CAPÍTULO 29

- Afinal, onde estão Archibald e Lepard? - indagou Kiorina preocupada.

- DeReifos e Lepard saíram ontem e não retornaram - respondeu um dos membros da tripulação.

De fora do Estrela, Kleon chamou - E então Kiorina? Vamos ou não? Se demorarmos mais...

- Certo... Kyle! Kyle?

- Ei, não precisa gritar. - Kyle saiu da cabine espreguiçando-se.

- Você e Claudine, ficam encarregados de encontrar o capitão e Archi.. DeReifos, certo?

Kyle ainda tinha cara de sono e seu raciocínio era lento - Ah? Encontrar? O que houve?

Gorum desceu e disse - Não deve ser nada, garoto, apenas uma noitada... Vamos Kina!

Kyle fez uma careta - Vocês estão indo arrumar encrenca, não é? Aquela história do sacrifício?

- Isso! Diga ao capitão que logo estaremos de volta - pediu Kleon animado.

Kyle observou Kiorina, em vestes azuis, seguida de Kleon e Gorum. Apesar da sensação de que encontrariam encrencas, Kyle ficou tranquilo, pois sabia que Gorum cuidaria bem deles.

- Bom dia, queridim! Que tal umas frutas? - a dacsiniana surgiu da cabine com um sorriso no rosto e caminhar animado.

O casal se abraçou e beijou. Neste meio tempo, An Lepard aproximou-se da embarcação. O marujo retorceu os lábios, mas não admitia que conviver com Kyle e Claudine juntos o abalava.

- Vocês não têm o que fazer? Ainda estão do mesmo jeito que os deixei ontem!

Kyle que retrucou animado - Bom dia para você também, capitão! - Kyle adorava poder incomodar o Lepard. Claudine fechou a cara.

- E então, Lepard? Onde está DeReifos?

- O monge? Não voltou? - Lepard abriu um sorriso. - Foi mesmo uma noite e tanto!

- Onde foram? O que... - Kyle assustou-se com o movimento brusco de Claudine, que saltou para fora do navio e disparou numa corrida ao longo do cais.

- Claudine! Claudine! - Os chamados de Kyle foram ignorados.

- O que deu nela? - perguntou Lepard.

Kyle movimentou-se para buscar um manto noutro canto do convés - Não sei, mas sem as vestes azuis vai arranjar encrenca! - Desceu no encalço da amante. An Lepard o seguiu numa marcha mais lenta por causa do aleijão.

Ao deixar o cais, Claudine foi interceptada por um guarda que segurou-a pelos braços. - Me solta seu idiota! - rosnou a moça em sua própria língua, conseguindo se desvencilhar. Penetrou na multidão, mas o guarda logo soou seu apito chamando reforços. Em instantes, Claudine foi capturada por um par de guardas.

Kyle chegou em seguida, dizendo com forte sotaque uma das poucas coisas decoradas em tchilliano - Desculpem, nós estrangeiros. Desculpem, nós estrangeiros.

Kyle deu o manto a Claudine - Vista isso, se não estaremos em problemas com os locais!

- Problems? Eles é que estan com problems agora! - Disse Claudine furiosa vestindo o manto. Com isso os guardas deixaram o local sob mais pedidos desajeitados de desculpas de Kyle.

- Calma! Me diga o que houve.

- Meu pai! Eu vi meu pai!

- Mas seu pai não morreu na guerra?

- Nan é obvio? Ele nan morreu, mas tornou-se um escrabull destes patifs!

- Escravo? Você tem certeza do que viu?

- É claro - disse tomando Kyle pelo braço e puxando-o para dentro da multidão.

***

Havia uma grande multidão aglomerada e muito barulho. Kiorina saltitava tentado ver algo, sem sucesso.

- O que está vendo Gorum?

- Reptantes em jaulas.

- Reptantes? Incrível e... ei! - Kiorina protestou ao ser agarrada por Gorum que colocou-a sobre a seus ombros. Assim que a ruiva pode ver com seus próprios olhos, deixou os protestos de lado. Ao mesmo tempo, Kleon tentava avançar na multidão na esperança de ver algo.

Havia um grupo de jaulas puxadas por bantus e no interior destas, dezenas de homens lagartos, conhecidos como reptantes. Kiorina observava-os com fascinação, apenas havia visto ilustrações destes em livros e vê-los assim de perto a deixava atônita. Um reptante, em especial, capturou a atenção da ruiva. Suas escamas tendiam a um tom azulado, diferindo dos demais, esverdeados. O seu pescoço, mais longo que o dos humanos, possuía rajadas de cores quentes, do amarelo ao laranja escuro. Ele aproximou-se da lateral da jaula, segurando-a com suas garras afiadas. Seus olhos verdes e fendidos, cruzaram-se com os olhos, de mesma cor, da Lacoresa. Palavras formaram-se na mente da moça: "Ajude-nos! Ajude-nos, fêmea do fogo!" Kiorina deu um gritinho e muito assustada desceu das costas de Gorum às pressas.

- O que deu em você? - quis saber Gorum

- Alta Magia! Suponho que o lagarto azul, fez um contato comigo. Eu não estava preparada para isso. Foi assustador.

- Contato?

- Ele falou em minha mente, me pediu ajuda. Olha, estou toda arrepiada.

Gorum coçou a barba, intrigado e deu mais uma olhada nas jaulas. Enquanto isso, Kiorina chamou - Kleon! Kleon!

O rapaz retornou, decepcionado, sem ter conseguido ver muita coisa - Sim?

- O que eles estão dizendo?

- Como assim?

- O povo, e os condutores das jaulas, o que dizem?

- Ah sim, falam sobre lutas que irão acontecer na arena, amanhã. Os lagartos são uma amostra para atrair o público.

Gorum ficou animado - Puxa! Deverá ser uma luta e tanto. Mal posso...

Kiorina deu uma cotovelada de repreensão - Não devia falar assim, sabe que lutas em arena são uma crueldade!

- Ei garota, esfria a cabeça.

Kleon resolveu mudar de assunto, antes que Kiorina continuasse com sua lição de moral.

- Ei, escutem! Não devemos perder tempo com isso, lembrem-se, precisamos nos encontrar com o filho do senhor Nargub.

Kiorina concordou. Afastaram-se da multidão. Ela batia os pés e tinha a expressão fechada. A ideia de lutas em arenas a deixavam enjoada. Kleon e Gorum trocaram olhares e deram com os ombros. Kiorina virou-se para Gorum e disse irritada - Sem piadas!

Kleon e Gorum e seguiram-na segurando o riso.

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