca cola, por um longo tempo zoando, porquanto, não perdendo o jogo que ocorria lá embaixo, poucas pessoas disputavam uma partida de basquete, dentre elas, o Jeon. Mesmo com a cabeça inclinada no colo de Aguiar, pude observá-lo.
Seu cabelo molhado e ondulado ganhava o carisma do público que vislumbrava-o, independentemente de estar suado ou não, seus braços e membros expostos ao lúbrico já me atiçaram. Admirei-o, não negando a beleza, ele era o meu melhor amigo, não podia ser considerado feio só porque odiava-o.
— Você não está com fome, meu amor? — Heitor questionou, direcionando o comentário para mim.
— Claro que está, ela é a senhora Aguiar — Taylor afirmou, cabelos ruivos concentrados no centro da cabeça, já que dos lados eram raspados.
— E a senhora Aguiar está grávida. — O moreno garoto conhecido como Perna-Mole concluiu.
Um dia reclamei que estava gorda e eles compraram um teste de gravidez, malditos sejam, burlaram o resultado, fizeram-me crer durante sete dias de uma gravidez com Heitor. Graças somente ao grande Pirulito que me livrei dessa.
— Pelo menos aguentei o boquete antes de engravidar, e você, Perna-Mole? — Rebati, brincalhona, mordendo um extenso pedaço do lanche de Aguiar.
— Depende, quer tentar? — Perna-Mole zombou, respondendo meu comentário. — E você, Pirulito, não quer experimentar também? — Usou um tom de escárnio.
— Ah, talvez — Pirulito argumentou.
Levantei minha cabeça do colo de Heitor, rindo fraco comparada às risadas escandalosas, recebendo carícias do meu parceiro enquanto ajeitava-me no banco. Por um curto instante cruzo os olhares com Jungkook, suas mãos adornadas na cintura curvada, com a luz favorecida na transparência do seu abdômen coberto. Um sorriso folgado formou-se nos lábios do capitão.
"Já conversei com ele", afirmou, um tanto sem jeito, "explicou até o porquê da sua irritação".
"Ah, é?". Arqueei a testa, cruzando os braços. "O que ele disse?"
"Oras, o que diria?! Ele falou da sua TPM atacada, além do sangue lá, naquele lugar".
"Você está menstruada, não está?".
"Sim! Como ele disse, estou estressada, tensa e... ensanguentada".
"Então não vamos nos encontrar à noite, correto?".
"Correto", suspirei fundo.
Heitor trilhou as mãos até o meu quadril, puxando-me para o meio de suas pernas, não cessando os beijos distribuídos no meu pescoço. Sorri, analisando Jeon Jungkook, sobretudo, admirando seu sorriso não estendido.
Ao final do intervalo inteirei Aguiar que usaria o toalete, com a desculpa singela de zelar pela higiene menstrual; era mentira, pois lá só fui à procura de um único objeto. Caminhei até o vestuário masculino, recolhendo do chão a bolsa jogada de Jungkook, do seu estojo removendo uma caneta permanente, escrevendo no absorvente um breve recado.
"Me encontre na cabine 7, sem enrolação, minha TPM está a fervuras".
Desenhei o dedo médio ao lado da escritura, manchando acidentalmente o algodão com a tinta vermelha, logo, fechei o absorvente num bolo, o depositando na bolsa de atletismo. Por indiscrição, dei uma fuxicada na mochila, encontrando o uniforme escolar de Jungkook: era terrível recordar dos seus músculos, uma paisagem horrenda, feia, desagradável, ridícula, estúpida, asquerosa, execrável, mas, gostaria de vê-la novamente, por via das dúvidas.
Escondi-me na cabine sete, segurando comigo as peças dele, obrigando a busca e o trajeto até mim; aguardei o time de basquete, sentada no chão gelado até que eles retornassem.
Ruídos de conversas e passos pesados eram audíveis, o cheiro de suor predominou-se na sala antes indolor, aquilo não era agradável, com convicção não gostaria de respirar o ar do cômodo, a ventilação era péssima, o fedor incondicional. Levei as roupas de Jeon ao meu nariz, encobrindo a inalação daquele odor pós-treino.
Antes de me dar conta já estava presa em algo pior, mil vezes mais tentador e errado para se ter enlevo, viciada me vi no perfume masculino emanado das peças. Era análogo a hortelã, cheiro fresco e não-enjoativo, conseguia ser doce, sobretudo, suave e delicado, lembrava-me daquele beijo.
