CAPÍTULO 96

Arávner vestia sua armadura completa e sobre esta um manto negro levemente azulado. No cinturão descansava, encaixado, o seu precioso orbe. Seus passos ressoavam fortemente no solo dos corredores da fortaleza. Ao seu lado, o irmão Russ o guiava.

– Disseste que o mago Gálius recebeu a visita de um primo hoje cedo.

– Sim, excelência! Ele saiu há pouco.

– Este o reconheceu e apresentou uma melhora.

– Exato, excelência!

Arávner pressionou os olhos e pensou "Veremos se é mesmo o pupilo desaparecido de Thoudervon".

– É aqui – Russ abriu a porta e antes que Arávner entrasse, disse.

– Tu ficas, rapaz. Falarei com o mago sozinho.

O acólito fez uma vênia e concordou – como desejar, excelência.

Ao entrar no quarto, Arávner sentiu uma forte presença mágica que o surpreendeu. Viu o homem e reconheceu sua fisionomia.

– Ora, Yourdon, que história é essa de Gálius? É ao acaso uma maneira tola de evitar ser localizado por Thoudervon?

– Senhor Arávner! Isto é inesperado...

– Disso estás certo, mago.

– Senti uma presença, mas – Arávner examinou a sala e fixou o olhar no canto próximo da janela.

Uma mulher que estava invisível suspendeu a magia para ali aparecer.

– Princesa Hana? Isto sim é que é inesperado!

– Senhor Arávner – Hana fez uma vênia.

– Foi dada como morta, sabia? Não sabe que o trono aguarda o retorno de alguém de sua família?

– E haveria alguma chance para que eu ocupasse tal posição?

– Não haveria oposição de minha parte. O trono é todo teu, se assim desejares. Poderás esquentá-lo com teu traseiro, desde que não resolvas fazer nenhuma loucura, como fez teu velho pai.

Hana cuspiu no chão – Eu desprezo sua falta de oposição! Eu vou me sentar no trono sim, mas não para receber ordens suas e nem de ninguém!

Arávner deu uma gargalhada alta – Falaste bem, princesa! Assim, quase tenho vontade de levá-la de volta e desposar-te para ter legitimado o título de imperador.

– Não me casaria com você nem morta, seu maldito conspirador e destruidor de reinos!

– Vejamos se essa tua atitude prevalecerá quando eu... Mas o que está havendo? Isto é impossível, ninguém jamais resistiu à minha telecinese.

Hana gargalhou – Isto, tolinho, é por que você nunca tentou mover uma ilusão imaterial com sua mente.

– Ilusão? Impossível! O orbe anularia...

– Sente falta de algo? – disse a imagem de Hana, zombeteira.

Arávner levou a mão ao orbe e sentiu um calafrio quando tocou o espaço vazio. Não estava mais lá. Sentiu a ira subir. – Maldita! Maldita ladra! Onde está? Devolvas já e considerarei poupar-te.

– Você devia ver sua cara, há há há! Adeus, tolinho! – e a imagem de Hana se desfez.

– Você, mago! Diga logo o que sabe!

Yourdon gargalhou e repetiu – Adeus, tolinho. – e também desapareceu.

Arávner urrou seu rosto tornou-se rubro quente – Não é possível! Não tem lógica!

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