CAPÍTULO 77
Depois da viagem a Homenase, Hana estava de volta ao palácio real. Um requintado jantar era servido no salão reservado para convidados especiais. Era a primeira vez que Hana participava de uma conferência para discutir assuntos da aliança dos necromantes. Weiss havia convencido Maurícius a recebê-la e isto havia deixado seu irmão, Serin, com péssimo humor. Ali também estava Alexanus, mas faltavam Arávner e Thoudervon para completar o conselho.
O rei estava de muito bom humor e comia com animação.
– Por que tanta excitação, meu pai? – indagou Hana.
– Ora, não sabe das novidades? Fiquei muito feliz, pois chegaram duas ótimas notícias hoje.
O mago Alexanus comentou – Uma certamente é a respeito da conquista de Griss.
– Ah sim, isto! – confirmou o velho e enrugado monarca.
– Heis a outra – Maurícius colocou sobre a mesa uma garrafa de vidro. Em seu interior, havia um boneco de madeira, partido em dois.
– Mas o que é isto? – perguntou a filha.
– Este boneco, quando intacto, representava a profecia. Esta se quebrou!
– Que profecia?
– O demônio Mitzlorg me mostrou a ocasião em que o jovem Barão Calisto nos trairia e tomaria minha vida. Mas talvez isso pudesse ser evitado. Ele me ajudou a fazer o feitiço para monitorar o progresso da profecia.
– O que aconteceu? Calisto morreu? – indagou Serin.
– Talvez, não sei – confessou Maurícius – Recebi uma comunicação de Thoudervon informando que ele foi enviado para confrontar o demônio Marlituk. Penso que ele não esteja morto... ainda! – e gargalhou com satisfação.
Hana cerrou os punhos e fechou a cara.
– O que houve irmã? Teme pelo jovem Barão?
– Peço licença, mas não me sinto muito bem – levantou-se e saiu.
Weiss seguiu-a, mancando – Espere princesa!
No salão adjacente ela parou e esperou por Weiss. Tinha lágrimas nos olhos.
– Você acha que ele...
– Thoudervon o aprecia demais para simplesmente enviá-lo para morrer. Não penso que sua missão o leve à morte. A quebra da profecia, talvez, apenas signifique que ele passe por experiências que o farão mudar de ideia. Talvez, se ele descobrir que é parte da família...
– Não sei se isso faria diferença. Aliás – Hana sussurrou com ódio – talvez a profecia tenha apenas se quebrado por que outra pessoa tenha assumido o papel que seria desempenhado por Calisto.
– Cuidado com o que diz, ou melhor, com o que pensa, cara princesa.
Enquanto Weiss e Hana conversavam ali perto, Serin e os demais seguiam o colóquio.
– Fico pensando o que mais Mitzlorg lhe revelou sobre o futuro, pai.
– Muita coisa, filho. Ele me disse que se a profecia se quebrasse eu teria que redobrar meus cuidados com relação a traições vindas de meus filhos.
– Eu nunca o trairia, pai. Sabe que não tenho nenhum interesse por colocar uma coroa sobre a cabeça.
– É o que você sempre diz...
– Mas é verdade!
– Majestades! – elevou a voz Alexanus – Já basta disto! Penso que seria uma discussão mais produtiva se pudéssemos retornar ao assunto anterior. Falávamos da fragilidade de nossa aliança com Thoudervon e Arávner. Meu antigo aluno, Yourdon, mesmo sem querer, tem nos revelado muito sobre os segredos de Thoudervon, não é mesmo?
– Sim – concordou Serin – Por que será que esconde de nós seu pacto com o demônio Necranxelfer?
Alexanus ponderou – O esqueleto cresce sua confiança no aprendiz a cada dia. Penso que não tardará até que possamos ter mais informações valiosas.
– E então – sorriu o rei maliciosamente – poderemos usar esses segredos de Thoudervon para colocar Arávner contra ele. Nossos dois aliados mais poderosos e perigosos eliminando um ao outro, nos deixariam um caminho livre para conquistas. Além de nos livrar da preocupação de sermos simplesmente descartados em algum momento.
– Verdade – disse Alexanus – sabem que não confio em nenhum dos dois.
– Pois confie em mim, meu amigo, nós iremos triunfar. Nossas conquistas estão apenas começando.
Serin ergueu um taça de vinho e brindou – Às nossas conquistas!
Os três responderam ao gesto com otimismo.
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