Nesse piscar de olhos enquanto eu inalava as roupas, é perante o dono da camisa com quem me deparo, que parado na minha frente com a porta trancada estava. Jungkook ficou sério, postura rígida e determinada, sobretudo, quando flagrou-me no paradigma, os lábios se curvaram, acentuando tremenda satisfação, sendo seus poucos passos eficientes para a aproximação. Eu mantinha os olhos cravados nos lábios do rapaz e me afastava das roupas dele.
— Por que meu uniforme está em suas mãos?
Ele acha que sou uma cheiradora de roupas, mas esse odor é mais viciante que maconha.
— Peguei como credibilidade da sua vinda.
— Que seja, não exigirei mais explicações.
O tom de voz do garoto falhou e sua expressão partiu a carregar aversão, o que eu fiz com o moreno causou-lhe polêmica, e gostaria de saber qual teria sido a sua punição.
— Seu pai te bateu? — Interroguei-o rapidamente, recuando as peças às minhas costas e ocultando-as.
— Isso não é da sua conta.
— Meu pai foi quem te bateu, não é?
Isso explica o porquê de Victor não ter acordado tão cedo.
Seus dentes trincaram durante a citação, garantindo uma resposta para a dúvida.
— Oh, meu caro amigo, tenho certeza que foi ele, meus instintos menstruais dizem isso — ressaltei o meu sarcasmo.
Seu punho foi o próximo a demonstrar impaciência, fechando-se ao ouvir tal ousadia.
— Ayla, se retire deste recinto antes que um escândalo te atormente.
— Por que? Eu vim aqui por você.
Seu olhar assustado agora demonstrava menos fúria, exibia mais cautela, o coração apaixonado apertou-se, ter o direito de ouvir tais palavras era uma bênção, mas, uma bênção infernal caso viessem de mim.
— Claro, você aqui veio para me provocar — revirou os olhos, me encurralando na parede.
O acastanhado demonstrou facilidade quando retirou das minhas mãos a própria vestimenta, e naquele mesmo cômodo ele se desfez da camisa, partindo a trocar de roupa ignorando minha presença.
— Gostou do absorvente? — Perguntei.
Jeon se virou, inclinando a nuca, austero, numa posição orgulhosa, pronto para retorquir:
— Usarei no dia que meu pênis sangrar.
— Não encontrará dificuldade alguma — fiz uma sátira à banana espremida.
— Àquela fruta era uma personificação sua, por isso esmaguei-a.
Exótico, imaginou-me numa banana.
— E por que você não me esmaga agora?
— Não estou a fim de arrumar confusão com o Heitor — vestiu a camisa, por fim, retirando a calça.
— Está com medo que seu pênis sangre com ele?
Com o corpo agachado para retirar a peça do chão, ele encarou-me, retornando à postura comum com um sombrio semblante, assemelhando ter o dobro do tamanho naquele instante.
— Ayla, eu estou te alertando.
Eu sei que está.
— Ainda bem que você não é gay, o pau do seu namorado viraria purê.
— Ayla Ferraz.
— Como o seu pinto existe depois de tantas punhetas?
— Pela última vez, eu estou te avi-...
Ah, um verdadeiro convencido.
— Talvez ele seja tão encolhido que seja impossível virar purê.
De box e camisa, Jungkook levou suas mãos nos meus ombros, expressão fria e olhar penetrante; sorri, absorvendo a sua energia, roçando os nossos narizes e mordendo os lábios do maior.
— Mas... e se ele fosse resistente?
— Não adianta seduzir — deslocou sua mão direita até a parede de concreto, cercando-me entre os tijolos.
Depois do ato cometido não enxerguei limites para as ações, estava cega e obsessiva quando tinha ele como companhia. Levei minha palma no seu membro vestido, deslizando e apertando sua genitália.
— Poxa, que pequeno.
Brinquei, com um beicinho formado, distribuindo selinhos e choramingando. Rebaixei-me com calma, de joelhos avaliava o que era oferecido.
Encostei minha boca naquela região, selando aquela união por um longo tempo, roçando nariz e lábios conforme me movimentava, afundando-me cada vez mais para senti-lo. Seu corpo estava imóvel, rosto perplexo, sobretudo, mãos guiadas no pescoço, favorecendo o toque. Por fim, dou um selar duradouro, acompanhado por uma mordida brincalhona, logo, retornando a ficar em pé.
— Seja um bom garoto, não me decepcione, seja paciente e terá o seu presente.
Dedilhei a sua orelha, contornando as curvas dela delicadamente, em seguida, lambendo a rebarba dos seus lábios. Retirei-me do cômodo sem me importar.
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