Thoudervon

Thoudervon ficou desapontado quando soube do revés ocorrido em Lacoresh. O império se desfez e isso afetaria seus planos, mas não por muito tempo. Como um ser que existia há incontáveis gerações, ele estava habituado com contratempos. Já esperava por milênios para estar de volta entre os seus, uns poucos anos a mais, ou décadas, não fariam muita diferença.

Mais uma vez a história ensinava sobre a dificuldade de contar com os humanos. A raiz do problema estava ligada à falta de disciplina no alto comando. Esteve discutindo o problema com Arcanael, o governante dos demônios. Ele havia dito – Minhas legiões obedecem, ou são severamente punidas.

Quando soube da morte de Arávner, contentou-se. Era menos um daqueles malditos a pisar naquela terra. Quantos Vetmös ainda teriam restado? Thoudervon não tinha certeza, mas suspeitava que haveria mais deles, assim como alguns Holmös. Necranxelfer também o havia traído. Fora tolice trabalhar com um demônio que havia traído seus mestres. No fim, nem mesmo Arcanael detinha pleno controle sobre seus subordinados.

Thoudervon, por vezes, lamentava que seu irmão não tivesse sobrevivido. Era tempo de aguardar. Arranjou uma ocupação para si mesmo enquanto aguardava e observava o lento crescimento das hordas demoníacas na Terra das Nove Luas. Agora, seria necessário construir um novo corpo para si. Uma nova identidade. Aquela aliança com os humanos havia terminado. Era hora de abandonar a ossada esquelética e assumir um novo corpo.

A torre construída pelos Vetmös passou a ser sua nova morada. Era uma cópia tosca da Torre de Trinidacs, mas ao menos funcionava. Ele não devia ter confiado tanto conhecimento aos Vetmös. Teria alcançado êxito em seus propósitos não fosse pela ganância e estupidez daqueles. Seu tempo ainda estava por chegar. Esperava que a guerra contra Nelfária pudesse ser mais eficaz e mais curta, desta vez. Mesmo para ele, mil anos era um tempo longo demais.